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Em janeiro de 2003, Mariam e Mohamed, cidadãos tunisianos domiciliados no Rio de Janeiro, casaram-se em uma charmosa festa realizada no nordeste br...

Em janeiro de 2003, Mariam e Mohamed, cidadãos tunisianos domiciliados no Rio de Janeiro, casaram-se em uma charmosa festa realizada no nordeste brasileiros. Depois de dez anos de união, Mariam descobriu que Mohamed tinha um filho de um relacionamento anterior na Tunísia. O menino de 13 anos chamado Said nascera e residira durante toda a vida na Tunísia. Mariam decidiu divorciar-se de Mohamed. Na ausência de um pacto antenupcial, Mariam solicitou, em petição à Vara de Família do Rio de Janeiro, metade dos bens adquiridos pelo casal desde a celebração do matrimônio, alegando que o regime legal vigente no Brasil é o da comunhão parcial de bens. Mohamed, no entanto, contestou a pretensão de Mariam, argumentando que ambos eram cidadãos tunisianos, razão pela qual deveria ser aplicado o regime legal de bens vigente na Tunísia, que lhe seria mais favorável. Além disso, Mohamed descobriu que a representante legal de Said também ajuizou uma ação no Rio de Janeiro, a fim de que Mohamed pagasse pensão alimentícia ao menor. Mohamed defendeu-se, dizendo que, segundo as leis tunisianas, os filhos tidos fora do casamento oficial não têm direito à pensão alimentícia. À luz das regras de Direito Internacional Privado, responda: a) A ação de divórcio e a ação de alimentos podem ser julgadas pela Justiça brasileira? Justifique. b) Quem está certo sobre a lei aplicável ao regime de bens do casal, Mariam ou Mohamed? Justifique. c) Na ação de alimentos, o juiz brasileiro poderia aplicar a lei tunisiana para negar o direito de Said à pensão alimentícia? Justifique.

💡 2 Respostas

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Ed Verified user icon

a) Sim, a Justiça brasileira pode julgar tanto a ação de divórcio quanto a ação de alimentos. Isso porque, de acordo com o Código de Processo Civil brasileiro, o juiz brasileiro tem competência para julgar ações que envolvam cidadãos estrangeiros domiciliados no Brasil, como é o caso de Mariam e Mohamed. b) No caso em questão, a lei aplicável ao regime de bens do casal é a lei brasileira, que adota o regime da comunhão parcial de bens como regra geral. Isso porque, de acordo com o artigo 10 da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, a lei do país em que os cônjuges estabelecem sua residência habitual é a que rege a relação entre eles, salvo se houver convenção em contrário. Como Mariam e Mohamed estabeleceram sua residência habitual no Brasil, a lei brasileira é a que deve ser aplicada. c) Não, o juiz brasileiro não poderia aplicar a lei tunisiana para negar o direito de Said à pensão alimentícia. Isso porque, de acordo com o artigo 16 da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, a lei do país em que o menor tem sua residência habitual é a que deve ser aplicada para regular a obrigação de prestar alimentos. Como Said reside na Tunísia, a lei tunisiana é a que deve ser aplicada para regular a obrigação de Mohamed de prestar alimentos ao filho.

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Maria Eduarda Soares

a)     Na ação de alimentos, o juiz brasileiro poderia aplicar a lei tunisiana para negar o direito de Said à pensão alimentícia? Justifique.

O juiz não deverá aplicar, nessa situação, o direito estrangeiro, pois o direito estrangeiro do caso concreto afronta a ordem pública nacional e, além disso, a lei brasileira é legalmente aplicável ao caso. Art. 17° LINDB

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