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Muitas vezes a desigualdade e a ausência de acesso a direitos impedem que as pessoas usufruam da promoção de medidas práticas que lhes resguardem d...

Muitas vezes a desigualdade e a ausência de acesso a direitos impedem que as pessoas usufruam da promoção de medidas práticas que lhes resguardem da mais ampla violação de direitos humanos, revelando conteúdos e ações discriminatórias. A condição de pobreza, que consequentemente traz ausência de acesso a direitos como saúde e educação, pode gerar graves e manifestas violações que necessitam da intervenção dos tribunais, utilizados para buscar a efetivação desses direitos (que não se efetivam por conteúdo discriminatório). É o que chamamos de interseccionalidade, ou seja, diferentes formas de opressão em razão da condição de raça, gênero, idade, condição econômica, que devem ser levadas em conta na solução de casos concretos, para promoção de acesso à justiça. Um caso prático de interseccionalidade e manifesta ação discriminatória é trazido nos comentários do Professor André de Carvalho Ramos, nos comentários ao caso Gonzales Lluy: Na jurisprudência internacional sobre a interseccionalidade na temática dos direitos humanos, destaca-se o caso Gonzales Lluy e outros vs. Equador da Corte Interamericana de Direitos Humanos (sentença de 1º de setembro de 2015). Tratou-se de caso de contágio pelo vírus do HIV da menina Talía Lluy, que, à época, possuía três anos, fruto de transfusão de sangue contaminado. Aos cinco anos, Talía foi impedida de ingressar na escola (por suposto risco aos demais estudantes).A Corte IDH reconheceu que, no caso de Talía, confluíram, de modo interseccional, fatores múltiplos de vulnerabilidade e de discriminação associados à condição de criança, mulher, pessoa em situação de pobreza (condição econômica) e pessoa com HIV, que derivaram em uma forma específica de discriminação. A pobreza inicialmente gerou a deficiência no atendimento à saúde (sangue contaminado), impactando ainda no acesso ao sistema de ensino, no que contribuiu também sua situação de criança e pessoa com HIV; como mulher e pessoa com HIV, há possibilidade de estigmatização futura. Em outras palavras, o caso de Talía demonstra que a discriminação da pessoa com HIV não impacta de modo homogêneo os indivíduos, mas possui efeitos mais gravosos em grupos que são vulneráveis (parágrafo 290 da sentença). A interseccionalidade desses fatores de desigualdade, então, exige reparações específicas que devem servir para superar os obstáculos enraizados na sociedade, que mantém injustiças e vulnerabilidades de determinados grupos sociais. (RAMOS, 2016, p. 299)

Essa pergunta também está no material:

Diretos Humanos N2
814 pág.

Direitos Humanos Faculdade Mario SchenbergFaculdade Mario Schenberg

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