Uma paciente de 63 anos, cirrótica por doença gordurosa, secundária a diabetes e obesidade, vem sendo repetidamente hospitalizada para a realização...

Uma paciente de 63 anos, cirrótica por doença gordurosa, secundária a diabetes e obesidade, vem sendo repetidamente hospitalizada para a realização de toracocentese devido a hidrotórax hepático à direita. Não tem ascite ou edema de membros. Suas medicações incluem insulina, enalapril 10mg a cada 12 horas, furosemida 40mg/d e espironolactona 100mg/d. Funções renal e eletrólitos são normais. Qual das medidas a seguir não deve ser utilizada? Realizar drenagem torácica. Correta. O hidrotórax hepático (HH) define-se como a presença de derrame pleural, geralmente superior a 500 ml, num doente cirrótico e com hipertensão portal, na ausência de patologia primária cardiopulmonar. A sua frequência varia entre os 5-12% e é mais frequente à direita (85.4%). Apesar de na maioria dos casos se acompanhar de ascite significativa, pode em casos raros existir sem ascite. A sua fisiopatologia relaciona-se com a existência de defeitos diafragmáticos que tornam possível a passagem peritônio-pleural de líquido ascítico com as variações de pressão intratorácica. O tratamento inicial do HH nesses pacientes segue o mesmo algoritmo para tratamento de ascite, que inclui diuréticos e restrição de sódio. Pacientes cirróticos com ascite não devem receber Inibidores da Enzima Conversora da Angiotensina (IECA). Aqueles que não respondem podem ser tratados com paracentese, toracocenteses de repetição ou derivação intra-hepática portossistêmica transjugular (TIPS). O aspecto mais importante no manejo é considerar o transplante hepático, pela doença de base.