Maria Teresa e Jacinto moveram Ação Reivindicatória, objetivando obtenção da posse de 9 lotes de terreno situados em Osasco, Estado de São Paulo. A...

Maria Teresa e Jacinto moveram Ação Reivindicatória, objetivando obtenção da posse de 9 lotes de terreno situados em Osasco, Estado de São Paulo. Afirmam os autores que adquiriram a propriedade do imóvel a um longo tempo atrás, mas que diante da grande dimensão dos lotes nunca foi possível realizar construção ou dar função social ao mesmo. Afirmam que os 9 lotes estão ocupados há alguns anos, por diversas famílias que sobre eles construíram “barracos”, constituindo sobre a área um núcleo urbano informal. Extremamente preocupados com o ajuizamento da ação, o representante legal da comunidade instalada nos lotes, procura a Defensoria Pública de Osasco com a finalidade de obter aconselhamento jurídico e apresentar defesa. O representante legal da comunidade, relata ao Defensor Público que no local onde existem os nove lotes reivindicados, residem 30 (trinta) famílias, cerca de 100 pessoas, todas inseridas na comunidade urbana, de uma extensa favela já consolidada. As famílias iniciaram a ocupação, com ânimo de dono, de forma pública, uma vez que os lotes estavam abandonados. Aduz que, todas as famílias se encontram no local há mais de 5 (cinco) anos, ininterruptamente e sem qualquer oposição, e que cada família ocupa área inferior a 100 (cem) metros quadrados, e que diante da proximidade de cada barraco é impossível identificar o terreno de cada família. O representante legal da comunidade informa ainda que todas as famílias, de baixa renda, construíram barracos, alguns de alvenaria, outros de madeira, e que todas as ocupações se destinam à moradia dos ocupantes, e que nenhuma dessas famílias são proprietárias de outro imóvel urbano ou rural. A pedido dos moradores, a área está dotada, pelo Poder Público, de água, iluminação pública e luz domiciliar. Com base em tais fatos, indique a alternativa CORRETA. * a) A principal matéria de defesa a ser alegada pelo defensor público será a usucapião extraordinária, em razão da extensa área ocupada pelos imóveis. b) O defensor público deverá informar ao representante legal da comunidade que não há possibilidade de defesa da posse dos moradores, uma vez que a posse dos mesmos foi adquirida de forma clandestina, e a clandestinidade é considerada um vício objetivo, motivo pelo qual não é possível a aquisição da propriedade pela usucapião. c) A principal matéria de defesa a ser alegada pelo defensor público será a usucapião especial urbana coletiva. Isso porque, as famílias de possuidores atendem a todos os requisitos exigidos pela Lei 10.257/2001, que disciplina a usucapião especial urbana coletiva. d) O defensor público deverá informar ao representante legal da comunidade que, considerando que os moradores não possuem justo título e boa-fé, deverão aguardar pelo prazo de 15 (quinze) anos, para ao final requerer a aquisição da propriedade pela usucapião extraordinária. e) O defensor público deverá informar ao representante legal da comunidade que, ainda que os moradores tenham exercido posse sobre o imóvel por mais de 5 anos, de forma ininterrupta e sem oposição, com ânimo de dono, os mesmos não poderão adquirir a propriedade da área ocupada uma vez que seria necessária a posse do bem imóvel ao menos pelo prazo de 10 anos.