Sobre segregação educativa e social é incorreta:
a) a história da educação especial no Brasil tem como primeiros registros oficiais o ano de 1857 com a fundação do Imperial Instituto dos Surdos-Mudos no Rio de Janeiro (Jannuzzi, 2004). Ainda no ano de 1858, é inaugurado o Instituto Benjamim Constant direcionado ao atendimento de pessoas com deficiência visual, também no estado do Rio de Janeiro.
b) a educação mantinha seu caráter social, como pontua Jannuzzi (2004), uma vez que A criação dessas primeiras instituições especializadas [...] não passaram de umas poucas iniciativas isoladas, as quais abrangeram os mais lesados, os que se distinguiam, se distanciavam ou pelo aspecto econômico ou pelo comportamento educativo. Os que não o eram assim a "olho nu" estariam incorporados às tarefas sociais mais simples (Jannuzzi, 2004, p. 28).
c) Sofiato e Reily (2011), ao pesquisarem relatórios escritos da época de 1869-1871 sobre a educação de surdos ocorrida no Instituto Nacional de Surdos (Ines), relatam trechos que retratam como a sociedade segregava do convívio social e como compreendia as crianças e jovens surdos: Regenerar uma classe inteira de seres desgraçados muito tempo abandonados, pô-los na posse de uma instrucção impossível de adquirir de qualquer outro modo, por meio de methodo especial, restitui-los a sociedade, a sua família, e pô-los em estado de poderem um dia dirigir seus próprios negócios ? tal tem sido o fim da fundação do estabelecimento (Laemmert, 1859, p. 478 citado por Sofiato; Reily, 2011).
d) em outro documento pesquisado há a carta escrita pelo então diretor do Instituto Nacional de Surdos, em que descreve o objetivo da instituição: [...] não é formar homens de letras, como parece ter sido o pensamento do Regulamento n. 4.046 de 19 de dezembro de 1867; o fim único destes estabelecimentos é arrancar do isolamento, que embrutece, os infelizes privados do instrumento essencial para a manutenção e desenvolvimento das relações sociaes; é emfim converter em cidadãos úteis indivíduos que lhe pesão, e a damnificão involuntariamente (Leite, 1869, p. 4 citado por Sofiato; Reily, 2011).
e) outro dado que reflete o despreparo social e educacional para com as crianças consideradas "anormais" é constado nos fragmentos de uma revista educacional na década de 1930, pontuando que [...] o anormal se apresentava, na escola, como aquele que está fora do ritmo. Manifestando uma inadaptação ao ritmo escolar, essa criança poderia, por exemplo, não avançar no aprendizado ou perturbar a disciplina (Assis; Oliveira; Lourenço, 2020, p. 11).
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