A Constituição da República (CR) promulgada em 1988 introduziu definitivamente a ideia de processualidade administrativa no âmbito das relações jurídico-administrativas. A processualidade estabelece uma limitação da administração pública frente aos direitos do cidadão, garantindo o contraditório e a ampla defesa em ações que possam ofender a esfera juridicamente protegida do indivíduo. Isso demonstra que a processualidade tem um viés que privilegia a cidadania e os direitos humanos. Os fundamentos do direito processual administrativo estão na Constituição da República, que estabelece os princípios fundamentais da República e os direitos e garantias fundamentais do cidadão como normas de respeito obrigatório pelo poder público e, especificamente, pela administração. Além disso, o inciso LV do art. 5º da CR coloca ao lado do processo judicial o processo administrativo, evidenciando sua importância. A processualidade administrativa limita a atuação administrativa e é um conteúdo essencial para o estudo do direito administrativo, pois a Constituição é o fundamento último de todo ordenamento jurídico. A organização do Estado, estabelecida na CR, também traz diretrizes para a estruturação estatal e para a administração pública e servidores. Assim, toda atividade estatal deve respeitar os preceitos constitucionais e os agentes públicos têm limites nas relações jurídicas, como dar voz aos interlocutores, em conformidade com os princípios democráticos. O processo administrativo, nesse contexto, é um instrumento de ampliação da participação popular e da transparência da atuação estatal. Ele possibilita a participação popular na formulação da ordem legal e/ou nas decisões administrativas, contribuindo para a instituição de políticas públicas e para a tomada de decisões nas diferentes esferas político-governamentais estabelecidas na CR. A processualidade administrativa é uma das diretrizes básicas estabelecidas pelo ordenamento jurídico-constitucional a serem observadas por cada ente político, visando à satisfação dos interesses e necessidades de cada esfera político-administrativa. Vale ressaltar que a CR não esgota o tema, apenas estabelece diretrizes a serem observadas.
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