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LIDERANÇA
Na aula de hoje vamos falar um pouco sobre Liderança. A Teoria Clássica não se preocupou muito com a liderança e suas implicações. Já a Teoria das Relações Humanas constatou a influência da liderança sobre o comportamento das pessoas. Enquanto a Teoria Clássica enfatizava a autoridade formal, considerando apenas a chefia dos níveis hierárquicos superiores sobre os níveis inferiores nos aspectos relacionados com as atividades do cargo, a Experiência de Hawthorne teve o mérito de demonstrar a existência de líderes informais que encarnavam as normas e expectativas do grupo e mantinham controle sobre o comportamento do grupo, ajudando os operários a atuarem como um grupo social coeso e integrado.
Conceito de Liderança
A liderança é necessária em todos os tipos de organização humana, principalmente nas empresas e em cada um de seus departamentos. Ela é essencial em todas as funções da Administração: o administrador precisa conhecer a natureza humana e saber conduzir as pessoas, isto é, liderar. A liderança pode ser visualizada sob diversos ângulos, a saber:
Liderança como um fenômeno de influência interpessoal:
Liderança é a influência interpessoal exercida numa situação e dirigida por meio do processo da comunicação humana para a consecução de um ou mais objetivos específicos. A liderança é um fenômeno social e que ocorre exclusivamente nos grupos sociais. Ela é decorrente dos relacionamentos entre as pessoas em uma determinada estrutura social. Nada tem a ver com os traços pessoais de personalidade do líder. A influência é uma força psicológica, uma transação interpessoal na qual uma pessoa age de modo a modificar o comportamento de outra, de algum modo intencional. A influência envolve conceitos como poder e autoridade, abrangendo maneiras pelas quais se provocam mudanças no comportamento de pessoas ou de grupos sociais. O controle representa as tentativas de influência bem-sucedidas, isto é, que produzem as conseqüências desejadas pelo agente influenciador. O poder é o potencial de influência de uma pessoa sobre outras; é a capacidade de exercer influência, embora isto não signifique que essa influência seja realmente exercida. O poder é potencial influenciai que pode ou não ser realizado. A autoridade (o conceito mais restrito destes todos) é o poder legítimo, isto é, o poder que tem uma pessoa em virtude do seu papel ou posição em uma estrutura organizacional. E, portanto, o poder legal e socialmente aceito.
Liderança como um processo de redução da incerteza de um grupo:
O grau em que um indivíduo demonstra qualidade de liderança depende não somente de suas próprias características pessoais, mas também das características da situação na qual se encontra. Liderança é um processo contínuo de escolha que permite ao grupo caminhar em direção à sua meta, apesar de todas as perturbações internas e externas. O grupo tende a escolher como líder a pessoa que pode lhe dar maior assistência e orientação (que escolha ou ajude o grupo a escolher os rumos e as melhores soluções para seus problemas) para que alcance seus objetivos. A liderança é uma Questão de redução da incerteza do grupo. O comportamento pelo qual se consegue essa redução é a escolha, isto é, a tomada de decisão. Nesse sentido, o líder é um tomador de decisões ou aquele que ajuda o grupo a tomar decisões adequadas.
Liderança como uma relação funcional entre líder e subordinados:
Liderança é uma função das necessidades existentes numa determinada situação e consiste numa relação entre um indivíduo e um grupo. A relação entre líder e subordinados repousa em três generalizações, a saber:
1. a vida, para cada pessoa, pode ser vista como uma contínua luta para satisfazer necessidades, aliviar tensões e manter equilíbrio.
a) a maior parte das necessidades individuais, em nossa cultura, é satisfeita por meio de relações com outros indivíduos ou grupos sociais.
b) para qualquer indivíduo, o processo de usar relações com outros indivíduos é um processo ativo - e não passivo - de satisfazer necessidades. Em outros termos, o indivíduo não espera passivamente que a relação capaz de proporcionar-lhe os meios de satisfazer uma necessidade ocorra naturalmente, mas ele próprio procura os relacionamentos adequados para tanto ou utiliza aqueles relacionamentos que já existem com o propósito de satisfazer suas necessidades pessoais.
Esse conceito repousa numa relação funcional em que um líder é pe recebido por um grupo como o possuidor ou o controlador dos meios para a satisfação de suas necessidades. Assim, segui-lo pode constituir para o grupo um meio para aumentar a satisfação de suas necessidades ou de evitar sua diminuição. O líder surge como um meio para a consecução dos objetivos desejados por um grupo. Neste sentido, o líder é um estrategista que sabe indicar os rumos para as pessoas.
Liderança como um processo em função do líder, dos seguidores e de variáveis da situação:
Liderança é o processo de exercer influência sobre pessoas ou grupos nos esforços para realização de objetivos em uma determinada situação. A liderança depende de variáveis no líder, nos subordinados e na situação. Ela pode ser definida pela equação: L=f (l, s ,v). A liderança existe em função das necessidades existentes em determinada situação. Trata-se de uma abordagem situacional. A liderança depende da conjugação de características pessoais do líder, dos subordinados e da situação que os envolve. O líder é a pessoa que sabe conjugar e ajustar todas essas características. Não há um tipo único e exclusivo para cada situação.
Teorias sobre Liderança
A liderança constitui um dos temas mais pesquisados e estudados nos últimos anos. Várias teorias sobre a liderança acompanharam o desenvolvimento da teoria administrativa. As teorias sobre a liderança podem ser classificadas em pelo menos três grupos.
Cada um desses grupos de teorias apresenta características e abordagens próprias, como exemplifica a Figura 6 e o texto que segue.
Teoria de Traços de Personalidade
Teoria sobre Estilos de Liderança
Teoria Situacional de Liderança
Características marcantes de personalidade possuídos pelo líder
Maneiras e estilos de se comportar adotados pelo líder
Adequação do comportamento do líder às circunstâncias da situação
Figura 6: As teorias de liderança.
Teorias de Traços de Personalidade
São as teorias mais antigas a respeito da liderança. Um traço é uma qualidade ou característica distintiva da personalidade. Segundo estas teorias, o líder é aquele que possui alguns traços específicos de personalidade que o distinguem das demais pessoas. Assim, o líder apresenta características marcantes de personalidade por meio das quais pode influenciar o comportamento amento das demais pessoas. Cada autor especifica alguns traços característicos de personalidade que definem o líder, como
1. Traços físicos: como energia, aparência pessoal, estatura e voz.
a) Traços intelectuais: adaptabilidade, agressividade, entusiasmo e autoconfiança.
b) Traços sociais: cooperação, habilidades interpessoais e habilidade administrativa.
c) Traços relacionados com a tarefa a: impulso de realização, persistência e iniciativa.
Em resumo, um líder deve inspirar confiança, ser inteligente, perceptivo e decisivo para ter condições de liderar com sucesso. Porém, as teorias de traços apresentam aspectos falhos, a saber:
1. Não ponderam a importância relativa de cada uma das várias características e traços de personalidade que realçam os aspectos da liderança: nem todos os traços são igualmente importantes na definição de um líder, pois alguns deveriam ter maior realce do que outros.
1. As teorias dos traços ignoram a influência e reação dos subordinados. A pergunta que paira no ar é: Um indivíduo pode ser líder para todo e qualquer tipo de subordinado?
2. Essas teorias não fazem distinção entre os traços válidos quanto ao alcance de diferentes tipos de objetivos a serem alcançados. Em certas missões alguns traços de personalidade são mais importantes do que outros: uma missão militar de guerra exige traçosdiferentes de um líder, enquanto uma missão religiosa ou filantrópica exige outros.
3. As teorias dos traços ignoram a situação em que a liderança se efetiva. Nas organizações existem diferentes situações que exigem características diferentes dos líderes. Uma situação de emergência exige um tipo de comportamento do líder, enquanto uma situação de estabilidade e calma exige outras características.
4. Dentro dessa abordagem simplista, um indivíduo dotado de traços de liderança é sempre líder durante todo o tempo e em toda e qualquer situação, o que não ocorre na realidade. Um sujeito pode ser o líder na seção onde trabalha e o último a dar palpites em seu lar.
Por essas razões, essas teorias caíram em descrédito e perderam sua importância. No entanto, a simples enumeração de algumas características pessoais de liderança constitui um exemplo e um paradigma interessante para o administrador ter em mente. Não resta dúvida de que grandes mudanças na história das sociedades e das empresas foram devidas ao esforço inovativo de alguns indivíduos dotados de características excepcionais, como é o exemplo de certos reis, militares, heróis e estadistas.
Teorias sobre Estilos de Liderança
São as teorias que estudam os possíveis estilos de comportamento do líder em relação aos subordinados, isto é, maneiras pelas quais o líder orienta sua conduta. Enquanto a abordagem dos traços se refere àquilo que o líder é, a abordagem dos estilos de liderança se refere àquilo que o líder faz.
A teoria mais conhecida que explica a liderança por meio de estilos de comportamento, sem se preocupar com características pessoais de personalidade do líder refere-se a três estilos de liderança: autoritária, liberal e democrática. White e Lippittls fizeram uma pesquisa para analisar o impacto provocado por três diferentes estilos de liderança em quatro grupos. A direção de cada grupo era desenvolvida por líderes que utilizavam três estilos diferentes: a liderança autocrática, a liderança liberal (laissez-faire) e a liderança democrática
1. Liderança autocrática: O líder centraliza as decisões e impõe suas ordens ao grupo. O comportamento dos grupos mostrou forte tensão, frustração e agressividade, de um lado, e, de outro, nenhuma espontaneidade, nem iniciativa, nem formação de grupos de amizade. Embora aparentemente gostassem das tarefas, não demonstraram satisfação com relação à situação. O trabalho somente se desenvolvia com a presença física do líder. Quando este se ausentava, as atividades paravam e os grupos expandiam seus sentimentos reprimidos, chegando a explosões de indisciplina e de agressividade.
· Liderança liberal: O líder delega totalmente as decisões ao grupo e deixa-o totalmente à vontade e sem controle algum. Embora a atividade dos grupos fosse intensa, a produção foi medíocre. As tarefas se desenvolviam ao acaso, com muitas oscilações, perdendo-se tempo com discussões voltadas para motivos pessoais do que relacionadas com o trabalho em si. Notou-se forte individualismo agressivo e pouco respeito ao líder.
· Liderança democrática: O líder conduz e orienta o grupo e incentiva a participação democrática das pessoas. Houve formação de grupos de amizade e de relacionamentos cordiais entre os meninos. Líder e subordinados passaram a desenvolver comunicações espontâneas, francas e cordiais. O trabalho mostrou um ritmo suave e seguro, sem alterações, mesmo quando o líder se ausentava. Houve um nítido sentido de responsabilidade e de comprometimento pessoal além de uma impressionante integração grupai, dentro de um clima de satisfação.
Liderança 4.0
Todo progresso tecnológico e digital ocorrido nas últimas décadas transformaram os mercados, industriais e serviços levando imensos desafios à gestão de recursos humanos, principalmente no campo da liderança operacional e da liderança estratégica. O que consideramos a quarta revolução industrial trouxe um particularidade muito interessante onde o foco é nas pessoas, na sociedade e no meio ambiente. Desta forma, a empresa 4.0 deve possuir um modelo de liderança também 4.0, neste caso, focado principalmente nas pessoas, ou seja, suas equipes!
A liderança 4.0 deve estar preparada para lidar com a agilidade das informações, divergências comportamentais, pressão mercadológica, focando resultados sem deixar de lado as pessoas, potencializando-as, compreendendo e investindo em suas equipes.
O estilo de gestão é mais compartilhado e engajado, com comunicação mais ampla e transparente, favorecendo a compreensão de todos mais rapidamente devido a simplicidade existente e contribuindo para que a equipe se sinta parte de algo maior.
Todo progresso tecnológico e digital ocorrido nas últimas décadas transformaram os mercados, industriais e serviços levando imensos desafios à gestão de recursos humanos, principalmente no campo da liderança operacional e da liderança estratégica.
As equipes buscam maiores desafios, autonomia e responsabilidades em seu trabalho e os consumidores buscam cada vez mais experiências e do desenvolvimento das inovações. Devido a estas mudanças e com a necessidade de atrair e desenvolver estes dois ângulos, as lideranças devem atuar cada vez mais estratégica.
Podemos destacar entre as principais competências para a liderança 4.0:
· Saber lidar com as diferenças: compreender a diversidade existente, as culturas e habilidades interpessoais.
· Agilidade de Aprendizagem e Compreensão: habilidade de se atualizar rapidamente, mensurando experiências conhecimentos obtidos no passado para soluções no presente e futuro.
· Inteligência Emocional: a capacidade de conhecer e saber lidar com suas próprias emoções, compreender e saber se relacionar com os outros.
· Decisões Rápidas: compreender o próprio negócio, saber tomar decisões complexas de forma racional, capacidade para responder às mudanças encontrando oportunidades em ambientes de incerteza.
· Focado em Resultados: saber conciliar a geração de resultados com formação de pessoas, mantendo aumento de desempenho.
· Focado nas Pessoas: compreender como manter equipes engajadas, reter e desenvolver talentos, saber motivar, desafiar e proporcionar contribuição criativa e proatividade.
· Habilidades pessoais: saber ouvir e se comunicar, ser flexível e compreender suas limitações e oportunidades de autodesenvolvimento.
· Gerenciamento de conflitos: os problemas são compreendidos como necessidade de melhoria e aprendizados, contribuindo para maior envolvimento das equipes e compreendendo que a responsabilidade da empresa está em primeiro plano. Aprendem a utilizar os feedbacks de forma constante e positiva.
· Inovação: São incentivadas as habilidades individuais para que exista maior criatividade e identificação de oportunidades, com aprendizados constantes.
O líder 4.0 deve então compreender como somar todas estas habilidades e competências para focar os resultados almejados, tendo plena ciência de que, as pessoas são as peças principais para a realização dos objetivos e metas traçadas, logo, devem ser desenvolvidos, trabalhados, compreendidos e incentivados de maneira desafiadora para que possam utilizar seu máximo potencial, muitas vezes identificados somente após a perfeita interpretação e trabalho de seu líder.
Que benefícios a liderança 4.0 pode trazer à empresa?
Essa técnica de gestão facilita a obtenção de benefícios estratégicos com maior facilidade. Os principais são:
maior liberdade para compartilhar informações operacionais;
feedbacks mais pontuais e eficazes;
geração de oportunidades (mercadológicas e profissionais);
inclusão (tolerância às diferenças comportamentais, culturais e ideológicas);
melhor gerenciamento de conflitos e problemas;
produtividade de acordo com padrões de pedido.
Ao conseguir as vantagens mencionadas, a liderança 4.0 alcança resultados nunca antes vistos no negócio como um todo, seja para favorecer a inovação interna, seja para garantir um relacionamento mais humano entre funcionários e líderes.
O que é preciso para formar líderes 4.0?
É relativamente simples formar líderes 4.0, desdeque seja de forma gradual. Para isso, é preciso apostar no desenvolvimento de liderança, cujas habilidades vão desde a interação social até a flexibilidade tecnológica. Confira, a seguir.
Inteligência social
A inteligência social é bastante abrangente, mas pode ser entendida como a percepção e atuação dinâmica nas circunstâncias sociais. Para isso, é necessário conviver com diversos tipos de pessoas (profissionais) e ambientes sociais, a fim de lidar com as diferenças.
Desenvolver a capacidade de agrupar indivíduos diferentes em trabalhos coletivos é indispensável.
Habilidades interpessoais
Aqui, o objetivo é construir relacionamentos profissionais de caráter mútuo. O segredo está em ser um ouvinte ativo e atento.
Em suma, na liderança 4.0, é preciso priorizar o diálogo e se mostrar disposto a críticas e sugestões de melhoria. Afinal, as pessoas que lidam com as tarefas sabem muito sobre elas.
Inteligência emocional
Para adquirir inteligência emocional — que significa relacionar-se com o próximo e compreender seus próprios sentimentos e demandas —, é necessário interpretar as orientações não verbais dos colaboradores. Isso tem tudo a ver com as emoções.
É importante também ter domínio próprio para evitar comportamentos nocivos e impulsivos no local de trabalho.
Conectividade
É preciso estar conectado com todas as perspectivas da empresa, sejam elas relacionadas direta ou indiretamente a ela, e focar na antecipação e prevenção de resultados positivos e desfavoráveis. Ou seja, deve-se atuar de forma flexível e não engessada.
O objetivo é aplicar a conectividade de maneira estratégica quanto à gestão e à manutenção de relacionamento com os liderados. Afinal, a indústria 4.0 terá profissionais trabalhando em diversos departamentos e locais ao mesmo tempo e todos terão de saber sobre as mesmas informações simultaneamente.
Coragem
Em um ambiente de mudança contínua e inovadora, não existe uma certeza sobre qual é o caminho exato a ser seguido. Por isso, os líderes 4.0 devem ter coragem para encarar o desconhecido e superar dificuldades e erros.
Dessa forma, devem alinhar a sua estratégia sempre que for preciso. Esse sentimento firme resulta em uma confiança maior do time perante a sua liderança.
Tomada de decisão
Tomar decisões sensatas ou dar autonomia para outros profissionais capacitados para isso está entre as maiores competências do líder 4.0. Ele deve saber o momento certo de consultar colegas e liderados antes de bater o martelo.
A melhor forma de desenvolver essa habilidade é por meio de estudo, simulações e, acima de tudo, experiência.
Como vimos, a liderança 4.0 fará parte de uma necessidade mercadológica fundamental. Portanto, desenvolver essa mentalidade de gestão de pessoas e processos nos líderes é a melhor estratégia para lidar com a flexibilidade e rapidez das novas demandas de mercado que surgirão em um futuro próximo. Portanto, prepare-se para sair à frente!
Liderança pós-pandemia
Gosto de dizer que o que mais delimita o crescimento de um negócio é a sua liderança. Isso tem um porquê: a empresa é tão boa quanto o seu time, e o time é tão bom quanto a sua liderança. Algumas pessoas têm o entendimento de que a empresa cresce e, então, todo mundo é puxado. Isso é um equívoco. Quando a liderança cresce, puxa todo mundo com ela. Claro que o contrário também vale: se os líderes não evoluem, a empresa para. 
Quis trazer esse pensamento para dar a medida do quanto é importante rever o papel do líder daqui para frente. 
Nada como antes
A essa altura, já digerimos o fato de que nada será como antes. De certa forma, a pandemia nos ensinou a lidar com a transformação e o sentido de urgência. A inquietude da Geração Z reforça esse desafio. 
Você já deve ter ouvido em algum momento a expressão “show, don’t tell”, ou seja, “eu não quero ouvir você falar sobre o que acredita, eu quero ver você mostrar o que faz”. Vamos supor que a sua empresa assume um discurso pela equidade de gênero, mas a maioria dos colaboradores é masculina. Ou, discursa a favor da diversidade e forma equipes homogêneas. 
A Geração Z não se contenta com o marketing vazio. Ela busca um sentido maior para o que faz, quer trabalhar em empresas que pensam além do lucro. Não aceita mais a situação de comando e controle, quer ter autonomia e novas propostas no trabalho. 
É uma virada de chave que vai depender da evolução da consciência da liderança ou ela ficará presa a modelos que hoje já não funcionam, e estão sendo questionados. Isso dá trabalho e envolve dedicação, educação, treinamento e, em alguma medida, desconstrução. 
Mudanças são necessárias
Você conhece a frase que diz: “não deixe a nostalgia te impedir de seguir em frente”? A gente costuma ser tão apegado ao passado e ao que construiu, que pode acabar ficando para trás. Isso vale para a empresa como um todo e para o líder de RH, que muitas vezes pensa “foi sempre assim que eu conduzi a minha equipe, não vou mudar nem trazer diversidade”. 
Para não ficar só no discurso, na nossa empresa, por exemplo, quase 40% do time são mulheres. Isso faz com que precisemos conversar constantemente com o time masculino, para que o nosso viés sempre esteja mudando e não tenhamos aquele olhar masculinista tão arraigado. 
Acredito fortemente na ideia da mentoria que cria questionamento e tira o sujeito da zona de conforto. Se o líder é homem, escolhe uma mentora, mulher, para dar um choque de realidade, sempre que necessário. Só assim, ele conseguirá evoluir, evitando comportamentos machistas, por exemplo.  
Tomada de consciência na liderança
Essa tomada de consciência torna mais possível a construção de um ambiente acolhedor, menos tóxico e mais estimulante, que gere sentimento de pertencimento.
Se a liderança conseguir fazer as pessoas se sentirem seguras e confortáveis para falar e tomar iniciativas, pode se olhar no espelho e reconhecer um trabalho de valor.  
O grande desafio será construir uma cultura em que as pessoas trabalhem não apenas pelo salário, mas também para evoluir e sair dali melhores do que entraram. E que a empresa beba da fonte de cada colaborador, de modo que o negócio não fique parado no tempo e evolua a partir das pessoas que lá estão. 
Daí a importância de praticar o desapego ao passado, que impede de trabalhar no presente para construir o futuro. Deixar o olhar diferente se somar ao seu para criar um novo olhar, mais completo e empático, sobre os problemas. É do que o mundo sobrevivente da pandemia mais precisa.