Em um processo, houve pedido de tutela cautelar indeferido pelo juízo por meio de decisão interlocutória. Tempos depois, ainda no mesmo processo, a parte autora requereu a mesma tutela cautelar sob os mesmos fundamentos, porém, o juiz indeferiu argumentando que houve coisa julgada em relação a decisão que indeferiu a tutela cautelar ora requerida. O autor recorre argumentando que, reconhecer a coisa julgada nesse caso, seria reconhecer a coisa julgada sobre o próprio pedido de tutela final, uma vez que a tutela cautelar tem como objeto o mesmo direito resguardado pela tutela satisfativa final. Tais considerações sobre o objeto da tutela cautelar merecem prosperar?
Não necessariamente. A coisa julgada ocorre quando há uma decisão judicial definitiva sobre o mérito da questão, ou seja, quando não cabe mais recurso. No caso apresentado, a decisão que indeferiu a tutela cautelar anterior não é uma decisão definitiva sobre o mérito da questão, mas sim uma decisão interlocutória. Portanto, não há coisa julgada em relação a essa decisão. No entanto, é possível que o juiz tenha indeferido o pedido de tutela cautelar novamente por outros motivos, como a falta de elementos que comprovem a urgência da medida.
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