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João da Silva é proprietário de um terreno não edificado e que vem servindo de atalho para se chegar à única escola pública da sua região. A grande...

João da Silva é proprietário de um terreno não edificado e que vem servindo de atalho para se chegar à única escola pública da sua região. A grande maioria das crianças do bairro costumam passar por dentro da propriedade de João da Silva. Incomodado com o grande número de crianças circulando em sua propriedade, João da Silva resolver proibir a passagem das crianças de pele negra, como meio de reduzir o número de crianças que cortam o caminho para a Escola por seu terreno. A família de uma das crianças decide ajuizar uma ação para obrigar João da Silva a liberar a passagem de todas as crianças, amparando sua pretensão no direito à igualdade. Citado, João da Silva argumenta que a propriedade é sua e que não há nenhuma lei infraconstitucional que o obrigue a liberar a passagem por sua propriedade. Alega que, nos termos do inciso II do artigo 5º da Constituição de 1988, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Portanto, como não há nenhuma lei que o impeça de proibir o trânsito pela sua propriedade, ele pode permitir a passagem de quem bem entender. Na qualidade de juiz da causa e com espeque na reconstrução neoconstitucionalista, responda, JUSTIFICADAMENTE, se o caso em tela é de aplicação direta dos direitos fundamentais nas relações entre particulares?

O caso em tela é de aplicação direta dos direitos fundamentais nas relações entre particulares.

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caso 13
2 pág.

Constitucional Avançado Universidade Estácio de SáUniversidade Estácio de Sá

💡 1 Resposta

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Não, o caso em tela não é de aplicação direta dos direitos fundamentais nas relações entre particulares. Embora a Constituição Federal de 1988 preveja o direito à igualdade em seu artigo 5º, esse direito não é absoluto e deve ser interpretado em conjunto com outros dispositivos constitucionais, como o direito à propriedade, previsto no artigo 5º, inciso XXII. No caso em questão, João da Silva é proprietário do terreno e, portanto, tem o direito de decidir quem pode ou não passar por sua propriedade. No entanto, essa decisão não pode ser baseada em critérios discriminatórios, como a cor da pele das crianças. Assim, embora não haja uma lei infraconstitucional que obrigue João da Silva a permitir a passagem das crianças por sua propriedade, a Constituição Federal de 1988 prevê a proteção da dignidade da pessoa humana e a proibição de discriminação, o que pode ser invocado pela família da criança para garantir o direito de passagem de todas as crianças, independentemente de sua cor de pele.

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