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UMA VISÃO GERAL DA NEUROANATOMIA E FISIOLOGIA 1. Funções do Sistema Nervoso O sistema nervoso é responsável por controlar, coordenar e integrar todas as f u n ç õ e s d o o r g a n i s m o , d e s d e o processamento sensorial e motor até a regulação autônoma de órgãos internos. Atua na interpretação de estímulos do meio interno e externo e na execução de respostas apropriadas, garantindo a homeostase e a sobrevivência do organismo. • Trabalha de forma integrada com o sistema endócrino, regulando respostas rápidas (nervoso) e prolongadas (endócrino). • Permite adaptação comportamental, reflexos, emoções e funções cognitivas s u p e r i o r e s (memór ia , aprendizado , linguagem). 2. Células do Tecido Nervoso 2.1. Neurônios Os neurônios são as células fundamentais do sistema nervoso, altamente especializadas para receber, processar e transmitir impulsos nervosos. • O c é r e b r o h u m a n o p o s s u i aproximadamente 86 bilhões de neurônios. • Propriedades dos neurônios: ◦ E x c i t a b i l i d a d e / I r r i t a b i l i d a d e : capacidade de responder a estímulos e gerar potenciais de ação. ◦ Condutibilidade: condução do impulso ao longo da membrana. ◦ C r i n o s i d a d e : l i b e r a ç ã o d e neurotransmissores. ◦ Plasticidade: capacidade de modificar conexões e adaptar-se (base do aprendizado e memória). 2.2. Células da Glia (Neuróglia) Células de suporte que compõem cerca de 40% do tecido nervoso. • A s t r ó c i t o s : sustentação, nutr ição e participação na barreira hematoencefálica. • Oligodendrócitos: produção de mielina no SNC. • Células de Schwann: produção de mielina no SNP. • Micróglia: defesa imunológica (fagocitose). • Células ependimárias: revestem ventrículos e produzem o líquor. 3. Estrutura do Neurônio • Corpo celular (Pericário): contém núcleo e organelas ; centro metaból ico e de processamento do estímulo. • Dendritos: curtos e ramificados, recebem estímulos de outros neurônios ou do ambiente. • Axônio: único, longo, originado do cone de implantação; conduz o impulso até a terminação. • Terminações axônicas: responsáveis pela liberação dos neurotransmissores. • Fibra nervosa: conjunto do axônio + bainha de mielina (quando presente). Destaque funcional: • Dendritos = RECEPTORES do estímulo • Corpo celular = PROCESSA a informação • Axônio = CONDUZ o potencial de ação • Terminação axonal = TRANSMITE à célula seguinte 4. Tipos de Neurônios C l a s s i f i c a ç ã o c o n f o r m e n ú m e r o d e prolongamentos (neuritos): • Unipolar: um prolongamento (insetos, não comuns em humanos). • Bipolar: um axônio e um dendrito (ex: retina, mucosa olfatória). • Pseudounipolar: prolongamento único que se divide em periférico (receptor) e central (entra no SNC); típico de gânglios sensitivos da medula. • Multipolar: vários dendritos e um axônio; tipo mais abundante, inclui neurônios motores e interneurônios (ex: célula de Purkinje no cerebelo). • Anaxônico: sem axônio identif icável, presente em interneurônios do SNC. Nota evolutiva: • Interneurônios predominam nos cérebros mais evoluídos e permitem funções integrativas e cognitivas complexas. 5. Sinapses Máyra Dias T38 5.1. Definição Sinapse é o local de comunicação funcional entre neurônios ou entre neurônio e célula efetora (músculo ou glândula). 5.2. Tipos de Sinapses • Química: predominante em humanos. Ocorre a liberação de neurotransmissores por vesículas do terminal pré-sináptico na fenda sináptica, que se ligam a receptores pós-sinápticos. Transmissão unidirecional e com atraso sináptico (milissegundos). • Elétrica: contato físico entre membranas por junções comunicantes (gap junctions); transmissão quase instantânea, podendo ser bidirecional. Importante em músculo cardíaco e liso. 5.3. Componentes da Sinapse • Elemento pré-sináptico: usualmente o a x ô n i o , o n d e e s t ã o v e s í c u l a s c o m neurotransmissores. • Fenda sináptica: espaço extracelular entre as células. • Elemento pós-sináptico: membrana de outro neurônio , cé lu la muscular ou glandular. 5.4. Tipos Anatômicos de Sinapse • Axo-dendrítica: axônio → dendrito (mais comum) • Axo-somática: axônio → corpo celular (soma) • Axo-axônica: axônio → axônio (modula intensidade do sinal) 6. Neurotransmissores Neurotransmissores são substâncias químicas que transmitem sinais entre os neurônios. Principais exemplos: • Acetilcolina: sinapses neuromusculares, SNC e SNP. • Dopamina: regulação motora, recompensa, controle emocional. • N o r a d r e n a l i n a / A d r e n a l i n a : resposta autonômica (luta/fuga), alerta. • Serotonina: humor, sono, apetite. • GABA: principal inibitório do SNC. • Glutamato: principal excitatório do SNC. • Endorfina, encefalina: modulação da dor. • Oxitocina: comportamento social, parto. D i s f u n ç õ e s n o s s i s t e m a s d e neurotransmissores estão envolvidas em doenças como depressão, esquizofrenia, Parkinson, Alzheimer e transtornos de ansiedade. 7. Bainha de Mielina • Função: isolamento elétrico dos axônios, permitindo condução saltatória do impulso e aumento da velocidade (até 120 m/s). • SNC: mielina formada por oligodendrócitos. • SNP: mielina formada por células de Schwann. • Nódulos de Ranvier: interrupções na mielina, onde ocorre a despolarização. Patologias associadas: • Esclerose múltipla (desmielinização no SNC) → lentificação dos impulsos e déficits neurológicos progressivos. • Síndrome de Guillain-Barré (SNP). 8. Substância Cinzenta e Substância Branca • Substância cinzenta: rica em corpos neuronais, localização cortical (córtex cerebral/cerebelar) e em núcleos profundos do SNC. ◦ Função: processamento, integração e origem dos impulsos. • Substância branca: predominância de axônios mielinizados e células da glia. ◦ Função: transmissão rápida de impulsos entre diferentes áreas do SNC e entre SNC e periferia. Organização: • Córtex: camada superficial de substância cinzenta (no cérebro/cerebelo). • Núcleos: aglomerados de corpos celulares profundos (ex: núcleos da base, núcleos dos pares cranianos). • Substância branca: fibras organizadas em três grandes tipos: ◦ Fibras comissurais: cruzam a linha mediana (ex: corpo caloso) ◦ Fibras de associação: conectam áreas do mesmo hemisfério ◦ Fibras de projeção: conectam o córtex com estruturas subjacentes (tronco encefálico, medula) Destaque clínico: • Agenesia do corpo caloso: ausência congênita dessa estrutura → prejuízo na Máyra Dias T38 comunicação entre hemisférios, alterações cognitivas e comportamentais. 9. Divisão do Sistema Nervoso 9.1. Anatômica • Sistema Nervoso Central (SNC): encéfalo (cérebro, cerebelo, tronco encefálico) e medula espinal. • Sistema Nervoso Periférico (SNP): nervos cranianos e espinais, gânglios, terminações nervosas. 9.2. Funcional • V i a s a f e r e n t e s ( s e n s i t i v a s ) : levam estímulos da periferia ao SNC. • Vias eferentes (motoras): transmitem comandos do SNC para efetores (músculos e glândulas). • Interneurônios: conexões integrativas internas ao SNC. 10. Nervos, Gânglios e Terminações 10.1. Nervos • Definição: cordões de fibras nervosas (axônios) revestidos por tecidos conjuntivos (endoneuro, perineuro, epineuro). • Classificação: ◦ Por localização: cranianos (12 pares), espinais (31 pares). ◦ Por função: sensitivos, motores, mistos. • Exemplo clínico: o nervo radial possui fibras motoras e sensitivas. 10.2. Gânglios • Gânglio: acúmulo de corpos celulares de neurônios fora do SNC. • Tipos: ◦ Sensitivos (ex: gânglio dorsal da m e d u l a ) : c o r p o s d e n e u r ô n i o s pseudounipolares. ◦ A u t o n ô m i c o s ( s i m p á t i c o s / p a r a s s i m p á t i c o s ) : envolvem vias viscerais. 10.3. Terminações Nervosas • Motoras: estimulam músculos esqueléticos, cardíacos ou lisos. • Sensoriais: recebemestímulos periféricos (pele, articulações, órgãos). 11. Receptores Sensoriais e Transdução • Mecanorreceptores: pressão, vibração, tato, cócegas. • Termorreceptores: calor e frio. • Nociceptores: dor (protegem o organismo de lesões). • Eletromagnéticos: luz (retina). • Quimiorreceptores: paladar, olfato, níveis de O₂/CO₂, osmolaridade. Transdução: Processo pelo qual o receptor converte um estímulo físico ou químico em potencial de ação elétrico, propagado pelo neurônio. 12. Classificação Funcional dos Neurônios • A f e r e n t e s ( s e n s i t i v o s ) : c o n d u z e m informações dos receptores periféricos ao SNC. • Eferentes (motores): transmitem comandos do SNC para músculos ou glândulas. • Interneurônios (associação): conectam neurônios aferentes e eferentes dentro do SNC; predominam nas regiões corticais e subcorticais do encéfalo. 13. Organização Funcional – Arcos Reflexos Arco Reflexo Simples • Elementos: 1. Receptor sensorial 2. Neurônio aferente 3. Neurônio eferente 4. Efetor (músculo/glandula) • Exemplo: reflexo patelar (martelo no joelho). Arco Reflexo Intersegmentar • Inclui interneurônios, permitindo respostas mais complexas (ex: reflexo de coçar no cão). • Integra diferentes segmentos da medula. 14. Evolução do Sistema Nervoso (Filogênese) • A p a r e c i m e n t o p r o g r e s s i v o d e especialização celular: células inicialmente com funções genéricas (como nas amebas) evoluíram para neurônios com funções específicas. • Centralização e encefalização: aumento do n ú m e r o e d a c o m p l e x i d a d e d o s interneurônios, especialmente nas regiões anteriores (encéfalo). • Organização hierárquica: do sistema nervoso difuso (cnidários) à centralização Máyra Dias T38 segmentar (anelídeos) até o sistema nervoso central dos vertebrados. CLINICA 1. Lesões dos Neurônios – Afasias, Déficits Motores e Áreas Corticais • Afasia de Broca (motora): ◦ Lesão focal na área de Broca (giro frontal infer ior do hemisfér io dominante, geralmente o esquerdo), fundamental para a produção da fala. ◦ O paciente compreende o que ouve, mas apresenta dificuldade ou incapacidade de articular palavras (fala não fluente, esforço para falar). ◦ Associada tipicamente a acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico em território da artéria cerebral média. ◦ E s s e q u a d r o e v i d e n c i a a t e o r i a localizacionista, mostrando que funções específicas da linguagem dependem de áreas bem definidas do córtex. ◦ Exemplo clínico: paciente pós-AVC consegue compreender ordens e comandos simples, mas responde com p o u c a s p a l a v r a s e a r t i c u l a ç ã o prejudicada. • Afasia de Wernicke (sensorial): ◦ Lesão na área de Wernicke (giro t e m p o r a l s u p e r i o r d o h e m i s f é r i o d o m i n a n t e ) , r e s p o n s á v e l p e l a compreensão da linguagem. ◦ O paciente fala fluentemente, porém sem sentido, com palavras trocadas ou i n v e n t a d a s , e n ã o c o m p r e e n d e adequadamente o que lhe é dito. ◦ Esse tipo de lesão evidencia que a compreensão e produção da linguagem são funções distribuídas em diferentes áreas corticais, exigindo integridade de múltiplos circuitos. • L e s ã o d o s n e u r ô n i o s m o t o r e s (motoneurônio superior e inferior): ◦ Motoneurônio superior: lesões geram paralisia espástica, hiperreflexia, clônus e sinal de Babinski positivo (ex: AVC, esclerose lateral amiotrófica). ◦ Motoneurônio inferior: lesões causam paralisia flácida, atrofia muscular, fasciculações e arreflexia (ex: poliomielite, lesão de raiz nervosa). ◦ Dano no córtex motor primário: pode provocar hemiplegia contralateral, dependendo do local da lesão. 2. Doenças Desmielinizantes – Esclerose Múltipla e Síndrome de Guillain-Barré • Esclerose Múltipla (EM): ◦ Doença inflamatória autoimune crônica do Sistema Nervoso Central (SNC), marcada pela destruição da bainha de mielina (produzida por oligodendrócitos). ◦ Sintomas clínicos: surto de déficits motores, sensoriais, visuais (neurite óptica), diplopia, ataxia, fadiga e alterações esfincterianas. ◦ Ocorre lentificação acentuada da condução dos impulsos, podendo levar a sintomas flutuantes. ◦ Diagnóstico: lesões desmielinizantes disseminadas no tempo e espaço, e v i d e n c i a d a s p o r r e s s o n â n c i a magnét ica ; presença de bandas oligoclonais no líquor. ◦ Importância clínica: a desmielinização interrompe a condução saltatória, reduzindo drasticamente a velocidade de propagação do potencial de ação (ex: de 400 km/h para 4 km/h). • Síndrome de Guillain-Barré (SGB): ◦ P o l i r r a d i c u l o n e u r o p a t i a a g u d a , imunomediada , gera lmente pós- infecciosa. ◦ Afeta a mielina do Sistema Nervoso Periférico (células de Schwann). ◦ M a n i f e s t a ç õ e s c l í n i c a s : f raqueza m u s c u l a r a s c e n d e n t e , a r r e f l e x i a , parestesias, r isco de insuficiência respiratória (paralisia de músculos respiratórios). ◦ Exemplo clássico de doença onde a velocidade de condução nervosa está drasticamente diminuída. ◦ D i a g n ó s t i c o : h i s t ó r i a c l í n i c a , e l e t r o n e u r o m i o g r a f i a m o s t r a n d o desmielinização, análise do líquor com dissociação albuminocitológica. 3. Bloqueio Neuromuscular e Miastenia Gravis • Placa motora e ação dos curares: Máyra Dias T38 ◦ A junção neuromuscular (placa motora) é o l o c a l d e a ç ã o d e f á r m a c o s b l o q u e a d o r e s n e u r o m u s c u l a r e s (curares), usados em anestesia e terapia intensiva. ◦ Mecanismo: bloqueiam os receptores de acetilcolina na membrana pós-sináptica da fibra muscular, impedindo o potencial de ação muscular e provocando relaxamento muscular total. ◦ Implicação clínica: ventilação mecânica segura, procedimentos cirúrgicos sem movimento muscular. • Miastenia Gravis: ◦ Doença autoimune que resulta em a n t i c o r p o s c o n t r a o s r e c e p t o r e s nicotínicos de acetilcolina na junção neuromuscular. ◦ Sintomas principais: fraqueza muscular progressiva, piora ao longo do dia, ptose palpebral, diplopia, dificuldade para mastigar e engolir. ◦ Diagnóstico: teste do edrofônio, pesquisa de anticorpos anti-receptor de ACh, eletroneuromiografia (decremento). ◦ T r a t a m e n t o : i n i b i d o r e s d a acetilcolinesterase, imunossupressores, plasmaférese. ◦ I m p o r t â n c i a c l í n i c a : d e s t a c a a especificidade do neurotransmissor e receptor na fisiologia e patologia da sinapse. 4. Neuropatias Periféricas – Diabetes Mellitus e Hanseníase • Neuropatia diabética: ◦ D e c o r r e n t e d e l e s ã o d o s n e r v o s periféricos devido à hiperglicemia crônica. ◦ C o m p r o m e t e f i b r a s s e n s o r i a i s , p r i n c i p a l m e n t e n o c i c e p t o r e s e mecanorreceptores. ◦ Manifestações: perda de sensibilidade protetora nos pés, úlceras indolores, i n f e c ç õ e s r e c o r r e n t e s , r i s c o d e amputação. ◦ Conceito-chave: a ausência de dor i m p e d e a p r o t e ç ã o d o c o r p o , aumentando risco de lesões graves. • Neuropatia hansênica: ◦ Decorre do dano à bainha de mielina e ao axônio causado pelo Mycobacterium leprae. ◦ Perda de sensibilidade térmica, dolorosa e tátil (primeiro sintoma), seguida de fraqueza muscular e deformidades. ◦ Exemplo de neuropatia focal, com predileção por nervos superficiais e áreas frias do corpo. ◦ Relevância clínica: diagnóstico precoce e abordagem multidisciplinar evitam incapacidades. 5 . R e f l e x o s M e d u l a r e s – D i a g n ó s t i c o Neurológico • Reflexo patelar abolido (arco reflexo comprometido): ◦ Indica lesão no arco reflexo do nível L2– L4: radiculopatia, neuropatia periférica, polineuropatias (ex: diabetes, álcool). ◦ Quadro clínico: perda ou diminuição dos reflexos profundos, fraqueza e atrofia muscular. ◦ Reflexo de importânciano exame físico neurológico para localizar lesão. • Reflexo patelar exacerbado: ◦ Lesão do trato corticoespinal (síndrome do motoneurônio superior): ▪ Hiperreflexia, clônus, espasticidade, Babinski positivo. ▪ Encontrado em AVC, traumatismo raquimedular, ELA. ◦ Importância clínica: distingue lesões centrais de periféricas, direcionando investigação etiológica. 6. Agenesia do Corpo Caloso e Disfunção Inter-hemisférica • Agenesia do corpo caloso: ◦ Má-formação congênita caracterizada pela ausência total ou parcial do corpo caloso (principal estrutura comissural). ◦ Manifestações clínicas: ▪ Atraso no desenvolvimento motor e cognitivo ▪ D i f i c u l d a d e s d e c o o r d e n a ç ã o , equi l íbr io e habi l idades v isuo- espaciais ▪ Transtornos de atenção, epilepsia ▪ Dificuldades sociais e de interação Máyra Dias T38 ▪ Possível associação com outras malformações do SNC ◦ D i a g n ó s t i c o : i m a g e m ( T C / R M ) , f r e q u e n t e m e n t e d e t e c t a d a e m i n v e s t i g a ç ã o d e a t r a s o n o desenvolvimento. 7. Gliomas e Glioblastomas – Tumores do SNC • Gliomas: ◦ Tumores originados das células da glia ( a s t r ó c i t o s , o l i g o d e n d r ó c i t o s , ependimárias). ◦ Benignos ou malignos; mesmo benignos podem ser letais devido à localização e compressão de áreas vitais. • Glioblastoma multiforme: ◦ Tumor cerebral mais agressivo, rápido crescimento, infiltrativo. ◦ Sintomas: cefaleia, crises convulsivas, déficits motores/sensoriais, alterações cognitivas. ◦ Importância clínica: localização do tumor pode determinar o tipo de sintoma predominante. ◦ Prognóstico reservado, sobrevida média