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Além da escala de Koppitz (1973), a técnica de Goodenough também inspirou o desenvolvimento de importantes instrumentos de avaliação da personalida...

Além da escala de Koppitz (1973), a técnica de Goodenough também inspirou o desenvolvimento de importantes instrumentos de avaliação da personalidade, como o Desenho da Figura Humana de Karen Machover (1949) e o HTP (Casa-Árvore-Pessoa) de John Buck (1948/2003). De acordo com Hammer (1991, p.14), estes últimos são os maiores expoentes da história das técnicas projetivas, pois foram “os principais arquitetos e os expositores mais eloqüentes no campo dos desenhos projetivos”. A técnica do HTP (House-Tree-Person) de John Buck (1948/2003) parte do princípio de que cada desenho solicitado (Casa-Árvore-Pessoa) representa o auto-retrato do indivíduo, que aparece simbolizado de maneira mais consciente (na representação da pessoa) ou menos consciente (na representação da árvore). O Desenho da Figura Humana de Karen Machover (1949) permite conhecer a representação que o indivíduo é capaz de fazer de si mesmo e do sexo oposto. Machover (1949, p.4) considera que o desenho da figura humana (Draw-a-Person test) representa a projeção da imagem corporal do indivíduo e das “necessidades e conflitos do corpo”. Segundo esta autora, no desenho da pessoa, o corpo se torna “um veículo para a própria expressão”. A figura humana, nas técnicas projetivas, é considerada uma expressão da autopercepção, a representação direta e imediata do examinando e dos aspectos mais conscientes da sua personalidade, reconhecidos a partir da própria imagem corporal. Não é por acaso que, entre os três desenhos solicitados no HTP, o desenho da pessoa é o que oferece maior dificuldade e pode mobilizar sentimento de fracasso durante a execução da tarefa (Buck, 1948/2003; Hammer, 1991). De acordo com Hammer (1991), a figura humana, no teste HTP, pode representar a projeção de um “auto-retrato” do indivíduo, do seu ideal de ego ou ainda de uma outra pessoa significativa, positiva ou negativamente, para ele. O desenho da pessoa também possibilita o conhecimento de habilidades sociais gerais e específicas do indivíduo, ou seja, as tendências e características predominantes em sua personalidade que podem facilitar ou dificultar a interação social e o estabelecimento de relacionamento com o outro. De acordo com Buck (1948/2003, p.57) A qualidade do desenho reflete a capacidade do indivíduo para atuar em relacionamentos e para submeter o ‘self’ e as relações interpessoais à avaliação crítica objetiva... seu papel e atitude sexuais em relação a um relacionamento interpessoal específico ou a relacionamentos interpessoais em geral. O Desenho da Figura Humana para investigação da personalidade, de Karen Machover (1949), foi difundido no Brasil em meados da década de 60, graças ao trabalho pioneiro de Lourenção Van Kolck (1963), que introduziu este instrumento no Brasil em um estudo com adolescentes. O desenho da figura humana, tanto como instrumento de avaliação de aspectos desenvolvimentais quanto de características da personalidade, tem-se mostrado sensível a variáveis educacionais, socioeconômicas, culturais e de gênero, o que torna imprescindível a realização de estudos normativos em diferentes países e em diferentes segmentos sociais, regionais e educacionais dentro de um mesmo país (Alves, 1981; Wechsler, 2003). Na literatura científica nacional encontramos relevantes estudos, realizados em diferentes cidades brasileiras, que revelam fortes evidências de validade e de precisão do Desenho da Figura Humana para avaliação de desenvolvimento maturacional, de acordo com as normas de Koppitz, Harris e Goodenough (Alves, 1981; Wechsler, 2003). Contudo, o panorama altera-se, quando o Desenho da Figura Humana é usado como instrumento de avaliação de características de personalidade. Até o presente momento, a única técnica projetiva de desenho da figura humana válida e autorizada para uso profissional no Brasil é o HTP (House-Tree-Person) de Buck (1948/2003), de acordo com a Resolução 002/2003 do Conselho

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cp037755
201 pág.

Psicologia Universidade Federal FluminenseUniversidade Federal Fluminense

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O texto apresenta informações sobre duas técnicas projetivas de avaliação da personalidade: o Desenho da Figura Humana de Karen Machover (1949) e o HTP (Casa-Árvore-Pessoa) de John Buck (1948/2003). Ambas as técnicas utilizam o desenho como meio de expressão e permitem conhecer a representação que o indivíduo é capaz de fazer de si mesmo e do sexo oposto. O Desenho da Figura Humana permite conhecer a projeção da imagem corporal do indivíduo e das necessidades e conflitos do corpo, enquanto o HTP parte do princípio de que cada desenho solicitado (Casa-Árvore-Pessoa) representa o auto-retrato do indivíduo, que aparece simbolizado de maneira mais consciente (na representação da pessoa) ou menos consciente (na representação da árvore). A figura humana, nas técnicas projetivas, é considerada uma expressão da autopercepção, a representação direta e imediata do examinando e dos aspectos mais conscientes da sua personalidade, reconhecidos a partir da própria imagem corporal.

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