Enquanto a biogeografia ecológica clássica buscava compreender como as condições do meio agem no sentido de estabelecer controles sobre os quais as...

Enquanto a biogeografia ecológica clássica buscava compreender como as condições do meio agem no sentido de estabelecer controles sobre os quais as espécies vivas se adaptam e evoluem, a biogeografia cultural vai buscar compreender como os seres humanos adaptam as condições do meio (e das espécies) a fim de garantir a permanência da própria espécie com a menor variação genética possível. Não há dúvidas de que se vislumbra aí o início de uma típica crise paradigmática que antecede às revoluções científicas, tal como pensado por Kuhn (2017). No entanto, este cenário ainda parece nos colocar uma armadilha do conservacionismo oitocentista: a de que existe uma natureza que independe do homem (ainda que esteja sendo por ele transformada) e que, ao mesmo tempo, existe uma espécie, humana, hierarquicamente superior e imune às mudanças na dinâmica da natureza (ainda que dela continue dependendo).

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