A Teoria do Duplo Estatuto é uma teoria jurídica que estabelece que os tratados internacionais de direitos humanos possuem um estatuto jurídico diferenciado em relação às leis internas dos países signatários. Essa teoria foi estabelecida a partir de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) referente a um habeas corpus impetrado com o objetivo de soltar um indivíduo acusado de receptação ilegal. A prisão do depositário infiel é prevista pela Constituição Federal brasileira, mas era contrária às disposições da Convenção Americana de Direitos Humanos, que foi ratificada e incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro. O STF, então, buscou resolver esse impasse por meio da decisão que estabeleceu a Teoria do Duplo Estatuto, que determina que os tratados internacionais de direitos humanos têm um estatuto jurídico diferenciado em relação às leis internas dos países signatários. A repercussão dessa teoria sobre a interpretação é crítica, pois, embora tenha sido uma decisão importante para a proteção dos direitos humanos, ela também pode gerar conflitos entre as normas internas e internacionais. Além disso, a aplicação da teoria do duplo estatuto pode ser complexa e depender de uma análise cuidadosa de cada caso concreto.
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