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ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS | 195
 4. Nesta questão o professor tem a oportunidade de 
problematizar o uso contemporâneo das redes so-
ciais digitais para as manifestações e organização 
política.
Nosso percurso até aqui (p. 39)
Este é o momento final do projeto, logo após a apre-
sentação dos resultados e a divulgação do material com-
pilado com as fontes de informação que os colegas uti-
lizam com mais frequência. Os professores envolvidos 
no projeto podem organizar, a partir desses resultados, 
sessões de debates periódicos utilizando as fontes elen-
cadas, estimulando sua leitura e sugerindo a preparação 
de press releases preparados pelos próprios estudantes 
para divulgação semanal ou quinzenal aos colegas da sa-
la. A autoavaliação permanente dessas atividades é es-
sencial para que o trabalho dos estudantes permaneça 
em aprimoramento. Os colegas responsáveis pela prepa-
ração de press releases em cada semana ou quinzena po-
dem solicitar a opinião dos outros estudantes ao final de 
cada apresentação.
Referências bibliográficas
CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: o longo caminho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011. 
Neste importante livro sobre o tema da construção da cidadania no país, o autor trata de seu desenvolvimento no Brasil desde a in-
dependência até o período conhecido como “redemocratização”.
SKINNER, Quentin. As fundações do pensamento político moderno. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. 
Livro bastante influente nos estudos contemporâneos sobre o poder político. O autor faz uma contextualização histórica da elabora-
ção dos conceitos políticos considerados fundacionais, no período desde o fim da Idade Média até a Reforma Protestante. 
HOBSBAWM, Eric. Era dos Extremos (o breve século XX: 1914-1991). São Paulo: Companhia das Letras, 1995. 
Livro já tornado clássico no âmbito da historiografia crítica, trata com perspectiva aprofundada períodos definidores do século XX. 
Divide o século XX em três eras: “Catástrofe” (as duas grandes guerras), “Ouro” (estabilização do capitalismo americano e Europa oci-
dental) e “Desmoronamento” (crises capitalistas e fim do “socialismo real”). 
MONIZ BANDEIRA, Luiz Alberto. Formação do Império Americano. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006. 
Livro que oferece um panorama sobre a ascensão dos Estados Unidos à condição de única superpotência mundial e os mecanismos 
de exercício de sua hegemonia, mobilizando para isso importante discussão sobre o conceito de imperialismo.
Capítulo 2
Por que algumas 
pessoas são vistas como 
mercadorias? (p. 40)
Competências, habilidades e TCTs da BNCC
Competências gerais da Educação Básica: 1, 2, 3, 4, 6, 7, 8 e 9
Competências específicas de CHS: 1, 3, 5 e 6
Habilidades de CHS: EM13CHS102, EM13CHS302, 
EM13CHS304, EM13CHS306, EM13CHS502, 
EM13CHS503, EM13CHS601 e EM13CHS603 
EM13CHS605
Competências específicas de outras áreas: 
CNT: 2 e 3
Habilidades de outras áreas: 
CNT: EM13CNT203, EM13CNT206, EM13CNT302, 
EM13CNT305, EM13CNT309
TCTs: • educação das relações étnico-raciais e ensino de 
história e cultura afro-brasileira, africana e indígena
 • educação em direitos humanos
Este capítulo é dedicado aos estudos sobre a escravi-
dão moderna e sua ocorrência no Brasil e nas Américas, 
por meio tanto do uso da mão de obra escravizada indí-
gena como africana. Que heranças o regime de escravi-
dão deixou para a sociedade contemporânea? De que 
forma os descendentes desses povos escravizados se mo-
bilizam, atualmente, para reverter as desigualdades pro-
duzidas pelo nosso passado colonial escravista? Como a 
sociedade americana pode agir para superar a presença 
das desigualdades sociais, dos impactos ambientais e do 
racismo em nosso presente?
Buscando refletir sobre essas questões, este capítulo 
apresenta a escravidão no Brasil e em outras regiões da 
América, além das formas de resistência dos povos indí-
genas e das populações negras à repressão ao longo da 
história. Esse enfoque busca atender aos objetivos de de-
senvolver uma série de habilidades que visam à com-
preensão e à promoção da diversidade étnica e cultural 
da sociedade e das nações americanas (EM13CHS302 e 
EM13CHS502, EM13CHS601 e EM13CHS603).
O capítulo também pretende fomentar ações de com-
bate ao racismo e as desigualdades sociais que acometem, 
particularmente, as populações negras e indígenas no 
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presente. Essas ações são vistas como formas de garantir 
o respeito e a defesa da democracia e dos direitos huma-
nos em nossa sociedade. Nesse sentido, espera-se atender 
às habil idades EM13CHS102 , EM13CHS503 , 
EM13CHS601 e EM13CHS605, mais voltadas para a pro-
moção de uma postura ativa dos jovens no ambiente es-
colar e fora dele frente aos assuntos aqui estudados.
 � Temas Contemporâneos 
Transversais
Neste capítulo, estão presentes, de forma mais dire-
ta, dois Temas Contemporâneos Transversais (TCTs): 
educação para a valorização do multiculturalismo 
nas matrizes históricas e culturais e educação em 
direitos humanos. Ao tratar da escravidão moderna e 
sua presença no Brasil e na América, o capítulo estabe-
lece uma relação direta entre passado e presente, res-
saltando desigualdades sociais que provêm da explora-
ção do trabalho forçado de parcela da população do 
período da colonização até o século XIX. Optou-se, po-
rém, por enfatizar não apenas as injustiças históricas que 
acometem negros e indígenas, mas, sobretudo, sua atua-
ção como protagonistas das lutas sociais que procuram 
dissolvê-las.
No que se refere à educação para a valorização 
do multiculturalismo nas matrizes históricas e cul-
turais, além do reconhecimento da diversidade cultu-
ral de nossa sociedade já presente na Constituição de 
1988, o capítulo responde aos anseios pedagógicos pre-
sentes nas Leis Federais no 10.639 (2003), que definiu a 
obrigatoriedade do ensino da história e da cultura afro-
-brasileira, e no 11.945 (2008), que atualizou a lei ante-
rior e incluiu a história indígena como um dos compo-
nentes curriculares obrigatórios. Entende-se que essas 
legislações procuram colocar em evidência a importân-
cia e o protagonismo dos diferentes grupos étnicos so-
ciais para a consolidação do Estado brasileiro, enten-
dendo-o como uma instância de Nação multicultural. 
O mesmo pode ser dito em relação aos demais países 
da América, incluindo os Estados Unidos, que passa-
ram por processos históricos semelhantes em relação 
ao tratamento dado pelo Estado às populações autóc-
tones e aos africanos trazidos para o continente como 
escravos.
Por fim, ao enfatizar o protagonismo dessas popula-
ções na formação da Nação e na luta pelos seus direitos, 
o capítulo dialoga diretamente com o tema da educação 
em direitos humanos, que pode ser fomentada por uma 
compreensão da formação histórica da sociedade brasi-
leira e pelo reconhecimento do potencial dessas popu-
lações como agentes transformadores.
 � Abertura do capítulo e Cenário
Escravidão, racismo, 
antirracismo
As duas páginas de abertura de capítulo trazem 
imagens que permitem estabelecer os vínculos entre 
passado e presente que serão trabalhados ao longo do 
capítulo. O trabalho pode ser iniciado propondo ques-
tões orais sobre as quatro imagens: quando cada uma 
delas foi produzida? Qual é a sua natureza (pinturas e 
fotografias)? A quais acontecimentos históricos elas se 
referem? Quem são os protagonistas de cada um des-
ses eventos nelas representados? No caso das duas ima-
gens do século XIX, é importante perceber que, enquan-
to uma mostra as injustiças cometidas contra a 
população escravizada trazida para a América (gravura 
de Rugendas), a outra propõe uma representação mais 
ativa frente a esses atores ao mostrar uma revolta negra 
contra a escravidão (pintura de Suchodolski). Nas fo-
tografias contemporâneas, vemos umato organizado 
do movimento indígena e uma revolta popular contra 
a estátua de um mercador de escravos, levada a cabo 
por pessoas de variados fenótipos. A partir delas, os es-
tudantes podem reconhecer formas diferentes de pro-
testar, no presente, contra o legado da exploração e da 
escravidão deixado pelo período colonial. Também é 
possível chamar atenção para o fato de que estão re-
tratados diferentes territórios (Brasil, Inglaterra, Haiti), 
o que mostra como o fenômeno da escravidão teve um 
impacto global.
Essa reflexão, fomentada pela indagação acerca das 
imagens, pode ser aprofundada na seção Cenário, onde 
são propostas questões a serem aplicadas oralmente e 
que visam a mobilizar conhecimentos prévios dos estu-
dantes sobre a escravidão e suas consequências nos dias 
de hoje. Após a leitura em sala de aula do texto de intro-
dução, as quatro perguntas pretendem discutir o que eles 
sabem sobre racismo e como o vivenciam em seu dia a 
dia. É importante destacar que, mesmo que os estudan-
tes não tragam casos de racismo ocorridos com eles ou 
com seus próximos, essa prática é prejudicial para a so-
ciedade e, por isso, deve ser rechaçada por todos, inde-
pendentemente da origem étnica. Em relação à última 
questão, monte um quadro elencando as sugestões tra-
zidas pela classe para o combate ao racismo em nosso 
cotidiano. É possível retomar essas anotações após o es-
tudo do capítulo e perguntar se novas ideias surgiram 
para completá-lo.
Nesta atividade, é possível que apareçam questiona-
mentos sobre a legitimidade ou não de cada estudante 
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