O burguês erudito fugiu para a Antiguidade clássica, as civilizações orientais, a natureza primitiva. Em vez de sensações novas deu imagens perfeitas de coisas acabadas, uma poesia de “peças de museu”, conservadas com o zelo de um inimigo fanático dos deuses mortos. Com efeito, chamou-se a Leconte de Lisle “conservador de um museu de história de religião” e “diretor de gabinete da antiguidade”; e a sua poesia científica tem a precisão das descrições num catálogo de museu.
O texto apresentado é um trecho de um ensaio de Mario de Andrade, intitulado "O Movimento Modernista". Nele, o autor critica a poesia parnasiana e simbolista, que, segundo ele, se preocupava mais com a forma do que com o conteúdo e a originalidade. O burguês erudito mencionado no trecho é uma figura que, na visão de Mario de Andrade, se refugiava em temas clássicos e exóticos para evitar a realidade e a contemporaneidade.
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Literatura Brasileira: Narrativa Contemporânea (dos Anos 50 à Atualidade)
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