Em seu artigo Bahia de todos santos, João José Reis reconta o seguinte acontecimento ocorrido no contexto do século XIX:
“Em 1828, um juiz de paz ...
Em seu artigo Bahia de todos santos, João José Reis reconta o seguinte acontecimento ocorrido no contexto do século XIX:
“Em 1828, um juiz de paz prendeu mulheres, tanto africanas quanto pretas brasileiras, dançando para deuses africanos em Salvador, na freguesia de Brotas. Aquilo representava outro passo largo na formação do candomblé baiano: a incorporação ritual dos negros nascidos do lado de cá do Atlântico. Considerando sua reação, o juiz que invadiu o terreiro se defrontara com algo novo. Em longos e coléricos relatórios ao presidente da província, ele argumentou que a mistura de crioulas (negras brasileiras) e africanas para celebrar deuses d’álem-mar era a ruptura de uma norma comportamental perigosa para a ordem pública; a seu ver, negras nascidas no Brasil deviam ser exclusivamente católicas”.
(Reis, João José. Bahia de todos os santos. In: Figueiredo, L (org.). Raízes africanas. Rio de Janeiro: Sabin, 2009.)
Já no trecho seguinte, um advogado candomblecista, já no século XXI, relata o seguinte:
"Já me recusaram vender flores quando perceberam que seriam usadas em terreiro de candomblé. No transporte público, a pessoa se levanta por não querer ficar sentada do seu lado, se benze. É algo que infelizmente faz parte do cotidiano e que os praticantes de reli
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