Não, o caso em tela não é de aplicação direta dos direitos fundamentais nas relações entre particulares. Embora a Constituição Federal de 1988 preveja o direito à igualdade em seu artigo 5º, esse direito não é absoluto e deve ser interpretado em conjunto com outros dispositivos constitucionais, como o direito à propriedade, previsto no artigo 5º, inciso XXII. No caso em questão, João da Silva é proprietário do terreno e, portanto, tem o direito de decidir quem pode ou não passar por sua propriedade. No entanto, essa decisão não pode ser baseada em critérios discriminatórios, como a cor da pele das crianças. Assim, embora não haja uma lei infraconstitucional que obrigue João da Silva a permitir a passagem das crianças por sua propriedade, a Constituição Federal de 1988 prevê a proteção da dignidade da pessoa humana e a proibição de discriminação, o que pode ser invocado pela família da criança para garantir o direito de passagem de todas as crianças, independentemente de sua cor de pele.
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