Já em Hamlet, o trágico compõe toda a peça, contendo traição, laços familiares e a busca por vingança, numa perspectiva do que o homem é capaz de f...

Já em Hamlet, o trágico compõe toda a peça, contendo traição, laços familiares e a busca por vingança, numa perspectiva do que o homem é capaz de fazer, com elementos reais às ganâncias do ser humano. Hamlet, se fingindo de louco, uma semelhança com a “Morte Acidental de um Anarquista”, trás o encargo das emoções conflitantes muito presentes, principalmente em suas reflexões sobre a vida e a morte. “Suscitando a compaixão e o terror, a tragédia tem por efeito obter a purgação dessas emoções.“ A citação de Aristóteles pode ser compreendida na peça de Hamlet, através da cena em que Hamlet mata Polônio, pai de Ofélia, ao confundi-lo com Cláudio, seu tio responsável pela morte de seu pai. A morte errônea faz com que Hamlet fique ainda mais cego por vingança, se entregando às loucuras em seus atos que ele justifica ser por vingança.
“ [...] (Levanta o reposteiro e descobre o corpo de Polônio.)
Adeus, bobo apressado e intrometido. Julguei que era o teu chefe; é o teu destino. Vês que o ser serviçal traz seus perigos. Não torçais tanto as mãos; sentai-vos; quero lutar com vosso coração; no caso de ser ele amolgável, se o maldito costume o não deixou duro como o aço,
A RAINHA: Que fiz eu para usares de linguagem tão grosseira?
HAMLET: Uma ação que mancha a graça e o rubor da modéstia, que a virtude transforma em falsidade, muda as rosas da fronte prazenteira do amor puro em chaga repugnante, e os juramentos dos cõnjuges em pragas de viciados. Uma ação que do corpo dos contratos tira a própria alma e muda em palavrório a doce religião; a própria face do céu cora de pejo; sim, o mundo compacto, nas feições mostra a tristeza do juízo final, diante desse ato.”