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Em relação ao item 1, ocorreu a prática de crime por João, consistente no delito de estupro de vulnerável, nos termos do art. 217-A do CP. Sobre o ...

Em relação ao item 1, ocorreu a prática de crime por João, consistente no delito de estupro de vulnerável, nos termos do art. 217-A do CP. Sobre o item 2, o fato de a vítima ter dado o seu consentimento não afasta a ocorrência do crime de estupro de vulnerável. Isso porque tal crime se configura como prática de conjunção carnal com menor de quatorze anos de idade, independentemente da presença de grave ameaça ou violência (real ou presumida), pois o crime possui presunção absoluta de violência, que não é descaracterizada pelo consentimento da vítima. A tipificação do crime de estupro de vulnerável visa proteger crianças e adolescentes menores de quatorze anos de idade contra todo e qualquer tipo de iniciação sexual a que sejam submetidos por um adulto, dados os riscos que isso representa ao desenvolvimento de sua personalidade e as consequências físicas e psíquicas para o futuro. Assim, o consentimento da vítima não é válido, já que ela ainda não é capaz de tomar livremente uma decisão dessa natureza, o que leva o agente a responder pelo crime em questão. No que tange ao item 3, a existência de um relacionamento amoroso entre o agente e a vítima, bem como a existência de experiência sexual anterior de vítima menor de quatorze anos de idade, também não afastam a ocorrência do crime de estupro de vulnerável. Ainda que comprovados um suposto romance entre ambos e(ou) alguma experiência sexual anterior, tais situações se mostram irrelevantes, pois o crime de estupro de vulnerável se consuma tão somente com a conjunção carnal e possui presunção absoluta de violência. Por fim, acerca do item 4, não ocorreu erro de proibição. Este ocorre quando o agente pratica a conduta sem ter a consciência de que o seu comportamento contraria o ordenamento jurídico. Todavia, em razão da presunção absoluta de violência, o agente não tem a possibilidade de alegar que praticou a conjunção carnal com a vítima menor de quatorze anos de idade sem ter a consciência da ilicitude do fato, ou que não lhe era possível at
1. Houve prática de crime por parte de João? Se positiva sua resposta, esclareça qual foi o crime praticado.
2. Comente sobre o consentimento da vítima.
3. Disserte sobre a existência de relacionamento amoroso entre João e Maria e a experiência sexual anterior de Maria.
4. Disserte sobre a possibilidade de ter ocorrido erro de proibição na hipótese considerada.

Essa pergunta também está no material:

100 Questões discursivas - Direito Penal - 2019
215 pág.

💡 1 Resposta

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1. Sim, houve a prática de crime por parte de João, consistente no delito de estupro de vulnerável, nos termos do art. 217-A do Código Penal. 2. O fato de a vítima ter dado o seu consentimento não afasta a ocorrência do crime de estupro de vulnerável, pois tal crime se configura como prática de conjunção carnal com menor de quatorze anos de idade, independentemente da presença de grave ameaça ou violência (real ou presumida), pois o crime possui presunção absoluta de violência, que não é descaracterizada pelo consentimento da vítima. A tipificação do crime de estupro de vulnerável visa proteger crianças e adolescentes menores de quatorze anos de idade contra todo e qualquer tipo de iniciação sexual a que sejam submetidos por um adulto, dados os riscos que isso representa ao desenvolvimento de sua personalidade e as consequências físicas e psíquicas para o futuro. Assim, o consentimento da vítima não é válido, já que ela ainda não é capaz de tomar livremente uma decisão dessa natureza, o que leva o agente a responder pelo crime em questão. 3. A existência de um relacionamento amoroso entre o agente e a vítima, bem como a existência de experiência sexual anterior de vítima menor de quatorze anos de idade, também não afastam a ocorrência do crime de estupro de vulnerável. Ainda que comprovados um suposto romance entre ambos e(ou) alguma experiência sexual anterior, tais situações se mostram irrelevantes, pois o crime de estupro de vulnerável se consuma tão somente com a conjunção carnal e possui presunção absoluta de violência. 4. Não ocorreu erro de proibição, pois em razão da presunção absoluta de violência, o agente não tem a possibilidade de alegar que praticou a conjunção carnal com a vítima menor de quatorze anos de idade sem ter a consciência da ilicitude do fato, ou que não lhe era possível atuar de outra forma.

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