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GRA1650 - Atividade 1 A1

Como diminuir a dependência do Brasil das hidrelétricas

O Brasil é, extremamente, dependente das hidrelétricas, mas, no ano de 2020, precisou contar com outras fontes de energia devido à maior crise hídrica dos últimos 90 anos, conforme se verifica no perfil da matriz elétrica brasileira representado no quadro e na figura a seguir.

Fonte

Porcentagem

Hidráulica 65,20%

Biomassa 9,10%

Eólica 8,80%

Gás natural 8,30%

Carvão e derivados 3,10%

Nuclear 2,20%

Solar 1,70%

Derivados de petróleo 1,60%

Total 100%

Quadro - Matriz elétrica brasileira em 2020 

Fonte: Adaptado de EPE (2021).

O quadro retrata o ano atípico que foi 2020. Se o quadro fosse representado por meio de um gráfico, teríamos a seguinte imagem.

Figura - Gráfico da matriz elétrica brasileira em 2020 

Fonte: Adaptada de EPE (2021).

Com base nessas informações, indique outras possibilidades de geração de energia que tenham o seu pico de produção nos períodos de baixa produção de energia por parte das hidrelétricas (o período de estiagem).

💡 4 Respostas

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Rud Moraes

Ampliar a linha de credito para o financiamento de fontes de energia renovável, e desburocratizar o setor de fontes de energia renováveis.

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Henrique Carqueja

Atualmente, de acordo com a Empresa de Pesquisa Energética – EPE (EPE, 2023), a energia hidrelétrica tem sido a principal fonte de geração do sistema elétrico brasileiro por diversas décadas, tanto pela competividade econômica quanto pela abundância deste recurso energético a nível nacional.

Apenas para informação, consultando o website do Operador do Sistema Nacional do Sistema Elétrico – ONS (ONS, 2023), considerando a série histórica dos últimos 12 meses, podemos verificar a composição da geração de energia no Brasil, e ela mostra a energia hidráulica como sendo o tipo de geração de energia predominantemente no Brasil.

Figura 1 - Composição da Geração de Energia no Brasil

Fonte: ONS (2023)

 

Sob o ponto de vista da operação elétrica, usinas hidrelétricas são recursos flexíveis, capazes de prover uma série de serviços ancilares, como o controle automático de geração, controle de tensão e de frequência. Muitas hidrelétricas possuem reservatórios de acumulação, que permitem regularizar as vazões afluentes aos rios, transferindo água de períodos úmidos para secos e, em alguns casos, de anos úmidos para anos secos. Além disso, seus reservatórios podem promover diversos usos da água, tais como: controle de cheias, irrigação, processamento industrial, suprimento de água para consumo humano, recreação e serviços de navegação. A capacidade de regularização dos reservatórios, face ao crescente sistema, vem diminuindo nos últimos anos, devido às notórias dificuldades para construir novas hidrelétricas e reservatórios.

Figura 2 - Foto aérea da Hidroelétrica Binacional de Itaipu

Fonte: Wikipédia (2023)

 

Entretanto, de tal forma a viabilizar geração suplente a hidráulica, existem outros tipos de energias que são extremamente viáveis no Brasil, integrando o Sistema Interligado Nacional – SIN, operado ONS.

 

Termelétricas

A geração termelétrica pode ser promovida por meio de diferentes combustíveis: gás natural, biomassa, carvão mineral, nuclear, óleo combustível entre outros. A definição do combustível para geração, especialmente para usinas de grande porte, está relacionada ao atendimento de critérios técnicos, econômicos, logísticos, ambientais e, em alguns casos, de políticas energéticas.

A depender do tipo de combustível e da tecnologia de geração, elas podem cumprir diferentes papéis, tais como atuar na geração contínua, denominada geração de base, na geração complementar a fontes renováveis ou no atendimento às demandas de ponta.

 

Figura 3 - Foto aérea da Usina Termoelétrica Porto de Sergipe

Fonte: Brasil (2023)

 

A presença de usinas termelétricas no portfólio de geração do SIN é um fator estratégico para o setor elétrico brasileiro. Dada a relevância da participação de fontes hídricas na geração de energia elétrica no Brasil, as termelétricas têm atuado significativamente em períodos de escassez hidrológica. Além disso, com a penetração das fontes eólica e solar no sistema nacional, emerge a possibilidade de as termelétricas atuarem para estabilizar a variabilidade na geração de curto prazo dessas fontes.

No caso da bioeletricidade, há ainda vantagens do ponto de vista socioambiental: como qualquer processo de combustão, a queima da biomassa gera emissões de CO2, porém entende-se que o carbono emitido é o mesmo que foi absorvido pela planta no processo de fotossíntese e, assim, o balanço é nulo. Outro benefício reside no fato de a maior parte dos combustíveis ter origem residual, como o bagaço de cana, os resíduos da indústria de papel e celulose, resíduos de madeira, resíduos agrícolas como a casca de arroz, entre outros. Assim, ao mesmo tempo em que se garante um maior aproveitamento dos recursos disponíveis, evita-se a disposição inadequada desses materiais.

Por fim, estudos de planejamento sobre diversos assuntos relacionados à geração termelétrica, dentre os quais, podem-se citar as projeções dos preços futuros de combustíveis fósseis, incluindo o óleo combustível e o gás natural; as análises do potencial de participação de diferentes tipos de usinas no setor elétrico, a exemplo das usinas de cogeração do setor sucroalcooleiro; e estudos com as perspectivas de participação das diversas usinas, com diferentes tecnologias e combustíveis.

 

Eólicas

O uso do vento para geração de energia elétrica se tornou relevante a partir dos anos 1990 através de significativo avanço tecnológico, grande incentivo proveniente das preocupações ambientais, com foco nas emissões de gases de efeito estufa, e da independência energética dos países não produtores de carvão, óleo e gás.

 

Dado o grande potencial do recurso eólico brasileiro e os desafios inerentes à inserção da fonte no SIN, a energia eólica poderia ser incluída de forma segura e econômica. Para tal, estudos sobre o efeito da energia eólica no planejamento da expansão do SIN deverão ser baseados, entre outros dados, na contabilização da energia gerada pelos parques já em operação e na medição de vento em todos os parques vencedores dos leilões de energia.

Figura 4 - Turbinas Eólicas

Fonte: Revista OE (2023)

 

Também deverão ser considerados os efeitos ambientais da instalação de parques eólicos. Nesse sentido, apesar de os impactos negativos associados à geração eólica possivelmente podem ser classificados como baixos e não precisariam ser considerados.

 

Solares Fotovoltaicas

A energia solar fotovoltaica é a energia obtida através da conversão direta da luz em eletricidade e tem como base o efeito fotovoltaico, que é o aparecimento de uma diferença de potencial nos extremos de uma estrutura de material semicondutor, produzida pela absorção da luz. A geração fotovoltaica possui grande flexibilidade locacional, principalmente no caso da geração distribuída, assim como facilidade de instalação, dado o curto tempo necessário para execução dos projetos.

Dentre os principais benefícios da utilização de energia solar, observa-se que durante sua conversão em eletricidade não há emissão de poluentes, como material particulado, NOx, SO2, CO e, tampouco, gases de efeito estufa, fato extremamente positivo ao meio ambiente em escala local e global.

O Brasil é um país de grande potencial para a utilização desta fonte para geração de energia elétrica, em especial em larga escala. Isto ocorre por uma série de características naturais favoráveis, tais como os altos níveis de insolação. Tais fatores potencializam a atração de investidores e o desenvolvimento da fonte, permitindo que se vislumbre um papel importante na matriz elétrica para esta fonte.

Estudos sobre essa fonte com objetivo de subsidiar o MME no processo de decisão quanto à estratégia de inclusão da fonte solar na matriz de geração elétrica brasileira são necessários, além de identificar seu potencial de geração de eletricidade.

Figura 5 - Foto aérea do Complexo Solar de Janaúba (MG)

Fonte: O Debate (2023)

 

Outras Fontes

Além das fontes "tradicionais" de geração, são necessários estudos para a consideração de outras fontes no sistema, tanto em termos de inovações tecnológicas nas fontes existentes como em novas tecnologias e na utilização de "novas fontes" oriundas da combinação de fontes existentes, tais como:

·        Usinas Híbridas: Entende-se como hibridismo à complementaridade energética, a capacidade de dois ou mais recursos (da mesma fonte ou de fontes distintas) apresentarem disponibilidade energética complementar no tempo. A complementaridade "perfeita" entre dois recursos ocorreria quando um deles estivesse com grande disponibilidade e o outro com pouca ou nenhuma disponibilidade. 

·        Baterias: Dispositivos de armazenamento energético podem ser úteis para balancear as flutuações das fontes renováveis intermitentes. O conceito é armazenar a energia excedente em períodos de abundância de geração para utilizá-la posteriormente, em períodos de ponta ou em intervalos de baixa geração. As baterias, impulsionadas pelo desenvolvimento do veículo elétrico, tiveram grande avanço tecnológico nos últimos anos e ainda têm potencial para redução de custos. A depender dessa redução e com a vantagem de implantação em várias escalas, as baterias podem vir a ser utilizadas como fonte de armazenamento para o sistema elétrico tanto no nível da oferta como ferramenta de resposta à demanda.

 

 

 

 

 

 

Bibliografia:

ONS. ENERGIA AGORA CARGA E GERAÇÃO. Disponível em https://www.ons.org.br/paginas/energia-agora/carga-e-geracao. Acessado em 17 de Nov. 2023.

EPE. Fontes Hidrelétricas. Disponível em https://www.epe.gov.br/pt/areas-de-atuacao/energia-eletrica/expansao-da-geracao/fontes. Acessado em 17 de Nov. 2023.


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