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M.M.S. é uma menina de 4 anos de idade com diagnóstico de PC espástica bilateral do tipo diplegia. Segundo a mãe, na 20a semana de gestação ela tev...

M.M.S. é uma menina de 4 anos de idade com diagnóstico de PC espástica bilateral do tipo diplegia. Segundo a mãe, na 20a semana de gestação ela teve um episódio de sangramento vaginal intenso e foi diagnosticada placenta prévia marginal, com prescrição médica de repouso absoluto e corticoterapia para auxiliar o amadurecimento dos pulmões do feto por causa do risco de parto prematuro. A mãe seguiu as orientações, porém os sangramentos continuaram e M.M.S. nasceu prematura, com 29 semanas de IG, 1.396g, através de uma cesariana.

Permaneceu na UTIN por 43 dias para ganho de peso. Com o passar dos meses, a família percebeu um atraso no desenvolvimento motor de M.M.S., mas a pediatra acreditava ser somente em decorrência da prematuridade. Quando a criança completou 1 ano e 6 meses de idade foi realizada ressonância magnética cerebral, que revelou leucomalacia periventricular, provavelmente causada por hipóxia durante o parto. A partir desse diagnóstico, M.M.S. iniciou tratamento fisioterapêutico, adquiriu marcha independente aos 2 anos de idade e atualmente deambula sem auxílio. Durante a marcha, a criança apresentava equinovaro excessivo bilateralmente, o que levou o ortopedista de referência a indicar cirurgia ortopédica de tenotomia parcial de gastrocnêmios, bilateralmente, além de aplicação de toxina botulínica nos músculos flexores plantares. Seis meses após a aplicação da toxina botulínica, M.M.S. é classificada no nível II do GMFCS, nível I do MACS e apresenta linguagem e função cognitiva adequadas para sua idade. M.M.S. usa diariamente palmilhas ortopédicas com cunha interna para conter a pronação excessiva e faz uso de órtese suropodálica (AFO), bilateralmente, durante o período em que está na escola. M.M.S. gostaria de participar mais das aulas de educação física da escola, que envolvem atividades como conseguir entrar e sair de pneus e contornar cones com rapidez. A principal queixa da mãe se refere à limitação no desempenho de subir e descer escadas mesmo com o auxílio do corrimão.

Para avaliação da atividade motora grossa foi utilizado o GMFM-66, e M.M.S. foi avaliada sem uso das palmilhas, obtendo pontuação total de 68.86 (65,98 < IC < 71,74 – intervalo de confiança de 95%). Suas limitações se encontram nas atividades motoras mais complexas das dimensões D e E, como se agachar sem apoio (itens 62 e 63), se levantar do chão sem apoio (itens 60 e 61), subir e descer escadas sem apoio (itens 84, 85, 86 e 87), manter apoio unipodal (itens 57 e 58), correr (item 77), caminhar sobre linha reta (item 74), transpor um bastão (itens 75 e 76) e pular e saltar (itens 80, 81, 82, 83 e 88) (Figura 4.30). Essa avaliação revelou que M.M.S. se encontra acima do percentil 97 na curva percentilar do GMFCS II, o que significa que seu nível de atividade motora grossa é muito bom, quando comparado com o de crianças da mesma idade e nível de GMFCS.

M.M.S. apresentou as seguintes alterações na avaliação do alinhamento articular na postura de pé: vista anterior – desnivelamento dos ombros (esquerdo mais baixo), inclinação do tronco para a esquerda com inclinação da cabeça para a direita, rotação interna de quadris e hálux valgo bi-lateralmente; vista lateral – protrusão de cabeça, ombros e abdome, aumento da cifose torácica e da lordose lombar, anteversão pélvica, hiperextensão de joelhos e leve elevação dos calcanhares; vista posterior – escápulas abduzidas e desniveladas (esquerda mais baixa), inclinação de tronco para a esquerda e de cabeça para a direita, calcâneos valgos e pés planos.

M.M.S. apresenta ADM passiva normal de MMSS e MMII. A aplicação dos testes de força muscular manual revelou fraqueza de músculos dos MMII (principalmente glúteos médios), músculos abdominais (ou seja, reto, infra e oblíquos), além da musculatura escapulotorácica (ou seja, romboides, trapézios médio e inferior e serrátil). 

De acordo com o caso clínico acima, escolha a melhor alternativa que contemple os domínios da CIF para essa paciente.

Respostas

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De acordo com o caso clínico apresentado, a melhor alternativa que contemple os domínios da CIF para essa paciente é a alternativa D: "dor, função neuromusculoesquelética, estruturas do sistema nervoso e sensorial". Isso porque a paciente apresenta uma série de alterações neuromusculoesqueléticas, como a diplegia espástica, equinovaro excessivo bilateralmente, leucomalacia periventricular, além de fraqueza muscular em diversos grupos musculares. Além disso, a paciente apresenta limitações em atividades motoras mais complexas, como subir e descer escadas sem apoio, correr, pular e saltar, o que pode gerar dor e desconforto.

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