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Distinção do ilícito penal face ao ilícito de mera ordenação social ou contra-ordenacional Evolução histórica: 1- Sécs. XVIII-XIX: trânsito para E...

Distinção do ilícito penal face ao ilícito de mera ordenação social ou contra-ordenacional

Evolução histórica: 1- Sécs. XVIII-XIX: trânsito para Estado de Direito liberal, em que o ordenamento apenas devia cuidar dos direitos originários – o restante passava para uma categoria própria, ainda integrada no Direito Penal, que eram as contravenções ou transgressões. São incluídos no Direito Penal, uma vez que ele lhes dá uma função garantística, de acordo com este quadro liberal e diz essencialmente respeito a desrespeito de normas que deviam ser tuteladas pelo Direito Administrativo. Na senda até do CP napoleónico de 1810, havia a distinção entre crimes, delitos e contravenções 2- Séc. XX – Estado de Direito social – maior intervenção do Estado – mais contravenções que levam a uma hipertrofia do Direito Penal, com reflexos na celeridade processual cabem no Direito Penal (em regra, secundário) e aquelas que já estão fora do Direito Penal, para as quais se reserva o Direito Contra-Ordenacional (supostamente, condutas ético-socialmente neutras)
Critérios distintivos DP/DMOS (Dec.-Lei n.º 433/82, de 27 de Outubro): a) Autonomia do ilícito: no DP, o ilícito tem relevância ético-social, sendo que esse ilícito, mesmo antes de ser considerado desvalioso pelo ordenamento, já tem esse carácter, o que significa que basta a sua consagração para que seja considerado desvalioso. No DMOS, a conduta é axiologicamente neutra, pelo que não basta o simples comportamento para ser sancionada e desvaliosamente tratado, sendo ainda essencial a proibição. Esta faz parte do próprio conteúdo do ilícito b) Autonomia da sanção: DP: finalidades preventivas gerais e especiais DMOS: é estranha qualquer valoração da personalidade do agente (prevenção especial), pelo que funciona como uma reprimenda ou admonição pelo desrespeito de valores organizacionais ou de funcionamento da sociedade c) Processo
F. Dias não defende uma unidade sistemática entre Política Criminal e Direito Penal, como pretende Roxin, mas sim uma relação de optimização da colaboração que deve existir entre

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Noções Fundamentais de Direito Penal
259 pág.

Direito Penal I Universidade Estácio de SáUniversidade Estácio de Sá

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A distinção entre ilícito penal e ilícito de mera ordenação social ou contra-ordenacional se dá pela autonomia do ilícito, autonomia da sanção e processo. No ilícito penal, o ilícito tem relevância ético-social e a conduta é considerada desvaliosa, mesmo antes de ser considerada assim pelo ordenamento. Já no ilícito de mera ordenação social, a conduta é axiologicamente neutra e é essencial a proibição para que seja sancionada. A sanção no ilícito penal tem finalidades preventivas gerais e especiais, enquanto no ilícito de mera ordenação social é uma reprimenda ou admonição pelo desrespeito de valores organizacionais ou de funcionamento da sociedade. O processo também é diferente entre os dois tipos de ilícito.

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