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TEMA 1 – TUTELA PROCESSUAL GERAL DOS CONTRATOS IMOBILIÁRIOS AULA 1 - É fundamental identificar a relação jurídica material decorrente do contrato imobiliário, as nuances dessa relação base, bem como o ponto controvertido (ponto de litígio) que vai justificar uma tutela processual. Exemplo (Registro de Promessa de Compra e Venda na matrícula): - O art. 1417, CC permite que o contrato imobiliário seja tratado como um direito real de aquisição. Dica: incluir no contrato cláusula de irretratabilidade. - Não se aplica o art. 1417, CC quando for pactuada cláusula de arrependimento. - Se uma promessa de compre e venda sem cláusula de arrependimento e com cláusula de irretratabilidade for registrada no Cartório de Registro de Imóveis, além do contrato, há um direito real de aquisição. - Enunciado 253 CJF. O promitente comprador, titular de direito real (art. 1.417), tem a faculdade de reivindicar de terceiro o imóvel prometido a venda. - Enunciado 95 CJF. O direito à adjudicação compulsória (art. 1.418 do novo Código Civil), quando exercido em face do promitente vendedor, não se condiciona ao registro da promessa de compra e venda no cartório de registro imobiliário (Súmula n. 239 do STJ). AULA 2 Contratos Imobiliários - A tutela jurisdicional dos contratos imobiliários está ligada com o direito material. - Contratos de Locação, Usufruto ou Superfície têm direitos materiais diferentes. Logo, tutela jurisdicional diversa uma da outra. - Um contrato de locação é um negócio jurídico típico, inclusive tratado por legislação extravagante que traz especificidades e precisa de determinado tipo de tutela jurisdicional. Por exemplo: a tutela jurisdicional para retirar um inquilino do imóvel, pela legislação específica, é mediante a propositura da ação de despejo. - De forma específica, remete a uma ação de despejo, ou seja, existe uma tutela específica para o contrato imobiliário de locação. Outro contrato imobiliário que possui uma especialidade relacionada com a tutela jurisdicional é o contrato de superfície ou de usufruto. - Mesmo em situações claras de contratos imobiliários de locação, superfície ou usufruto, se o proprietário passa a turbar a posse do locatário, do superficiário ou do usufrutuário, haverá a possibilidade de ajuizamento de uma ação possessória contra a sua pessoa, conforme disposição do Art. 1.197 do Código Civil. AULA 3 - Bem imóvel (art. 79, CC): segundo código civil, são bens imóveis o solo e tudo o que se lhe incorporar natural ou artificialmente. - Art. 80, CC - Consideram-se imóveis: i.) direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; ii.) o direito à sucessão aberta. - As questões relacionadas aos direitos imobiliários geralmente giram em torno dos direitos reais. Contudo, há situações que envolvem obrigações, como o comodato. - Para efeito das ações imobiliárias, considera-se imóveis todos os dispositivos previstos nos incisos I e II do Art. 80 da norma supracitada, ou seja, o que envolver direitos reais sobre imóveis ou até mesmo sobre coisas alheias que trabalham com imóveis (usufruto), são tratados genericamente como imóveis, recaindo a tutela jurisdicional protetiva. - Contratos imobiliários podem pactuar negócios processuais, vide art. 58 da Lei de Locações. Ex.: Local de citação, foro, etc. - Com relação ao contrato de locação, o locatário tem o direito de uma tutela processual específica para garantir o direito à renovação do contrato, ao passo que no direito de superfície, por exemplo, inexiste qualquer tipo de ação nesse sentido. AULA 4 Art. 73, CPC Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens. § 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação: I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens; II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles; III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família; IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges. § 2º Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado. § 3º Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos. - Envolve a questão da citação obrigatória do cônjuge. - O artigo é aplicável à União Estável. - As ações de contrato imobiliário são relevantes quanto a esse ponto. - Questões que envolvem direito real exigem consentimento do cônjuge, salvo no regime de separação absoluta de bens. - Cônjuge que não consegue consentimento do outro pode buscar a prestação jurisdicional para suprir essa falta. - Art. 1314, CC permite que o condômino possa entrar com ação independente da autorização prévia dos demais. Contudo, é relevante que os demais sejam convocados para integral a lide. TEMA 2 – Ações Locatícias AULA 1 - Lei do Inquilinato: aplica para locação urbana; - Locação residencial: art. 46; - Locação para temporada: art. 48; - Locação não residencial: art. - Na locação residencial, em geral, não é possível a concessão de liminar no despejo imotivado pelo término do prazo contratual. Ademais, na locação residencial tradicional, há uma peculiaridade, qual seja, somente poderá haver a denúncia vazia em contratos residenciais caso o contrato tenha prazo de 30 meses ou mais. - Ou seja, caso haja a contratação por prazo inferior, finalizado tal prazo, não poderá o locador requerer o imóvel pelo simples fato de ter o prazo findado, pois a lei do inquilinato busca estimular contratos maiores de, pelo menos, 30 meses. - Locação por temporada não pode superar o prazo de 90 dias, pois se torna locação residencial. - Locações por curto período de tempo (aplicativos): muitos condomínios proíbem esse tipo de locação. - Locação não residencial: não se destina a moradia. Não se trata apenas da locação comercial, pois hoje há locação de serviços, shopping, industrial, BTS. - Locações que merecem atenção: entidades de ensino com educação controlada por poder público e as locações para asilos, hospitais e para fins religiosos. Há restrição maior para retomada do imóvel. - A grande diferença entre a locação residencial e a locação para temporada está no fato de que nesta o locador e o locatário possuem maior flexibilidade decorrente do regime jurídico que norteia tal tipo de locação. Nesse regime, não é vedado o pagamento antecipado integral dos alugueres ajustados, bem como há a possibilidade de propor ação de despejo e concessão de liminar, caso vencido o prazo de 90 dias, o locatário não devolver o imóvel. AULA 2 - As ações locatícias são apenas aquelas que o caput do artigo 58 da Lei assim indica, isto é, são locatícias as seguintes ações: (a) ações de despejo; (b) ação de consignação em pagamento de aluguel e acessório da locação; (c) ações revisionais de aluguel; e (d) ações renovatórias de locação. Competência - Não tratando o contrato da competência, a ação deverá ser no foro da situação do imóvel. - Pode prever que o foro se dá no domicílio do réu. Valor da Causa - Lei do Inquilinato prevê que deve corresponder a 12 aluguéis. Efeito devolutivo nas apelações - No CPC a Apelação tem efeito devolutivo e suspensivo. - Todavia, a Lei do Inquilinato não prevê o efeito suspensivo. Assim, a eficácia tem eficácia imediata, salvo na ação revisional, na qual as diferenças retroativas só podem ser cobradas até o trânsito em julgado. Lei de Despejo - Aplica-se a lei do inquilinato no que tem previsão. No que não tem, aplica o CPC. Denúncia Vazia - Não tem necessidade do autor fundamentar a denúncia vazia. - Na locação residencial, o contrato deveter no mínimo 30 meses para permitir a denúncia vazia após o prazo. - É importante ressaltar, nesse contexto, que findo o prazo contratual da locação, o locador poderá - dentro do período de 30 dias - ajuizar a ação de despejo sem a necessidade de aviso prévio. Caso o locador, não proponha a ação dentro do período de 30 dias, a locação passa a ser por prazo indeterminado, de modo que qualquer das parte poderá encerrar a locação, desde que avise com no mínimo 30 dias de antecedência para o encerramento da locação. Denúncia Cheia - Infrações contratuais, despejo por falta de pagamento, etc. - Despejo para uso próprio. Fiadores - Na ação de despejo, não há necessidade de colocar o fiador no polo - Para que ele responda pela desocupação, gastos, custos e honorários, o fiador deve ser cientificado, mediante pedido nos autos. - Ele será incluído em caso de ação de despejo cumulada com cobrança Locação com Sublocação - No despejo, o Locador deverá cientificar o sublocatário acerca da ação de despejo, desde que a sublocação tenha previsão contratual e sublocação era lícita. AULA 3 Liminares nas Ações de Despejo Art. 59. Com as modificações constantes deste capítulo, as ações de despejo terão o rito ordinário. § 1º Conceder-se-á liminar para desocupação em quinze dias, independentemente da audiência da parte contrária e desde que prestada a caução no valor equivalente a três meses de aluguel, nas ações que tiverem por fundamento exclusivo: I - o descumprimento do mútuo acordo (art. 9º, inciso I), celebrado por escrito e assinado pelas partes e por duas testemunhas, no qual tenha sido ajustado o prazo mínimo de seis meses para desocupação, contado da assinatura do instrumento; II - o disposto no inciso II do art. 47, havendo prova escrita da rescisão do contrato de trabalho ou sendo ela demonstrada em audiência prévia; III - o término do prazo da locação para temporada, tendo sido proposta a ação de despejo em até trinta dias após o vencimento do contrato; IV - a morte do locatário sem deixar sucessor legítimo na locação, de acordo com o referido no inciso I do art. 11, permanecendo no imóvel pessoas não autorizadas por lei; V - a permanência do sublocatário no imóvel, extinta a locação, celebrada com o locatário. VI – o disposto no inciso IV do art. 9o, havendo a necessidade de se produzir reparações urgentes no imóvel, determinadas pelo poder público, que não possam ser normalmente executadas com a permanência do locatário, ou, podendo, ele se recuse a consenti- las; VII – o término do prazo notificatório previsto no parágrafo único do art. 40, sem apresentação de nova garantia apta a manter a segurança inaugural do contrato; VIII – o término do prazo da locação não residencial, tendo sido proposta a ação em até 30 (trinta) dias do termo ou do cumprimento de notificação comunicando o intento de retomada; IX – a falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação no vencimento, estando o contrato desprovido de qualquer das garantias previstas no art. 37, por não ter sido contratada ou em caso de extinção ou pedido de exoneração dela, independentemente de motivo. § 2º Qualquer que seja o fundamento da ação dar - se - á ciência do pedido aos sublocatários, que poderão intervir no processo como assistentes. § 3o No caso do inciso IX do § 1o deste artigo, poderá o locatário evitar a rescisão da locação e elidir a liminar de desocupação se, dentro dos 15 (quinze) dias concedidos para a desocupação do imóvel e independentemente de cálculo, efetuar depósito judicial que contemple a totalidade dos valores devidos, na forma prevista no inciso II do art. 62 - Trazer para o presente (antes do momento normal) o que se pretende ao final com a sentença. - As liminares do art. 59 concedem o prazo de 15 dias para desocupação do imóvel; - Pode ser proferida antes da citação do réu (inaudita altera parte) - A liminar exige uma caução: em regra, equivale a 3 aluguéis. Art. 59, inciso I - Requisitos cumulativos: - descumprimento de mútuo acordo, por escrito, firmado com duas testemunhas e seja estabelecido prazo mínimo de 6 (seis) meses para desocupação do imóvel. Art. 59, inciso II - Rescisão do contrato de trabalho com prova escrita da rescisão ou provada em audiência de instrução. Art. 59, inciso III - Término da locação de temporada: a ação deve ser proposta em até 30 dias contatos do final da locação da temporada. Art. 59, inciso IV - Morte do locatário sem deixar sucessor legítimo na locação. - Ocorre a permanência de pessoas não autorizadas por lei. Ex.: amigo. Art. 59, inciso V - Permanência do sublocatário em que a locação foi extinta. Art. 59, inciso VI - Necessidade de reparos urgente no imóvel; - Reparos que foram determinados pelo poder público; - É impossível o reparo com a presença do inquilino ou, mesmo que seja possível, o inquilino não está permitindo. Art. 59, inciso VII - Término do prazo de notificação estabelecida no art. 40, parágrafo único de 30 dias para apresentação de novo fiador. - Locatário não apresenta nova garantia depois do notificado ou apresenta uma garantia insuficiente. Art. 59, inciso VIII - Locação não residencial em que termina o prazo contratual; - Locador pode propor uma ação de despejo em até 30 dias do final do contrato; - Se passar os 30 dias, o contrato se torna por prazo indeterminado. Neste caso, deverá notificar o locatário para sair em 30 dias. Se não sair, cabe a ação de despejo. Art. 59, inciso IX - Falta de pagamento em que a locação não tem garantia; - Se tiver garantia, mas insuficiente, também cabe despejo por falta de pagamento; AULA 4 Pontos de Atenção nas Ações de Despejo 1 - Locação residencial por prazo indeterminado e o locador comunicou para desocupação ou pediu para uso ou reforma, o locatário ao invés de contestar pode pedir o benefício do art. 61, que permite que a desocupação ocorra em 6 (seis) meses, mediante pagamento do aluguel. 2 - Abandono (art. 66): no abandono, o locatário deixa de usar o bem que fica em estado de abandono. - Deve pedir ao juiz a diligência por Oficial de Justiça para constatar o abandono. - Se constatada, o juiz autoriza a imissão na posse do imóvel. Ato contínuo, a ação segue para cobrança de valores inadimplidos, honorários de sucumbência, etc. - Sugere solicitar ata notarial com escrevente para constatar o estado do imóvel. 3 – Tutela Antecipada Antecedente: é a liminar do art. 303 do CPC, que exige a presença dos requisitos do art. 300 (perigo de demora e probabilidade do direito). - É feito o pedido antes da demanda principal. 4 – Mandado único (art. 63): hoje o mandado para desocupação voluntária confere o prazo de 30 dias. Esse prazo pode ser reduzido para 15 dias: - Se ente a citação e a sentença transcorreu mais de 4 meses; - Em todas as hipóteses do art. 9º; - Art. 46, §2º 5 – Execução Provisória (Art. 64); hoje não depende da caução o despejo por falta de pagamento. - Nos casos que depende (despejo por denúncia vazia), a caução foi reduzida para 6 a 12 aluguéis. TEMA 3 – Ações Locatícias II AULA 1 Ação de despejo por falta de pagamento - A inicial deve contemplar o cálculo descriminado; - Pode cumular a cobrança contra os fiadores (litisconsórcio facultativo) - O inquilino pode purgar a mora (evitar o despejo) uma vez a cada 24 meses. - Locatário e fiador poderão purgar a mora no prazo de 15 dias a contar da citação. - Esse prazo é contado em dias úteis. - Não tem previsão da audiência de conciliação do art. 334 - Não permite reconvenção para promover a consignação em pagamento, mas permite para as hipóteses de benfeitorias. Sentença e Execução Provisória - Quando o locatário interpõe a apelação, é possível o despejo provisório. - Não há necessidade de caução. - 15 dias para desocupação voluntária. - Locatário pode apresentaro recurso de apelação e tentar obstar a desocupação por meio de uma petição tutelar antecedente. AULA 2 Consignação em Pagamento - As ações de consignação funcionam como meio de pagamento. - Normalmente se dá por impossibilidade de pagamento direito ao credor (locador). - Consignação de dinheiro, aplica-se a Lei do Inquilinato - Consignatória de entrega de chaves, não é prevista na lei do inquilinato. Deve segui a Lei de Consignação prevista no CPC. Consignação em Dinheiro - A petição inicial deve indicar o valor devido e depositado. - Deve pedir o depósito em até 24h. - As obrigações até a sentença podem ser depositadas na ação consignatória mês a mês. - O réu tem a possibilidade de apresentar defesa e pedir a improcedência da ação de consignação. Alternativamente, poderá pedir o despejo por meio da reconvenção. - Se apresentar reconvenção para despejo por falta de pagamento, poderá cumular com ação de cobrança. Ainda, poderá incluir os fiadores no polo passivo para cobrança das diferenças não pagas. - Se já existe uma ação independente de despejo, deverá pedir a conexão das causas. - Se o locador demonstrar que há uma diferença a ser complementada pelo inquilino, a lei concede o prazo de 5 dias para depositar o saldo, que será majorado em 10% de multa e honorários de 20% sobre a diferença. - As parcelas incontroversas podem ser levantadas pelo locador. AULA 3 Ação Revisional de Aluguel - É aplicável quando há situações que geram desequilíbrio contratual – fatos imprevisíveis pelas partes. - Tem como objeto o aluguel, periodicidade dos reajustes, índices de reajuste. - Em contrato de locação verbal é possível a ação revisional, desde que tenha 3 anos de locação estabelecida entre as artes. - É possível manejar a ação revisional a cada três anos, bem como exige um aluguel em desconformidade com o mercado. - Não pode estar em prazo de desocupação voluntária do imóvel. - É possível ajuizar ação revisional na pendência de uma ação renovatória. Basta cumprir o requisito de 3 anos do novo aluguel. - Legitimidade ativa: locador e locatário. - Legitimidade passiva: locador e locatário. AULA 4 Ação Revisional de Aluguel - Fiador é impactado naquilo que for alterado no contrato de locação. Por tanto, o fiador deve ser comunicado da ação de aluguel. - Se desejar, pode participar da ação revisional. - A inicial deve observar a indicação do valor do aluguel que a parte pretende que seja praticada. - Pedidos: - Novo Aluguel; - Nova periodicidade; - Novo índice de reajuste; - Pedido de aluguel provisório a partir da citação (tutela provisória): tem vigência a partir da citação do réu e vai até a sentença. - Se for pedido do locador, juiz pode fixar até 80% do pedido - Se for pedido do locatário, juiz pode fixar até 80% do valor vigente. Contudo, essa previsão fere o princípio da isonomia (constituição federal). Deve pedir uma “reversão” de 20%, que se soma ao valor pedido. - Pedido de revisão de aluguel provisório interrompe prazo para recurso. TEMA 4 – Ações Locatícias III AULA 1 Peculiaridades da Ação Revisional - A sentença tem efeitos ex tunc – retroage até a data da citação. - A apelação só tem efeito devolutivo. Apenas as diferenças serão exigíveis após o trânsito em julgado. - O novo aluguel, honorários e custas podem ser objeto de execução provisória, independente do trânsito em julgado. Ação Revisional x Ação de Revisão de Cláusulas Contratuais - A lei do inquilinato não adota a imprevisibilidade como fundamento para ação revisional; - A lei já prevê a possibilidade de ação revisional a cada 3 anos. - As partes podem utilizar a teoria da imprevisão prevista no Código Civil. AULA 2 Ação Renovatória - Os erros são mortais na Ação Renovatória – se fizer errado ou no momento errado, extingue. - Cobrança de Luvas: é lícita a primeira vez em contrato de 5 anos. Mas não pode condicionar as luvas para ação renovatória. - Luvas é o valor antecipado pago para ter o contrato renovado por um prazo de 5 anos. - Busca proteger o fundo de comércio. - Objetos da Ação Renovatória: - Prazo Contratual: busca mais 5 anos de contrato. - Aluguel, periodicidade e índice de reajuste: pode ter uma revisional dentro dela; - Condições de Locação AULA 3 - A renovatória abrange as locações comerciais, shopping center, celebradas por indústrias e as locações celebradas por sociedades civis com fim lucrativo. - Sociedade Civil com fim lucrativo: pessoa jurídica. - E as ONG’s? A depender da atividade, não é razoável proibir o manejo da ação renovatória. Se o “lucro” é da sociedade, pode se criar uma tese de que isso é um fim lucrativo e utilizar a renovatória. Petição Inicial – Cuidados necessários - Provar que o Contrato é Escrito. Se estiver nas mãos do Locador, faz um pedido de exibição de documento. - Prazo determinado de no mínimo 5 anos de contrato, ainda que resulte da soma de contratos. - Locações ininterruptas. - A renovação é de novo prazo de 5 anos. - O locatário deve estar exercendo por 3 anos a mesma atividade naquele local. - Deve comprovar o cumprimento dos encargos da locação. AULA 4 Prova de quitação de impostos e taxas - Quando previsto em contrato, inquilino deve comprovar impostos, taxas e encargos para ter direito a renovatória Prazo - Decadencial de um ano a seis meses antes do término do contrato. Condições da Renovação - É possível cumular pedido para modificar as cláusulas e condições da locação, principalmente as que não são mais aplicáveis pelo decurso do tempo – previsões defasadas. - Indicação de fiador é uma questão importante. Ou informar a contratação de outra garantia. - Proponente: locatário, cessionários, sucessores de locação ou, se for o caso, sublocatário. Matérias de Defesa - Preliminares - Defesa de Mérito - Não preenchimento dos requisitos legais - Alegar que tem uma proposta de terceiro interessado – proposta melhor. Neste caso, inquilino pode exercer um “direito de preferência”. - Se o locatário não consegue o mesmo valor, perde a locação, mas tem direito a indenização. - Determinação do poder público para obras. - Obras que demonstrem o valor do negócio ou da propriedade. Deve provar que irá fazer a reforma. - Defender que não cabe renovatória e já pede o despejo. Sentença - Procedência da ação que renova o contrato de locação com as novas condições estabelecidas - As diferenças entre o aluguel provisório e o praticado podem ser cobrados a partir da sentença. - Se improcedente, o despejo será realizado no prazo de 30 dias. TEMA 5 – Ações Possessórias I AULA 1 Linhas Gerais - O CPC prevê 3 demandas típicas, que serão aplicáveis a partir do tipo de ilícito que incide sobre as faculdades do possuidor: i. Reintegração de Posse (contra esbulho) ii. manutenção de posse (contra turbação) iii. Interdito proibitório (contra ameaça de ser molestado na posse). Reintegração de Posse - Se aplica quando há uma violação máxima, ensejando no esbulho (invasão). - O autor perde a posse do bem. - Pode ser uma perda parcial da posse (perda de parte do imóvel). Manutenção da Posse - Se aplica quando ocorre uma violação média da posse. - Há uma turbação (incomodo). Há uma interferência no gozo habitual, sem que tenha havido a perda da posse. Ex.: Vizinho derruba uma cerca limítrofe para utilizar uma parte do terreno ao lado. Interdito Proibitório - Violação mínima, configurada por uma ameaça - Um justo receio de que venha a ocorrer esbulho ou turbação. - Ex.: Movimento sem terra anuncia que invadirá fazendas em determinadas regiões. Caso Real - Geralmente a realidade é mais complexa. - Há situações simultâneas de esbulho, turbação e/ou ameaça à posse. AULA 2 Competência - Competência do foro da situação da coisa – competência absoluta. - Em regra, a competênciaterritorial é relativa. - Nos casos de ações possessórias, a competência territorial (da situação da coisa) é absoluta. Obs.: Súmula Vinculante 23/STF: A justiça do trabalho é competente para processar e julgar a ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de grave pelos trabalhadores da iniciativa privada. Legitimidade - Parte autora for casada ou viver em união estável: há necessidade de consentimento do outro para propor ação que serve sobre direito real imobiliário. Ex.: Ação de Usucapião. - Parte autora for casada ou viver em união estável: nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas situações de composse ou de ato por ambos praticados. AULA 3 Especialidades dos Procedimentos - As ações possessórias seguem procedimento especial, cujas principais características são: • Fungibilidade recíproca • Natureza dúplice • Possibilidade de Liminar Fungibilidade Recíproca - A propositura de uma ação possessória ao invés de outro não veda o juiz de conhecer o pedido e outorgar a proteção legal adequada ao caso. Natureza Dúplice - É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho comedido pelo autor. - É uma espécie de reconvenção Possibilidade de Liminar - Importante comprovar a posse nova (até um ano e dia). - A posse velha (mais de ano e dia) se rege pelo procedimento comum. - Há previsão expressa de concessão da liminar quando o autor comprovar os requisitos da petição inicial (art. 561). - Se não ficar plenamente comprovado, pode ser designada uma audiência de justificação. Ato que serve para o advogado da parte esclarecer a falta de algum dos requisitos e comprovar de forma oral. - Nesse caso, será garantido o contraditório e ampla defesa do réu. Petição Inicial - O autor deverá provar: • Sua posse; • A turbação ou esbulho praticado pelo réu; • A data da turbação ou esbulho; • A continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse na ação de reintegração. AULA 4 Poder Público Envolvido - Contra pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou reintegração liminar sem a prévia audiência dos respectivos representantes judiciais. Cumulação de Pedido com Possessória - Em regra, é possível cumular pedido em uma mesma demanda. - Os pedidos devem ser compatíveis entre si. - O juiz deve ser competente para conhecer todos os pedidos. Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão. § 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumulação se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum. - No caso das ações possessórias, há regras específicas relativas à cumulação. Poderá o autor cumular com condenação por perdas e danos e indenização dos frutos. - Autor também poderá requer que se imponha medida para evitar nova turbação ou esbulho. - Limitação (Art. 557): na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de reconhecimento de domínio, salvo se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa. Obs.: não obsta a manutenção ou reintegração de posse a alegação de propriedade ou de outro direito sobre a coisa. TEMA 6 – Ações Possessórias II AULA 1 Posse Social - A posse social é aquela que existe uma dimensão de tutela de população de parcos recursos econômicos relevante para a tutela possessória. A posse social é caracterizada pela diretriz teórica da socialidade do CC e tem perspectivas de solidarismo fraterno, de dimensão constitucional. - O Código de Processo Civil inseriu inovações no tocante a tutela dessa posse social; - O CPC/15 trouxe previsões que buscam o consenso (mediação, conciliação, etc.) - Na ação possessória que figure grande número de pessoa, será feita citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por edital dos demais, determinando-se a intimação do Ministério Público. - Havendo pessoas vulneráveis, deve ser envolvida a Defensoria Pública. - Para citação pessoal, o oficial de justiça procurará os ocupantes no local por uma vez. - O juiz deverá determinar que se de ampla publicidade da a existência da ação e dos respectivos prazos processuais, podendo se valer de publicação em jornal, rádio, cartazes, placa, etc. AULA 2 Mediação em Ações Possessórias Coletivas - No litígio coletivo pela posse do imóvel, quando o esbulho ou turbação afirmado na petição inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de antecipar o pedido de concessão de medida liminar, deverá designar audiência de mediação, a realizar-se em até 30 dias. - Esse liminar apreciada com posse de mais de um ano e dia não se trata da liminar específica da ação possessória, mas sim da tutela antecipada do art. 300, CPC. - Como o autor demorou para ajuizar a ação, antes de apreciar a liminar o juiz designa audiência de conciliação, - Caso o juiz conceda a liminar, mas a ordem judicial não seja executada no prazo de um ano, caberá ao juiz designar audiência de mediação. - Como a reintegração liminar de posse é medida extrema, é dever do Poder Judiciário buscar a solução menos traumática para as partes. - Mediação x Conciliação: Geralmente o conciliador atua em casos que não houve contato (vínculo) anterior entre as partes. - Conciliador pode sugerir uma solução para o litígio. - Mediador atuará preferencialmente nos casos em que houver um vínculo anterior entre as partes. - Mediador não sugere soluções. Ele buscará uma aproximação das partes. - Essa audiência de mediação é obrigatória no caso previsto. AULA 3 Sessão de Mediação - O MP será intimado para comparecer à audiência, bem como a Defensoria Pública quando houver parte beneficiária de gratuidade da justiça. - Se o MP não comparece na audiência e o protegido foi vencedor na demanda, não há prejuízo. - Juiz pode comparecer a área do litígio caso se faça necessário. - Os órgãos responsáveis pela política agrária e pela política urbana onde se situe a área de litígio poderão ser intimados para a audiência, a fim de se manifestarem sobre seu interesse no processo e eventual possibilidade de solução do conflito. - Aplica-se a mediação em litígios que verem sobre propriedade de imóvel. - Aproxima a posse e propriedade quando tem um litígio coletivo. AULA 4 -Art.1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado - Turbação é perturbação. Aliás, é o contrário: perturbar é que significa turbar completamente (perturbar). Turbar quer dizer, assim, incomodar, causar descômodo. Exemplo típico de turbação é o do fazendeiro que põe seu gado a pastar nas terras do vizinho. - Desta forma, o procedimento correto a ser adotado pela parte prejudicada é a ação de manutenção de posse, como determina o artigo 1.210 do Código Civil de 2002 em sua primeira parte. - Esbulho é privação. É subtração. O possuidor esbulhado se vê privado do bem possuído. Este lhe é subtraído. É o caso do fazendeiro que arreda a cerca, invadindo o imóvel do vizinho, subtraindo parte de seu terreno. É também o caso do posseiro, do ladrão, etc. - Logo, é forçoso concluir que a ação cabível nesta hipótese é a ação de reintegração de posse, visto que o objetivo principal é a sua devolução. - Por fim, há a hipótese de ameaça da posse. Neste casoo diploma civil no mesmo artigo 1.210, na terceira parte, prevê que o possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. - A segurança prevista no texto normativo é pleiteada pela ação denominada de interdito proibitório, que visa impedir o agressor da posse de praticar atos que ponham sob ameaça a posse alheia. TEMA 7 – Ações Reais Imobiliárias I AULA 1 Tradição - Distinção entre propriedade e posse deu origem a problemas modernos. - A posse deve ser separada da propriedade; - Nem sempre quem tem posse, é proprietário; - Nem sempre o proprietário tem a posse. - Nada tem em comum a propriedade e a posse. - O proprietário, para obter a posse da coisa própria, deve recorrer a reivindicação - Direito de Propriedade: há a necessidade de ato solene e formal. O proprietário possui o direito de usar, gozar, usufruir e dispor da coisa. Há um direito absoluto a ser exercido sobre a coisa. - Se alguém, assim, instala-se em um imóvel e nele se mantém, mansa e pacificamente, por mais de ano e dia, cria uma situação possessória, que lhe proporciona direito a proteção. Tal direito é chamado jus possessionis ou posse formal, derivado de uma posse autônoma, independentemente de qualquer título. AULA 2 Ação Petitória (Dominial) - Serve para declarar a inexistência de um direito do réu; - É uma ação oposta as ações possessórias. Exemplos: Classificação Polêmica; • Ação Reivindicatória; • Ação Vindicatória • Ação Confessória • Ação Negatória • Ação de dano infecto: violação ao direito de vizinhança • Ação de nunciação de obra nova; • Ação de Indenização - Quem tem posse, vale-se das ações possessórias; - Quem nunca teve posse, não pode se valer das ações possessórias - Cuidado ao não confundir sucessão na posse com ausência de posse. - Quem nunca teve a posse e dela precisa: ação reivindicatória. - A posse se transmite por ato intervivos ou causa mortis. Se alguém recebeu, juridicamente, a posse de outro que a tinha, não está na situação de quem nunca exerceu a posse, porque a recebeu de seu antecessor. - Enquanto a ação de Reintegração de posse discute uma posse perdida (anteriormente exercida), sem discussão sobre o domínio ou propriedade, a Reivindicatória apresenta a propriedade como pano de fundo da controvérsia. - Obs.: Não há princípio da fungibilidade entre ações reivindicatórias e ações possessórias. Há fungibilidade entre as possessórias entre si. AULA 3 Ação de Imissão na Posse - Busca dar posse ao proprietário que nunca teve; - Caso clássico: aquele que adquire imóvel ocupado em leilão. - Apesar do nome, o fundamento é a propriedade e não a posse. Ação Reivindicatória - A demanda traz a discussão sobre a propriedade do bem e seu objetivo é a restituição da coisa que se encontra em poder de terceiro - Geralmente é usada pelo proprietário sem posse contra o possuidor que não é proprietário. - Exemplo: Herdeiro recebe um bem pela sucessão. Contudo, o bem está sob a posse de terceiro. Ação de Adjudicação Compulsória - Utilizada quando o promitente vendedor não outorga a escritura de compra e venda, apesar de o compromissário comprador já ter pago o valor devido. - Bem comum em imóvel na planta. - Pode fazer Usucapião em detrimento da Adjudicação Compulsória? A ação de usucapião tem mais requisitos a serem cumpridos, mais diligência e muito mais demorado. AULA 4 Procedimento das Ações Petitórias (Sequência de atos processuais) - O CPC não prevê qualquer destas ações. A Ação de Adjudicação é prevista em lei especial - Assim, as ações têm seu trâmite pelo procedimento comum. - Na inicial, deve indicar a opção pela audiência conciliatória. TEMA 8 – Ações Reais Imobiliárias II AULA 1 Usucapião Imobiliária - A usucapião é uma forma de aquisição pela posse. - Não é tão somente uma forma de aquisição originária da propriedade. - É uma forma de adquirir direitos reais pela própria posse prolongada. - Art. 1.379 e 1.391 permitem a usucapião de servidões e usucapião para adquirir o usufruto. - A posse prolongada tem requisitos ligado ao tempo. Algumas formas de usucapião exigem outros requisitos, como exemplo, destinação do imóvel, dimensão (tamanho) do bem, posse qualificada, etc. - Posse exercida em nome próprio. A única usucapião que exige apenas o tempo da posse é a extraordinária (15 anos de exercício da posse). - Sentença de Usucapião tem cunho declaratório e será um título hábil para registro imobiliário. AULA 2 - Art. 1379, CC: usucapião de servidão exige posse aparente e contínua por 10 anos. - Para registro, necessária a sentença declaratória da usucapião. - Enunciado 251 do CJF: Se o possuidor não possuir título, o prazo não é de 20 anos e sim de 15 anos. - Art. 1391 permite entender que o usufruto pode ser adquirido pela usucapião. - Ocorre muito no direito sucessório, quando o herdeiro sabe que o bem pertence ao espolio e deverá ser partilhado; - Os demais herdeiros reconhecem que ele exerce uma posição de usufrutuário. - Decorre de pedido de usucapião do usufruto, mas não se transferiria a propriedade. - Para transferir a propriedade, deve pedir a usucapião do bem do espólio. AULA 3 - Usucapião Extraordinária (Art. 1238): não tem requisito, salvo o prazo de 15 anos. - Prazo pode ser diminuído para 10 anos quando o possuidor tiver estabelecido sua moradia habitual ou estabelecer serviços de caráter produtivo, configurando posse qualificada. - A usucapião extraordinária é residual. - A posse qualificada é requisito na usucapião especial rural (art. 1.239) e a usucapião especial urbana (art. 1.240). - São espécies gêmeas. - A limitação de área é para evitar a especulação imobiliária. Usucapião Ordinária – Art. 1.242 - Exige a boa-fé e há necessidade de que a pessoa tenha uma promessa de compra e venda (justo título). - Prazo: 10 anos. - Pode ser diminuído para 5 anos e o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico. - Para diminuição do tempo necessita de um contrato oneroso, com registro cancelado posteriormente e os possuidores tenha estabelecido moradia ou realizado investimentos. AULA 4 Usucapião Extrajudicial - Necessita de uma ideia de consenso - Quando houver impugnação, é remetido para o Judicial. - O fato de não existir no CPC o procedimento da Usucapião, não quer dizer que ele foi extinto e que tenha que ser iniciado no âmbito administrativo. - A Usucapião Extrajudicial é uma faculdade. - Em ambas as opções, há necessidade de intimação dos confinantes, que servirá para demarcação da área. - Art. 259, inciso I prevê a obrigação de citação por edital, inclusive na Usucapião Extrajudicial. - A Usucapião Agrária Especial tem técnicas processuais específicas (Lei 6969/81) que podem ser “importadas” para as demais hipóteses de usucapião. - Ex.: Alegar Usucapião como matéria de defesa. - Admite-se cumular tutela possessória no bojo da ação de usucapião. TEMA 9 – Aspectos Processuais do Direito de Vizinhanças AULA 1 - Quando se fala em direito de vizinhança, deve se ater ao direito material que rege o tema – Art. 1277 a 1313 do Código Civil. - Principal objeto das ações se trata do uso anormal da propriedade (Art. 1277). - Legitimidade do possuidor (direto ou indireto) e proprietário. - Pleitear a cessão de atos que prejudicam a segurança, sossego e saúde. - Pode exigir a interrupção de obra do vizinho ou solicitar garantias contra eventual prejuízo. AULA 2 Art. 1277 - Tríade: segurança, sossego e saúde. - Segurança: Estabilidade do imóvel - Sossego: aquilo que afeta a tranquilidade.- Saúde: tem grande ponto de contato com direito ambiental. A propriedade deve proteger o meio ambiente. Ex.: Vizinho passa com lixo excessivo. - Dependendo da função que o imóvel tenha e se trate de uma construção regular, há uma maleabilidade (tolerância), conforme previsto no art. 1277, § único. - Polo passivo: quem está causando o problema. Logo, pode ser o proprietário ou possuidor do imóvel vizinho. - Ainda que o vizinho esteja causando incômodos mediante alguma autorização por ente público, pode ser condenado ao pagamento de indenização. - Ainda que por decisão judicial devam ser toleradas as interferências, poderá o vizinho exigir a sua redução, ou eliminação, quando estas se tornarem possíveis. - Responsabilidade pelo direito da vizinhança é objetiva (não precisa ter culpa). AULA 3 - O CPC não prevê mais o procedimento sumário para ações de vizinhança - Contudo, o art. 1.063 do CPC garante a possibilidade de utilizar o procedimento do juizado especial. Exemplos: - Ressarcimento por danos. - Cumprimento de leis inerente a distanciamento entre prédios. - Ação do proprietário ou do inquilino de um prédio para impedir, sob cominação de multa, que o dono ou inquilino do prédio vizinho faça dele uso nocivo à segurança, sossego ou saúde daqueles que o habitam. - Ação do proprietário do prédio encravado para permitir a passagem pelo prédio vizinho ou para o restabelecimento de servidão de caminho perdida por culpa sua. Trata- se da chamada ação de passagem forçada, na qual se cria uma passagem forçada ou revive uma servidão de caminho. - Ação de Nunciação de Obra nova: utiliza o rito comum do CPC, fundamentada no direito material do Código Civil. AULA 4 Ação de Nunciação de Obra Nova - É preventiva de obra nova, cuja finalidade é impedir ou embargar a obra. - Incluir no pedido como ação demolitória, caso as dinâmicas dos fatos levem a necessidade desse pleito. - Competência da ação: por ter ligação com obrigação propter rem, a ação deve ser movida no local da coisa. Ação de Passagem Forçada - Fixa a passagem e uma indenização em favor do réu. - A ação de servidão não gera indenização, a princípio. TEMA 10 – Questões Processuais da Hipoteca AULA 1 - O CC/2002 veda o pacto comissório, ou seja, em um contrato de hipoteca a garantia não pode ser absorvida pelo credor. Art. 1.428. É nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se a dívida não for paga no vencimento. Parágrafo único. Após o vencimento, poderá o devedor dar a coisa em pagamento da dívida. - O credor deve executar o contrato. - O parágrafo único institui possibilidade de dação em pagamento, mas que depende de ato futuro do devedor. - O contrato pode prever os requisitos e formas da dação em pagamento, bem como o direito de preferência do credor na penhora do bem dado em garantia. Seria um negócio jurídico processual. AULA 2 - Os direitos reais de garantia criam o chamado vínculo real, pois o próprio bem garante a dívida, estabelecendo-se uma preferência do credor que possui o direito real de garantia em relação aos outros credores; - Mencionamos no encontro anterior acerca da importância que a Hipoteca, direito real de garantia, possui, sendo oponível em relação a outros credores que também possuam um direito real. - Nesse contexto, em havendo hipotecas sucessivas em relação a um bem, deve-se verificar a preferência no registro. Compete aos interessados, exibido o título, requerer o registro da hipoteca. Os registros e averbações seguirão a ordem em que forem requeridos. Negócios Jurídicos Processuais - O CPC/15 ampliou as convenções processuais permitindo as partes realizarem acordo para: (i) modificação convencional do ônus da prova; (ii) modificação de prazos peremptórios; (iii) escolha do perito judicial; (iv) delimitação da cognição judicial e escolha da legislação aplicável. - O art. 190 do CPC, nesse sentido, ao permitir a celebração de negócios processuais atípicos, faz com que as partes não estejam limitadas a acordos processuais típicos. Vale dizer, as partes não ficam limitadas a negociar apenas sobre o que está expressamente previsto no Código. AULA 3 - A lei que instituiu a alienação fiduciária de bem imóvel acarretou a diminuição do uso da hipoteca; - A lei das hipotecas prevê um rito de execução do contrato com regras próprias, com técnicas que favorecem o credor. Contudo, também prevê situações de maior proteção ao devedor hipotecário vinculado ao sistema financeiro de habitação - Art. 1.506, CC prevê no parágrafo segundo que, na antícrese, o imóvel possa ser hipotecado. Art. 1.506. Pode o devedor ou outrem por ele, com a entrega do imóvel ao credor, ceder-lhe o direito de perceber, em compensação da dívida, os frutos e rendimentos. § 1 o É permitido estipular que os frutos e rendimentos do imóvel sejam percebidos pelo credor à conta de juros, mas se o seu valor ultrapassar a taxa máxima permitida em lei para as operações financeiras, o remanescente será imputado ao capital. § 2 o Quando a anticrese recair sobre bem imóvel, este poderá ser hipotecado pelo devedor ao credor anticrético, ou a terceiros, assim como o imóvel hipotecado poderá ser dado em anticrese. - O próprio bem dado em hipoteca pode permitir que o credor retire frutos do bem, de modo que os rendimentos sejam usados para pagamento da dívida. AULA 4 - O credor hipotecário, em execução alheia, pode ter preferência da adjudicação do bem ou recebimento dos frutos decorrentes de leilão, especialmente em face de credor quirografário. - Credor Hipotecário deve ter o direito de se manifestar a respeito da avaliação judicial do bem. - Se o credor hipotecário não for intimado, pode suscitar a nulidade do leilão.