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Responsabilidade 
patrimonial
Ao final deste módulo você deverá ser capaz de distinguir a 
responsabilidade patrimonial do devedor no âmbito da 
execução.
3
A sistemática e a teoria geral da execução 
civil no CPC/15
Considerações Preliminares
A regra geral é de que o devedor tem a responsabilidade patrimonial.
É o estado de sujeição do patrimônio do devedor, ou de terceiros responsáveis (cf. arts. 789 e 790, CPC), às 
providências executivas voltadas ao cumprimento da prestação devida.
 Responsabilidade Primária
Art. 789 CPC. São passíveis
de execução os bens
presentes e futuros do
executado.
Art. 790. São sujeitos à
execução os bens: (...)
III - do devedor, ainda que
em poder de terceiros;
Art. 845. Efetuar-se-á a penhora
onde se encontrem os bens,
ainda que sob a posse, a
detenção ou a guarda de
terceiros.
POSSE X DETENÇÃO
Ex: Aluguel, comodato, arrendamento
(Art. 799 CPC)
Penhora de bens dados em 
hipoteca (art. 799, I, do CPC).
Art. 790. São sujeitos à 
execução os bens:
V - alienados ou gravados 
com ônus real em fraude à 
execução;
VI - cuja alienação ou 
gravação com ônus real 
tenha sido anulada em razão 
do reconhecimento, em 
ação autônoma, de fraude 
contra credores;
OBS: Fiador - benefício de ordem
 Responsabilidade Secundária
Bens do cônjuge ou
companheiro (art. 790, IV,
CPC.
Art. 790. São sujeitos à
execução os bens:
IV - do cônjuge ou
companheiro, nos casos
em que seus bens próprios
ou de sua meação
respondem pela dívida;
Comunhão Parcial de Bens
Comunhão Universal de Bens
Separação de Bens
Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:
I - os bens que cada cônjuge possuir ao 
casar, e os que lhe sobrevierem, na 
constância do casamento, por doação ou 
sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; 
(...)
Art. 1.668. São excluídos da comunhão:
I - os bens doados ou herdados com a 
cláusula de incomunicabilidade e os sub-
rogados em seu lugar; (...)
II - as dívidas anteriores ao casamento, 
salvo se provierem de despesas com seus 
aprestos, ou reverterem em proveito 
comum;
1) Sociedades em comum
(sociedade irregular);
2) Sociedades regularmente
constituídas (mas há abuso
ou fraude);
3) Imposição legal: sociedade
cooperativa (art. 1.095, §§1º
2 º, do Código Civil),
sociedade simples (art. 1.023
e 997, VIII, do CC)
Art. 790. São sujeitos à
execução os bens:
(...)
II - do sócio, nos termos da
lei;
Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:
I - os bens que cada cônjuge possuir ao 
casar, e os que lhe sobrevierem, na 
constância do casamento, por doação ou 
sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; 
(...)
Art. 1.668. São excluídos da comunhão:
I - os bens doados ou herdados com a 
cláusula de incomunicabilidade e os sub-
rogados em seu lugar; (...)
II - as dívidas anteriores ao casamento, 
salvo se provierem de despesas com seus 
aprestos, ou reverterem em proveito 
comum;
Constrição dos bens dos sócios
1. Desvio de finalidade
§ 1º Para os fins do disposto
neste artigo, desvio de
finalidade é a utilização da
pessoa jurídica com o propósito
de lesar credores e para a
prática de atos ilícitos de
qualquer natureza. (Incluído
pela Lei nº 13.874, de 2019)
2 . Confusão patrimonial
§ 2º Entende-se por
confusão patrimonial a
ausência de separação de
fato entre os patrimônios,
caracterizada por: (Incluído
pela Lei nº 13.874, de 2019)
3. Prejuízos ao consumidor
Art. 28. CDC. O juiz poderá desconsiderar a
personalidade jurídica da sociedade
quando, em detrimento do consumidor,
houver abuso de direito, excesso de poder,
infração da lei, fato ou ato ilícito ou
violação dos estatutos ou contrato social. A
desconsideração também será efetivada
quando houver falência, estado de
insolvência, encerramento ou inatividade
da pessoa jurídica provocados por má
administração.
Desconsideração da Personalidade Jurídica
Art. 50. CC 2002 - Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode 
o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de 
certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica 
beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019)
Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério 
Público, quando lhe couber intervir no processo.
§ 1º O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos em lei.
§ 2º Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica.
Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de 
sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial.
§ 1º A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as anotações devidas.
§ 2º Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição 
inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.
§ 3º A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2º.
§ 4º O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para desconsideração da 
personalidade jurídica.
Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis 
no prazo de 15 (quinze) dias.
Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória.
Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno.
Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de execução, será 
ineficaz em relação ao requerente.
Responsabilidade patrimonial do espólio e herdeiros
Falecendo o devedor, seu espólio responderá pela obrigação (art. 796, CPC).
Art. 796. O espólio responde pelas dívidas do falecido, mas, feita a partilha, cada herdeiro responde por 
elas dentro das forças da herança e na proporção da parte que lhe coube.
Art. 1.792. CC O herdeiro
não responde por encargos
superiores às forças da
herança; (...)
Os bens do espólio
respondem pela obrigação
do falecido da mesma forma 
que respondiam quando ele 
era vivo. 
Instrumentos de profissão e
pertences pessoais
Bens não sujeitos à execução
 Matéria de Ordem Pública
Requerimento em qualquer
momento ou fase.
Art. 833 CPC São impenhoráveis:
I - os bens inalienáveis e os
declarados, por ato voluntário, não
sujeitos à execução;
II - os móveis, os pertences e as
utilidades domésticas que guarnecem
a residência do executado, salvo os
de elevado valor ou que ultrapassem
as necessidades comuns
correspondentes a médio padrão de
vida;
III. os vestuários, bem como os
pertences de uso pessoal do executado,
salvo se de elevado valor;
IV. os vencimentos, os subsídios, os
salários, as remunerações, os proventos
de aposentadoria, as pensões, os
pecúlios e os montepios, bem como as
quantias recebidas por liberalidade de
terceiro e destinadas ao sustento do
devedor e de sua família, os ganhos de
trabalhador autônomo e os honorários
de profissional liberal, ressalvado o §
2º;
V. os livros, as máquinas, as
ferramentas, os utensílios, os
instrumentos ou outros bens móveis
necessários ou úteis ao exercício da
profissão do executado;
VI. o seguro de vida;
VII. os materiais necessários para
obras em andamento, salvo se
estas forem penhoradas;
VIII. a pequena propriedade rural,
assim definida em lei, desde que
trabalhada pela família;
IX. os recursos públicos recebidos
por instituições privadas para
aplicação compulsória em
educação, saúde ou assistência
social;
X. a quantia depositada em
caderneta de poupança, até o
limite de 40 salários mínimos;
XI. os recursos públicos do fundo
partidário recebidos por partido
político, nos termos da lei
Art. 834. Podem ser penhorados, à falta de outros bens, os frutos e os rendimentosdos bens inalienáveis.
Atividade Autônoma Aura
Júlio Prazeres, conhecido fazendeiro, contraiu um empréstimo para realização de uma
obra em sua fazenda com o Banco Quero seu Dinheiro. Antes do vencimento da dívida,
houve um incêndio destruiu sua fazenda. No momento do vencimento da dívida, Júlio
informou que não teria como pagá-la e que seu patrimônio já seria inferior ao valor da
dívida. Diante do caso:
a) Caracterizou-se a fraude à execução, tendo em vista que o empréstimo já havia sido
contraído quando Júlio se desfez dos bens.
b) Caracterizou-se a fraude à execução, tendo em vista que Júlio não possui patrimônio
suficiente para arcar com a dívida.
c) Caracterizou-se a fraude contra credores, tendo em vista que o empréstimo já havia
sido contraído quando Júlio se desfez dos bens.
d) Caracterizou-se a fraude contra credores, tendo em vista Júlio não possui patrimônio
suficiente para arcar com a dívida.
e) Não há fraude, por não haver o elemento subjetivo do propósito de fraudar.
Artur contraiu uma dívida durante o casamento e tem seu bem indivisível penhorado. 
Maria, sua esposa, alega, em juízo, através de embargos de terceiro, que a sua meação 
deveria ser respeitada. Como deve decidir o juiz?
a) O bem não pode ser penhorado, por envolver o direito do cônjuge.
b) Só uma parte do bem pode ser penhorada, respeitando-se a meação.
c) Sendo o bem indivisível, o equivalente à quota-parte do coproprietário ou do cônjuge 
alheio à execução recairá sobre o produto da alienação do bem.
d) Sendo o bem indivisível, todo o bem será penhorado e servirá à satisfação do crédito, 
cabendo à Maria o direito de regresso.
e) Sendo o bem indivisível, todo o bem será penhorado e servirá á satisfação do crédito, 
não sendo sequer possível o direito de regresso.