A palavra sacrifício vem de sacrum e officium, significando dever sagrado. Originalmente, significava o dever de matar algum animal para agradar ao...

A palavra sacrifício vem de sacrum e officium, significando dever sagrado. Originalmente, significava o dever de matar algum animal para agradar aos deuses, uma oferta, um esforço envolvendo sofrimento do ofertante para os deuses como ato de agradecimento ou de expiação por algum erro cometido. Sobre o sacrifício, assinale a alternativa correta: Escolha uma opção: a. Os rituais de sacrifício nunca são dramatizações de algum mito de sacrifício e não têm função de preservar a narrativa mítica e reatualizá-la e não conseguem gerar ligação com esse passado mítico pretendido nem com as tradições, morais, costumes e visões de mundo neles presentes. Os rituais de sacrifício não têm um aspecto conservador muito forte, como é o caso da missa católica. b. A tese sobre o sacrifício de René Girard diz que a imitação coletiva do desejo alheio gera um efeito cascata de muitas pessoas desejando o mesmo objeto e, consequentemente, um conflito violento entre elas que é direcionado, após, para apenas uma pessoa, que é assassinada pela horda de modo a gerar sensação de satisfação e pacificação do grupo, transformando a vítima sacrificada ao mesmo tempo em causa e fim da violência. c. Mauss tratou de um tipo específico de ritual de sacrifício, que ele chamou de sacrifício mercantil, que é um ritual que trata da obrigação de dar presentes, formando uma espécie de contrato primitivo, uma economia simbólica, em especial em sociedades da Polinésia, da Melanésia e do noroeste americano. Esse sacrifício são sistemas de prestações parciais, em que tudo é objeto de troca cuja finalidade é o lucro. d. Marcel Mauss compreende que o sacrifício é um modo de comunicação entre o mundo agrário com o pecuário pela vítima sacrificada, que deve ser separada do mundo profano. Para ele, o sacrifício iniciou-se como uma prática pecuária, e não agrária. Ele elencou três tipos de sacrifícios: os de sacralização, os de dessacralização e os de ascensão. e. No mito bíblico de Caim e Abel, fala-se da antítese entre sacrifícios agrários e pecuários, teorizada por alguns antropólogos. Nesse mito, o relato de um fratricídio como primeiro crime da humanidade nascente mostra o conflito entre antigas sociedades animistas e totemistas e também entre sociedades sedentárias e sociedades nômades e explica a origem do ritual de sacrifício dos povos semíticos, em especial dos hebreus e cananeus.