"Xilogravura: histórias talhadas em série no tronco de imburana." 

De maneira geral, o primeiro álbum de xilogravura de que se tem notícia no Brasil é assinada por Oswaldo Goeldi no ano de 1930. A obra foi uma das referências utilizadas para a encomenda dos emissários - grupo formado pelos artistas plásticos Sérvulo Esmeraldo e Floriano Teixeira, e pelo crítico e historiador de artes Lívio Xavier Júnior - quando chegaram ao Cariri.

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As diferenças primordiais entre a antiga prática e a que segue, destaca Gilmar de Carvalho (jornalista, escritor e pesquisador) está no reconhecimento do autor. "Uma das características (da produção xilográfica), era exatamente o anonimato. Era dado muito pouca importância para a xilogravura nas oficinas das folhetarias, nas tipografias. A xilogravura era, digamos assim, uma parte do acabamento do cordel", compara o pesquisador.

Com as séries, as imagens antes isoladas crescem também em complexidade, requisitando de seus autores um maior planejamento na concepção do conjunto. "Esse pensar o conjunto leva a uma narrativa. A uma narrativa visual que será a tradução de outras narrativas que poderão ser feitas". Nas capas dos folhetos de cordel, os elementos narrativos se davam no conjunto com o texto, concebidos a partir deste. Dissociados, cabe aos próprios gravadores a concepção inicial.

Com um ritmo de criação mais intenso e maior fluidez narrativa, as novas gerações agregam às gravuras sequências que vão dos temas ligados à região - seja a rotina da casa de farinha, as romarias, tradições, a ecologia, as lendas do Cariri - aos filmes de kung fu, marca registrada do xilógrafo Cícero Vieira.

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Entre as inovações na produção de xilogravura, Gilmar aponta a experiência do xilocordel, iniciada há 10 anos por João Pedro do Juazeiro, radicado atualmente em Fortaleza. O gravador experimenta misturar estrofes do cordel com pequenas xilogravuras no próprio miolo da publicação. "É uma proposta interessante que eu atribuo a ele. Você pode até encontrar uma xilogravura dentro de um livreto de cordel, mas não de uma forma sistematizada propondo esse diálogo entre a imagem e o texto como ele fez". 

Para o escritor Gilmar de Carvalho, a prática da xilogravura atualmente, permite várias possibilidades. Ele fundamenta que na produção do álbum ou livreto, o artista pensa em relação a produção, com maior intensidade e maior espontaneidade narrativa. 

 Assinale alternativa correta: