As duas situações que podem ser ensejadas por uma instituição de um imposto no contexto brasileiro são: 1. Taxa de Serviços Específicos e Divisíveis: Este imposto é cobrado em contrapartida à prestação de um serviço público específico e divisível, ou seja, um serviço que pode ser individualmente mensurado e usufruído pelos contribuintes de forma distinta. Os requisitos para a instituição desses impostos incluem a especificidade e divisibilidade do serviço, ou seja, ele deve ser claramente identificável e mensurável para cada contribuinte. Além disso, a taxa não pode ser desproporcional ao custo efetivo do serviço prestado.
2. Taxa de Poder de Polícia: Esta taxa é cobrada em decorrência do exercício regular do poder de polícia, que envolve fiscalização, regulamentação
A taxa de iluminação pública não cumpria esses requisitos porque a iluminação pública é um serviço de utilidade pública difuso, ou seja, é prestado a toda a coletividade, sem individualização e, portanto, sem divisibilidade. Assim, não há como individualizar o serviço para cada contribuinte e, por isso, não pode ser cobrado por meio de taxa. Um exemplo no Brasil é as igrejas que tem garantia constitucional da imunidade tributária, uma limitação ao poder de tributar do estado isto porque o constituinte originário de 1988 entendeu que o fenômeno religioso é tão importante a vida da sociedade que, ao refundar nosso ordenamento jurídico, construiu o conceito laicidade colaborativa, e dotou a organização religiosa de um patamar não de sujeição, mas de parceria pelo bem comum. A organização religiosa atua na sociedade como sujeito e deveres.
De acordo com a Constituição Federal, a instituição de uma taxa é permitida somente em duas situações: quando o Estado presta um serviço específico e divisível ao contribuinte ou quando exerce o poder de polícia ou a fiscalização de atividades. Para que a taxa seja instituída, é necessário que haja uma lei que a estabeleça, que o serviço ou atividade seja efetivamente prestado ou fiscalizado e que haja uma relação direta entre o contribuinte e o serviço ou atividade. No caso da taxa de iluminação pública, ela não cumpria esses requisitos, pois não havia uma relação direta entre o contribuinte e o serviço prestado, já que a iluminação pública é um serviço de uso comum e geral. Além disso, a taxa era embutida na conta de luz, o que não permitia que o contribuinte escolhesse se queria ou não utilizar o serviço. Por isso, a cobrança da taxa de iluminação pública foi considerada inconstitucional pelo STF e foi substituída pela Contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública (COSIP), que é uma espécie de contribuição de melhoria e atende aos requisitos constitucionais para sua instituição.
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