Respostas
Em termos de legislação, temos uma vasta gama de garantias, tanto na
constituição, quanto em legislação infraconstitucional, como na CLT e no Código Penal.
Entretanto, com o afrouxamento de vários dispositivos de proteção ao trabalhador,
decorrentes da Reforma Trabalhista, a tendência é que o número de pessoas submetidas
à condições degradantes de trabalho, até mesmo análogas à escravidão, venha a
aumentar, uma vez que perdem o amparo legal em questões básicas. Tal Reforma
constitui um retrocesso em termos trabalhistas, trazendo dispositivos que permitem
deliberadamente o abuso para com os trabalhadores, tais como, a ampliação da
terceirização, a contratação de autônomos de forma irrestrita, e a possibilidade de
aumentar a jornada de trabalho e de reduzir as horas de descanso . “As mudanças criam
condições legais e permitem que a legislação banalize aquelas condições que
identificamos como trabalho análogo ao escravo”, afirma o auditor fiscal do trabalho Luís
Alexandre de Faria.
Portanto, o Brasil, no ritmo em que se encontra, está retrocedendo em sua luta
contra o trabalho forçado e o tráfico de pessoas. Todos os avanços históricos no combate
ao trabalho escravo que o Brasil alcançou nos últimos 20 anos estão em xeque. Neste
cenário, cabe à população pressionar seus representantes para que haja uma nova
Reforma e que sejam feitas políticas públicas para trazer uma proteção mais justa aos
trabalhadoras. É um processo lento, porém, é responsabilidade de todo cidadão. Só assim
seremos capazes de nos movermos mais uma vez na direção do Principio da Dignidade
da Pessoa Humana, garantindo um trabalho digno a todos.
“A gravidade do trabalho escravo contemporâneo requer uma estratégia de
atuação articulada entre as diferentes esferas de Governo e as organizações sociais, de
sorte a fazer convergir às populações e áreas pauperizadas os recursos propulsores de
mudanças socioeconômicas. Nessa ótica, ganham especial relevo políticas e programas
que viabilizem, em escala ampliada, o acesso dos trabalhadores à terra, ao crédito, às
redes de produção-consumo-comercialização, à educação fundamental, à formação para
o trabalho fortalecendo, dessa forma, a cidadania e os direitos humanos”.
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