De acordo com Mottin, os princípios que fundamentam a disciplina jurídica especial e distintiva aplicável aos títulos de crédito são a cartularidade, a literalidade e a autonomia. O princípio da cartularidade, também conhecido como princípio da incorporação, significa que o titular do crédito precisa estar na posse do documento para exercê-lo, ou seja, não existe direito sem o título. O crédito deve estar materializado na cártula e esta deve estar na posse do titular, a fim de permitir facilmente a identificação da obrigação e de sua titularidade, favorecendo, consequentemente, a sua circulação. O princípio da literalidade representa a noção de que somente produzem efeitos jurídicos os atos lançados no próprio título de crédito. O crédito existente é aquele literalmente registrado na cártula, nada mais, nada menos. Outros atos se forem formalizados em documentos apartados - tal como a quitação, ou o aval - não terão eficácia cambiária. O princípio da autonomia é considerado o mais relevante do sistema, "a pedra fundamental de todo o regime jurídico cambial", determinando a existência de autonomia em relação a cada uma das obrigações cambiais incorporadas ao título, assegurando ao terceiro portador do título um direito autônomo de crédito.
Para escrever sua resposta aqui, entre ou crie uma conta
Compartilhar