Existem vários fatores clínicos que podem afetar a capacidade do paciente de cicatrizar eficientemente. Alguns desses fatores incluem: - Infecção: é a causa mais comum de cicatrização retardada. Se a contagem bacteriana na ferida exceder 105 microorganismos/g de tecido ou se houver qualquer estreptococo beta-hemolítico presente, a ferida não cicatriza por nenhum meio, como suturas primárias, enxertos ou retalhos. - Idade: quanto mais velho o paciente, menos flexíveis são os tecidos. Há uma diminuição progressiva no colágeno. - Hiperatividade: dificulta a aproximação das bordas da ferida. O repouso favorece a cicatrização. - Doenças que alteram o fluxo sanguíneo normal podem afetar a distribuição de nutrientes celulares, bem como os componentes do sistema imunológico do corpo. Essas condições afetam a capacidade do corpo de transportar células de defesa e antibióticos, o que dificulta o processo de cicatrização. O tabagismo reduz a hemoglobina funcional e leva a disfunção pulmonar, o que reduz o suprimento de oxigênio às células e dificulta a cicatrização de feridas. - Deficiência nutricional: pode dificultar a cicatrização, pois deprime o sistema imunológico e diminui a qualidade e síntese do tecido de reparo. As deficiências de proteína e vitamina C são as mais importantes, pois afetam diretamente a síntese de colágeno. A vitamina A contrabalança os efeitos dos corticosteroides que inibem a contração da ferida e a proliferação de fibroblastos. A vitamina B aumenta o número de fibroblastos. A vitamina D facilita a absorção de cálcio, e a vitamina E é um co-fator na síntese de colágeno, melhora a resistência da cicatriz e destrói os radicais livres. O zinco é um co-fator de mais de 200 metaloenzimas envolvidas no crescimento celular e na síntese de proteínas, sendo, portanto, indispensável para a reparação tecidual. - Diabetes mellitus: prejudica a cicatrização de feridas em todas as fases do processo. O paciente diabético com neuropatia e aterosclerose associadas é propenso a isquemia tecidual, trauma repetitivo e infecção. - Corticosteroides, quimioterápicos e radioterápicos: podem reduzir a cicatrização de feridas, pois interferem na resposta imunológica normal à lesão. Eles interferem na síntese de proteínas ou na divisão celular, agindo diretamente na produção de colágeno. Além disso, aumentam a atividade da colagenase, tornando a cicatriz mais frágil. - Doenças imunossupressoras: a fase inflamatória é comprometida pela redução de leucócitos, com consequente atraso na fagocitose e lise de detritos celulares. Devido à ausência de monócitos, a formação de fibroblastos é deficiente. Além desses fatores mencionados, longos períodos de hospitalização e tempo cirúrgico prolongado também são aspectos complicadores importantes para o processo de cicatrização.
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