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INTRODUÇÃO Prof.ª: Monica Barbosa Contato: monicamunk@hotmail.com Segunda-feira 10-12h Quinta-feira 07-09h 1º TVC: 13/12 (40 pontos) 2° TVC: 10/02 (40 Pontos) 3° TVC: 14/02 (20 pontos) AULA 1 – FORMAÇÃO, EXTINÇÃO E SUSPENSÃO DO PROCESSO Data: 18/10 FORMAÇÃO Processo: é a relação jurídica que se desenvolve numa dialética entre pessoas e é regulamentado por lei. Relação jurídica: é um tipo de relação interpessoal (há diversas ordens de relações interpessoais, mas nem todas são relações jurídicas). Por exemplo: um namoro não é relação jurídica, contudo, se você resolve ir morar com alguém, essa relação estável é uma relação jurídica, pois, em dado momento a lei olhou aquela relação e determinou que ela importa para a sociedade e a regulamentou. Essa relação jurídica pode ser de ordem privada ou de direito público. Quando se fala na relação jurídica processual, é válido ressaltar que ela envolve o Estado, portanto, determina-se pelo caráter público. A solução dos conflitos é dada ao Estado através da jurisdição que é exercida pelo juiz. A doutrina classifica essa relação de modo angular, triangular, linear, etc. Esta relação jurídica tem uma formação gradual, começando pelo autor e o juiz. Quando o autor tem uma lesão no seu patrimônio jurídico, ele invoca o Estado. Mesmo que o Estado nos retire o poder de autotutela, ele nos dá em contrapartida o direito de ação (direito público, subjetivo, autônomo, abstrato, previsto em nível constitucional). A ação é direito. Para sanar a lesão jurídica, tenho o direito de invocar a prestação da tutela jurídica. Quando eu exerço esse direito de ação, eu pratico o ato jurídico denominado ‘demanda’. Essa demanda se materializa com a petição inicial (ato jurídico solene). Essa petição inicial é encaminhada ao distribuidor que é o Poder Judiciário, dando início à Formação do Processo. Lesão jurídica → interesse de agir → direito de ação → demanda → petição inicial → Poder Judiciário . Na data da distribuição, passa a existir uma relação processual entre o autor e o juiz. Ela depende do ato jurídico da demanda, pois, o nosso processo é dispositivo, logo, o juiz tem o impulso oficial do processo, mas não tem o poder jurídico de iniciar uma demanda. Ademais, a relação se estabiliza com a citação válida do réu. Art. 329. O autor poderá: I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consentimento do réu; II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar. Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à respectiva causa de pedir. (Código de Processo Civil) Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada, todavia, a propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos mencionados no art. 240 depois que for validamente citado. SUSPENSÃO A suspensão significa a paralização da marcha processual. Isso decorre da vontade das partes ou para solucionar algum impedimento. A suspensão só ocorre por uma decisão oficial emitida pelo juiz, ademais, não extingue os vínculos estabelecidos. As causas suspensivas estão previstas no art. 313 do Código de Processo Civil. Durante a suspensão, não se pratica atos jurídicos, entretanto, há uma exceção. Essa exceção trata dos atos jurídicos urgentes, necessários a preservar o direito. (Art. 314 do CPC) Art. 315 do CPC EXTINÇÃO Forma-se gradualmente a ideia de que o processo vá até o final, ou seja, até a sua extinção, sem maiores problemas. Não existe processo que termine sem sentença, do mesmo modo que nenhum se inicia sem petição inicial. O encerramento do processo pode se dar de dois modos: normal (com a solução da lide, a enfrentando – decisão definitiva, resolve a relação jurídica material e a processual) ou anômala (sem solução da lide – decisão terminativa, https://mail.google.com/mail/?view=cm&fs=1&to=monicamunk%40hotmail.com&authuser=2 resolve a relação processual, mas não resolve o mérito, ou seja, a relação material). PLOMP: Pretensão, Lide, Objeto, Mérito, Pedido. Art. 485 do CPC (sentenças terminativas) Art. 487 do CPC (sentenças definitivas) Perempção: Perda do direito de ação por parte do autor, uma vez que deixou o processo ser extinto 3 vezes sem análise do mérito. Prescrição: mata o direito pela inércia. AULA 2 – PROCESSO DE CONHECIMENTO Data: 21/10 Tutela Jurisdicional: tudo aquilo que o Estado entrega ao jurisdicionado quando é exercido o direito de ação. Ex.: ele pode reconhecer em favor de alguém uma obrigação de dar, fazer ou não fazer. O Estado nos presta três tipos básicos de tutela jurisdicional: Tutela de conhecimento; Tutela de execução; e Tutela de urgência. TUTELA DE CONHECIMENTO/ COGNITIVA A atividade do juiz nesse tipo de processo recai sobre os fatos, as provas e sobre o direito. O juiz entende a tese, a antítese e depois de apreciar as provas, ele procura a subsunção (encaixe dos fatos no ordenamento jurídico). Se ele encontra essa subsunção sobre o que foi arguido pelo autor, fato com direito, ele julga procedente o pedido. Logo, refere-se a uma atividade de conhecimento, de tudo o que lhe é apresentado. Quando o juiz exerce essa atividade e reconhece o direito do autor, ele prolata uma sentença procedente e essa sentença é reconhecida pelo ordenamento jurídico como um título executivo judicial. Se, entretanto, já exista um título executivo extrajudicial, o ordenamento dispensa essa atividade de conhecimento e autoriza que se ingresse de uma vez postulando um tipo de atividade jurisdicional, que é a de execução. TUTELA DE EXECUÇÃO No processo de execução, ou na fase de cumprimento de sentença para o título judicial, a atividade do Estado é completamente diferente, pois ele não conhece nada. O direito da parte já está reconhecido em um título, então ele adota atividades satisfativas, invasivas do patrimônio daquele obrigado, de modo a realizar o direito já reconhecido pelo título executivo judicial ou extrajudicial. TUTELA DE URGÊNCIA O que se tem é um outro tipo de atividade que visa assegurar os objetos do processo dos efeitos deletérios do tempo. Então o juiz pode dar uma cautelar, uma tutela antecipada preliminar, ou seja, toda uma estrutura lógica de urgência que é dada às punibilidades do jurisdicionado. PROCEDIMENTO Processo é relação jurídica processual, que contêm uma série de atos ordenados. A ordenação desses atos é conhecida como procedimento. O procedimento é como se fosse a música do processo, como flui a ordem dos atos processuais. PROCEDIMENTO COMUM O procedimento comum é o mais dilatado, e por isso que ele é fonte subsidiária dos procedimentos especiais. O procedimento comum é muito simples, é inicial, audiência de conciliação e mediação. Faz-se um acordo, homologa-se e está dada a sentença. Se não houver acordo, abre-se o prazo para contestação, entra-se na fase de saneamento, até chegar na sentença. É possível de ser dividido em fases lógicas do processo (não é regulado em lei, é uma previsão doutrinária que ocorre pela similitude dos atos processuais): 1. Fase Postulatória: em que as partes falam/postulam. Ela vai da inicial à contestação, e se possível, até a réplica. 2. Fase Saneadora: concentração de atos postulatórios, de modo a sanear o processo, em que o juiz se debruça com um pouco mais de atenção sobre o processo, determinando o suprimento de questõessanáveis e que se não forem sanadas, extingue-se o processo. 3. Fase Instrutória: é diluída ao longo do processo, mas saneado o processo, preocupa-se com a prova oral e pericial. É uma fase que não necessariamente acontece em todos os processos, porque a prova documental é acostada na fase postulatória. 4. Fase Decisória: em que o juiz prolata a sentença, decidindo o processo, qual seja, por meio de uma sentença definitiva ou terminativa. PROCEDIMENTO ESPECIAL Já o procedimento especial é considerado especial porque o legislador entendeu que o tratamento daquela matéria não poderia obedecer ao fluxo comum do procedimento anteriormente abordado. Ele precisava de conter técnicas processuais e prazos diferenciados, que logicamente devem ser obedecidos. O procedimento especial pode se dar através de: Leis extravagantes (extravasam ao Código); Dentro do Código OBS: O procedimento comum ou especial é sempre regulamentado por lei. Normas procedimentais são normas de ordem pública, não está ao alcance do jurisdicionado escolher se a ação dele vai seguir rito especial ou comum. Desse modo, para evitar maiores riscos, a escolha do procedimento deve ser feita através de eliminação. O primeiro raciocínio do jurisdicionado deve ser verificar se a matéria dele é tratada em algum procedimento especial. Se não houver tratamento em lei especial, ele irá verificar se há tratamento especial dentro do Código de Processo Civil, que são os procedimentos especiais de jurisdição contenciosa ou voluntária. Se também não houver tratamento especial dentro do CPC, aí sim, ele cai no rito comum/procedimento comum. Art. 283 do CPC (erro de forma no processo). Se o juiz enxerga o erro de forma e esse erro não trouxe prejuízo para ninguém, ele não anulará nenhum ato. Já se ele considerar que esse erro, nem que seja minimamente, pode trazer prejuízo a alguma das partes, ele irá do erro para frente anular o processo, refazendo-o a partir do erro. Trata-se do reconhecimento do equívoco e do prejuízo causado. Art.190 do CPC (negócio processual). Estabelece a possibilidade do negócio processual. TUTELA DE CONHECIMENTO/ COGNITIVA (CONT.) O conhecimento do juiz recai sobre fatos e direito, essa questão é comumente chamada de ‘objeto do processo’. Esse exercício de conhecimento do juiz é dado na fundamentação do processo, onde ele expõe ao jurisdicionado esse conhecimento, trata-se, portanto, de um exercício de inteligência. A sentença tem três partes: relatório, fundamentação e o dispositivo. Questões de fato: em regra, dependem de provocação da parte e de apresentação dos fatos ocorridos. (art. 493, CPC) X Questões de direito: podem ser apreciados de ofício pelo juiz, isso se dá a qualquer tempo e grau de jurisdição. Questões prévias: prévias à análise do mérito. Questões que podem ser subordinantes ao mérito. Ademais, as questões prévias podem ser divididas em dois tipos: Preliminares; Prejudiciais; Para uma doutrina a diferença entre preliminares e prejudiciais está no conteúdo, pois, as preliminares seriam referentes à relação processual (matérias constantes do art. 485 do CPC) e as prejudiciais seriam referentes à relação material. Já para a outra corrente, a diferença está na forma que essas questões prévias influenciam no julgamento do juiz. Se for uma preliminar, ela é um juízo de admissibilidade, ela impede o exame de qualquer outra questão, é como se fosse um sinal fechado para o juiz, interrompendo sua atividade. Já as prejudiciais, seriam um sinal aberto indicativo de como proceder, decidindo de acordo com o que ela informa. Para encarar a atividade de conhecimento é necessário subdividi-la em questões de admissibilidade e de mérito. PLANOS DE COGNIÇÃO DO JUIZ Plano horizontal: até onde o juiz pode julgar, o que ele pode julgar, qual a matéria que ele pode efetivamente apreciar dentro do processo. Refere-se a amplitude dessas questões. Podendo ser categorizado como: pleno e limitado. O processo de cognição pleno refere-se ao procedimento comum, ou seja, não há limitação pela lei da matéria a ser apreciada. O processo de cognição limitado refere-se ao procedimento especial, pois limita a cognição do juiz. Plano vertical: até que ponto o juiz pode conhecer. Ele se divide em duas categorias: exauriente ou sumária. O processo de cognição exauriente refere-se ao fato de que o juiz exauriu todas as fases necessárias para a prolação da sentença (sentença definitiva – coisa julgada material). O processo de cognição sumária é o que acontece antes da cognição exauriente, não significa que é malfeita, é tão somente o momento em que ela é feita. AULA 3 – FASE POSTULATÓRIA, PETIÇÃO INICIAL E IMPROCEDÊNCIA LIMINAR Data: 25/10 Fase postulatória: primeira fase do processo, que vai da inicial à contestação e, eventualmente, se estende até a réplica, pois ela não é obrigatória. A postulação é a fase em que as partes conversam com o juiz, a primeira peça dessa fase é a petição inicial. PETIÇÃO INICIAL A petição inicial precisa ser escrita, datada e assinada por advogado, desde que a própria lei dispense a capacidade postulatória. A petição inicial vem disciplinada no art. 319 do Código de Processo Civil: Art. 319. A petição inicial indicará: I - o juízo a que é dirigida; (competência) II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; (partes) III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; (causa de pedir e o nexo causal entre esses fatos com o ordenamento jurídico) IV - o pedido com as suas especificações; V - o valor da causa; VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. § 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias à sua obtenção. § 2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu. § 3º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça. A nacionalidade não é prevista no inciso II uma vez que se está instrumentalizando o direito de ação, e ele não é restrito aos nacionais, abrangendo também os estrangeiros. No Processo Civil vigora o princípio da substanciação da causa de pedir, ou seja, significa que o autor e réu quando forem pedir, precisam descrever completamente a causa de pedir e, não podem omitir nenhum fato. Consiste que na ação deve constar não somente a causa de pedir próxima, mas também a causa de pedir remota, conforme artigo 282, inciso III do Código de Processo Civil. Mesmo que haja o princípio da cognição de ofício do direito por parte do juiz, é necessário que o advogado elabore bem a petição inicial, a fundamentação jurídica pode implicar na citação de uma doutrina, a menção de jurisprudência (deve corresponder ao tribunal que julgaria, porventura, essa apelação). Depois de realizar a exposição da causa de pedir, da fundamentação, normalmente acrescenta-se “isto posto, requer”, desse modo, parte-se para o pedido. O pedido trata da limitação objetiva da coisa julgada, as partes informam o pedido subjetivo, o pedido informa o limite objetivo. Logo, o juiz não pode oferecer nada além do que foi pedido. Se o juiz não estabelece uma correlação entre a sentença e o pedido, essasentença será citra, ultra ou extra petita. Sentença citra petita é aquela que não examina em toda a sua amplitude o pedido formulado na inicial (com a sua fundamentação) ou a defesa do réu. Na sentença ultra petita, o defeito é caracterizado pelo fato de o juiz ter ido além do pedido do autor, dando mais do que fora pedido. A sentença é extra petita quando a providência jurisdicional deferida é diversa da que foi postulada; quando o juiz defere a prestação pedida com base em fundamento não invocado; quando o juiz acolhe defesa não arguida pelo réu, a menos que haja previsão legal para o conhecimento de ofício. É nesse momento do pedido que se subdivide em mediato (bem da vida, por exemplo, indenização em virtude de algo) e imediato (pede-se sentença declaratória, condenatória ou constitutiva). Provas: “Alegar e não provar, é o mesmo que não alegar”. Art. 106. Quando postular em causa própria, incumbe ao advogado: I - declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço, seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e o nome da sociedade de advogados da qual participa, para o recebimento de intimações; II - comunicar ao juízo qualquer mudança de endereço. § 1º Se o advogado descumprir o disposto no inciso I, o juiz ordenará que se supra a omissão, no prazo de 5 (cinco) dias, antes de determinar a citação do réu, sob pena de indeferimento da petição. § 2º Se o advogado infringir o previsto no inciso II, serão consideradas válidas as intimações enviadas por carta registrada ou meio eletrônico ao endereço constante dos autos. A petição inicial, que instrumentaliza o ato jurídico da demanda, é levada para o cartório distribuidor, depois de distribuída a ação, leva-se petições simples ao cartório do protocolo. Essa distribuição fixa a competência do juiz, tem efeitos jurídicos, formando a relação processual entre o autor e juiz. Já surtindo assim, o efeito sobre o autor da litispendência, a lide já existe e ele não pode mais alterar a causa de pedir, alterar provas, alienar o bem. O despacho com o juiz pode ser dividido em três categorias: Positivo: o despacho positivo indica que a petição inicial não possui defeitos, ela está correta, determinando a seguir, a citação do réu; Saneador: a petição inicial tem problemas que são sanáveis, logo, o juiz abre prazos para que o advogado conserte esses defeitos (emenda da inicial); Negativo: indica o indeferimento da petição inicial, o erro é de tal modo que não é sanável. É necessário analisar qual pedido o juiz indeferiu, se foi apenas um ou os demais pedidos acumulados. (Art.330, 331) IMPROCEDÊNCIA LIMINAR Quando o juiz indefere a petição inicial, dando despacho negativo, a sentença é terminativa. Já quando o juiz entra no mérito, ele dá uma sentença definitiva, apta a fazer coisa julgada material. Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. § 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição. § 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos do art. 241. § 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. § 4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias. A regra é a de que o juiz conclua pela procedência ou improcedência (o fato não tem subsunção com o ordenamento) ao final do processo, depois de aberto o contraditório, passada as fases do processo. A improcedência liminar refere-se ao momento processual, precisamente, aquele antes da citação. De cara o juiz percebe que não procede. Ela foi criada porque nas demandas de massa e repetitivas, que já foram analisadas inúmeras vezes e é pacífico na jurisprudência como improcedente, ou seja, tópico natimorto. Desse modo, descongestiona o Judiciário para que o tempo que ele iria perder com aquela demanda, ele dedique a uma que mereça sua atenção. AULA 4 – O PEDIDO Data: 08/11 Petição inicial deve apresentar ao juiz os elementos da ação, qual sejam, as partes, a causa de pedir e o pedido. Código de Processo Civil – Do Pedido (arts. 322 a 329) O pedido representa o limite objetivo da tutela jurisdicional, através dele que você limita a atividade jurisdicional. Juiz não pode dar sentença que não seja correlata em relação ao pedido, caso não seja correlata irá padecer de vício. Por isso, a petição inicial é a peça mais importante do processo, porque com base nela se caminha pela demanda e resolve a própria. Além do mais, ela fixa o objeto da demanda jurisdicional e, identifica tudo que será feito pelo juiz. O pedido se subdivide em pedido imediato e mediato. Imediato: coloca a parte em contato com a relação processual, irá informar ao juiz qual o tipo de tutela jurisdicional que você pede, o que se espera que o processo traga para você. Mediato: coloca o juiz em contato com o bem da vida (objeto) pretendido, relação material. Ex: indenização, despejo, rescisão contratual, etc. O Pedido é imposto pela obediência de requisitos: Art. 322. O pedido deve ser certo. § 1º Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios. § 2º A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o princípio da boa-fé. Artigo 322, caput: Deve ser certo. O pedido certo é o pedido expresso. No processo não existem presunções, você deve dizer exatamente o que você quer. Determinado: Precisa ser claro, de modo que o juiz entenda o limite de sua atuação dentro do processo. Determinante da atividade jurisdicional. Concludente: Tem de estar ligado à causa de pedir. Parágrafo primeiro: traz a hipótese de pedido implícito, ou seja, mesmo que você não escreva, o juiz concederá a você por determinação legal. Sucumbência: compreende às custas do processo, as despesas do processo (perito) e os honorários do advogado. Parágrafo segundo: estabelece a relação para o juiz no momento da interpretação do pedido, sem deixar margem de dúvidas. Art. 324. O pedido deve ser determinado. § 1º É lícito, porém, formular pedido genérico: I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados; II - quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato; III - quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu. § 2º O disposto neste artigo aplica-se à reconvenção. Parágrafo primeiro: recai sobre o pedido mediato, sobre o bem da vida. Inciso I: Ex: herança que a pessoa não sabe do que se trata exatamente qual a herança. Inciso II: Ex.: alguém queima uma safra de café do qual não consigo determinar a consequência do prejuízo, somente a indenização. Inciso III: Ex.: expurgos inflacionários, plano informava que haveria uma correção x, etc. Bancos deixaram de pagar uma quantia razoável. Qual o valor do saldo no banco naquela época (cerca de 20 anos atrás)? Ato do réu. Art. 325. O pedido seráalternativo quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo. Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a prestação de um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido alternativo. Obrigação disjuntiva: ou uma ou outra. Normalmente as partes elegem o pedido alternativo. Procede-se a escolha/concentração do devedor. Art. 326. É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que o juiz conheça do posterior, quando não acolher o anterior. Parágrafo único. É lícito formular mais de um pedido, alternativamente, para que o juiz acolha um deles. Pedido subsidiário: estabelece uma cumulação de pedidos em ordem sucessiva, ordem de preferência dada pelo autor. Cumulação eventual. Escolha conferida de cautela, mais de um pedido. Acolhimento do pedido subsidiário gera uma sucumbência (STJ) – se elejo um pedido e perco esse pedido, terei interesse recursal, entretanto sucumbi de alguma forma mesmo que o juiz tenha aderido ao pedido subsidiário, dessa forma, terei de pagar pelos ônus provenientes de tal sucumbência. Art. 323. Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações sucessivas, essas serão consideradas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do autor, e serão incluídas na condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las. Prestação periódica ou de trato sucessivo; Modalidade de pedido implícito. Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão. § 1º São requisitos de admissibilidade da cumulação que: I - os pedidos sejam compatíveis entre si; II - seja competente para conhecer deles o mesmo juízo; III - seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento. § 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumulação se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum. § 3º O inciso I do § 1º não se aplica às cumulações de pedidos de que trata o art. 326 . Dois pedidos diferentes em um único processo: ex: dano moral, indenização, tirar nome do SPC, etc. Conexão: identidade entre a causa de pedir e o pedido. Parágrafo primeiro: ainda que não haja conexão, é necessário a presença de requisitos de admissibilidade. Inciso I: compatibilidade dos pedidos, podem ser cumulados. Inciso II: Caso a incompetência seja relativa, podemos ter o fenômeno da prorrogação, prorrogará a competência para atuação. Inciso III: Ex.: os três seguiram o rito comum. Parágrafo segundo: Autor abre mão do procedimento especial e segue o rito comum. Procedimento: como anda o processo; Técnica processual: mecanismo que é utilizado pelo juiz por ordem legal. Ex.: estabilização (liminar que a outra parte não discorda) Art. 328. Na obrigação indivisível com pluralidade de credores, aquele que não participou do processo receberá sua parte, deduzidas as despesas na proporção de seu crédito. Pedido indivisível, obrigação indivisível; ou seja, quando vários credores forem titulares em conjunto daquela obrigação insuscetível de fracionamento a lei diz que não há problema. Ex: fenômeno da estabilização, quando se tem uma liminar e a outra parte não discorda dessa liminar Art. 329. O autor poderá: I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consentimento do réu; II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar. Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à respectiva causa de pedir. Revelia: réu revel, a pessoa deve citar o réu novamente? Tem de citar. Deve ser citado para aditamento ou emenda. Pode alterar causa de pedir e o pedido caso tenha anuência do réu após a estabilização. Limite é até o saneamento. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art326 AULA 5 – AUDIÊNCIA PRELIMINAR DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO. CONTESTAÇÃO (ESTUDO DA DEFESA DO RÉU) Data: 11/11 O CPC de 2015 alterou a ordem dos atos processuais do procedimento comum, inserindo a audiência de conciliação e mediação antes da abertura do prazo de contestação para o réu. Previsão legal de audiências: 1) Audiência de conciliação e mediação; 2) Audiência de saneamento; 3) Audiência de instrução e julgamento. Aperfeiçoado o ato citatório, o réu é convocado para comparecer a uma audiência de conciliação e mediação, se nela houver a composição da lide (resolver o conflito segundo a vontade da lei), o juiz homologa e encerra o processo. Se não houver a composição da lide, prossegue-se para as seguintes fases do processo de conhecimento, por meio do procedimento comum até alcançar a sentença. AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição. § 1º A composição e a organização dos centros serão definidas pelo respectivo tribunal, observadas as normas do Conselho Nacional de Justiça. § 2º O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem. § 3º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos. Conciliação: preferencialmente quando não houver vínculo anterior entre as partes (ex.: problema com o banco, problema de consumidor). Sugere soluções para o conflito. Mediação: preferencialmente quando houver vínculo anterior entre as partes. Corrobora para que os interessados estabeleçam novamente a comunicação e eles mesmos decidam a melhor solução, atividade mais provocativa. Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. § 1º O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência de conciliação ou de mediação, observando o disposto neste Código, bem como as disposições da lei de organização judiciária. § 2º Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2 (dois) meses da data de realização da primeira sessão, desde que necessárias à composição das partes. § 3º A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado. § 4º A audiência não será realizada: I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual; II - quando não se admitir a autocomposição. § 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteressena autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência. § 6º Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes. § 7º A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio eletrônico, nos termos da lei. § 8º O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado. § 9º As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos. § 10. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes para negociar e transigir. § 11. A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença. § 12. A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será organizada de modo a respeitar o intervalo mínimo de 20 (vinte) minutos entre o início de uma e o início da seguinte. O réu é citado para a audiência, já o autor é intimado para a audiência por meio da pessoa do seu advogado. As pessoas confundem autocomposição com direito indisponível. O direito indisponível é aquele que eu não posso abrir mão dele, mas não quer dizer que não posso conciliar sobre ele (ex.: alimentos, pois, são verbas irrenunciáveis, no entanto, posso compor sobre a forma de pagamento, o valor do pagamento). A ausência de autocomposição não se liga ao direito indisponível. Um direito indisponível que podemos citar é aquele que envolve a Fazenda Pública. O Estado ao contrário do ente privado, só age quando a lei determina. O Estado pode fazer acordos, mas deve ser autorizado por lei. Se houver uma autorização legal, mesmo na hipótese de um direito indisponível, um juiz poderá agendar essa audiência e tentar a autocomposição. Se a pessoa for regularmente intimada para essa audiência, o réu ou autor, se ela não cai nas exceções do §4° e ela não comparece, isso é considerado como um ato atentatório à justiça. Logo, no §8° estabelece-se a multa para esses casos. Se o juiz consegue um acordo total nessa audiência, ele irá homologar e encerrar o processo ali. Contudo, se ele conseguir um acordo parcial, a parte conciliada da lide já irá para o regime de cumprimento de sentença e essa decisão será estudada no art.536, CPC. Nos casos em que não for possível chegar a um acordo, prossegue-se pelo rito comum. NÃO OBTENÇÃO DO ACORDO Teoria da exceção, da resposta do réu e à revelia. A petição inicial instrumentaliza o direito de ação, e que esse direito de ação é público, subjetivo, autônomo e abstrato, previsto em nível constitucional (disponibilizado aos nacionais e estrangeiros). Se de um lado eu tenho o direito de ação, desse mesmo lado existe o direito de defesa. O direito de defesa está para o réu, como o direito de ação está para o autor. A defesa é uma garantia constitucional, tratando-se de direito abstrato. A exceção é mais do que um direito de resposta, pois dá a oportunidade de o juiz consultar o réu em todos os atos do processo, para que se exerça o contraditório pleno. A exceção se dá de duas formas: Contestação; Reconvenção. Esse direito de resposta não é uma obrigação do réu, é um ônus. Se ele quiser se silenciar, é um direito dele, mas irá arcar com as consequências dessa inércia. Essa defesa de exceção é provocada pelo réu querendo. Esse conceito de exceção agora já pode ser comparado com um outro, denominado “objeção”. Enquanto a exceção é o nome que se dá a objeção do réu, provocada, voluntária; a objeção se refere as matérias que o juiz independentemente da reação do réu deve reconhecer de ofício. As objeções podem ser substanciais (ex.: prescrição e decadência) ou processuais (ex.: todos os pressupostos processuais, todas cognoscíveis de ofício). CONTESTAÇÃO É um modo de defesa interna, isso significa, que ela é colocada dentro dos autos. Ao lado da defesa interna, nós temos a defesa instrumental, aquela que forma um instrumento, ou seja, que é feita em apartado, foi essa que no novo CPC tirou. A contestação pode externar para o juiz dois tipos básicos de defesa: Defesa direta: aquela que se liga a relação material, o réu traz para o juiz de modo prévio ou difundo uma questão da relação material, substancial ou de mérito. Defesa indireta (processual, formal ou adjetiva): aquela que nós vimos das chamadas ‘preliminares’, compete ao réu antes de entrar no mérito apontar para o juiz os defeitos da relação processual. Ele pode cumular mais de um pedido. Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: I - inexistência ou nulidade da citação; II - incompetência absoluta e relativa; III - incorreção do valor da causa; IV - inépcia da petição inicial; V - perempção; VI - litispendência; VII - coisa julgada; VIII - conexão; IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; X - convenção de arbitragem; XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual; XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar; XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. § 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação anteriormente ajuizada. § 2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. § 3º Há litispendência quando se repete ação que está em curso. § 4º Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em julgado. § 5º Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das matérias enumeradas neste artigo. § 6º A ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na forma prevista neste Capítulo, implica aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral. Essa defesa processual indireta ela pode ser dilatória ou peremptória, as vezes a defesa não chega ao ponto de o processo ser extinto, mas aponta o defeito que o juiz é obrigado a consertar, isso é uma defesa dilatória, pois arrasta um pouco o processo, mas não chega extingui-lo. Se ao contrário, ele argui com preliminar uma defesa processual peremptória, ela é insuperável, por exemplo, uma coisa julgada. Quanto a defesa de mérito (pode-se ou não fazer a defesa processual), ao contrário, deve sempre existir, porque se você não faz defesa de mérito, você vai cair em revelia e irá sofrer os ônus dessa sua inércia. Essa defesa de mérito, do objeto substancial, também se divide em: Defesa direta: o réu nega o fato ou as consequências jurídicas do fato (por exemplo, que não houve o dano), desse modo, o ônus da prova cabe ao autor, ou seja, ele deve provar que o fato ocorreu ou que houve a lesão. Defesa meritória indireta: quando o réu reconhece o fato articulado pelo autor e opõe um outro fato, que seja modificativo, impeditivo ou extintivo do direito do autor. Ex.: aceito tudo que o autor falou, só que o fato está prescrito. É da postura do réu dentro do processo que o juiz enxerga o ônus probatório e em virtude disso, enxerga a procedência ou improcedência do pedido. O réu pode agir de duas formas: negando o fato ou aceitando o fato articulado pelo autor. O direito de ação está ligado ao direito de reação. O ônus da prova pertence a quem alega. A contestação tem um prazo peremptório para ser apresentado ao processo. O juiz não pode dilatar o prazo contestatório e este prazo está previsto no art. 335 do CPC. Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias (úteis), cujo termo inicial será a data: I - da audiência de conciliação oude mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição; II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso I; III - prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos. § 1º No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 334, § 6º, o termo inicial previsto no inciso II será, para cada um dos réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência. § 2º Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso II, havendo litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em relação a réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá da data de intimação da decisão que homologar a desistência. Sendo a defesa processual do mérito, é importante entender o “princípio da eventualidade ou da concentração”, que significa que cabe ao réu formular toda a sua defesa (de fato e de direito) na contestação (art. 336, CPC). Pois, se ele não rebate quaisquer dos fatos articulados pelo autor, isso vira incontroverso (“quem cala consente”), presume-se a veracidade dos fatos alegados pelo autor (art. 341, CPC). Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir. Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se: I - não for admissível, a seu respeito, a confissão; II - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância do ato; III - estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto. Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial. Substância do ato: deve ser prova cabal, confirmada pela lei. Ex.: não existe testamento oral. Negativa geral: os 3 operadores (defensor público, advogado dativo e curador especial) estão dispensados da defesa pelo princípio da eventualidade ou da concentração, ou seja, eles estão permitidos à negativa geral. DEFESAS PRELIMINARES São referentes a relação processual, aos pressupostos processuais discriminados no art. 337 do CPC. Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: I - inexistência ou nulidade da citação; II - incompetência absoluta e relativa; III - incorreção do valor da causa; IV - inépcia da petição inicial; V - perempção; VI - litispendência; VII - coisa julgada; VIII - conexão; IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; X - convenção de arbitragem; XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual; XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar; XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. Art. 340. Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a contestação poderá ser protocolada no foro de domicílio do réu, fato que será imediatamente comunicado ao juiz da causa, preferencialmente por meio eletrônico. § 1º A contestação será submetida a livre distribuição ou, se o réu houver sido citado por meio de carta precatória, juntada aos autos dessa carta, seguindo-se a sua imediata remessa para o juízo da causa. § 2º Reconhecida a competência do foro indicado pelo réu, o juízo para o qual for distribuída a contestação ou a carta precatória será considerado prevento. § 3º Alegada a incompetência nos termos do caput, será suspensa a realização da audiência de conciliação ou de mediação, se tiver sido designada. § 4º Definida a competência, o juízo competente designará nova data para a audiência de conciliação ou de mediação. Se você se considera parte ilegítima, deve-se indicar quem é a parte legítima, segundo os arts. 338 e 339 do CPC. Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu. Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas e pagará os honorários ao procurador do réu excluído, que serão fixados entre três e cinco por cento do valor da causa ou, sendo este irrisório, nos termos do art. 85, § 8º. Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação. § 1º O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 (quinze) dias, à alteração da petição inicial para a substituição do réu, observando-se, ainda, o parágrafo único do art. 338. § 2º No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar a petição inicial para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu. Há alguns tipos de defesa que podem ser alegadas pelo réu depois da contestação, quais sejam: Impedimento ou suspeição do juiz; Art. 342 do CPC; Art. 342. Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas alegações quando: I - relativas a direito ou a fato superveniente; II - competir ao juiz conhecer delas de ofício; III - por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição. Na contestação o réu tenta impedir a postulação feita pelo autor, AULA 6 – RECONVENÇÃO E REVELIA Data: 18/11 “A contestação está para o réu, assim como, a petição inicial está para o autor”. RECONVENÇÃO Na contestação o réu impede a pretensão, ela articula defesas de modo, direto ou indireto, para impedir que o autor consiga aquele provimento postulado. E ele também pode tentar pedir alguma coisa dentro do processo, através da peça denominada “reconvenção”. Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. § 1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias. § 2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção. § 3º A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro. § 4º A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro. (Litisconsórcio ativo facultativo) § 5º Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também na qualidade de substituto processual. § 6º O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação. A reconvenção é uma faculdade, uma instrumentalidade que o CPC coloca à nossa disposição, pois, ela representa a ação do réu contra o autor usando do mesmo processo, valendo da mesma relação processual. Ele apresenta ao juiz da causa um pedido expresso referente ao bem da vida, para não ter que se utilizar uma ação autônoma (ele pode se valer dessa via, a reconvenção é apenas uma faculdade que ele pode utilizar). Se é uma ação autônoma do réu contra o autor, quando se entra com a reconvenção, tem-se o aumento do objeto litigioso (pedido). O processo começa com o objeto litigioso posto pelo autor, se o réu vem com a reconvenção, há um aumento do objeto litigioso, pois, o juiz deverá apreciar duas lides/pretensões. Assim comono procedimento comum que não há limitação de matéria para a inicial, não existe limitação de matéria para a reconvenção. Logo, temos uma cognição plena, tanto para a ação do rito, quanto para a reconvenção. O CPC também trouxe uma regra que autoriza uma ampliação subjetiva, trazendo para a lei alguns entendimentos doutrinários. Isso significa que a lei passou a dizer que quando o réu entra com a reconvenção contra o autor, ele pode trazer um litisconsorte no polo ativo ou no polo passivo. Nas hipóteses do §§3° e 4°, que tratam do litisconsórcio, é preciso relembrar da classificação: simples, unitário, necessário e facultativo. Com relação ao aumento do polo passivo (réu contra o autor e um terceiro), nós temos que entender a diferença entre litisconsórcio necessário e litisconsórcio facultativo para raciocinar em cima do §3°. O litisconsórcio necessário é uma imposição da lei ou de um contrato, é porque as partes precisam estar presentes naquela relação processual sob pena de invalidação. Ex.: ação de usucapião, como ela pretende excutir a propriedade do réu, pela prescrição aquisitiva do autor, no polo passivo nós temos que ter marido e mulher, e no polo passivo a mesma coisa. O litisconsórcio facultativo que dá a faculdade de escolha, tem-se a opção entre formá-lo ou não, logo, eu coloco alguém no polo passivo da relação se eu quiser. Ele só será aceito se eu estiver diante de uma solidariedade ou diante de co-legitimados. Ex.: contrato formado com 3 pessoas, e A aciona B para a revisão do contrato, só que B na condição de réu questiona a presença de C e B move uma reconvenção contra A e C em polo passivo. Existe uma conexão da causa de pedir, mas o pedido não será o mesmo. Não existe litisconsórcio ativo necessário, somente o facultativo. Requisitos da reconvenção: pressupostos processuais, externar uma causa de pedir, um pedido, e apresentar isso na peça de contestação, peça única levada no protocolo e competência do juiz. Deve haver uma compatibilidade de ritos, isso significa, que essa cumulação de pedidos na inicial, deve seguir o mesmo tipo de rito, dando-se preferência ao rito comum. Cabe reconvenção no rito especial? No rito especial se depois da contestação o procedimento seguido for o comum, cabe a reconvenção. Deve haver uma conexão entre a reconvenção e a ação do autor ou entre a minha reconvenção e a minha contestação (fundamento de defesa – fático e jurídico). Conexão é a identidade entre a causa de pedir e o pedido. O interesse de agir na reconvenção abre um leque, pois, eu preciso dizer que ela é necessária. Ela não é necessária quando estou diante de ação dúplice, quando eu puder fazer um pedido de ação contraposto, quando eu tiver uma hipótese de exceções substanciais ou diante de ações meramente declaratórias. Ação dúplice: eu não faço reconvenção quando estou diante de uma ação dúplice. A ação dúplice significa que o objeto litigado pelo autor pode ser na mesma medida litigado pelo réu. O autor pede algo que o réu também pode pedir. Pedido de ação contraposto: ele é uma reconvenção pequena/limitada. A reconvenção não tem limitação de matéria, ela é ampla. No pedido contraposto é a lei que irá nos dizer a causa de pedir ou irá tipificar essa pretensão, ou seja, impõe limitações. Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor. Exceções substanciais: exceção é sinônimo de defesa, substancial é do direito material. A exceção substancial seria prescrição e decadência, logo, não precisa de reconvenção para reconhecer prescrição ou decadência. Ações meramente declaratórias: ação tem definições tríduas no CPC, ação condenatória, declaratória e constitutiva. Ex.: reconhecimento de paternidade. Art.19 do CPC Súmula 258-STF: É admissível reconvenção em ação declaratória. (Para o objeto da declaração do direito, mas para pedir algo além é preciso de reconvenção) Art.343, §5° - a substituição processual refere-se à legitimidade. Não cabe reconvenção: Compensação é matéria de contestação e não de reconvenção, porque representa um fato extintivo do direito do autor. A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito, não obsta o prosseguimento do processo quanto à reconvenção. REVELIA A revelia é a ausência de apresentação da contestação no prazo legal. Efeitos da revelia: não é por que se está revel que você irá sofrer os efeitos da mesma, são coisas distintas. Nós temos duas ordens de efeito: Efeito material: presunção de veracidade das alegações de fato formuladas pelo autor (final do art.344 do CPC); Efeito processual: o réu não será intimidado caso não tenha patrono (os prazos contra o réu irão correr depois da publicação sem intimação), julgamento antecipado da causa (art. 349 e 355); Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor. Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se: I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação; II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis; III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato; IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos. Art. 346. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data de publicação do ato decisório no órgão oficial. Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se encontrar. Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito, quando: I - não houver necessidade de produção de outras provas; II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na forma do art. 349. A revelia é relativa, não é absoluta. Não tomando fatos absurdos como verdadeiros. Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao: I - incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com os daquele, enquanto durar a incapacidade; II - réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa, enquanto não for constituído advogado. Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, nos termos da lei. Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido. Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente será considerado seu substituto processual. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art344 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art344 AULA 7 – FASE DE SANEAMENTO, PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES, JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO, DECISÃO DE SANEAMENTO E ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO Data: 22/11 As providências preliminares estão previstas no capítulo IX do art. 347 e 353. Se denominam ‘preliminares’, porque são providências preliminares a uma fase que se chama julgamento conforme, há uma intensificação nessa fase da atividade saneadora do juiz, porque em seguida vem ao raciocínio dele sobre a necessidade de uma instrução do processo ou da desnecessidade dessa instrução, passando a seguir, para a fase decisória. Então, ele não pode perder tempo com produção de prova ou julgamento de um processo que está sem saneamento. Essas providências preliminares são de algumas ordens que são de fácil compreensão e recorrentes nofórum: 1. Réplica Estica a fase postulatória, porque o autor ainda fala alguma coisa. Vem a inicial, a contestação e dependendo da situação do processo, o juiz determina a abertura de vista para o autor falar novamente. A réplica é muito comum no cotidiano forense, contudo, ela não acontece de modo indistinto, a lei prevê situações em que a réplica acontece. Art. 351. Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no art. 337, o juiz determinará a oitiva do autor no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe a produção de prova. O art. 337 se refere as preliminares, então toda vez que um réu arguir uma preliminar, ele está suscitando um defeito no processo, enfrentando uma defesa indireta. Art. 350. Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe o juiz a produção de prova. Ele forma a defesa indireta de mérito, é aquela em que o réu argui algum fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Art. 437. O réu manifestar-se-á na contestação sobre os documentos anexados à inicial, e o autor manifestar-se-á na réplica sobre os documentos anexados à contestação. § 1º Sempre que uma das partes requerer a juntada de documento aos autos, o juiz ouvirá, a seu respeito, a outra parte, que disporá do prazo de 15 (quinze) dias para adotar qualquer das posturas indicadas no art. 436. Informa o direito do contraditório pleno. 2. Especificação de prova Art. 348. Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando a inocorrência do efeito da revelia previsto no art. 344, ordenará que o autor especifique as provas que pretenda produzir, se ainda não as tiver indicado. É como um lembrete ao autor de que nessa situação não incide os efeitos da revelia e se ele quer produzir provas. Art. 349. Ao réu revel será lícita a produção de provas, contrapostas às alegações do autor, desde que se faça representar nos autos a tempo de praticar os atos processuais indispensáveis a essa produção. É um lembrete do arrefecimento da presunção de veracidade dos fatos. 3. Arrumar os efeitos do processo Art. 352. Verificando a existência de irregularidades ou de vícios sanáveis, o juiz determinará sua correção em prazo nunca superior a 30 (trinta) dias. Determina-se o saneamento de irregularidades ou de vícios sanáveis. Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao: II - réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa, enquanto não for constituído advogado. Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, nos termos da lei. Art. 353. Cumpridas as providências preliminares ou não havendo necessidade delas, o juiz proferirá julgamento conforme o estado do processo, observando o que dispõe o Capítulo X. JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO Porque dependendo da situação do processo o juiz se posicionará dessa ou daquela maneira. 1. Extinção sem análise do mérito, porque não se corrigiu a questão processual, não atendeu a ordem de emenda, não juntou a procuração que precisava, entre outras hipóteses do art.485 (sentença terminativa – encerra a relação processual, mas não aborda a relação material); 2. Julgamento antecipado/ Não é o caso de extinção sem análise do mérito, desse modo, posso prosseguir com o processo. Se eu puder andar com ele, profere-se sentença com mérito, podendo ser classificada em: Homologatória; Pelo reconhecimento da prescrição ou decadência; Enfrentamento pelo juiz do objeto litigioso. 3. Decisão de saneamento ou organização do processo, quando o juiz não puder fazer julgamento antecipado. Julgamento antecipado da lide: se antecipa à fase instrutória, pois, sai da fase de saneamento e vai-se a fase decisória. Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito, quando: I - não houver necessidade de produção de outras provas; II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na forma do art. 349. Art. 356: não preciso esperar a sentença lá na fase decisória se o pedido estiver pronto para esse julgamento, se refere a hipótese de cumulação de pedidos. Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles: I - mostrar-se incontroverso; II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355 . § 1º A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líquida ou ilíquida. § 2º A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto. § 3º Na hipótese do § 2º, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva. § 4º A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz. § 5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento. Princípio da cooperação e princípio do dever de consulta do juiz. Art. 357: despacho saneador Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de saneamento e de organização do processo: I - resolver as questões processuais pendentes, se houver; II - delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando os meios de prova admitidos; III - definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373 ; IV - delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito; V - designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento. § 1º Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes, no prazo comum de 5 (cinco) dias, findo o qual a decisão se torna estável. § 2º As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consensual das questões de fato e de direito a que se referem os incisos II e IV, a qual, se homologada, vincula as partes e o juiz. § 3º Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz designar audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes, oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer suas alegações. § 4º Caso tenha sido determinada a produção de prova testemunhal, o juiz fixará prazo comum não superior a 15 (quinze) dias para que as partes apresentem rol de testemunhas. § 5º Na hipótese do § 3º, as partes devem levar, para a audiência prevista, o respectivo rol de testemunhas. § 6º O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no máximo, para a prova de cada fato. § 7º O juiz poderá limitar o número de testemunhas levando em conta a complexidade da causa e dos fatos individualmente considerados. § 8º Caso tenha sido determinada a produção de prova pericial, o juiz deve observar o disposto no art. 465 e, se possível, estabelecer, desde logo, calendário para sua realização. § 9º As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo de 1 (uma) hora entre as audiências. AULA 8 – FASE PROBATÓRIA: TEORIA GERAL DA PROVA Data: 25/11 A fase probatória trata-se da 2° fase do processo comum. Como vimos anteriormente, a fase postulatória (1° fase do processo comum), vai da inicial até a contestação e, eventualmente, até a réplica nas providências preliminares. Quando estudamos o direito probatório, precisamos compreender que ele recai sobre fatos. O processo de conhecimento traz consigo questões de fato e de direito, as questões de fato devem ser alegadas e provadas (em regra) e, as questões dedireito, em regra, não precisam ser alegadas e nem provadas. Logo, a fase probatória é referente aos fatos alegados pelo autor na inicial e pelo réu na contestação ou defesa, procurando assim, a adequação daquilo que é dito dentro do ordenamento jurídico. A prova é um instrumento pelo qual a gente tenta trazer a verdade dos fatos, no sentido subjetivo, ela é vista como um meio de convencimento do juiz, porque ele que vai prolatar a sentença dentro desse exercício da tese, antítese e síntese. Esse convencimento precisa ser dado pelo que a doutrina denominada de prova útil, porque as vezes as pessoas apresentam diversos papéis no processo que não agregam em nada (prova inútil). O estudo da Teoria Geral da Prova, fundamenta-se em 5 pilares, pois, entende-se tudo vendo qual é: Objeto da prova; Finalidade da prova; Destinatário da prova; Meios de prova; Procedimentos probatórios. OBJETO DA PROVA Quando estudamos o objeto da prova, acabamos esbarrando na divergência doutrinária. O que eu tenho que provas são as alegações ou os fatos. A corrente majoritária apoia os fatos como embasamento de tudo que foi articulado, já a corrente minoritária acredita que as alegações são objetos da prova. Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar. E só provo o direito na hipótese do art. 376 do CPC. Em regra, devo provar os fatos que alego. O objeto da prova é uma nomenclatura corriqueira e que implica em uma classificação, que será explanada a seguir. Quanto à prova: I. Prova Direta: oriunda do próprio fato (testemunha ocular, perícia); II. Prova Indireta: oriunda de outro fato que leva à conclusão do fato primitivo, trata-se de um raciocínio lógico para a conclusão dos fatos (provas que circundam a situação); Quanto a fonte: I. Prova Pessoal: testemunha ou depoimento (vem de uma pessoa); II. Prova real: é objetiva, vem de documento, exame das coisas, perícia; Quanto à forma: I. Prova oral: aquela afirmação feita em audiência; II. Prova documental: uma afirmação feita de modo escrito, gravado ou filmado; III. Prova material: atestação afirmada com base na prova pericial; Quanto ao momento: I. Prova simples ou casual II. Prova pré-constituída: corriqueira, vem citada no mandado de segurança como uma das condições de seu acolhimento. É constituída antes do ajuizamento da demanda, ela não é necessariamente uma prova documental, pode ser uma prova documentada (produzida antes do processo). A prova constituída refere-se ao momento em que ela é feita, pois, chega-se ao processo com ela pronta. Na maioria das vezes é uma prova composta, ou seja, o mesmo fato foi demonstrado por mais de um meio de prova. Direito à prova é um direito constitucional, porque representa um conteúdo do contraditório, logo, é um direito fundamental. Só os fatos relevantes que merecem essa energia, não vale a pena perder tempo com fatos irrelevantes. Logo, o art. 370 do CPC disciplina o tema: Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito. Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou meramente protelatórias. Art. 374. Não dependem de prova os fatos: I - notórios; (de conhecimento geral) II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária; (depositada sobre direito disponível) III - admitidos no processo como incontroversos; IV - em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade. FINALIDADE E DESTINATÁRIO DA PROVA O processo civil, assim como, o processo penal está em busca da verdade real, mas ao contrário do processo penal, o processo civil se contenta com a verdade formal. E a verdade é demonstrada com a prova dos fatos. Para a prova chegar até o juiz, é necessário entender regras procedimentais e quebrar a inércia. Em que pese o processo seja um mecanismo de composição de litígios e que essa composição, é também um interesse do Estado, se a parte não usar dos mecanismos corretos para trazer ao juiz esse convencimento do fato e por consequência, a verdade real não aparecer, além do juiz decidir com base em presunções, não se trata de um problema do Judiciário. Ao juiz só é lícito conhecer o que está provado nos autos. A finalidade da prova é o convencimento do juiz, assim como, o destinatário da prova também é o juiz. O juiz que fará a valoração da prova, para concluir sobre a procedência ou improcedência do pedido. A lei determina métodos legais para valoração da prova, pois aqui não pode incidir a arbitrariedade. 1. Critério legal: o juiz fica preso a compartimentação da prova, isso se prova través disso, aquilo se prova através disso. A forma tinha um valor absurdo e cada prova tinha seu valor definido. A lei determina que determinada situação só se prova através de tal modo, é um método não mais aplicado. Ex.: não existe testamento sem testamento, doação e compra e venda sem escritura pública. 2. Sistema da livre convicção: o juiz seria livre para decidir como quisesse, até mesmo por situações não apresentadas nos autos. Aboliu-se porque deixava margens para diversos problemas. 3. Sistema da persuasão racional ou do livre- convencimento motivado: o julgamento é fruto de um raciocínio lógico, o juiz deve ser livre para pensar, e não há hierarquia entre as provas (salvo as que a própria lei determinou). O juiz expõe o raciocínio dele motivando, pois, ele é livre para apreciar as provas, mas deve demonstrar o que o levou aquela decisão. (Adotado no direito brasileiro) Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento. Art. 375. O juiz aplicará as regras de experiência comum subministradas pela observação do que ordinariamente acontece e, ainda, as regras de experiência técnica, ressalvado, quanto a estas, o exame pericial. A prova é um ônus da parte que vem no processo ou que é chamada através da citação. Se você não faz, você não se desincumbe desse ônus. Contudo, o juiz possui poder instrutório (art. 370, CPC): impulso oficial, ativismo no requerimento de provas, juiz ativo e imparcial (mas sempre complementar) – composição da lide como interesse do Estado. A doutrina determina limites ao poder instrutório, sendo eles: Seja uma atividade complementar; Impossibilidade de determinar a produção em dados casos (ex.: na contestação ele não impugna determinado fato); Confissão expressa ou ficta Ônus da prova: Não é obrigação da parte, e fato alegado e não provado é o mesmo de não alegado ou fato inexiste. É possível de ser estudado sob duas facetas: Faceta subjetiva: imposição dessa responsabilidade aquela que alega; Faceta objetiva: o ônus da prova serve como critério de julgamento, logo, podemos cair em dois tipos de sistema: Sistema Estático: art. 373, CPC – o ônus da prova pertence a quem alega; Sistema Dinâmico: o ônus da prova pode ser definido de acordo com aquele que apresenta as melhores condições para produzir a prova. Art. 373. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. § 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade dese desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. (Não se refere a dificuldade financeira, e sim sobre dificuldade probatória) § 2º A decisão prevista no § 1º deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil. § 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando: I - recair sobre direito indisponível da parte; II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. § 4º A convenção de que trata o § 3º pode ser celebrada antes ou durante o processo. Teorias acerca do ônus da prova: Jeremy Bentham: o ônus da prova deve ser atribuído aquela pessoa que tem as melhores condições de produzir essa prova (nascedouro do critério dinâmico). Acabou inspirando a criação da inversão do ônus da prova, nada mais é do que atribuir o ônus da prova aquele que está em melhores condições de fazê- la, produzi-la. O Código de Defesa do Consumidor (art. 38 – ope legis ‘feita pelo legislador’; art.6°, inciso VIII – a inversão ocorre se o juiz se convencer que há hipossuficiência ou quando a alegação dele for verossímil) apresenta a possibilidade de inversão do ônus da prova, quebrando a regra do critério estático do art.373 do CPC Giuseppe Chiovenda: presente no art.373 do CPC. Pela sua teoria a distribuição do ônus da prova é estática, já é definido, quem alega tem o ônus da prova. Se o réu faz uma defesa direta: quando ele nega o fato, ele não aduz nenhum fato novo, então se ele nega o fato, o ônus da prova recai todo sobre o autor. Se o réu faz uma defesa indireta: ele aceita o fato alegado pelo autor e opõe outro fato, seja ele impeditivo, extintivo ou modificativo, o ônus da prova fica com ele. Obs.: Cuidado com as versões diferenciadas, se o réu chega e dá uma versão diferenciada do fato, mas não aduz fato novo impeditivo, extintivo ou modificativo. Na versão diferenciada o réu continua negando a articulação autoral. Obs1.: A distribuição da prova pode ser alvo de negócio processual, o art.190 autoriza você dispor sobre a relação processual. O CPC/2015 trouxe para toda e qualquer tipo de relação jurídica também a possibilidade de inversão do ônus da prova, o que antes nós tínhamos para as relações consumeristas, agora por lei é reservado também às relações processuais; art. 373, §§ 1° e 2°. Obs.: Se a prova for difícil para ambas as partes, não é possível a inversão da prova. §1° - O juiz pode oportunizar à parte, ANTES da sentença a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. (Fase saneadora) A doutrina diz que a inversão do ônus da prova, não dispensa a parte de demonstrar os fatos constitutivos do direito dela. Inversão do ônus da prova X negação de fato X fato negativo Negação de fato: o fato é trazido pelo autor ou o réu, se o autor chega dentro de uma petição negando absolutamente um fato, ele não terá como fazer prova do nada. Se você está diante da negação absoluta, não há necessidade inversão do ônus da prova, porque é impossível a parte provar o nada. O ônus do fato positivo contrário já é do réu. Fato negativo: deve ser provado, porque ele aparece como constitutivo de alguns direitos (art.1389, CC, servidão – direito real que surge em imóveis, o qual deve ser registrado em cartório) AULA 9 – MEIOS DE PROVA E PROCEDIMENTOS Data: 29/11 O estudo da Teoria Geral da Prova, fundamenta-se em 5 pilares, pois, entende-se tudo vendo qual é: Objeto da prova; ✔ Finalidade da prova; ✔ Destinatário da prova; ✔ Meios de prova; ✔ Procedimentos probatórios. ✔ MEIOS DE PROVA Quando falamos em meio de prova, o CPC deixa muito claro dois tipos de prova: Típicos: na retórica jurídica, a prova típica é a que é prevista da lei (escrito). EX.: depoimento pessoal, confissão, prova documental, prova testemunhal, inspeção judicial, prova pericial, exibição de documento e coisa; Atípicos: outros meios não escritos, mas moralmente legítimos de serem empregados. Ex.: prova por presunção, Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz. A primeira prova atípica que podemos citar, uma vez que, é muito recorrente, é a famosa prova por presunção. A prova por presunção não é uma prova direta, são várias provas indiretas de fatos indiretos que por um raciocínio lógico do juiz, ele conclui o fato que sustenta a procedência ou improcedência do pedido. O raciocínio lógico (atividade mental) é regulamentado pela lei, não como um meio de prova, mas como presunção. Quando o juiz adota uma presunção, ele tem que se valer do raciocínio do homem médio, são as regras de experiência comum. Art. 375. O juiz aplicará as regras de experiência comum subministradas pela observação do que ordinariamente acontece e, ainda, as regras de experiência técnica, ressalvado, quanto a estas, o exame pericial. Presunção probatória X Presunção legal A presunção legal refere-se às normas jurídicas que podem ser classificadas de modo absoluto ou de modo relativo. A presunção legal absoluta é necessária, ela sucumbe a menor ocorrência em favor da maior ocorrência, não admite prova em contrário de que o menor é incapaz e do fato de que todos devem conhecer a lei, por exemplo; ela baseia-se em fatos presumidos pela maioria. Já a presunção legal relativa são normas legais, contudo, tem-se apenas a distribuição do ônus da prova, pois a lei presume aquilo até que se faça prova em contrário. A presunção probatória não se fulcra nas questões normativas da lei, ela se fulcra na experiência comum ou técnica desde que baseada no homem médio, na experiência comum. Art. 232, CC Art. 232. A recusa à perícia médica ordenada pelo juiz poderá suprir a prova que se pretendia obter com o exame. A ficção legal nós temos “uma mentirinha jurídica” que é necessária, a lei ignora a ocorrência de qualquer coisa. Ex.: entende que aquilo que foi arguido pelo autor é verdade. Além da prova típica e da prova atípica que são os meios de prova, nós temos também o procedimento probatório. PROCEDIMENTOS PROBATÓRIOS O procedimento probatório é diferente de meio de prova, pois, a prova é oriunda de fontes (podendo ser uma pessoa, coisa, fenômenos da vida), os meios de prova funcionam como pontes dessas fontes até o processo, então, quando eu pego uma testemunha, ela diz o que ela viu, seja uma pessoa, fenômeno ou coisa. Contudo, para trazer isso ao processo, eu preciso de formalidades, que são, então, os procedimentos probatórios. O procedimento probatório varia de acordo com o meio de prova. Para as provas típicas, o procedimento probatório também é regulado pela lei, para as provas atípicas, adota-se a teoria geral, que ela seja produzida sob o crivo do contraditório (a parte contrária pode fiscalizar a produção probatória). Qualquer que seja a prova, ela só tem eficácia se produzida sob o crivo do contraditório. A produção dessa prova típica ou atípica obedece três ou quatro estágios (Requerimento, deferimento ou indeferimento, produção e valoração), de acordo com alguns entendimentos doutrinários. Em virtude desses estágios probatórios, não se deve ter medo de requerer a prova seja a inicial e na contestação, não devemos seguir aquele uso que se protesta por todos os meios de prova. Requerimento: precisa ser feito na fase postulatória, o autor requer de modo correto e especificado na inicial e o réu requer a prova de modo correto e especificado na contestação. Pode ser que o autor tenha que requerer provas para contrapor
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