Questão 26 Os recém-nascidos só são recebidos na sociedade em virtude de uma decisão do chefe de família. Em Roma um cidadão não “tem” um filho: el...

Questão 26
Os recém-nascidos só são recebidos na sociedade em virtude de uma decisão do chefe de família. Em Roma um cidadão não “tem” um filho: ele o “toma”, “levanta”; o pai exerce a prerrogativa, tão logo nasce a criança, de levantá-la do chão, onde a parteira a depositou, para tomá-la nos braços e assim manifestar que a reconhece e se recusa a enjeitá-la. A mulher acaba de dar à luz ou morreu durante o trabalho de parto, e o bebê foi extraído de seu útero incisado: isso não basta para decidir a vinda de um rebento ao mundo. A criança que o pai não levantar será exposta diante da casa ou num monturo público; quem quiser que a recolha. Enjeitavam ou afogavam as crianças malformadas (nisso não havia raiva, e sim razão, diz Sêneca: “É preciso separar o que é bom do que não pode servir para nada”), ou ainda os filhos de sua filha que “cometeu uma falta”.
(Paul Veyne. “O Império Romano”. In: Paul Veyne (org.). História da vida privada, 1: do Império Romano ao ano mil, 2009. Adaptado.)
A partir da leitura do texto e de conhecimentos sobre a Roma Antiga, é possível afirmar que entre os romanos


(A) a filiação de bebês malformados era malvista apesar de ser legalmente aceita.
(B) a aceitação de filhos extrapolava o ato de nascimento das crianças romanas.
(C) o abandono parental era frequentemente praticado à despeito da vontade materna.
(D) o enjeitamento dos recém-nascidos exercia a função de controle de natalidade.
(E) a rejeição dos recém-nascidos visava garantir a excelência do guerreiro romano.