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TEMA 1 – TUTELA PROCESSUAL GERAL DOS CONTRATOS IMOBILIÁRIOS 
AULA 1 
- É fundamental identificar a relação jurídica material decorrente do contrato imobiliário, 
as nuances dessa relação base, bem como o ponto controvertido (ponto de litígio) que vai 
justificar uma tutela processual. 
Exemplo (Registro de Promessa de Compra e Venda na matrícula): 
- O art. 1417, CC permite que o contrato imobiliário seja tratado como um direito real de 
aquisição. 
Dica: incluir no contrato cláusula de irretratabilidade. 
- Não se aplica o art. 1417, CC quando for pactuada cláusula de arrependimento. 
- Se uma promessa de compre e venda sem cláusula de arrependimento e com cláusula 
de irretratabilidade for registrada no Cartório de Registro de Imóveis, além do contrato, há 
um direito real de aquisição. 
- Enunciado 253 CJF. O promitente comprador, titular de direito real (art. 1.417), tem a 
faculdade de reivindicar de terceiro o imóvel prometido a venda. 
- Enunciado 95 CJF. O direito à adjudicação compulsória (art. 1.418 do novo Código Civil), 
quando exercido em face do promitente vendedor, não se condiciona ao registro da 
promessa de compra e venda no cartório de registro imobiliário (Súmula n. 239 do STJ). 
 
AULA 2 
Contratos Imobiliários 
- A tutela jurisdicional dos contratos imobiliários está ligada com o direito material. 
- Contratos de Locação, Usufruto ou Superfície têm direitos materiais diferentes. Logo, 
tutela jurisdicional diversa uma da outra. 
- Um contrato de locação é um negócio jurídico típico, inclusive tratado por legislação 
extravagante que traz especificidades e precisa de determinado tipo de tutela jurisdicional. 
Por exemplo: a tutela jurisdicional para retirar um inquilino do imóvel, pela legislação 
específica, é mediante a propositura da ação de despejo. 
- De forma específica, remete a uma ação de despejo, ou seja, existe uma tutela específica 
para o contrato imobiliário de locação. Outro contrato imobiliário que possui uma 
especialidade relacionada com a tutela jurisdicional é o contrato de superfície ou de 
usufruto. 
- Mesmo em situações claras de contratos imobiliários de locação, superfície ou usufruto, 
se o proprietário passa a turbar a posse do locatário, do superficiário ou do usufrutuário, 
haverá a possibilidade de ajuizamento de uma ação possessória contra a sua pessoa, 
conforme disposição do Art. 1.197 do Código Civil. 
 
AULA 3 
- Bem imóvel (art. 79, CC): segundo código civil, são bens imóveis o solo e tudo o que se 
lhe incorporar natural ou artificialmente. 
- Art. 80, CC - Consideram-se imóveis: i.) direitos reais sobre imóveis e as ações que os 
asseguram; ii.) o direito à sucessão aberta. 
- As questões relacionadas aos direitos imobiliários geralmente giram em torno dos direitos 
reais. Contudo, há situações que envolvem obrigações, como o comodato. 
- Para efeito das ações imobiliárias, considera-se imóveis todos os dispositivos previstos 
nos incisos I e II do Art. 80 da norma supracitada, ou seja, o que envolver direitos reais sobre 
imóveis ou até mesmo sobre coisas alheias que trabalham com imóveis (usufruto), são 
tratados genericamente como imóveis, recaindo a tutela jurisdicional protetiva. 
- Contratos imobiliários podem pactuar negócios processuais, vide art. 58 da Lei de 
Locações. Ex.: Local de citação, foro, etc. 
- Com relação ao contrato de locação, o locatário tem o direito de uma tutela processual 
específica para garantir o direito à renovação do contrato, ao passo que no direito de 
superfície, por exemplo, inexiste qualquer tipo de ação nesse sentido. 
 
AULA 4 
Art. 73, CPC 
Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse 
sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação 
absoluta de bens. 
§ 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação: 
I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de 
separação absoluta de bens; 
II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por 
eles; 
III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família; 
IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre 
imóvel de um ou de ambos os cônjuges. 
§ 2º Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é 
indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado. 
§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos. 
- Envolve a questão da citação obrigatória do cônjuge. 
- O artigo é aplicável à União Estável. 
- As ações de contrato imobiliário são relevantes quanto a esse ponto. 
- Questões que envolvem direito real exigem consentimento do cônjuge, salvo no regime 
de separação absoluta de bens. 
- Cônjuge que não consegue consentimento do outro pode buscar a prestação jurisdicional 
para suprir essa falta. 
- Art. 1314, CC permite que o condômino possa entrar com ação independente da 
autorização prévia dos demais. Contudo, é relevante que os demais sejam convocados 
para integral a lide. 
 
TEMA 2 – Ações Locatícias 
AULA 1 
- Lei do Inquilinato: aplica para locação urbana; 
- Locação residencial: art. 46; 
- Locação para temporada: art. 48; 
- Locação não residencial: art. 
- Na locação residencial, em geral, não é possível a concessão de liminar no despejo 
imotivado pelo término do prazo contratual. Ademais, na locação residencial tradicional, 
há uma peculiaridade, qual seja, somente poderá haver a denúncia vazia em contratos 
residenciais caso o contrato tenha prazo de 30 meses ou mais. 
- Ou seja, caso haja a contratação por prazo inferior, finalizado tal prazo, não poderá o 
locador requerer o imóvel pelo simples fato de ter o prazo findado, pois a lei do inquilinato 
busca estimular contratos maiores de, pelo menos, 30 meses. 
- Locação por temporada não pode superar o prazo de 90 dias, pois se torna locação 
residencial. 
- Locações por curto período de tempo (aplicativos): muitos condomínios proíbem esse 
tipo de locação. 
- Locação não residencial: não se destina a moradia. Não se trata apenas da locação 
comercial, pois hoje há locação de serviços, shopping, industrial, BTS. 
- Locações que merecem atenção: entidades de ensino com educação controlada 
por poder público e as locações para asilos, hospitais e para fins religiosos. Há restrição 
maior para retomada do imóvel. 
- A grande diferença entre a locação residencial e a locação para temporada está no fato 
de que nesta o locador e o locatário possuem maior flexibilidade decorrente do regime 
jurídico que norteia tal tipo de locação. Nesse regime, não é vedado o pagamento 
antecipado integral dos alugueres ajustados, bem como há a possibilidade de propor ação 
de despejo e concessão de liminar, caso vencido o prazo de 90 dias, o locatário não 
devolver o imóvel. 
 
 
 
 
AULA 2 
- As ações locatícias são apenas aquelas que o caput do artigo 58 da Lei assim indica, isto 
é, são locatícias as seguintes ações: 
(a) ações de despejo; 
(b) ação de consignação em pagamento de aluguel e acessório da locação; 
(c) ações revisionais de aluguel; e 
(d) ações renovatórias de locação. 
 
Competência 
- Não tratando o contrato da competência, a ação deverá ser no foro da situação do imóvel. 
 - Pode prever que o foro se dá no domicílio do réu. 
 
Valor da Causa 
- Lei do Inquilinato prevê que deve corresponder a 12 aluguéis. 
 
Efeito devolutivo nas apelações 
- No CPC a Apelação tem efeito devolutivo e suspensivo. 
- Todavia, a Lei do Inquilinato não prevê o efeito suspensivo. Assim, a eficácia tem eficácia 
imediata, salvo na ação revisional, na qual as diferenças retroativas só podem ser cobradas 
até o trânsito em julgado. 
 
Lei de Despejo 
- Aplica-se a lei do inquilinato no que tem previsão. No que não tem, aplica o CPC. 
 
Denúncia Vazia 
- Não tem necessidade do autor fundamentar a denúncia vazia. 
- Na locação residencial, o contrato deveter no mínimo 30 meses para permitir a denúncia 
vazia após o prazo. 
- É importante ressaltar, nesse contexto, que findo o prazo contratual da locação, o locador 
poderá - dentro do período de 30 dias - ajuizar a ação de despejo sem a necessidade de 
aviso prévio. Caso o locador, não proponha a ação dentro do período de 30 dias, a locação 
passa a ser por prazo indeterminado, de modo que qualquer das parte poderá encerrar a 
locação, desde que avise com no mínimo 30 dias de antecedência para o encerramento da 
locação. 
Denúncia Cheia 
- Infrações contratuais, despejo por falta de pagamento, etc. 
- Despejo para uso próprio. 
 
Fiadores 
- Na ação de despejo, não há necessidade de colocar o fiador no polo 
- Para que ele responda pela desocupação, gastos, custos e honorários, o fiador deve ser 
cientificado, mediante pedido nos autos. 
- Ele será incluído em caso de ação de despejo cumulada com cobrança 
 
Locação com Sublocação 
- No despejo, o Locador deverá cientificar o sublocatário acerca da ação de despejo, desde 
que a sublocação tenha previsão contratual e sublocação era lícita. 
 
AULA 3 
Liminares nas Ações de Despejo 
Art. 59. Com as modificações constantes deste capítulo, as ações 
de despejo terão o rito ordinário. 
§ 1º Conceder-se-á liminar para desocupação em quinze dias, 
independentemente da audiência da parte contrária e desde que 
prestada a caução no valor equivalente a três meses de aluguel, 
nas ações que tiverem por fundamento exclusivo: 
I - o descumprimento do mútuo acordo (art. 9º, inciso I), celebrado 
por escrito e assinado pelas partes e por duas testemunhas, no 
qual tenha sido ajustado o prazo mínimo de seis meses para 
desocupação, contado da assinatura do instrumento; 
II - o disposto no inciso II do art. 47, havendo prova escrita da 
rescisão do contrato de trabalho ou sendo ela demonstrada em 
audiência prévia; 
III - o término do prazo da locação para temporada, tendo sido 
proposta a ação de despejo em até trinta dias após o vencimento 
do contrato; 
IV - a morte do locatário sem deixar sucessor legítimo na locação, 
de acordo com o referido no inciso I do art. 11, permanecendo no 
imóvel pessoas não autorizadas por lei; 
V - a permanência do sublocatário no imóvel, extinta a locação, 
celebrada com o locatário. 
 
VI – o disposto no inciso IV do art. 9o, havendo a necessidade de se 
produzir reparações urgentes no imóvel, determinadas pelo poder 
público, que não possam ser normalmente executadas com a 
permanência do locatário, ou, podendo, ele se recuse a consenti-
las; 
VII – o término do prazo notificatório previsto no parágrafo único do 
art. 40, sem apresentação de nova garantia apta a manter a 
segurança inaugural do contrato; 
VIII – o término do prazo da locação não residencial, tendo sido 
proposta a ação em até 30 (trinta) dias do termo ou do 
cumprimento de notificação comunicando o intento de retomada; 
IX – a falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação no 
vencimento, estando o contrato desprovido de qualquer das 
garantias previstas no art. 37, por não ter sido contratada ou em 
caso de extinção ou pedido de exoneração dela, 
independentemente de motivo. 
§ 2º Qualquer que seja o fundamento da ação dar - se - á ciência 
do pedido aos sublocatários, que poderão intervir no processo 
como assistentes. 
§ 3o No caso do inciso IX do § 1o deste artigo, poderá o locatário 
evitar a rescisão da locação e elidir a liminar de desocupação se, 
dentro dos 15 (quinze) dias concedidos para a desocupação do 
imóvel e independentemente de cálculo, efetuar depósito judicial 
que contemple a totalidade dos valores devidos, na forma prevista 
no inciso II do art. 62 
- Trazer para o presente (antes do momento normal) o que se pretende ao final com a 
sentença. 
- As liminares do art. 59 concedem o prazo de 15 dias para desocupação do imóvel; 
- Pode ser proferida antes da citação do réu (inaudita altera parte) 
 - A liminar exige uma caução: em regra, equivale a 3 aluguéis. 
 
Art. 59, inciso I 
- Requisitos cumulativos: 
 - descumprimento de mútuo acordo, por escrito, firmado com duas testemunhas e 
seja estabelecido prazo mínimo de 6 (seis) meses para desocupação do imóvel. 
 
Art. 59, inciso II 
- Rescisão do contrato de trabalho com prova escrita da rescisão ou provada em audiência 
de instrução. 
 
Art. 59, inciso III 
- Término da locação de temporada: a ação deve ser proposta em até 30 dias contatos do 
final da locação da temporada. 
 
Art. 59, inciso IV 
- Morte do locatário sem deixar sucessor legítimo na locação. 
- Ocorre a permanência de pessoas não autorizadas por lei. Ex.: amigo. 
 
Art. 59, inciso V 
- Permanência do sublocatário em que a locação foi extinta. 
 
Art. 59, inciso VI 
- Necessidade de reparos urgente no imóvel; 
- Reparos que foram determinados pelo poder público; 
- É impossível o reparo com a presença do inquilino ou, mesmo que seja possível, o 
inquilino não está permitindo. 
 
Art. 59, inciso VII 
- Término do prazo de notificação estabelecida no art. 40, parágrafo único de 30 dias para 
apresentação de novo fiador. 
- Locatário não apresenta nova garantia depois do notificado ou apresenta uma garantia 
insuficiente. 
 
Art. 59, inciso VIII 
- Locação não residencial em que termina o prazo contratual; 
- Locador pode propor uma ação de despejo em até 30 dias do final do contrato; 
 - Se passar os 30 dias, o contrato se torna por prazo indeterminado. Neste caso, 
deverá notificar o locatário para sair em 30 dias. Se não sair, cabe a ação de despejo. 
 
Art. 59, inciso IX 
- Falta de pagamento em que a locação não tem garantia; 
- Se tiver garantia, mas insuficiente, também cabe despejo por falta de pagamento; 
 
AULA 4 
Pontos de Atenção nas Ações de Despejo 
1 - Locação residencial por prazo indeterminado e o locador comunicou para desocupação 
ou pediu para uso ou reforma, o locatário ao invés de contestar pode pedir o benefício do 
art. 61, que permite que a desocupação ocorra em 6 (seis) meses, mediante pagamento do 
aluguel. 
2 - Abandono (art. 66): no abandono, o locatário deixa de usar o bem que fica em estado de 
abandono. 
 - Deve pedir ao juiz a diligência por Oficial de Justiça para constatar o abandono. 
 - Se constatada, o juiz autoriza a imissão na posse do imóvel. Ato contínuo, a ação 
segue para cobrança de valores inadimplidos, honorários de sucumbência, etc. 
 - Sugere solicitar ata notarial com escrevente para constatar o estado do imóvel. 
3 – Tutela Antecipada Antecedente: é a liminar do art. 303 do CPC, que exige a presença 
dos requisitos do art. 300 (perigo de demora e probabilidade do direito). 
- É feito o pedido antes da demanda principal. 
4 – Mandado único (art. 63): hoje o mandado para desocupação voluntária confere o prazo 
de 30 dias. Esse prazo pode ser reduzido para 15 dias: 
 - Se ente a citação e a sentença transcorreu mais de 4 meses; 
 - Em todas as hipóteses do art. 9º; 
 - Art. 46, §2º 
5 – Execução Provisória (Art. 64); hoje não depende da caução o despejo por falta de 
pagamento. 
 - Nos casos que depende (despejo por denúncia vazia), a caução foi reduzida para 
6 a 12 aluguéis. 
 
TEMA 3 – Ações Locatícias II 
AULA 1 
Ação de despejo por falta de pagamento 
- A inicial deve contemplar o cálculo descriminado; 
- Pode cumular a cobrança contra os fiadores (litisconsórcio facultativo) 
- O inquilino pode purgar a mora (evitar o despejo) uma vez a cada 24 meses. 
- Locatário e fiador poderão purgar a mora no prazo de 15 dias a contar da citação. 
- Esse prazo é contado em dias úteis. 
 - Não tem previsão da audiência de conciliação do art. 334 
- Não permite reconvenção para promover a consignação em pagamento, mas permite 
para as hipóteses de benfeitorias. 
 
Sentença e Execução Provisória 
- Quando o locatário interpõe a apelação, é possível o despejo provisório. 
 - Não há necessidade de caução. 
 - 15 dias para desocupação voluntária. 
- Locatário pode apresentaro recurso de apelação e tentar obstar a desocupação por meio 
de uma petição tutelar antecedente. 
 
AULA 2 
Consignação em Pagamento 
- As ações de consignação funcionam como meio de pagamento. 
- Normalmente se dá por impossibilidade de pagamento direito ao credor (locador). 
- Consignação de dinheiro, aplica-se a Lei do Inquilinato 
- Consignatória de entrega de chaves, não é prevista na lei do inquilinato. Deve segui a Lei 
de Consignação prevista no CPC. 
 
Consignação em Dinheiro 
- A petição inicial deve indicar o valor devido e depositado. 
- Deve pedir o depósito em até 24h. 
- As obrigações até a sentença podem ser depositadas na ação consignatória mês a mês. 
- O réu tem a possibilidade de apresentar defesa e pedir a improcedência da ação de 
consignação. Alternativamente, poderá pedir o despejo por meio da reconvenção. 
 - Se apresentar reconvenção para despejo por falta de pagamento, poderá cumular 
com ação de cobrança. Ainda, poderá incluir os fiadores no polo passivo para cobrança das 
diferenças não pagas. 
 - Se já existe uma ação independente de despejo, deverá pedir a conexão das 
causas. 
- Se o locador demonstrar que há uma diferença a ser complementada pelo inquilino, a lei 
concede o prazo de 5 dias para depositar o saldo, que será majorado em 10% de multa e 
honorários de 20% sobre a diferença. 
- As parcelas incontroversas podem ser levantadas pelo locador. 
 
AULA 3 
Ação Revisional de Aluguel 
- É aplicável quando há situações que geram desequilíbrio contratual – fatos imprevisíveis 
pelas partes. 
- Tem como objeto o aluguel, periodicidade dos reajustes, índices de reajuste. 
- Em contrato de locação verbal é possível a ação revisional, desde que tenha 3 anos de 
locação estabelecida entre as artes. 
- É possível manejar a ação revisional a cada três anos, bem como exige um aluguel em 
desconformidade com o mercado. 
- Não pode estar em prazo de desocupação voluntária do imóvel. 
- É possível ajuizar ação revisional na pendência de uma ação renovatória. Basta cumprir o 
requisito de 3 anos do novo aluguel. 
- Legitimidade ativa: locador e locatário. 
- Legitimidade passiva: locador e locatário. 
 
AULA 4 
Ação Revisional de Aluguel 
- Fiador é impactado naquilo que for alterado no contrato de locação. Por tanto, o fiador 
deve ser comunicado da ação de aluguel. 
 - Se desejar, pode participar da ação revisional. 
- A inicial deve observar a indicação do valor do aluguel que a parte pretende que seja 
praticada. 
- Pedidos: 
 - Novo Aluguel; 
 - Nova periodicidade; 
 - Novo índice de reajuste; 
- Pedido de aluguel provisório a partir da citação (tutela provisória): tem vigência a partir da 
citação do réu e vai até a sentença. 
 - Se for pedido do locador, juiz pode fixar até 80% do pedido 
 - Se for pedido do locatário, juiz pode fixar até 80% do valor vigente. 
Contudo, essa previsão fere o princípio da isonomia (constituição federal). Deve pedir uma 
“reversão” de 20%, que se soma ao valor pedido. 
- Pedido de revisão de aluguel provisório interrompe prazo para recurso. 
 
TEMA 4 – Ações Locatícias III 
AULA 1 
Peculiaridades da Ação Revisional 
- A sentença tem efeitos ex tunc – retroage até a data da citação. 
- A apelação só tem efeito devolutivo. Apenas as diferenças serão exigíveis após o trânsito 
em julgado. 
 - O novo aluguel, honorários e custas podem ser objeto de execução provisória, 
independente do trânsito em julgado. 
 
Ação Revisional x Ação de Revisão de Cláusulas Contratuais 
- A lei do inquilinato não adota a imprevisibilidade como fundamento para ação revisional; 
 - A lei já prevê a possibilidade de ação revisional a cada 3 anos. 
- As partes podem utilizar a teoria da imprevisão prevista no Código Civil. 
 
AULA 2 
Ação Renovatória 
- Os erros são mortais na Ação Renovatória – se fizer errado ou no momento errado, 
extingue. 
- Cobrança de Luvas: é lícita a primeira vez em contrato de 5 anos. Mas não pode 
condicionar as luvas para ação renovatória. 
 - Luvas é o valor antecipado pago para ter o contrato renovado por um prazo 
de 5 anos. 
- Busca proteger o fundo de comércio. 
- Objetos da Ação Renovatória: 
 - Prazo Contratual: busca mais 5 anos de contrato. 
 - Aluguel, periodicidade e índice de reajuste: pode ter uma revisional dentro 
dela; 
 - Condições de Locação 
 
AULA 3 
- A renovatória abrange as locações comerciais, shopping center, celebradas por indústrias 
e as locações celebradas por sociedades civis com fim lucrativo. 
- Sociedade Civil com fim lucrativo: pessoa jurídica. 
- E as ONG’s? A depender da atividade, não é razoável proibir o manejo da ação 
renovatória. Se o “lucro” é da sociedade, pode se criar uma tese de que isso é um fim 
lucrativo e utilizar a renovatória. 
 
Petição Inicial – Cuidados necessários 
- Provar que o Contrato é Escrito. Se estiver nas mãos do Locador, faz um pedido de exibição 
de documento. 
- Prazo determinado de no mínimo 5 anos de contrato, ainda que resulte da soma de 
contratos. 
 - Locações ininterruptas. 
- A renovação é de novo prazo de 5 anos. 
- O locatário deve estar exercendo por 3 anos a mesma atividade naquele local. 
- Deve comprovar o cumprimento dos encargos da locação. 
 
AULA 4 
Prova de quitação de impostos e taxas 
- Quando previsto em contrato, inquilino deve comprovar impostos, taxas e encargos para 
ter direito a renovatória 
 
Prazo 
- Decadencial de um ano a seis meses antes do término do contrato. 
 
Condições da Renovação 
- É possível cumular pedido para modificar as cláusulas e condições da locação, 
principalmente as que não são mais aplicáveis pelo decurso do tempo – previsões 
defasadas. 
- Indicação de fiador é uma questão importante. Ou informar a contratação de outra 
garantia. 
- Proponente: locatário, cessionários, sucessores de locação ou, se for o caso, 
sublocatário. 
 
Matérias de Defesa 
- Preliminares 
- Defesa de Mérito 
- Não preenchimento dos requisitos legais 
- Alegar que tem uma proposta de terceiro interessado – proposta melhor. Neste caso, 
inquilino pode exercer um “direito de preferência”. 
 - Se o locatário não consegue o mesmo valor, perde a locação, mas tem direito a 
indenização. 
- Determinação do poder público para obras. 
- Obras que demonstrem o valor do negócio ou da propriedade. Deve provar que irá fazer a 
reforma. 
- Defender que não cabe renovatória e já pede o despejo. 
 
Sentença 
- Procedência da ação que renova o contrato de locação com as novas condições 
estabelecidas 
- As diferenças entre o aluguel provisório e o praticado podem ser cobrados a partir da 
sentença. 
- Se improcedente, o despejo será realizado no prazo de 30 dias. 
 
TEMA 5 – Ações Possessórias I 
AULA 1 
Linhas Gerais 
- O CPC prevê 3 demandas típicas, que serão aplicáveis a partir do tipo de ilícito que incide 
sobre as faculdades do possuidor: 
i. Reintegração de Posse (contra esbulho) 
ii. manutenção de posse (contra turbação) 
iii. Interdito proibitório (contra ameaça de ser molestado na posse). 
Reintegração de Posse 
- Se aplica quando há uma violação máxima, ensejando no esbulho (invasão). 
- O autor perde a posse do bem. 
- Pode ser uma perda parcial da posse (perda de parte do imóvel). 
 
Manutenção da Posse 
- Se aplica quando ocorre uma violação média da posse. 
- Há uma turbação (incomodo). Há uma interferência no gozo habitual, sem que tenha 
havido a perda da posse. 
Ex.: Vizinho derruba uma cerca limítrofe para utilizar uma parte do terreno ao lado. 
 
Interdito Proibitório 
- Violação mínima, configurada por uma ameaça 
- Um justo receio de que venha a ocorrer esbulho ou turbação. 
- Ex.: Movimento sem terra anuncia que invadirá fazendas em determinadas regiões. 
 
Caso Real 
- Geralmente a realidade é mais complexa. 
- Há situações simultâneas de esbulho, turbação e/ou ameaça à posse. 
 
AULA 2 
Competência 
- Competência do foro da situação da coisa – competência absoluta. 
- Em regra, a competênciaterritorial é relativa. 
- Nos casos de ações possessórias, a competência territorial (da situação da coisa) é 
absoluta. 
Obs.: Súmula Vinculante 23/STF: A justiça do trabalho é competente para processar e 
julgar a ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de grave pelos 
trabalhadores da iniciativa privada. 
 
Legitimidade 
- Parte autora for casada ou viver em união estável: há necessidade de consentimento do 
outro para propor ação que serve sobre direito real imobiliário. Ex.: Ação de Usucapião. 
- Parte autora for casada ou viver em união estável: nas ações possessórias, a participação 
do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas situações de composse ou de 
ato por ambos praticados. 
 
AULA 3 
Especialidades dos Procedimentos 
- As ações possessórias seguem procedimento especial, cujas principais características 
são: 
• Fungibilidade recíproca 
• Natureza dúplice 
• Possibilidade de Liminar 
 
Fungibilidade Recíproca 
- A propositura de uma ação possessória ao invés de outro não veda o juiz de conhecer o 
pedido e outorgar a proteção legal adequada ao caso. 
 
Natureza Dúplice 
- É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a 
proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do 
esbulho comedido pelo autor. 
- É uma espécie de reconvenção 
 
Possibilidade de Liminar 
- Importante comprovar a posse nova (até um ano e dia). 
- A posse velha (mais de ano e dia) se rege pelo procedimento comum. 
- Há previsão expressa de concessão da liminar quando o autor comprovar os requisitos da 
petição inicial (art. 561). 
 - Se não ficar plenamente comprovado, pode ser designada uma audiência de 
justificação. Ato que serve para o advogado da parte esclarecer a falta de algum dos 
requisitos e comprovar de forma oral. 
 - Nesse caso, será garantido o contraditório e ampla defesa do réu. 
 
Petição Inicial 
- O autor deverá provar: 
• Sua posse; 
• A turbação ou esbulho praticado pelo réu; 
• A data da turbação ou esbulho; 
• A continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da 
posse na ação de reintegração. 
 
AULA 4 
Poder Público Envolvido 
- Contra pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou 
reintegração liminar sem a prévia audiência dos respectivos representantes judiciais. 
 
Cumulação de Pedido com Possessória 
- Em regra, é possível cumular pedido em uma mesma demanda. 
- Os pedidos devem ser compatíveis entre si. 
- O juiz deve ser competente para conhecer todos os pedidos. 
Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários 
pedidos, ainda que entre eles não haja conexão. 
§ 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será 
admitida a cumulação se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do 
emprego das técnicas processuais diferenciadas previstas nos procedimentos 
especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que não forem 
incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum. 
- No caso das ações possessórias, há regras específicas relativas à cumulação. Poderá o 
autor cumular com condenação por perdas e danos e indenização dos frutos. 
- Autor também poderá requer que se imponha medida para evitar nova turbação ou 
esbulho. 
- Limitação (Art. 557): na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto 
ao réu, propor ação de reconhecimento de domínio, salvo se a pretensão for deduzida em 
face de terceira pessoa. 
Obs.: não obsta a manutenção ou reintegração de posse a alegação de propriedade ou de 
outro direito sobre a coisa. 
 
TEMA 6 – Ações Possessórias II 
 
AULA 1 
Posse Social 
- A posse social é aquela que existe uma dimensão de tutela de população de parcos 
recursos econômicos relevante para a tutela possessória. A posse social é caracterizada 
pela diretriz teórica da socialidade do CC e tem perspectivas de solidarismo fraterno, de 
dimensão constitucional. 
- O Código de Processo Civil inseriu inovações no tocante a tutela dessa posse social; 
- O CPC/15 trouxe previsões que buscam o consenso (mediação, conciliação, etc.) 
- Na ação possessória que figure grande número de pessoa, será feita citação pessoal dos 
ocupantes que forem encontrados no local e a citação por edital dos demais, 
determinando-se a intimação do Ministério Público. 
 - Havendo pessoas vulneráveis, deve ser envolvida a Defensoria Pública. 
 - Para citação pessoal, o oficial de justiça procurará os ocupantes no local por uma 
vez. 
 - O juiz deverá determinar que se de ampla publicidade da a existência da ação e 
dos respectivos prazos processuais, podendo se valer de publicação em jornal, rádio, 
cartazes, placa, etc. 
 
AULA 2 
Mediação em Ações Possessórias Coletivas 
- No litígio coletivo pela posse do imóvel, quando o esbulho ou turbação afirmado na 
petição inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de antecipar o pedido de 
concessão de medida liminar, deverá designar audiência de mediação, a realizar-se em até 
30 dias. 
 - Esse liminar apreciada com posse de mais de um ano e dia não se trata da liminar 
específica da ação possessória, mas sim da tutela antecipada do art. 300, CPC. 
 - Como o autor demorou para ajuizar a ação, antes de apreciar a liminar o juiz 
designa audiência de conciliação, 
 - Caso o juiz conceda a liminar, mas a ordem judicial não seja executada no prazo 
de um ano, caberá ao juiz designar audiência de mediação. 
- Como a reintegração liminar de posse é medida extrema, é dever do Poder Judiciário 
buscar a solução menos traumática para as partes. 
- Mediação x Conciliação: Geralmente o conciliador atua em casos que não houve contato 
(vínculo) anterior entre as partes. 
 - Conciliador pode sugerir uma solução para o litígio. 
- Mediador atuará preferencialmente nos casos em que houver um vínculo anterior entre 
as partes. 
 - Mediador não sugere soluções. Ele buscará uma aproximação das partes. 
- Essa audiência de mediação é obrigatória no caso previsto. 
 
AULA 3 
Sessão de Mediação 
- O MP será intimado para comparecer à audiência, bem como a Defensoria Pública 
quando houver parte beneficiária de gratuidade da justiça. 
 - Se o MP não comparece na audiência e o protegido foi vencedor na demanda, não 
há prejuízo. 
- Juiz pode comparecer a área do litígio caso se faça necessário. 
- Os órgãos responsáveis pela política agrária e pela política urbana onde se situe a 
área de litígio poderão ser intimados para a audiência, a fim de se manifestarem sobre seu 
interesse no processo e eventual possibilidade de solução do conflito. 
- Aplica-se a mediação em litígios que verem sobre propriedade de imóvel. 
 - Aproxima a posse e propriedade quando tem um litígio coletivo. 
 
AULA 4 
-Art.1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído 
no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Turbação é perturbação. Aliás, é o contrário: perturbar é que significa turbar 
completamente (perturbar). Turbar quer dizer, assim, incomodar, causar descômodo. 
Exemplo típico de turbação é o do fazendeiro que põe seu gado a pastar nas terras do 
vizinho. 
 - Desta forma, o procedimento correto a ser adotado pela parte prejudicada é a 
ação de manutenção de posse, como determina o artigo 1.210 do Código Civil de 2002 em 
sua primeira parte. 
- Esbulho é privação. É subtração. O possuidor esbulhado se vê privado do bem possuído. 
Este lhe é subtraído. É o caso do fazendeiro que arreda a cerca, invadindo o imóvel do 
vizinho, subtraindo parte de seu terreno. É também o caso do posseiro, do ladrão, etc. 
 - Logo, é forçoso concluir que a ação cabível nesta hipótese é a ação de 
reintegração de posse, visto que o objetivo principal é a sua devolução. 
- Por fim, há a hipótese de ameaça da posse. Neste casoo diploma civil no mesmo artigo 
1.210, na terceira parte, prevê que o possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso 
de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo 
receio de ser molestado. 
- A segurança prevista no texto normativo é pleiteada pela ação denominada de 
interdito proibitório, que visa impedir o agressor da posse de praticar atos que ponham sob 
ameaça a posse alheia. 
 
TEMA 7 – Ações Reais Imobiliárias I 
AULA 1 
Tradição 
- Distinção entre propriedade e posse deu origem a problemas modernos. 
- A posse deve ser separada da propriedade; 
 - Nem sempre quem tem posse, é proprietário; 
 - Nem sempre o proprietário tem a posse. 
 - Nada tem em comum a propriedade e a posse. 
- O proprietário, para obter a posse da coisa própria, deve recorrer a reivindicação 
- Direito de Propriedade: há a necessidade de ato solene e formal. O proprietário possui o 
direito de usar, gozar, usufruir e dispor da coisa. Há um direito absoluto a ser exercido sobre 
a coisa. 
- Se alguém, assim, instala-se em um imóvel e nele se mantém, mansa e pacificamente, 
por mais de ano e dia, cria uma situação possessória, que lhe proporciona direito a 
proteção. Tal direito é chamado jus possessionis ou posse formal, derivado de uma posse 
autônoma, independentemente de qualquer título. 
 
AULA 2 
Ação Petitória (Dominial) 
- Serve para declarar a inexistência de um direito do réu; 
- É uma ação oposta as ações possessórias. 
Exemplos: Classificação Polêmica; 
• Ação Reivindicatória; 
• Ação Vindicatória 
• Ação Confessória 
• Ação Negatória 
• Ação de dano infecto: violação ao direito de vizinhança 
• Ação de nunciação de obra nova; 
• Ação de Indenização 
- Quem tem posse, vale-se das ações possessórias; 
- Quem nunca teve posse, não pode se valer das ações possessórias 
- Cuidado ao não confundir sucessão na posse com ausência de posse. 
- Quem nunca teve a posse e dela precisa: ação reivindicatória. 
- A posse se transmite por ato intervivos ou causa mortis. Se alguém recebeu, 
juridicamente, a posse de outro que a tinha, não está na situação de quem nunca exerceu 
a posse, porque a recebeu de seu antecessor. 
- Enquanto a ação de Reintegração de posse discute uma posse perdida (anteriormente 
exercida), sem discussão sobre o domínio ou propriedade, a Reivindicatória apresenta a 
propriedade como pano de fundo da controvérsia. 
- Obs.: Não há princípio da fungibilidade entre ações reivindicatórias e ações possessórias. 
Há fungibilidade entre as possessórias entre si. 
 
AULA 3 
Ação de Imissão na Posse 
- Busca dar posse ao proprietário que nunca teve; 
- Caso clássico: aquele que adquire imóvel ocupado em leilão. 
- Apesar do nome, o fundamento é a propriedade e não a posse. 
 
Ação Reivindicatória 
- A demanda traz a discussão sobre a propriedade do bem e seu objetivo é a restituição da 
coisa que se encontra em poder de terceiro 
- Geralmente é usada pelo proprietário sem posse contra o possuidor que não é 
proprietário. 
- Exemplo: Herdeiro recebe um bem pela sucessão. Contudo, o bem está sob a posse de 
terceiro. 
 
 
 
Ação de Adjudicação Compulsória 
- Utilizada quando o promitente vendedor não outorga a escritura de compra e venda, 
apesar de o compromissário comprador já ter pago o valor devido. 
- Bem comum em imóvel na planta. 
- Pode fazer Usucapião em detrimento da Adjudicação Compulsória? A ação de usucapião 
tem mais requisitos a serem cumpridos, mais diligência e muito mais demorado. 
 
AULA 4 
Procedimento das Ações Petitórias (Sequência de atos processuais) 
- O CPC não prevê qualquer destas ações. A Ação de Adjudicação é prevista em lei especial 
- Assim, as ações têm seu trâmite pelo procedimento comum. 
- Na inicial, deve indicar a opção pela audiência conciliatória. 
 
TEMA 8 – Ações Reais Imobiliárias II 
AULA 1 
Usucapião Imobiliária 
- A usucapião é uma forma de aquisição pela posse. 
- Não é tão somente uma forma de aquisição originária da propriedade. 
- É uma forma de adquirir direitos reais pela própria posse prolongada. 
 - Art. 1.379 e 1.391 permitem a usucapião de servidões e usucapião para adquirir o 
usufruto. 
- A posse prolongada tem requisitos ligado ao tempo. Algumas formas de usucapião exigem 
outros requisitos, como exemplo, destinação do imóvel, dimensão (tamanho) do bem, 
posse qualificada, etc. 
- Posse exercida em nome próprio. A única usucapião que exige apenas o tempo da posse 
é a extraordinária (15 anos de exercício da posse). 
- Sentença de Usucapião tem cunho declaratório e será um título hábil para registro 
imobiliário. 
 
AULA 2 
- Art. 1379, CC: usucapião de servidão exige posse aparente e contínua por 10 anos. 
 - Para registro, necessária a sentença declaratória da usucapião. 
- Enunciado 251 do CJF: Se o possuidor não possuir título, o prazo não é de 20 anos e sim 
de 15 anos. 
- Art. 1391 permite entender que o usufruto pode ser adquirido pela usucapião. 
- Ocorre muito no direito sucessório, quando o herdeiro sabe que o bem pertence 
ao espolio e deverá ser partilhado; 
- Os demais herdeiros reconhecem que ele exerce uma posição de usufrutuário. 
- Decorre de pedido de usucapião do usufruto, mas não se transferiria a 
propriedade. 
- Para transferir a propriedade, deve pedir a usucapião do bem do espólio. 
 
AULA 3 
- Usucapião Extraordinária (Art. 1238): não tem requisito, salvo o prazo de 15 anos. 
- Prazo pode ser diminuído para 10 anos quando o possuidor tiver estabelecido sua 
moradia habitual ou estabelecer serviços de caráter produtivo, configurando posse 
qualificada. 
- A usucapião extraordinária é residual. 
- A posse qualificada é requisito na usucapião especial rural (art. 1.239) e a usucapião 
especial urbana (art. 1.240). 
 - São espécies gêmeas. 
 - A limitação de área é para evitar a especulação imobiliária. 
 
Usucapião Ordinária – Art. 1.242 
- Exige a boa-fé e há necessidade de que a pessoa tenha uma promessa de compra e venda 
(justo título). 
- Prazo: 10 anos. 
 - Pode ser diminuído para 5 anos e o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, 
com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde 
que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos 
de interesse social e econômico. 
 - Para diminuição do tempo necessita de um contrato oneroso, com registro 
cancelado posteriormente e os possuidores tenha estabelecido moradia ou realizado 
investimentos. 
 
AULA 4 
Usucapião Extrajudicial 
- Necessita de uma ideia de consenso 
- Quando houver impugnação, é remetido para o Judicial. 
- O fato de não existir no CPC o procedimento da Usucapião, não quer dizer que ele foi 
extinto e que tenha que ser iniciado no âmbito administrativo. 
- A Usucapião Extrajudicial é uma faculdade. 
- Em ambas as opções, há necessidade de intimação dos confinantes, que servirá para 
demarcação da área. 
- Art. 259, inciso I prevê a obrigação de citação por edital, inclusive na Usucapião 
Extrajudicial. 
- A Usucapião Agrária Especial tem técnicas processuais específicas (Lei 6969/81) que 
podem ser “importadas” para as demais hipóteses de usucapião. 
 - Ex.: Alegar Usucapião como matéria de defesa. 
 - Admite-se cumular tutela possessória no bojo da ação de usucapião. 
 
TEMA 9 – Aspectos Processuais do Direito de Vizinhanças 
AULA 1 
- Quando se fala em direito de vizinhança, deve se ater ao direito material que rege o tema 
– Art. 1277 a 1313 do Código Civil. 
- Principal objeto das ações se trata do uso anormal da propriedade (Art. 1277). 
 - Legitimidade do possuidor (direto ou indireto) e proprietário. 
 - Pleitear a cessão de atos que prejudicam a segurança, sossego e saúde. 
- Pode exigir a interrupção de obra do vizinho ou solicitar garantias contra eventual 
prejuízo. 
 
AULA 2 
Art. 1277 
- Tríade: segurança, sossego e saúde. 
 - Segurança: Estabilidade do imóvel 
 - Sossego: aquilo que afeta a tranquilidade.- Saúde: tem grande ponto de contato com direito ambiental. A propriedade deve 
proteger o meio ambiente. Ex.: Vizinho passa com lixo excessivo. 
- Dependendo da função que o imóvel tenha e se trate de uma construção regular, há uma 
maleabilidade (tolerância), conforme previsto no art. 1277, § único. 
- Polo passivo: quem está causando o problema. Logo, pode ser o proprietário ou possuidor 
do imóvel vizinho. 
- Ainda que o vizinho esteja causando incômodos mediante alguma autorização por ente 
público, pode ser condenado ao pagamento de indenização. 
- Ainda que por decisão judicial devam ser toleradas as interferências, poderá o vizinho 
exigir a sua redução, ou eliminação, quando estas se tornarem possíveis. 
- Responsabilidade pelo direito da vizinhança é objetiva (não precisa ter culpa). 
 
AULA 3 
- O CPC não prevê mais o procedimento sumário para ações de vizinhança 
- Contudo, o art. 1.063 do CPC garante a possibilidade de utilizar o procedimento do juizado 
especial. Exemplos: 
 - Ressarcimento por danos. 
 - Cumprimento de leis inerente a distanciamento entre prédios. 
 - Ação do proprietário ou do inquilino de um prédio para impedir, sob cominação de 
multa, que o dono ou inquilino do prédio vizinho faça dele uso nocivo à segurança, sossego 
ou saúde daqueles que o habitam. 
 - Ação do proprietário do prédio encravado para permitir a passagem pelo prédio 
vizinho ou para o restabelecimento de servidão de caminho perdida por culpa sua. Trata-
se da chamada ação de passagem forçada, na qual se cria uma passagem forçada ou revive 
uma servidão de caminho. 
- Ação de Nunciação de Obra nova: utiliza o rito comum do CPC, fundamentada no direito 
material do Código Civil. 
 
AULA 4 
Ação de Nunciação de Obra Nova 
- É preventiva de obra nova, cuja finalidade é impedir ou embargar a obra. 
- Incluir no pedido como ação demolitória, caso as dinâmicas dos fatos levem a 
necessidade desse pleito. 
- Competência da ação: por ter ligação com obrigação propter rem, a ação deve ser movida 
no local da coisa. 
 
Ação de Passagem Forçada 
- Fixa a passagem e uma indenização em favor do réu. 
- A ação de servidão não gera indenização, a princípio. 
 
 
 
 
TEMA 10 – Questões Processuais da Hipoteca 
AULA 1 
- O CC/2002 veda o pacto comissório, ou seja, em um contrato de hipoteca a garantia não 
pode ser absorvida pelo credor. 
Art. 1.428. É nula a cláusula que autoriza o credor 
pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto 
da garantia, se a dívida não for paga no vencimento. 
Parágrafo único. Após o vencimento, poderá o devedor dar a 
coisa em pagamento da dívida. 
- O credor deve executar o contrato. 
- O parágrafo único institui possibilidade de dação em pagamento, mas que depende de 
ato futuro do devedor. 
- O contrato pode prever os requisitos e formas da dação em pagamento, bem como o 
direito de preferência do credor na penhora do bem dado em garantia. Seria um negócio 
jurídico processual. 
 
AULA 2 
- Os direitos reais de garantia criam o chamado vínculo real, pois o próprio bem garante a 
dívida, estabelecendo-se uma preferência do credor que possui o direito real de garantia 
em relação aos outros credores; 
- Mencionamos no encontro anterior acerca da importância que a Hipoteca, direito real de 
garantia, possui, sendo oponível em relação a outros credores que também possuam um 
direito real. 
- Nesse contexto, em havendo hipotecas sucessivas em relação a um bem, deve-se 
verificar a preferência no registro. Compete aos interessados, exibido o título, requerer o 
registro da hipoteca. Os registros e averbações seguirão a ordem em que forem requeridos. 
 
Negócios Jurídicos Processuais 
- O CPC/15 ampliou as convenções processuais permitindo as partes realizarem acordo 
para: 
(i) modificação convencional do ônus da prova; 
(ii) modificação de prazos peremptórios; 
(iii) escolha do perito judicial; 
(iv) delimitação da cognição judicial e escolha da legislação aplicável. 
- O art. 190 do CPC, nesse sentido, ao permitir a celebração de negócios processuais 
atípicos, faz com que as partes não estejam limitadas a acordos processuais típicos. Vale 
dizer, as partes não ficam limitadas a negociar apenas sobre o que está expressamente 
previsto no Código. 
 
AULA 3 
- A lei que instituiu a alienação fiduciária de bem imóvel acarretou a diminuição do uso da 
hipoteca; 
- A lei das hipotecas prevê um rito de execução do contrato com regras próprias, com 
técnicas que favorecem o credor. Contudo, também prevê situações de maior proteção ao 
devedor hipotecário vinculado ao sistema financeiro de habitação 
- Art. 1.506, CC prevê no parágrafo segundo que, na antícrese, o imóvel possa ser 
hipotecado. 
Art. 1.506. Pode o devedor ou outrem por ele, com a entrega 
do imóvel ao credor, ceder-lhe o direito de perceber, em 
compensação da dívida, os frutos e rendimentos. 
§ 1 o É permitido estipular que os frutos e rendimentos do 
imóvel sejam percebidos pelo credor à conta de juros, mas 
se o seu valor ultrapassar a taxa máxima permitida em lei 
para as operações financeiras, o remanescente será 
imputado ao capital. 
§ 2 o Quando a anticrese recair sobre bem imóvel, este 
poderá ser hipotecado pelo devedor ao credor anticrético, 
ou a terceiros, assim como o imóvel hipotecado poderá ser 
dado em anticrese. 
- O próprio bem dado em hipoteca pode permitir que o credor retire frutos do bem, de modo 
que os rendimentos sejam usados para pagamento da dívida. 
 
AULA 4 
- O credor hipotecário, em execução alheia, pode ter preferência da adjudicação do bem 
ou recebimento dos frutos decorrentes de leilão, especialmente em face de credor 
quirografário. 
- Credor Hipotecário deve ter o direito de se manifestar a respeito da avaliação judicial do 
bem. 
- Se o credor hipotecário não for intimado, pode suscitar a nulidade do leilão.