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TUTELA JURISDICIONAL COGNITIVA

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INTRODUÇÃO 
Prof.ª: Monica Barbosa 
Contato: monicamunk@hotmail.com 
Segunda-feira 10-12h 
Quinta-feira 07-09h 
 1º TVC: 13/12 (40 pontos) 
 2° TVC: 10/02 (40 Pontos) 
 3° TVC: 14/02 (20 pontos) 
AULA 1 – FORMAÇÃO, EXTINÇÃO E 
SUSPENSÃO DO PROCESSO 
Data: 18/10 
FORMAÇÃO 
Processo: é a relação jurídica que se desenvolve numa 
dialética entre pessoas e é regulamentado por lei. 
Relação jurídica: é um tipo de relação interpessoal (há 
diversas ordens de relações interpessoais, mas nem todas 
são relações jurídicas). Por exemplo: um namoro não é 
relação jurídica, contudo, se você resolve ir morar com 
alguém, essa relação estável é uma relação jurídica, pois, em 
dado momento a lei olhou aquela relação e determinou que 
ela importa para a sociedade e a regulamentou. Essa relação 
jurídica pode ser de ordem privada ou de direito público. 
Quando se fala na relação jurídica processual, é válido 
ressaltar que ela envolve o Estado, portanto, determina-se 
pelo caráter público. A solução dos conflitos é dada ao 
Estado através da jurisdição que é exercida pelo juiz. A 
doutrina classifica essa relação de modo angular, triangular, 
linear, etc. 
Esta relação jurídica tem uma formação gradual, começando 
pelo autor e o juiz. Quando o autor tem uma lesão no seu 
patrimônio jurídico, ele invoca o Estado. Mesmo que o 
Estado nos retire o poder de autotutela, ele nos dá em 
contrapartida o direito de ação (direito público, subjetivo, 
autônomo, abstrato, previsto em nível constitucional). A 
ação é direito. 
Para sanar a lesão jurídica, tenho o direito de invocar a 
prestação da tutela jurídica. Quando eu exerço esse direito 
de ação, eu pratico o ato jurídico denominado ‘demanda’. 
Essa demanda se materializa com a petição inicial (ato 
jurídico solene). Essa petição inicial é encaminhada ao 
distribuidor que é o Poder Judiciário, dando início à 
Formação do Processo. 
Lesão jurídica → interesse de agir → direito de ação 
→ demanda → petição inicial → Poder Judiciário . 
Na data da distribuição, passa a existir uma relação 
processual entre o autor e o juiz. Ela depende do ato jurídico 
da demanda, pois, o nosso processo é dispositivo, logo, o juiz 
tem o impulso oficial do processo, mas não tem o poder 
jurídico de iniciar uma demanda. Ademais, a relação se 
estabiliza com a citação válida do réu. 
Art. 329. O autor poderá: 
I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de 
pedir, independentemente de consentimento do réu; 
II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido 
e a causa de pedir, com consentimento do réu, assegurado o 
contraditório mediante a possibilidade de manifestação 
deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o 
requerimento de prova suplementar. 
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à 
reconvenção e à respectiva causa de pedir. (Código de 
Processo Civil) 
Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição 
inicial for protocolada, todavia, a propositura da ação só 
produz quanto ao réu os efeitos mencionados no art. 240 
depois que for validamente citado. 
SUSPENSÃO 
A suspensão significa a paralização da marcha processual. 
Isso decorre da vontade das partes ou para solucionar algum 
impedimento. A suspensão só ocorre por uma decisão oficial 
emitida pelo juiz, ademais, não extingue os vínculos 
estabelecidos. As causas suspensivas estão previstas no art. 
313 do Código de Processo Civil. 
Durante a suspensão, não se pratica atos jurídicos, 
entretanto, há uma exceção. Essa exceção trata dos atos 
jurídicos urgentes, necessários a preservar o direito. (Art. 
314 do CPC) 
Art. 315 do CPC 
EXTINÇÃO 
Forma-se gradualmente a ideia de que o processo vá até o 
final, ou seja, até a sua extinção, sem maiores problemas. 
Não existe processo que termine sem sentença, do mesmo 
modo que nenhum se inicia sem petição inicial. 
O encerramento do processo pode se dar de dois modos: 
normal (com a solução da lide, a enfrentando – decisão 
definitiva, resolve a relação jurídica material e a processual) 
ou anômala (sem solução da lide – decisão terminativa, 
https://mail.google.com/mail/?view=cm&fs=1&to=monicamunk%40hotmail.com&authuser=2
resolve a relação processual, mas não resolve o mérito, ou 
seja, a relação material). 
PLOMP: Pretensão, Lide, Objeto, Mérito, Pedido. 
 Art. 485 do CPC (sentenças terminativas) 
 Art. 487 do CPC (sentenças definitivas) 
Perempção: Perda do direito de ação por parte do autor, 
uma vez que deixou o processo ser extinto 3 vezes sem 
análise do mérito. 
Prescrição: mata o direito pela inércia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 2 – PROCESSO DE CONHECIMENTO 
Data: 21/10 
Tutela Jurisdicional: tudo aquilo que o Estado entrega ao 
jurisdicionado quando é exercido o direito de ação. Ex.: ele 
pode reconhecer em favor de alguém uma obrigação de dar, 
fazer ou não fazer. 
O Estado nos presta três tipos básicos de tutela jurisdicional: 
 Tutela de conhecimento; 
 Tutela de execução; e 
 Tutela de urgência. 
TUTELA DE CONHECIMENTO/ COGNITIVA 
A atividade do juiz nesse tipo de processo recai sobre os 
fatos, as provas e sobre o direito. O juiz entende a tese, a 
antítese e depois de apreciar as provas, ele procura a 
subsunção (encaixe dos fatos no ordenamento jurídico). Se 
ele encontra essa subsunção sobre o que foi arguido pelo 
autor, fato com direito, ele julga procedente o pedido. Logo, 
refere-se a uma atividade de conhecimento, de tudo o que 
lhe é apresentado. 
Quando o juiz exerce essa atividade e reconhece o direito do 
autor, ele prolata uma sentença procedente e essa sentença 
é reconhecida pelo ordenamento jurídico como um título 
executivo judicial. Se, entretanto, já exista um título 
executivo extrajudicial, o ordenamento dispensa essa 
atividade de conhecimento e autoriza que se ingresse de 
uma vez postulando um tipo de atividade jurisdicional, que 
é a de execução. 
TUTELA DE EXECUÇÃO 
No processo de execução, ou na fase de cumprimento de 
sentença para o título judicial, a atividade do Estado é 
completamente diferente, pois ele não conhece nada. O 
direito da parte já está reconhecido em um título, então ele 
adota atividades satisfativas, invasivas do patrimônio 
daquele obrigado, de modo a realizar o direito já 
reconhecido pelo título executivo judicial ou extrajudicial. 
TUTELA DE URGÊNCIA 
O que se tem é um outro tipo de atividade que visa assegurar 
os objetos do processo dos efeitos deletérios do tempo. 
Então o juiz pode dar uma cautelar, uma tutela antecipada 
preliminar, ou seja, toda uma estrutura lógica de urgência 
que é dada às punibilidades do jurisdicionado. 
PROCEDIMENTO 
Processo é relação jurídica processual, que contêm uma 
série de atos ordenados. A ordenação desses atos é 
conhecida como procedimento. O procedimento é como se 
fosse a música do processo, como flui a ordem dos atos 
processuais. 
PROCEDIMENTO COMUM 
O procedimento comum é o mais dilatado, e por isso que ele 
é fonte subsidiária dos procedimentos especiais. O 
procedimento comum é muito simples, é inicial, audiência 
de conciliação e mediação. Faz-se um acordo, homologa-se 
e está dada a sentença. Se não houver acordo, abre-se o 
prazo para contestação, entra-se na fase de saneamento, até 
chegar na sentença. 
É possível de ser dividido em fases lógicas do processo (não 
é regulado em lei, é uma previsão doutrinária que ocorre 
pela similitude dos atos processuais): 
1. Fase Postulatória: em que as partes 
falam/postulam. Ela vai da inicial à contestação, e 
se possível, até a réplica. 
2. Fase Saneadora: concentração de atos 
postulatórios, de modo a sanear o processo, em 
que o juiz se debruça com um pouco mais de 
atenção sobre o processo, determinando o 
suprimento de questõessanáveis e que se não 
forem sanadas, extingue-se o processo. 
3. Fase Instrutória: é diluída ao longo do processo, 
mas saneado o processo, preocupa-se com a prova 
oral e pericial. É uma fase que não necessariamente 
acontece em todos os processos, porque a prova 
documental é acostada na fase postulatória. 
4. Fase Decisória: em que o juiz prolata a sentença, 
decidindo o processo, qual seja, por meio de uma 
sentença definitiva ou terminativa. 
PROCEDIMENTO ESPECIAL 
Já o procedimento especial é considerado especial porque o 
legislador entendeu que o tratamento daquela matéria não 
poderia obedecer ao fluxo comum do procedimento 
anteriormente abordado. Ele precisava de conter técnicas 
processuais e prazos diferenciados, que logicamente devem 
ser obedecidos. O procedimento especial pode se dar 
através de: 
 Leis extravagantes (extravasam ao Código); 
 Dentro do Código 
OBS: O procedimento comum ou especial é sempre 
regulamentado por lei. 
Normas procedimentais são normas de ordem pública, não 
está ao alcance do jurisdicionado escolher se a ação dele vai 
seguir rito especial ou comum. Desse modo, para evitar 
maiores riscos, a escolha do procedimento deve ser feita 
através de eliminação. 
O primeiro raciocínio do jurisdicionado deve ser verificar se 
a matéria dele é tratada em algum procedimento especial. 
Se não houver tratamento em lei especial, ele irá verificar se 
há tratamento especial dentro do Código de Processo Civil, 
que são os procedimentos especiais de jurisdição 
contenciosa ou voluntária. Se também não houver 
tratamento especial dentro do CPC, aí sim, ele cai no rito 
comum/procedimento comum. 
Art. 283 do CPC (erro de forma no processo). Se o juiz 
enxerga o erro de forma e esse erro não trouxe prejuízo para 
ninguém, ele não anulará nenhum ato. Já se ele considerar 
que esse erro, nem que seja minimamente, pode trazer 
prejuízo a alguma das partes, ele irá do erro para frente 
anular o processo, refazendo-o a partir do erro. Trata-se do 
reconhecimento do equívoco e do prejuízo causado. 
Art.190 do CPC (negócio processual). Estabelece a 
possibilidade do negócio processual. 
TUTELA DE CONHECIMENTO/ COGNITIVA (CONT.) 
O conhecimento do juiz recai sobre fatos e direito, essa 
questão é comumente chamada de ‘objeto do processo’. 
Esse exercício de conhecimento do juiz é dado na 
fundamentação do processo, onde ele expõe ao 
jurisdicionado esse conhecimento, trata-se, portanto, de um 
exercício de inteligência. A sentença tem três partes: 
relatório, fundamentação e o dispositivo. 
Questões de fato: em regra, dependem de provocação da 
parte e de apresentação dos fatos ocorridos. (art. 493, CPC) 
X 
Questões de direito: podem ser apreciados de ofício pelo 
juiz, isso se dá a qualquer tempo e grau de jurisdição. 
 
Questões prévias: prévias à análise do mérito. Questões que 
podem ser subordinantes ao mérito. Ademais, as questões 
prévias podem ser divididas em dois tipos: 
 Preliminares; 
 Prejudiciais; 
Para uma doutrina a diferença entre preliminares e 
prejudiciais está no conteúdo, pois, as preliminares seriam 
referentes à relação processual (matérias constantes do art. 
485 do CPC) e as prejudiciais seriam referentes à relação 
material. 
Já para a outra corrente, a diferença está na forma que essas 
questões prévias influenciam no julgamento do juiz. Se for 
uma preliminar, ela é um juízo de admissibilidade, ela 
impede o exame de qualquer outra questão, é como se fosse 
um sinal fechado para o juiz, interrompendo sua atividade. 
Já as prejudiciais, seriam um sinal aberto indicativo de como 
proceder, decidindo de acordo com o que ela informa. 
 
Para encarar a atividade de conhecimento é necessário 
subdividi-la em questões de admissibilidade e de mérito. 
PLANOS DE COGNIÇÃO DO JUIZ 
Plano horizontal: até onde o juiz pode julgar, o que ele pode 
julgar, qual a matéria que ele pode efetivamente apreciar 
dentro do processo. Refere-se a amplitude dessas questões. 
Podendo ser categorizado como: pleno e limitado. 
 O processo de cognição pleno refere-se ao 
procedimento comum, ou seja, não há limitação 
pela lei da matéria a ser apreciada. 
 O processo de cognição limitado refere-se ao 
procedimento especial, pois limita a cognição do 
juiz. 
Plano vertical: até que ponto o juiz pode conhecer. Ele se 
divide em duas categorias: exauriente ou sumária. 
 O processo de cognição exauriente refere-se ao 
fato de que o juiz exauriu todas as fases necessárias 
para a prolação da sentença (sentença definitiva – 
coisa julgada material). 
 O processo de cognição sumária é o que acontece 
antes da cognição exauriente, não significa que é 
malfeita, é tão somente o momento em que ela é 
feita. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 3 – FASE POSTULATÓRIA, PETIÇÃO 
INICIAL E IMPROCEDÊNCIA LIMINAR 
Data: 25/10 
Fase postulatória: primeira fase do processo, que vai da 
inicial à contestação e, eventualmente, se estende até a 
réplica, pois ela não é obrigatória. A postulação é a fase em 
que as partes conversam com o juiz, a primeira peça dessa 
fase é a petição inicial. 
PETIÇÃO INICIAL 
A petição inicial precisa ser escrita, datada e assinada por 
advogado, desde que a própria lei dispense a capacidade 
postulatória. A petição inicial vem disciplinada no art. 319 do 
Código de Processo Civil: 
Art. 319. A petição inicial indicará: 
I - o juízo a que é dirigida; (competência) 
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de 
união estável, a profissão, o número de inscrição no 
Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da 
Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a 
residência do autor e do réu; (partes) 
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; (causa de 
pedir e o nexo causal entre esses fatos com o ordenamento 
jurídico) 
IV - o pedido com as suas especificações; 
V - o valor da causa; 
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a 
verdade dos fatos alegados; 
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de 
conciliação ou de mediação. 
§ 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso 
II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz 
diligências necessárias à sua obtenção. 
§ 2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da 
falta de informações a que se refere o inciso II, for possível a 
citação do réu. 
§ 3º A petição inicial não será indeferida pelo não 
atendimento ao disposto no inciso II deste artigo se a 
obtenção de tais informações tornar impossível ou 
excessivamente oneroso o acesso à justiça. 
A nacionalidade não é prevista no inciso II uma vez que se 
está instrumentalizando o direito de ação, e ele não é 
restrito aos nacionais, abrangendo também os estrangeiros. 
No Processo Civil vigora o princípio da substanciação da 
causa de pedir, ou seja, significa que o autor e réu quando 
forem pedir, precisam descrever completamente a causa de 
pedir e, não podem omitir nenhum fato. Consiste que na 
ação deve constar não somente a causa de pedir próxima, 
mas também a causa de pedir remota, conforme artigo 282, 
inciso III do Código de Processo Civil. 
Mesmo que haja o princípio da cognição de ofício do direito 
por parte do juiz, é necessário que o advogado elabore bem 
a petição inicial, a fundamentação jurídica pode implicar na 
citação de uma doutrina, a menção de jurisprudência (deve 
corresponder ao tribunal que julgaria, porventura, essa 
apelação). Depois de realizar a exposição da causa de pedir, 
da fundamentação, normalmente acrescenta-se “isto posto, 
requer”, desse modo, parte-se para o pedido. 
O pedido trata da limitação objetiva da coisa julgada, as 
partes informam o pedido subjetivo, o pedido informa o 
limite objetivo. Logo, o juiz não pode oferecer nada além do 
que foi pedido. Se o juiz não estabelece uma correlação 
entre a sentença e o pedido, essasentença será citra, ultra 
ou extra petita. 
 Sentença citra petita é aquela que não examina em 
toda a sua amplitude o pedido formulado na inicial 
(com a sua fundamentação) ou a defesa do réu. 
 Na sentença ultra petita, o defeito é caracterizado 
pelo fato de o juiz ter ido além do pedido do autor, 
dando mais do que fora pedido. 
 A sentença é extra petita quando a providência 
jurisdicional deferida é diversa da que foi 
postulada; quando o juiz defere a prestação pedida 
com base em fundamento não invocado; quando o 
juiz acolhe defesa não arguida pelo réu, a menos 
que haja previsão legal para o conhecimento de 
ofício. 
É nesse momento do pedido que se subdivide em mediato 
(bem da vida, por exemplo, indenização em virtude de algo) 
e imediato (pede-se sentença declaratória, condenatória ou 
constitutiva). 
Provas: “Alegar e não provar, é o mesmo que não alegar”. 
Art. 106. Quando postular em causa própria, incumbe ao 
advogado: 
I - declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço, 
seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil 
e o nome da sociedade de advogados da qual participa, para 
o recebimento de intimações; 
II - comunicar ao juízo qualquer mudança de endereço. 
§ 1º Se o advogado descumprir o disposto no inciso I, o juiz 
ordenará que se supra a omissão, no prazo de 5 (cinco) dias, 
antes de determinar a citação do réu, sob pena de 
indeferimento da petição. 
§ 2º Se o advogado infringir o previsto no inciso II, serão 
consideradas válidas as intimações enviadas por carta 
registrada ou meio eletrônico ao endereço constante dos 
autos. 
A petição inicial, que instrumentaliza o ato jurídico da 
demanda, é levada para o cartório distribuidor, depois de 
distribuída a ação, leva-se petições simples ao cartório do 
protocolo. Essa distribuição fixa a competência do juiz, tem 
efeitos jurídicos, formando a relação processual entre o 
autor e juiz. Já surtindo assim, o efeito sobre o autor da 
litispendência, a lide já existe e ele não pode mais alterar a 
causa de pedir, alterar provas, alienar o bem. 
O despacho com o juiz pode ser dividido em três categorias: 
 Positivo: o despacho positivo indica que a petição 
inicial não possui defeitos, ela está correta, 
determinando a seguir, a citação do réu; 
 Saneador: a petição inicial tem problemas que são 
sanáveis, logo, o juiz abre prazos para que o 
advogado conserte esses defeitos (emenda da 
inicial); 
 Negativo: indica o indeferimento da petição inicial, 
o erro é de tal modo que não é sanável. É necessário 
analisar qual pedido o juiz indeferiu, se foi apenas 
um ou os demais pedidos acumulados. (Art.330, 
331) 
IMPROCEDÊNCIA LIMINAR 
Quando o juiz indefere a petição inicial, dando despacho 
negativo, a sentença é terminativa. Já quando o juiz entra no 
mérito, ele dá uma sentença definitiva, apta a fazer coisa 
julgada material. 
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, 
independentemente da citação do réu, julgará liminarmente 
improcedente o pedido que contrariar: 
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do 
Superior Tribunal de Justiça; 
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo 
Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos 
repetitivos; 
III - entendimento firmado em incidente de resolução de 
demandas repetitivas ou de assunção de competência; 
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito 
local. 
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente 
improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência 
de decadência ou de prescrição. 
§ 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do 
trânsito em julgado da sentença, nos termos do art. 241. 
§ 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 
(cinco) dias. 
§ 4º Se houver retratação, o juiz determinará o 
prosseguimento do processo, com a citação do réu, e, se não 
houver retratação, determinará a citação do réu para 
apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias. 
A regra é a de que o juiz conclua pela procedência ou 
improcedência (o fato não tem subsunção com o 
ordenamento) ao final do processo, depois de aberto o 
contraditório, passada as fases do processo. 
A improcedência liminar refere-se ao momento processual, 
precisamente, aquele antes da citação. De cara o juiz 
percebe que não procede. Ela foi criada porque nas 
demandas de massa e repetitivas, que já foram analisadas 
inúmeras vezes e é pacífico na jurisprudência como 
improcedente, ou seja, tópico natimorto. Desse modo, 
descongestiona o Judiciário para que o tempo que ele iria 
perder com aquela demanda, ele dedique a uma que mereça 
sua atenção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 4 – O PEDIDO 
Data: 08/11 
Petição inicial deve apresentar ao juiz os elementos da ação, 
qual sejam, as partes, a causa de pedir e o pedido. 
Código de Processo Civil – Do Pedido (arts. 322 a 329) 
O pedido representa o limite objetivo da tutela jurisdicional, 
através dele que você limita a atividade jurisdicional. Juiz não 
pode dar sentença que não seja correlata em relação ao 
pedido, caso não seja correlata irá padecer de vício. Por isso, 
a petição inicial é a peça mais importante do processo, 
porque com base nela se caminha pela demanda e resolve a 
própria. Além do mais, ela fixa o objeto da demanda 
jurisdicional e, identifica tudo que será feito pelo juiz. 
O pedido se subdivide em pedido imediato e mediato. 
 Imediato: coloca a parte em contato com a relação 
processual, irá informar ao juiz qual o tipo de tutela 
jurisdicional que você pede, o que se espera que o 
processo traga para você. 
 Mediato: coloca o juiz em contato com o bem da 
vida (objeto) pretendido, relação material. Ex: 
indenização, despejo, rescisão contratual, etc. 
O Pedido é imposto pela obediência de requisitos: 
Art. 322. O pedido deve ser certo. 
§ 1º Compreendem-se no principal os juros legais, a correção 
monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os 
honorários advocatícios. 
§ 2º A interpretação do pedido considerará o conjunto da 
postulação e observará o princípio da boa-fé. 
Artigo 322, caput: 
 Deve ser certo. O pedido certo é o pedido expresso. 
No processo não existem presunções, você deve dizer 
exatamente o que você quer. 
 Determinado: Precisa ser claro, de modo que o juiz 
entenda o limite de sua atuação dentro do processo. 
Determinante da atividade jurisdicional. 
 Concludente: Tem de estar ligado à causa de pedir. 
Parágrafo primeiro: traz a hipótese de pedido implícito, ou 
seja, mesmo que você não escreva, o juiz concederá a você 
por determinação legal. 
 Sucumbência: compreende às custas do processo, as 
despesas do processo (perito) e os honorários do 
advogado. 
 
Parágrafo segundo: estabelece a relação para o juiz no 
momento da interpretação do pedido, sem deixar margem 
de dúvidas. 
Art. 324. O pedido deve ser determinado. 
§ 1º É lícito, porém, formular pedido genérico: 
I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os 
bens demandados; 
II - quando não for possível determinar, desde logo, as 
consequências do ato ou do fato; 
III - quando a determinação do objeto ou do valor da 
condenação depender de ato que deva ser praticado pelo 
réu. 
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se à reconvenção. 
Parágrafo primeiro: recai sobre o pedido mediato, sobre o 
bem da vida. 
Inciso I: Ex: herança que a pessoa não sabe do que se trata 
exatamente qual a herança. 
Inciso II: Ex.: alguém queima uma safra de café do qual não 
consigo determinar a consequência do prejuízo, somente a 
indenização. 
Inciso III: Ex.: expurgos inflacionários, plano informava que 
haveria uma correção x, etc. Bancos deixaram de pagar uma 
quantia razoável. Qual o valor do saldo no banco naquela 
época (cerca de 20 anos atrás)? Ato do réu. 
Art. 325. O pedido seráalternativo quando, pela natureza da 
obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de 
um modo. 
Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a 
escolha couber ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito de 
cumprir a prestação de um ou de outro modo, ainda que o 
autor não tenha formulado pedido alternativo. 
 Obrigação disjuntiva: ou uma ou outra. 
 Normalmente as partes elegem o pedido alternativo. 
 Procede-se a escolha/concentração do devedor. 
Art. 326. É lícito formular mais de um pedido em ordem 
subsidiária, a fim de que o juiz conheça do posterior, quando 
não acolher o anterior. 
Parágrafo único. É lícito formular mais de um pedido, 
alternativamente, para que o juiz acolha um deles. 
 Pedido subsidiário: estabelece uma cumulação de 
pedidos em ordem sucessiva, ordem de preferência 
dada pelo autor. Cumulação eventual. Escolha 
conferida de cautela, mais de um pedido. 
 Acolhimento do pedido subsidiário gera uma 
sucumbência (STJ) – se elejo um pedido e perco esse 
pedido, terei interesse recursal, entretanto sucumbi 
de alguma forma mesmo que o juiz tenha aderido ao 
pedido subsidiário, dessa forma, terei de pagar pelos 
ônus provenientes de tal sucumbência. 
Art. 323. Na ação que tiver por objeto cumprimento de 
obrigação em prestações sucessivas, essas serão 
consideradas incluídas no pedido, independentemente de 
declaração expressa do autor, e serão incluídas na 
condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no 
curso do processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las. 
 Prestação periódica ou de trato sucessivo; 
 Modalidade de pedido implícito. 
Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra 
o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não 
haja conexão. 
§ 1º São requisitos de admissibilidade da cumulação que: 
I - os pedidos sejam compatíveis entre si; 
II - seja competente para conhecer deles o mesmo juízo; 
III - seja adequado para todos os pedidos o tipo de 
procedimento. 
§ 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso 
de procedimento, será admitida a cumulação se o autor 
empregar o procedimento comum, sem prejuízo do 
emprego das técnicas processuais diferenciadas previstas 
nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais 
pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as 
disposições sobre o procedimento comum. 
§ 3º O inciso I do § 1º não se aplica às cumulações de pedidos 
de que trata o art. 326 . 
 Dois pedidos diferentes em um único processo: ex: 
dano moral, indenização, tirar nome do SPC, etc. 
 Conexão: identidade entre a causa de pedir e o 
pedido. 
Parágrafo primeiro: ainda que não haja conexão, é 
necessário a presença de requisitos de admissibilidade. 
 Inciso I: compatibilidade dos pedidos, podem ser 
cumulados. 
 Inciso II: Caso a incompetência seja relativa, 
podemos ter o fenômeno da prorrogação, 
prorrogará a competência para atuação. 
 Inciso III: Ex.: os três seguiram o rito comum. 
Parágrafo segundo: Autor abre mão do procedimento 
especial e segue o rito comum. 
 Procedimento: como anda o processo; 
 Técnica processual: mecanismo que é utilizado pelo 
juiz por ordem legal. Ex.: estabilização (liminar que 
a outra parte não discorda) 
 
Art. 328. Na obrigação indivisível com pluralidade de 
credores, aquele que não participou do processo receberá 
sua parte, deduzidas as despesas na proporção de seu 
crédito. 
 Pedido indivisível, obrigação indivisível; ou seja, 
quando vários credores forem titulares em 
conjunto daquela obrigação insuscetível de 
fracionamento a lei diz que não há problema. 
 Ex: fenômeno da estabilização, quando se tem uma 
liminar e a outra parte não discorda dessa liminar 
Art. 329. O autor poderá: 
I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de 
pedir, independentemente de consentimento do réu; 
II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido 
e a causa de pedir, com consentimento do réu, assegurado o 
contraditório mediante a possibilidade de manifestação 
deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o 
requerimento de prova suplementar. 
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à 
reconvenção e à respectiva causa de pedir. 
 Revelia: réu revel, a pessoa deve citar o réu 
novamente? Tem de citar. Deve ser citado para 
aditamento ou emenda. 
 Pode alterar causa de pedir e o pedido caso tenha 
anuência do réu após a estabilização. Limite é até o 
saneamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art326
AULA 5 – AUDIÊNCIA PRELIMINAR DE 
CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO. CONTESTAÇÃO 
(ESTUDO DA DEFESA DO RÉU) 
Data: 11/11 
O CPC de 2015 alterou a ordem dos atos processuais do 
procedimento comum, inserindo a audiência de conciliação 
e mediação antes da abertura do prazo de contestação para 
o réu. 
Previsão legal de audiências: 
1) Audiência de conciliação e mediação; 
2) Audiência de saneamento; 
3) Audiência de instrução e julgamento. 
Aperfeiçoado o ato citatório, o réu é convocado para 
comparecer a uma audiência de conciliação e mediação, se 
nela houver a composição da lide (resolver o conflito 
segundo a vontade da lei), o juiz homologa e encerra o 
processo. Se não houver a composição da lide, prossegue-se 
para as seguintes fases do processo de conhecimento, por 
meio do procedimento comum até alcançar a sentença. 
AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO 
Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução 
consensual de conflitos, responsáveis pela realização de 
sessões e audiências de conciliação e mediação e pelo 
desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, 
orientar e estimular a autocomposição. 
§ 1º A composição e a organização dos centros serão 
definidas pelo respectivo tribunal, observadas as normas do 
Conselho Nacional de Justiça. 
§ 2º O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos 
em que não houver vínculo anterior entre as partes, poderá 
sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de 
qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que 
as partes conciliem. 
§ 3º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos 
em que houver vínculo anterior entre as partes, auxiliará 
aos interessados a compreender as questões e os 
interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo 
restabelecimento da comunicação, identificar, por si 
próprios, soluções consensuais que gerem benefícios 
mútuos. 
 
Conciliação: preferencialmente quando não houver vínculo 
anterior entre as partes (ex.: problema com o banco, 
problema de consumidor). Sugere soluções para o conflito. 
Mediação: preferencialmente quando houver vínculo 
anterior entre as partes. Corrobora para que os interessados 
estabeleçam novamente a comunicação e eles mesmos 
decidam a melhor solução, atividade mais provocativa. 
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos 
essenciais e não for o caso de improcedência liminar do 
pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de 
mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, 
devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de 
antecedência. 
§ 1º O conciliador ou mediador, onde houver, atuará 
necessariamente na audiência de conciliação ou de 
mediação, observando o disposto neste Código, bem como 
as disposições da lei de organização judiciária. 
§ 2º Poderá haver mais de uma sessão destinada à 
conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2 (dois) 
meses da data de realização da primeira sessão, desde que 
necessárias à composição das partes. 
§ 3º A intimação do autor para a audiência será feita na 
pessoa de seu advogado. 
§ 4º A audiência não será realizada: 
I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, 
desinteresse na composição consensual; 
II - quando não se admitir a autocomposição. 
§ 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu 
desinteressena autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por 
petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, 
contados da data da audiência. 
§ 6º Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da 
audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes. 
§ 7º A audiência de conciliação ou de mediação pode 
realizar-se por meio eletrônico, nos termos da lei. 
§ 8º O não comparecimento injustificado do autor ou do 
réu à audiência de conciliação é considerado ato 
atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com 
multa de até dois por cento da vantagem econômica 
pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da 
União ou do Estado. 
§ 9º As partes devem estar acompanhadas por seus 
advogados ou defensores públicos. 
§ 10. A parte poderá constituir representante, por meio de 
procuração específica, com poderes para negociar e 
transigir. 
§ 11. A autocomposição obtida será reduzida a termo e 
homologada por sentença. 
§ 12. A pauta das audiências de conciliação ou de mediação 
será organizada de modo a respeitar o intervalo mínimo de 
20 (vinte) minutos entre o início de uma e o início da 
seguinte. 
O réu é citado para a audiência, já o autor é intimado para a 
audiência por meio da pessoa do seu advogado. 
As pessoas confundem autocomposição com direito 
indisponível. O direito indisponível é aquele que eu não 
posso abrir mão dele, mas não quer dizer que não posso 
conciliar sobre ele (ex.: alimentos, pois, são verbas 
irrenunciáveis, no entanto, posso compor sobre a forma de 
pagamento, o valor do pagamento). A ausência de 
autocomposição não se liga ao direito indisponível. 
Um direito indisponível que podemos citar é aquele que 
envolve a Fazenda Pública. O Estado ao contrário do ente 
privado, só age quando a lei determina. O Estado pode fazer 
acordos, mas deve ser autorizado por lei. Se houver uma 
autorização legal, mesmo na hipótese de um direito 
indisponível, um juiz poderá agendar essa audiência e tentar 
a autocomposição. 
Se a pessoa for regularmente intimada para essa audiência, 
o réu ou autor, se ela não cai nas exceções do §4° e ela não 
comparece, isso é considerado como um ato atentatório à 
justiça. Logo, no §8° estabelece-se a multa para esses casos. 
Se o juiz consegue um acordo total nessa audiência, ele irá 
homologar e encerrar o processo ali. Contudo, se ele 
conseguir um acordo parcial, a parte conciliada da lide já irá 
para o regime de cumprimento de sentença e essa decisão 
será estudada no art.536, CPC. Nos casos em que não for 
possível chegar a um acordo, prossegue-se pelo rito comum. 
NÃO OBTENÇÃO DO ACORDO 
Teoria da exceção, da resposta do réu e à revelia. 
A petição inicial instrumentaliza o direito de ação, e que esse 
direito de ação é público, subjetivo, autônomo e abstrato, 
previsto em nível constitucional (disponibilizado aos 
nacionais e estrangeiros). 
Se de um lado eu tenho o direito de ação, desse mesmo lado 
existe o direito de defesa. O direito de defesa está para o réu, 
como o direito de ação está para o autor. A defesa é uma 
garantia constitucional, tratando-se de direito abstrato. 
A exceção é mais do que um direito de resposta, pois dá a 
oportunidade de o juiz consultar o réu em todos os atos do 
processo, para que se exerça o contraditório pleno. A 
exceção se dá de duas formas: 
 Contestação; 
 Reconvenção. 
Esse direito de resposta não é uma obrigação do réu, é um 
ônus. Se ele quiser se silenciar, é um direito dele, mas irá 
arcar com as consequências dessa inércia. Essa defesa de 
exceção é provocada pelo réu querendo. Esse conceito de 
exceção agora já pode ser comparado com um outro, 
denominado “objeção”. 
Enquanto a exceção é o nome que se dá a objeção do réu, 
provocada, voluntária; a objeção se refere as matérias que o 
juiz independentemente da reação do réu deve reconhecer 
de ofício. As objeções podem ser substanciais (ex.: 
prescrição e decadência) ou processuais (ex.: todos os 
pressupostos processuais, todas cognoscíveis de ofício). 
CONTESTAÇÃO 
É um modo de defesa interna, isso significa, que ela é 
colocada dentro dos autos. Ao lado da defesa interna, nós 
temos a defesa instrumental, aquela que forma um 
instrumento, ou seja, que é feita em apartado, foi essa que 
no novo CPC tirou. 
A contestação pode externar para o juiz dois tipos básicos de 
defesa: 
Defesa direta: aquela que se liga a relação material, o réu 
traz para o juiz de modo prévio ou difundo uma questão da 
relação material, substancial ou de mérito. 
 
Defesa indireta (processual, formal ou adjetiva): aquela que 
nós vimos das chamadas ‘preliminares’, compete ao réu 
antes de entrar no mérito apontar para o juiz os defeitos da 
relação processual. Ele pode cumular mais de um pedido. 
 
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: 
I - inexistência ou nulidade da citação; 
II - incompetência absoluta e relativa; 
III - incorreção do valor da causa; 
IV - inépcia da petição inicial; 
V - perempção; 
VI - litispendência; 
VII - coisa julgada; 
VIII - conexão; 
IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta 
de autorização; 
X - convenção de arbitragem; 
XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige 
como preliminar; 
XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de 
justiça. 
§ 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se 
reproduz ação anteriormente ajuizada. 
§ 2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas 
partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. 
§ 3º Há litispendência quando se repete ação que está em 
curso. 
§ 4º Há coisa julgada quando se repete ação que já foi 
decidida por decisão transitada em julgado. 
§ 5º Excetuadas a convenção de arbitragem e a 
incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das 
matérias enumeradas neste artigo. 
§ 6º A ausência de alegação da existência de convenção de 
arbitragem, na forma prevista neste Capítulo, implica 
aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral. 
Essa defesa processual indireta ela pode ser dilatória ou 
peremptória, as vezes a defesa não chega ao ponto de o 
processo ser extinto, mas aponta o defeito que o juiz é 
obrigado a consertar, isso é uma defesa dilatória, pois 
arrasta um pouco o processo, mas não chega extingui-lo. Se 
ao contrário, ele argui com preliminar uma defesa 
processual peremptória, ela é insuperável, por exemplo, 
uma coisa julgada. 
Quanto a defesa de mérito (pode-se ou não fazer a defesa 
processual), ao contrário, deve sempre existir, porque se 
você não faz defesa de mérito, você vai cair em revelia e irá 
sofrer os ônus dessa sua inércia. Essa defesa de mérito, do 
objeto substancial, também se divide em: 
 Defesa direta: o réu nega o fato ou as 
consequências jurídicas do fato (por exemplo, que 
não houve o dano), desse modo, o ônus da prova 
cabe ao autor, ou seja, ele deve provar que o fato 
ocorreu ou que houve a lesão. 
 Defesa meritória indireta: quando o réu reconhece 
o fato articulado pelo autor e opõe um outro fato, 
que seja modificativo, impeditivo ou extintivo do 
direito do autor. Ex.: aceito tudo que o autor falou, 
só que o fato está prescrito. 
É da postura do réu dentro do processo que o juiz enxerga o 
ônus probatório e em virtude disso, enxerga a procedência 
ou improcedência do pedido. O réu pode agir de duas 
formas: negando o fato ou aceitando o fato articulado pelo 
autor. O direito de ação está ligado ao direito de reação. 
O ônus da prova pertence a quem alega. 
A contestação tem um prazo peremptório para ser 
apresentado ao processo. O juiz não pode dilatar o prazo 
contestatório e este prazo está previsto no art. 335 do CPC. 
Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no 
prazo de 15 (quinze) dias (úteis), cujo termo inicial será a 
data: 
I - da audiência de conciliação oude mediação, ou da última 
sessão de conciliação, quando qualquer parte não 
comparecer ou, comparecendo, não houver 
autocomposição; 
II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de 
conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando 
ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso I; 
III - prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi 
feita a citação, nos demais casos. 
§ 1º No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese 
do art. 334, § 6º, o termo inicial previsto no inciso II será, 
para cada um dos réus, a data de apresentação de seu 
respectivo pedido de cancelamento da audiência. 
§ 2º Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso II, 
havendo litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em 
relação a réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá 
da data de intimação da decisão que homologar a 
desistência. 
Sendo a defesa processual do mérito, é importante entender 
o “princípio da eventualidade ou da concentração”, que 
significa que cabe ao réu formular toda a sua defesa (de fato 
e de direito) na contestação (art. 336, CPC). Pois, se ele não 
rebate quaisquer dos fatos articulados pelo autor, isso vira 
incontroverso (“quem cala consente”), presume-se a 
veracidade dos fatos alegados pelo autor (art. 341, CPC). 
Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a 
matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito 
com que impugna o pedido do autor e especificando as 
provas que pretende produzir. 
 
Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se 
precisamente sobre as alegações de fato constantes da 
petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não 
impugnadas, salvo se: 
I - não for admissível, a seu respeito, a confissão; 
II - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento 
que a lei considerar da substância do ato; 
III - estiverem em contradição com a defesa, considerada em 
seu conjunto. 
Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos 
fatos não se aplica ao defensor público, ao advogado dativo 
e ao curador especial. 
Substância do ato: deve ser prova cabal, confirmada pela lei. 
Ex.: não existe testamento oral. 
Negativa geral: os 3 operadores (defensor público, advogado 
dativo e curador especial) estão dispensados da defesa pelo 
princípio da eventualidade ou da concentração, ou seja, eles 
estão permitidos à negativa geral. 
DEFESAS PRELIMINARES 
São referentes a relação processual, aos pressupostos 
processuais discriminados no art. 337 do CPC. 
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: 
I - inexistência ou nulidade da citação; 
II - incompetência absoluta e relativa; 
III - incorreção do valor da causa; 
IV - inépcia da petição inicial; 
V - perempção; 
VI - litispendência; 
VII - coisa julgada; 
VIII - conexão; 
IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta 
de autorização; 
X - convenção de arbitragem; 
XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige 
como preliminar; 
XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de 
justiça. 
 
Art. 340. Havendo alegação de incompetência relativa ou 
absoluta, a contestação poderá ser protocolada no foro de 
domicílio do réu, fato que será imediatamente comunicado 
ao juiz da causa, preferencialmente por meio eletrônico. 
§ 1º A contestação será submetida a livre distribuição ou, se 
o réu houver sido citado por meio de carta precatória, 
juntada aos autos dessa carta, seguindo-se a sua imediata 
remessa para o juízo da causa. 
§ 2º Reconhecida a competência do foro indicado pelo réu, 
o juízo para o qual for distribuída a contestação ou a carta 
precatória será considerado prevento. 
§ 3º Alegada a incompetência nos termos do caput, será 
suspensa a realização da audiência de conciliação ou de 
mediação, se tiver sido designada. 
§ 4º Definida a competência, o juízo competente designará 
nova data para a audiência de conciliação ou de mediação. 
Se você se considera parte ilegítima, deve-se indicar quem é 
a parte legítima, segundo os arts. 338 e 339 do CPC. 
Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima 
ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz 
facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da 
petição inicial para substituição do réu. 
Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor 
reembolsará as despesas e pagará os honorários ao 
procurador do réu excluído, que serão fixados entre três e 
cinco por cento do valor da causa ou, sendo este irrisório, 
nos termos do art. 85, § 8º. 
 
Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu 
indicar o sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre 
que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas 
processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos 
decorrentes da falta de indicação. 
§ 1º O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 
15 (quinze) dias, à alteração da petição inicial para a 
substituição do réu, observando-se, ainda, o parágrafo único 
do art. 338. 
§ 2º No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por 
alterar a petição inicial para incluir, como litisconsorte 
passivo, o sujeito indicado pelo réu. 
Há alguns tipos de defesa que podem ser alegadas pelo réu 
depois da contestação, quais sejam: 
 Impedimento ou suspeição do juiz; 
 Art. 342 do CPC; 
Art. 342. Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir 
novas alegações quando: 
I - relativas a direito ou a fato superveniente; 
II - competir ao juiz conhecer delas de ofício; 
III - por expressa autorização legal, puderem ser formuladas 
em qualquer tempo e grau de jurisdição. 
Na contestação o réu tenta impedir a postulação feita pelo 
autor, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 6 – RECONVENÇÃO E REVELIA 
Data: 18/11 
“A contestação está para o réu, assim como, a petição inicial 
está para o autor”. 
RECONVENÇÃO 
Na contestação o réu impede a pretensão, ela articula 
defesas de modo, direto ou indireto, para impedir que o 
autor consiga aquele provimento postulado. E ele também 
pode tentar pedir alguma coisa dentro do processo, através 
da peça denominada “reconvenção”. 
Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção 
para manifestar pretensão própria, conexa com a ação 
principal ou com o fundamento da defesa. 
§ 1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na 
pessoa de seu advogado, para apresentar resposta no prazo 
de 15 (quinze) dias. 
§ 2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva 
que impeça o exame de seu mérito não obsta ao 
prosseguimento do processo quanto à reconvenção. 
§ 3º A reconvenção pode ser proposta contra o autor e 
terceiro. 
§ 4º A reconvenção pode ser proposta pelo réu em 
litisconsórcio com terceiro. (Litisconsórcio ativo facultativo) 
§ 5º Se o autor for substituto processual, o reconvinte 
deverá afirmar ser titular de direito em face do substituído, 
e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, 
também na qualidade de substituto processual. 
§ 6º O réu pode propor reconvenção independentemente de 
oferecer contestação. 
A reconvenção é uma faculdade, uma instrumentalidade 
que o CPC coloca à nossa disposição, pois, ela representa a 
ação do réu contra o autor usando do mesmo processo, 
valendo da mesma relação processual. Ele apresenta ao juiz 
da causa um pedido expresso referente ao bem da vida, para 
não ter que se utilizar uma ação autônoma (ele pode se valer 
dessa via, a reconvenção é apenas uma faculdade que ele 
pode utilizar). 
Se é uma ação autônoma do réu contra o autor, quando se 
entra com a reconvenção, tem-se o aumento do objeto 
litigioso (pedido). O processo começa com o objeto litigioso 
posto pelo autor, se o réu vem com a reconvenção, há um 
aumento do objeto litigioso, pois, o juiz deverá apreciar duas 
lides/pretensões. 
Assim comono procedimento comum que não há limitação 
de matéria para a inicial, não existe limitação de matéria 
para a reconvenção. Logo, temos uma cognição plena, tanto 
para a ação do rito, quanto para a reconvenção. 
 
O CPC também trouxe uma regra que autoriza uma 
ampliação subjetiva, trazendo para a lei alguns 
entendimentos doutrinários. Isso significa que a lei passou a 
dizer que quando o réu entra com a reconvenção contra o 
autor, ele pode trazer um litisconsorte no polo ativo ou no 
polo passivo. 
Nas hipóteses do §§3° e 4°, que tratam do litisconsórcio, é 
preciso relembrar da classificação: simples, unitário, 
necessário e facultativo. 
Com relação ao aumento do polo passivo (réu contra o autor 
e um terceiro), nós temos que entender a diferença entre 
litisconsórcio necessário e litisconsórcio facultativo para 
raciocinar em cima do §3°. 
O litisconsórcio necessário é uma imposição da lei ou de um 
contrato, é porque as partes precisam estar presentes 
naquela relação processual sob pena de invalidação. Ex.: 
ação de usucapião, como ela pretende excutir a propriedade 
do réu, pela prescrição aquisitiva do autor, no polo passivo 
nós temos que ter marido e mulher, e no polo passivo a 
mesma coisa. 
O litisconsórcio facultativo que dá a faculdade de escolha, 
tem-se a opção entre formá-lo ou não, logo, eu coloco 
alguém no polo passivo da relação se eu quiser. Ele só será 
aceito se eu estiver diante de uma solidariedade ou diante 
de co-legitimados. Ex.: contrato formado com 3 pessoas, e A 
aciona B para a revisão do contrato, só que B na condição de 
réu questiona a presença de C e B move uma reconvenção 
contra A e C em polo passivo. Existe uma conexão da causa 
de pedir, mas o pedido não será o mesmo. 
Não existe litisconsórcio ativo necessário, somente o 
facultativo. 
Requisitos da reconvenção: pressupostos processuais, 
externar uma causa de pedir, um pedido, e apresentar isso 
na peça de contestação, peça única levada no protocolo e 
competência do juiz. 
 Deve haver uma compatibilidade de ritos, isso significa, que 
essa cumulação de pedidos na inicial, deve seguir o mesmo 
tipo de rito, dando-se preferência ao rito comum. 
Cabe reconvenção no rito especial? No rito especial se 
depois da contestação o procedimento seguido for o 
comum, cabe a reconvenção. 
Deve haver uma conexão entre a reconvenção e a ação do 
autor ou entre a minha reconvenção e a minha contestação 
(fundamento de defesa – fático e jurídico). Conexão é a 
identidade entre a causa de pedir e o pedido. 
 
 
O interesse de agir na reconvenção abre um leque, pois, eu 
preciso dizer que ela é necessária. Ela não é necessária 
quando estou diante de ação dúplice, quando eu puder 
fazer um pedido de ação contraposto, quando eu tiver uma 
hipótese de exceções substanciais ou diante de ações 
meramente declaratórias. 
Ação dúplice: eu não faço reconvenção quando estou diante 
de uma ação dúplice. A ação dúplice significa que o objeto 
litigado pelo autor pode ser na mesma medida litigado pelo 
réu. O autor pede algo que o réu também pode pedir. 
Pedido de ação contraposto: ele é uma reconvenção 
pequena/limitada. A reconvenção não tem limitação de 
matéria, ela é ampla. No pedido contraposto é a lei que irá 
nos dizer a causa de pedir ou irá tipificar essa pretensão, ou 
seja, impõe limitações. 
Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o 
ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e 
a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do 
esbulho cometido pelo autor. 
Exceções substanciais: exceção é sinônimo de defesa, 
substancial é do direito material. A exceção substancial seria 
prescrição e decadência, logo, não precisa de reconvenção 
para reconhecer prescrição ou decadência. 
Ações meramente declaratórias: ação tem definições 
tríduas no CPC, ação condenatória, declaratória e 
constitutiva. Ex.: reconhecimento de paternidade. Art.19 do 
CPC 
Súmula 258-STF: É admissível reconvenção em ação 
declaratória. (Para o objeto da declaração do direito, mas 
para pedir algo além é preciso de reconvenção) 
Art.343, §5° - a substituição processual refere-se à 
legitimidade. 
Não cabe reconvenção: 
Compensação é matéria de contestação e não de 
reconvenção, porque representa um fato extintivo do direito 
do autor. 
A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que 
impeça o exame de seu mérito, não obsta o prosseguimento 
do processo quanto à reconvenção. 
REVELIA 
A revelia é a ausência de apresentação da contestação no 
prazo legal. 
Efeitos da revelia: não é por que se está revel que você irá 
sofrer os efeitos da mesma, são coisas distintas. Nós temos 
duas ordens de efeito: 
 Efeito material: presunção de veracidade das 
alegações de fato formuladas pelo autor (final do 
art.344 do CPC); 
 Efeito processual: o réu não será intimidado caso 
não tenha patrono (os prazos contra o réu irão 
correr depois da publicação sem intimação), 
julgamento antecipado da causa (art. 349 e 355); 
Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado 
revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato 
formuladas pelo autor. 
 
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 
344 se: 
I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a 
ação; 
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis; 
III - a petição inicial não estiver acompanhada de 
instrumento que a lei considere indispensável à prova do 
ato; 
IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem 
inverossímeis ou estiverem em contradição com prova 
constante dos autos. 
 
Art. 346. Os prazos contra o revel que não tenha patrono 
nos autos fluirão da data de publicação do ato decisório no 
órgão oficial. 
Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em 
qualquer fase, recebendo-o no estado em que se encontrar. 
 
Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, 
proferindo sentença com resolução de mérito, quando: 
I - não houver necessidade de produção de outras provas; 
II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não 
houver requerimento de prova, na forma do art. 349. 
A revelia é relativa, não é absoluta. Não tomando fatos 
absurdos como verdadeiros. 
Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao: 
I - incapaz, se não tiver representante legal ou se os 
interesses deste colidirem com os daquele, enquanto durar 
a incapacidade; 
II - réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital 
ou com hora certa, enquanto não for constituído advogado. 
Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela 
Defensoria Pública, nos termos da lei. 
 
Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte 
principal, exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos 
mesmos ônus processuais que o assistido. 
Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, 
omisso o assistido, o assistente será considerado seu 
substituto processual. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art344
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art344
AULA 7 – FASE DE SANEAMENTO, 
PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES, JULGAMENTO 
CONFORME O ESTADO DO PROCESSO, 
DECISÃO DE SANEAMENTO E ORGANIZAÇÃO 
DO PROCESSO 
Data: 22/11 
As providências preliminares estão previstas no capítulo IX 
do art. 347 e 353. Se denominam ‘preliminares’, porque são 
providências preliminares a uma fase que se chama 
julgamento conforme, há uma intensificação nessa fase da 
atividade saneadora do juiz, porque em seguida vem ao 
raciocínio dele sobre a necessidade de uma instrução do 
processo ou da desnecessidade dessa instrução, passando a 
seguir, para a fase decisória. Então, ele não pode perder 
tempo com produção de prova ou julgamento de um 
processo que está sem saneamento. 
Essas providências preliminares são de algumas ordens que 
são de fácil compreensão e recorrentes nofórum: 
1. Réplica 
Estica a fase postulatória, porque o autor ainda fala alguma 
coisa. Vem a inicial, a contestação e dependendo da situação 
do processo, o juiz determina a abertura de vista para o 
autor falar novamente. A réplica é muito comum no 
cotidiano forense, contudo, ela não acontece de modo 
indistinto, a lei prevê situações em que a réplica acontece. 
Art. 351. Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas 
no art. 337, o juiz determinará a oitiva do autor no prazo de 
15 (quinze) dias, permitindo-lhe a produção de prova. 
O art. 337 se refere as preliminares, então toda vez que um 
réu arguir uma preliminar, ele está suscitando um defeito no 
processo, enfrentando uma defesa indireta. 
Art. 350. Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou 
extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 
15 (quinze) dias, permitindo-lhe o juiz a produção de prova. 
Ele forma a defesa indireta de mérito, é aquela em que o réu 
argui algum fato impeditivo, modificativo ou extintivo do 
direito do autor. 
Art. 437. O réu manifestar-se-á na contestação sobre os 
documentos anexados à inicial, e o autor manifestar-se-á na 
réplica sobre os documentos anexados à contestação. 
§ 1º Sempre que uma das partes requerer a juntada de 
documento aos autos, o juiz ouvirá, a seu respeito, a outra 
parte, que disporá do prazo de 15 (quinze) dias para adotar 
qualquer das posturas indicadas no art. 436. 
Informa o direito do contraditório pleno. 
 
2. Especificação de prova 
Art. 348. Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando a 
inocorrência do efeito da revelia previsto no art. 344, 
ordenará que o autor especifique as provas que pretenda 
produzir, se ainda não as tiver indicado. 
É como um lembrete ao autor de que nessa situação não 
incide os efeitos da revelia e se ele quer produzir provas. 
Art. 349. Ao réu revel será lícita a produção de provas, 
contrapostas às alegações do autor, desde que se faça 
representar nos autos a tempo de praticar os atos 
processuais indispensáveis a essa produção. 
É um lembrete do arrefecimento da presunção de 
veracidade dos fatos. 
3. Arrumar os efeitos do processo 
Art. 352. Verificando a existência de irregularidades ou de 
vícios sanáveis, o juiz determinará sua correção em prazo 
nunca superior a 30 (trinta) dias. 
Determina-se o saneamento de irregularidades ou de vícios 
sanáveis. 
Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao: 
II - réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital 
ou com hora certa, enquanto não for constituído advogado. 
Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela 
Defensoria Pública, nos termos da lei. 
 
Art. 353. Cumpridas as providências preliminares ou não 
havendo necessidade delas, o juiz proferirá julgamento 
conforme o estado do processo, observando o que dispõe o 
Capítulo X. 
 
JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO 
Porque dependendo da situação do processo o juiz se 
posicionará dessa ou daquela maneira. 
1. Extinção sem análise do mérito, porque não se 
corrigiu a questão processual, não atendeu a ordem 
de emenda, não juntou a procuração que precisava, 
entre outras hipóteses do art.485 (sentença 
terminativa – encerra a relação processual, mas não 
aborda a relação material); 
2. Julgamento antecipado/ Não é o caso de extinção 
sem análise do mérito, desse modo, posso 
prosseguir com o processo. Se eu puder andar com 
ele, profere-se sentença com mérito, podendo ser 
classificada em: 
 Homologatória; 
 Pelo reconhecimento da prescrição ou 
decadência; 
 Enfrentamento pelo juiz do objeto litigioso. 
3. Decisão de saneamento ou organização do 
processo, quando o juiz não puder fazer 
julgamento antecipado. 
Julgamento antecipado da lide: se antecipa à fase 
instrutória, pois, sai da fase de saneamento e vai-se a fase 
decisória. 
Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, 
proferindo sentença com resolução de mérito, quando: 
I - não houver necessidade de produção de outras provas; 
II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não 
houver requerimento de prova, na forma do art. 349. 
 
Art. 356: não preciso esperar a sentença lá na fase decisória 
se o pedido estiver pronto para esse julgamento, se refere 
a hipótese de cumulação de pedidos. 
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um 
ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles: 
I - mostrar-se incontroverso; 
II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos 
do art. 355 . 
§ 1º A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá 
reconhecer a existência de obrigação líquida ou ilíquida. 
§ 2º A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a 
obrigação reconhecida na decisão que julgar parcialmente o 
mérito, independentemente de caução, ainda que haja 
recurso contra essa interposto. 
§ 3º Na hipótese do § 2º, se houver trânsito em julgado da 
decisão, a execução será definitiva. 
§ 4º A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar 
parcialmente o mérito poderão ser processados em autos 
suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz. 
§ 5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável 
por agravo de instrumento. 
Princípio da cooperação e princípio do dever de consulta do 
juiz. 
Art. 357: despacho saneador 
Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste 
Capítulo, deverá o juiz, em decisão de saneamento e de 
organização do processo: 
I - resolver as questões processuais pendentes, se houver; 
II - delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a 
atividade probatória, especificando os meios de prova 
admitidos; 
III - definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 
373 ; 
IV - delimitar as questões de direito relevantes para a 
decisão do mérito; 
V - designar, se necessário, audiência de instrução e 
julgamento. 
§ 1º Realizado o saneamento, as partes têm o direito de 
pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes, no prazo comum 
de 5 (cinco) dias, findo o qual a decisão se torna estável. 
§ 2º As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, 
delimitação consensual das questões de fato e de direito a 
que se referem os incisos II e IV, a qual, se homologada, 
vincula as partes e o juiz. 
§ 3º Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato 
ou de direito, deverá o juiz designar audiência para que o 
saneamento seja feito em cooperação com as partes, 
oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará as 
partes a integrar ou esclarecer suas alegações. 
§ 4º Caso tenha sido determinada a produção de prova 
testemunhal, o juiz fixará prazo comum não superior a 15 
(quinze) dias para que as partes apresentem rol de 
testemunhas. 
§ 5º Na hipótese do § 3º, as partes devem levar, para a 
audiência prevista, o respectivo rol de testemunhas. 
§ 6º O número de testemunhas arroladas não pode ser 
superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no máximo, para a prova 
de cada fato. 
§ 7º O juiz poderá limitar o número de testemunhas levando 
em conta a complexidade da causa e dos fatos 
individualmente considerados. 
§ 8º Caso tenha sido determinada a produção de prova 
pericial, o juiz deve observar o disposto no art. 465 e, se 
possível, estabelecer, desde logo, calendário para sua 
realização. 
§ 9º As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo 
de 1 (uma) hora entre as audiências. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 8 – FASE PROBATÓRIA: TEORIA GERAL 
DA PROVA 
Data: 25/11 
A fase probatória trata-se da 2° fase do processo comum. 
Como vimos anteriormente, a fase postulatória (1° fase do 
processo comum), vai da inicial até a contestação e, 
eventualmente, até a réplica nas providências preliminares. 
Quando estudamos o direito probatório, precisamos 
compreender que ele recai sobre fatos. O processo de 
conhecimento traz consigo questões de fato e de direito, as 
questões de fato devem ser alegadas e provadas (em regra) 
e, as questões dedireito, em regra, não precisam ser 
alegadas e nem provadas. 
Logo, a fase probatória é referente aos fatos alegados pelo 
autor na inicial e pelo réu na contestação ou defesa, 
procurando assim, a adequação daquilo que é dito dentro do 
ordenamento jurídico. 
A prova é um instrumento pelo qual a gente tenta trazer a 
verdade dos fatos, no sentido subjetivo, ela é vista como um 
meio de convencimento do juiz, porque ele que vai prolatar 
a sentença dentro desse exercício da tese, antítese e síntese. 
Esse convencimento precisa ser dado pelo que a doutrina 
denominada de prova útil, porque as vezes as pessoas 
apresentam diversos papéis no processo que não agregam 
em nada (prova inútil). 
O estudo da Teoria Geral da Prova, fundamenta-se em 5 
pilares, pois, entende-se tudo vendo qual é: 
 Objeto da prova; 
 Finalidade da prova; 
 Destinatário da prova; 
 Meios de prova; 
 Procedimentos probatórios. 
OBJETO DA PROVA 
Quando estudamos o objeto da prova, acabamos 
esbarrando na divergência doutrinária. O que eu tenho que 
provas são as alegações ou os fatos. A corrente majoritária 
apoia os fatos como embasamento de tudo que foi 
articulado, já a corrente minoritária acredita que as 
alegações são objetos da prova. 
Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, 
estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e a 
vigência, se assim o juiz determinar. 
E só provo o direito na hipótese do art. 376 do CPC. Em regra, 
devo provar os fatos que alego. 
O objeto da prova é uma nomenclatura corriqueira e que 
implica em uma classificação, que será explanada a seguir. 
Quanto à prova: 
I. Prova Direta: oriunda do próprio fato (testemunha 
ocular, perícia); 
II. Prova Indireta: oriunda de outro fato que leva à 
conclusão do fato primitivo, trata-se de um 
raciocínio lógico para a conclusão dos fatos (provas 
que circundam a situação); 
Quanto a fonte: 
I. Prova Pessoal: testemunha ou depoimento (vem 
de uma pessoa); 
II. Prova real: é objetiva, vem de documento, exame 
das coisas, perícia; 
Quanto à forma: 
I. Prova oral: aquela afirmação feita em audiência; 
II. Prova documental: uma afirmação feita de modo 
escrito, gravado ou filmado; 
III. Prova material: atestação afirmada com base na 
prova pericial; 
Quanto ao momento: 
I. Prova simples ou casual 
II. Prova pré-constituída: corriqueira, vem citada no 
mandado de segurança como uma das condições de 
seu acolhimento. É constituída antes do 
ajuizamento da demanda, ela não é 
necessariamente uma prova documental, pode ser 
uma prova documentada (produzida antes do 
processo). A prova constituída refere-se ao 
momento em que ela é feita, pois, chega-se ao 
processo com ela pronta. 
Na maioria das vezes é uma prova composta, ou seja, o 
mesmo fato foi demonstrado por mais de um meio de 
prova. 
Direito à prova é um direito constitucional, porque 
representa um conteúdo do contraditório, logo, é um 
direito fundamental. 
Só os fatos relevantes que merecem essa energia, não vale a 
pena perder tempo com fatos irrelevantes. Logo, o art. 370 
do CPC disciplina o tema: 
Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da 
parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do 
mérito. 
Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão 
fundamentada, as diligências inúteis ou meramente 
protelatórias. 
 
 
Art. 374. Não dependem de prova os fatos: 
I - notórios; (de conhecimento geral) 
II - afirmados por uma parte e confessados pela parte 
contrária; (depositada sobre direito disponível) 
III - admitidos no processo como incontroversos; 
IV - em cujo favor milita presunção legal de existência ou de 
veracidade. 
 
FINALIDADE E DESTINATÁRIO DA PROVA 
O processo civil, assim como, o processo penal está em busca 
da verdade real, mas ao contrário do processo penal, o 
processo civil se contenta com a verdade formal. E a verdade 
é demonstrada com a prova dos fatos. Para a prova chegar 
até o juiz, é necessário entender regras procedimentais e 
quebrar a inércia. 
Em que pese o processo seja um mecanismo de composição 
de litígios e que essa composição, é também um interesse 
do Estado, se a parte não usar dos mecanismos corretos para 
trazer ao juiz esse convencimento do fato e por 
consequência, a verdade real não aparecer, além do juiz 
decidir com base em presunções, não se trata de um 
problema do Judiciário. Ao juiz só é lícito conhecer o que está 
provado nos autos. 
A finalidade da prova é o convencimento do juiz, assim 
como, o destinatário da prova também é o juiz. O juiz que 
fará a valoração da prova, para concluir sobre a procedência 
ou improcedência do pedido. 
A lei determina métodos legais para valoração da prova, pois 
aqui não pode incidir a arbitrariedade. 
1. Critério legal: o juiz fica preso a compartimentação 
da prova, isso se prova través disso, aquilo se prova 
através disso. A forma tinha um valor absurdo e 
cada prova tinha seu valor definido. A lei determina 
que determinada situação só se prova através de tal 
modo, é um método não mais aplicado. Ex.: não 
existe testamento sem testamento, doação e 
compra e venda sem escritura pública. 
2. Sistema da livre convicção: o juiz seria livre para 
decidir como quisesse, até mesmo por situações 
não apresentadas nos autos. Aboliu-se porque 
deixava margens para diversos problemas. 
3. Sistema da persuasão racional ou do livre-
convencimento motivado: o julgamento é fruto de 
um raciocínio lógico, o juiz deve ser livre para 
pensar, e não há hierarquia entre as provas (salvo 
as que a própria lei determinou). O juiz expõe o 
raciocínio dele motivando, pois, ele é livre para 
apreciar as provas, mas deve demonstrar o que o 
levou aquela decisão. (Adotado no direito 
brasileiro) 
Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, 
independentemente do sujeito que a tiver promovido, e 
indicará na decisão as razões da formação de seu 
convencimento. 
 
Art. 375. O juiz aplicará as regras de experiência comum 
subministradas pela observação do que ordinariamente 
acontece e, ainda, as regras de experiência técnica, 
ressalvado, quanto a estas, o exame pericial. 
A prova é um ônus da parte que vem no processo ou que é 
chamada através da citação. Se você não faz, você não se 
desincumbe desse ônus. 
Contudo, o juiz possui poder instrutório (art. 370, CPC): 
impulso oficial, ativismo no requerimento de provas, juiz 
ativo e imparcial (mas sempre complementar) – composição 
da lide como interesse do Estado. 
A doutrina determina limites ao poder instrutório, sendo 
eles: 
 Seja uma atividade complementar; 
 Impossibilidade de determinar a produção em 
dados casos (ex.: na contestação ele não impugna 
determinado fato); 
 Confissão expressa ou ficta 
Ônus da prova: Não é obrigação da parte, e fato alegado e 
não provado é o mesmo de não alegado ou fato inexiste. É 
possível de ser estudado sob duas facetas: 
 Faceta subjetiva: imposição dessa 
responsabilidade aquela que alega; 
 Faceta objetiva: o ônus da prova serve como 
critério de julgamento, logo, podemos cair em dois 
tipos de sistema: 
 Sistema Estático: art. 373, CPC – o ônus da 
prova pertence a quem alega; 
 Sistema Dinâmico: o ônus da prova pode ser 
definido de acordo com aquele que apresenta 
as melhores condições para produzir a prova. 
Art. 373. O ônus da prova incumbe: 
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; 
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, 
modificativo ou extintivo do direito do autor. 
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades 
da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva 
dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à 
maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, 
poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, 
desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que 
deverá dar à parte a oportunidade dese desincumbir do 
ônus que lhe foi atribuído. (Não se refere a dificuldade 
financeira, e sim sobre dificuldade probatória) 
§ 2º A decisão prevista no § 1º deste artigo não pode gerar 
situação em que a desincumbência do encargo pela parte 
seja impossível ou excessivamente difícil. 
§ 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode 
ocorrer por convenção das partes, salvo quando: 
I - recair sobre direito indisponível da parte; 
II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do 
direito. 
§ 4º A convenção de que trata o § 3º pode ser celebrada 
antes ou durante o processo. 
 
Teorias acerca do ônus da prova: 
 Jeremy Bentham: o ônus da prova deve ser atribuído 
aquela pessoa que tem as melhores condições de 
produzir essa prova (nascedouro do critério 
dinâmico). Acabou inspirando a criação da inversão do 
ônus da prova, nada mais é do que atribuir o ônus da 
prova aquele que está em melhores condições de fazê-
la, produzi-la. O Código de Defesa do Consumidor (art. 
38 – ope legis ‘feita pelo legislador’; art.6°, inciso VIII –
a inversão ocorre se o juiz se convencer que há 
hipossuficiência ou quando a alegação dele for 
verossímil) apresenta a possibilidade de inversão do 
ônus da prova, quebrando a regra do critério estático 
do art.373 do CPC 
 Giuseppe Chiovenda: presente no art.373 do CPC. 
Pela sua teoria a distribuição do ônus da prova é 
estática, já é definido, quem alega tem o ônus da 
prova. 
Se o réu faz uma defesa direta: quando ele nega o fato, ele 
não aduz nenhum fato novo, então se ele nega o fato, o ônus 
da prova recai todo sobre o autor. 
Se o réu faz uma defesa indireta: ele aceita o fato alegado 
pelo autor e opõe outro fato, seja ele impeditivo, extintivo 
ou modificativo, o ônus da prova fica com ele. 
Obs.: Cuidado com as versões diferenciadas, se o réu chega 
e dá uma versão diferenciada do fato, mas não aduz fato 
novo impeditivo, extintivo ou modificativo. Na versão 
diferenciada o réu continua negando a articulação autoral. 
Obs1.: A distribuição da prova pode ser alvo de negócio 
processual, o art.190 autoriza você dispor sobre a relação 
processual. 
O CPC/2015 trouxe para toda e qualquer tipo de relação 
jurídica também a possibilidade de inversão do ônus da 
prova, o que antes nós tínhamos para as relações 
consumeristas, agora por lei é reservado também às relações 
processuais; art. 373, §§ 1° e 2°. 
Obs.: Se a prova for difícil para ambas as partes, não é 
possível a inversão da prova. 
§1° - O juiz pode oportunizar à parte, ANTES da sentença a 
oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi 
atribuído. (Fase saneadora) 
A doutrina diz que a inversão do ônus da prova, não dispensa 
a parte de demonstrar os fatos constitutivos do direito dela. 
Inversão do ônus da prova X negação de fato X fato negativo 
Negação de fato: o fato é trazido pelo autor ou o réu, se o 
autor chega dentro de uma petição negando absolutamente 
um fato, ele não terá como fazer prova do nada. Se você está 
diante da negação absoluta, não há necessidade inversão do 
ônus da prova, porque é impossível a parte provar o nada. O 
ônus do fato positivo contrário já é do réu. 
Fato negativo: deve ser provado, porque ele aparece como 
constitutivo de alguns direitos (art.1389, CC, servidão – 
direito real que surge em imóveis, o qual deve ser registrado 
em cartório) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 9 – MEIOS DE PROVA E 
PROCEDIMENTOS 
Data: 29/11 
O estudo da Teoria Geral da Prova, fundamenta-se em 5 
pilares, pois, entende-se tudo vendo qual é: 
 Objeto da prova; ✔ 
 Finalidade da prova; ✔ 
 Destinatário da prova; ✔ 
 Meios de prova; ✔ 
 Procedimentos probatórios. ✔ 
MEIOS DE PROVA 
Quando falamos em meio de prova, o CPC deixa muito claro 
dois tipos de prova: 
 Típicos: na retórica jurídica, a prova típica é a que é 
prevista da lei (escrito). EX.: depoimento pessoal, 
confissão, prova documental, prova testemunhal, 
inspeção judicial, prova pericial, exibição de 
documento e coisa; 
 Atípicos: outros meios não escritos, mas 
moralmente legítimos de serem empregados. Ex.: 
prova por presunção, 
Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os 
meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda 
que não especificados neste Código, para provar a verdade 
dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir 
eficazmente na convicção do juiz. 
A primeira prova atípica que podemos citar, uma vez que, é 
muito recorrente, é a famosa prova por presunção. A prova 
por presunção não é uma prova direta, são várias provas 
indiretas de fatos indiretos que por um raciocínio lógico do 
juiz, ele conclui o fato que sustenta a procedência ou 
improcedência do pedido. 
O raciocínio lógico (atividade mental) é regulamentado pela 
lei, não como um meio de prova, mas como presunção. 
Quando o juiz adota uma presunção, ele tem que se valer do 
raciocínio do homem médio, são as regras de experiência 
comum. 
Art. 375. O juiz aplicará as regras de experiência comum 
subministradas pela observação do que ordinariamente 
acontece e, ainda, as regras de experiência técnica, 
ressalvado, quanto a estas, o exame pericial. 
Presunção probatória X Presunção legal 
A presunção legal refere-se às normas jurídicas que podem 
ser classificadas de modo absoluto ou de modo relativo. A 
presunção legal absoluta é necessária, ela sucumbe a menor 
ocorrência em favor da maior ocorrência, não admite prova 
em contrário de que o menor é incapaz e do fato de que 
todos devem conhecer a lei, por exemplo; ela baseia-se em 
fatos presumidos pela maioria. Já a presunção legal relativa 
são normas legais, contudo, tem-se apenas a distribuição do 
ônus da prova, pois a lei presume aquilo até que se faça 
prova em contrário. 
A presunção probatória não se fulcra nas questões 
normativas da lei, ela se fulcra na experiência comum ou 
técnica desde que baseada no homem médio, na experiência 
comum. Art. 232, CC 
Art. 232. A recusa à perícia médica ordenada pelo juiz 
poderá suprir a prova que se pretendia obter com o exame. 
A ficção legal nós temos “uma mentirinha jurídica” que é 
necessária, a lei ignora a ocorrência de qualquer coisa. Ex.: 
entende que aquilo que foi arguido pelo autor é verdade. 
Além da prova típica e da prova atípica que são os meios de 
prova, nós temos também o procedimento probatório. 
PROCEDIMENTOS PROBATÓRIOS 
O procedimento probatório é diferente de meio de prova, 
pois, a prova é oriunda de fontes (podendo ser uma pessoa, 
coisa, fenômenos da vida), os meios de prova funcionam 
como pontes dessas fontes até o processo, então, quando eu 
pego uma testemunha, ela diz o que ela viu, seja uma 
pessoa, fenômeno ou coisa. 
Contudo, para trazer isso ao processo, eu preciso de 
formalidades, que são, então, os procedimentos 
probatórios. O procedimento probatório varia de acordo 
com o meio de prova. Para as provas típicas, o procedimento 
probatório também é regulado pela lei, para as provas 
atípicas, adota-se a teoria geral, que ela seja produzida sob 
o crivo do contraditório (a parte contrária pode fiscalizar a 
produção probatória). Qualquer que seja a prova, ela só tem 
eficácia se produzida sob o crivo do contraditório. 
A produção dessa prova típica ou atípica obedece três ou 
quatro estágios (Requerimento, deferimento ou 
indeferimento, produção e valoração), de acordo com alguns 
entendimentos doutrinários. Em virtude desses estágios 
probatórios, não se deve ter medo de requerer a prova seja 
a inicial e na contestação, não devemos seguir aquele uso 
que se protesta por todos os meios de prova. 
 Requerimento: precisa ser feito na fase 
postulatória, o autor requer de modo correto e 
especificado na inicial e o réu requer a prova de 
modo correto e especificado na contestação. Pode 
ser que o autor tenha que requerer provas para 
contrapor

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