Queres saber quão pouco vivem os ocupados? Vê como desejam viver longamente. Velhos decrépitos mendigam em suas orações um acréscimo de uns poucos ...
Queres saber quão pouco vivem os ocupados? Vê como desejam viver longamente. Velhos decrépitos mendigam em suas orações um acréscimo de uns poucos anos; procuram parecer menos idosos e lisonjeiam-se com mentiras e encontram tanto prazer em enganar a si próprios, que é como se enganassem junto o destino. Mas, quando uma enfermidade qualquer adverte-os de que são mortais, morrem tomados de pavor, não como se deixassem a vida, mas como se ela lhes fosse arrancada. Ficam gritando que foram tolos em não viver e que, se por acaso escaparem da doença, haverão de viver de outra forma. Mas, quando se recuperam, voltam a seus hábitos antigos, como se tivessem esquecido o que prometeram a si mesmos. Olha-os, sempre agitados, sempre ocupados, sempre em movimento, e, no entanto, não viveram um só dia verdadeiro. Extraído de Sêneca, Sobre a brevidade da vida.
O texto de Sêneca, "Sobre a brevidade da vida", faz uma reflexão sobre como as pessoas ocupadas desejam viver longamente, mas quando percebem que são mortais, morrem tomados de pavor. Ele critica a forma como as pessoas vivem suas vidas, sempre agitadas e ocupadas, sem viver um só dia verdadeiro.
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