tese, que vem sendo admitida excepcionalmente pela jurisprudência, o que se busca é comprovar a inexistência de bens a serem inventariados, a fim d...

tese, que vem sendo admitida excepcionalmente pela jurisprudência, o que se busca é comprovar a inexistência de bens a serem inventariados, a fim de evitar a aplicação das sanções previstas no art. 1.523, do CC. A finalidade do inventário negativo é comprovar que o viúvo ou viúva do de cujus, não está sujeito à suspensão de um novo casamento por não ter realizado a partilha dos bens. Outra finalidade cabível é a de comprovação de que o autor da sucessão não deixou bens para responder por suas dívidas e assim, a realização do inventário negativo permite a intra vires hereditatis, isto é, que o herdeiro responda apenas até o limite das forças da herança, conforme o art. 1.792, CC. DA PARTILHA Findo o inventário, inicia-se o momento da partilha, em que ocorre a divisão dos bens entre os herdeiros e os cessionários, além de separar a meação do cônjuge sobrevivente, extinguindo-se o regime de casamento. Para Pontes de Miranda5, “partilha é a operação processual pela qual a herança passa do estado de comunhão pro indiviso, estabelecido pela morte e pela transmissão por força da lei, ao estado de quotas completamente separadas, ou ao estado de comunhão pro indiviso, ou pro diviso, por força da sentença”. Ou seja, neste momento desaparecerá a figura do espólio, pois cessará o caráter indivisível do acervo hereditário estabelecido após a abertura da sucessão. Contudo, a consumação da partilha não necessariamente quer dizer que haverá a divisão dos bens, isto porque esta pode não ocorrer, considerando a hipótese de o bem ser indivisível ou ainda, divisível, mas os herdeiros decidem manter o bem em comunhão, em ato inter vivos. 6 Outra hipótese ainda, é a de existir apenas um único herdeiro, em que ocorrerá a adjudicação dos bens por arrolamento sumário, de modo que não ocorrerá a divisão. DA PARTILHA EXTRAJUDICIAL 6 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, v. 7: direito das sucessões. 17. São Paulo: Saraiva Jur, 2023 5 MIRANDA, Pontes de. Tratado de direito privado, v. 60, p. 223 4 Idem. A partilha extrajudicial é prevista na legislação no art. 2.015, do Código Civil: “Se os herdeiros forem capazes, poderão fazer partilha amigável, por escritura pública, termo nos autos do inventário, ou escrito particular, homologado pelo juiz”. Esta modalidade de partilha trata-se de negócio jurídico plurilateral resultante da manifestação de vontade expressa de todos os herdeiros envolvidos na sucessão. DA PARTILHA JUDICIAL A outra modalidade de partilha é a judicial, que ocorre quando algum dos herdeiros é menor e incapaz ou quando não há acordo entre os partícipes. Aqui, a deliberação será feita pelo juiz, que determinará os quinhões baseando-se nos requerimentos dos interessados. O procedimento será de lavrar um esboço da divisão dos bens, considerando o pagamento das dívidas, o cálculo e quitação da meação do cônjuge sobrevivente e do autor da sucessão e, a composição dos quinhões a começar pelo mais velho, como determina o art. 651, do Código de Processo Civil7. A jurisprudência dominante considera que a decisão judicial que determina a divisão dos bens apenas reconhece o que foi discutido durante a lide, ou seja, possui caráter declaratório e não decisório. Assim, ao não possuir deliberativo, a decisão possuiria caráter equivalente ao despacho, do qual nos termos do art. 1.001, CPC, não caberia recurso para rediscutir o seu conteúdo8. Conforme verifica-se: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL C/C PARTILHA DE BENS, FIXAÇÃO DE ALIMENTOS E REGULAMENTAÇÃO DE GUARDA. DECISÃO QUE DETERMINOU A EMENDA DA PETIÇÃO INICIAL PARA APRESENTAÇÃO DE CERTIDÃO DE PROPRIEDADE 8 Idem. 7 PEREIRA, Caio Mario da Silva; MOREIRA, Carlos Roberto Barbosa (colab.). Instituições de direito civil, v. 6: direito das sucessões. 28. Rio de Janeiro: Forense, 2022. DOS BENS IMÓVEIS E MÓVEIS, E INDEFERIU PEDIDO DE FIXAÇÃO DE ALIMENTOS EM FAVOR DE EX-CÔNJUGE E DA GUARDA UNILATERAL DO FILHO MENOR EM FAVOR DA GENITORA. INSURGÊNCIA DA AUTORA. 1. PEDIDO DE POSTERGAÇÃO