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88 O texto acima se refere à guerra e ao ritual antropofá- gico realizados pelos índios Tupinambá. Sobre isso, está CORRETO afirmar: a) Eram mecanismos políticos de acomodação, capazes de articular povos de diferentes línguas e culturas em um mesmo sistema de interdependência regional. b) Eram praticados por aldeias aliadas, que formavam con- juntos multicomunitários e étnicos, com o objetivo de refor- çar os laços de consanguinidade entre os aliados. c) Eram dispositivos cruciais na organização das comunida- des Tupinambá, ocupando uma posição simbólica que, em outros sistemas, caberia à circulação de bens de prestígio. d) Eram formas de subjugar, escravizar e extrair tributos por uma elite indígena que se encontrava, às vésperas do con- tato com os europeus, cada vez mais poderosa. e) Eram os meios que os Tupinambá, que eram canibais, encontraram para comercializar escravos e alimentar as co- munidades indígenas, cuja escala populacional era superior a 10 mil pessoas. 334. (UEPA/2015) Eu acredito que é no contexto dessa guerra crônica que nós devemos examinar o fenômeno peculiar da mandioca brava, o único alimento básico do mundo que é venenoso. Sugiro que a adoção dessa planta representou uma estratégia de defesa específica para uma situação de guerra constante do tipo “guerra de saque”. (BECKERMAN, Stephen. A Amazônia estava repleta de gente em 1492? Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi. Coleção Emilie Snethlage, 1991, p. 149) A incorporação de certos alimentos pelos grupos indí- genas americanos, como o citado no Texto IV, repre- sentou uma forma de proteção desses grupos porque o: a) processo requerido para se tornar comestível é demo- rado, assegurando que os inimigos de um grupo tenham di- ficuldade em se prover dos campos de sua vítima. b) trabalho exigido para a colheita do produto permite a mo- bilidade dos inimigos, possibilitando combates intensos fa- vorecendo a defesa. c) consumo desse alimento pelos inimigos é determinante, promovendo a morte de parte deles com a ingestão do pro- duto. d) esforço realizado para a extração da planta desgasta os invasores, garantindo resultado favorável aos invadidos. e) caminho percorrido para atravessar os campos é longo, permitindo a organização eficiente dos defensores. 335. (UNITAU SP/2015) Nós vimos chegar os pretos, os brancos, os árabes, os italia- nos, os japoneses. Nós vimos chegar todos esses povos e todas essas culturas. Somos testemunhas da chegada dos outros aqui, os que vêm com antiguidade, e mesmo os cientistas e os pesquisadores brancos admitem que sejam seis mil, oito mil anos. Nós não podemos ficar olhando essa his- tória do contato como se fosse um evento português. O encontro com as nossas culturas, ele transcende a essa cronologia do descobrimento da América, ou das circunavegações, é muito mais antigo. Reconhecer isso nos enriquece muito mais e nos dá a oportunidade de ir afinando, apurando o reconhecimento entre essas dife- rentes culturas e “formas de ver e estar no mundo” que deram fundação a esta nação brasileira, que não pode ser um acompanhamento, deve ser uma nação brasi- leira que reconhece a diversidade cultural, que reco- nhece 206 línguas que ainda são faladas aqui, além do português. [...] O encontro e o contato entre as nossas culturas e os nossos povos, ele nem começou ainda e às vezes parece que ele já terminou. KRENAK, Ailton. O eterno retorno do encontro. Disponível em . Acesso em: 08/mai./2015. De acordo com o texto e com seus conhecimentos so- bre o contato entre as etnias indígenas brasileiras e os europeus, é CORRETO afirmar: a) O contato entre brancos e indígenas começou na Anti- guidade, quando houve efetivamente a maior aproximação entre essas culturas. b) Devido ao fato de terem visões distintas, cada um dos lados – brancos e indígenas – compreende o contato de uma forma diferente. c) Os encontros entre diferentes povos e culturas no Brasil ocorreram anteriormente à chegada dos portugueses, em 1500, e continuaram ocorrendo até os dias atuais. d) O período imigratório do século XIX ampliou significativa- mente o contato entre europeus e índios no Brasil e, por- tanto, pode ser considerado o principal marco desse pro- cesso. e) O contato entre essas culturas foi constituído de modo tolerante e pacífico. 336. (UNICAMP/2020) Na América Portuguesa do século XVI, a política europeia para os indígenas pressupunha também a existência de uma política indígena frente aos europeus, já que os Tamoios e os Tupiniquins ti- nham seus próprios motivos para se aliarem aos fran- ceses ou aos portugueses. (Adaptado de Manuela Carneiro da Cunha, Introdução a uma história indígena. São Paulo: Companhia das Letras/Fapesp, 1992, p. 18.) Com base no excerto e nos seus conhecimentos sobre os primeiros contatos entre europeus e indígenas no Brasil, assinale a alternativa correta. a) A população ameríndia era heterogênea e os conflitos entre diferentes grupos étnicos ajudaram a definir, de acordo com suas próprias lógicas e interesses, a dinâmica dos seus contatos com os europeus. b) O fato de Tamoios e Tupiniquins serem grupos aliados contribuiu para neutralizar as disputas entre franceses e portugueses pelo controle do Brasil, pelo papel mediador que os nativos exerciam. c) Os indígenas, agentes de sua história, desde cedo sou- beram explorar as rivalidades entre os europeus e mantê- los afastados dos seus conflitos interétnicos, anulando o im- pacto da presença portuguesa. d) As etnias indígenas viviam em harmonia umas com as outras e em equilíbrio com a natureza. Esse quadro foi al- terado com a chegada dos europeus, que passaram a in- centivar os conflitos interétnicos para estabelecer o domínio colonial.