A PRESENÇA DE TEMAS SOCIAIS Diante dessa causa, podemos ver como se destaca as questões sócias como a desigualdade de gênero, social, o machismo, o...

A PRESENÇA DE TEMAS SOCIAIS Diante dessa causa, podemos ver como se destaca as questões sócias como a desigualdade de gênero, social, o machismo, o feminismo entre outros envolvidos. Como afirma Gerda Lerner (2019), parece que até hoje as mulheres carregam a “culpa” de Eva. Como foi falado, uma das causas da luta do feminismo é a busca pela igualdade de gênero, fator esse gerado justamente por essa falta de igualdade entre homens e mulheres. Na sociedade atual, vemos como as consequências de uma gravidez indesejada caem diretamente sobre as mulheres. Durante todo esse processo, desde o momento do ato, até a decisão de levar o aborto adiante. Uma mulher quando descobre a gravidez deve ali escolher entre seguir ou não com sua vida, deixar ali sua vida e seguir com o feto (decisão essa da mulher, diante o motivo dessa gestação.), ou optar pelo aborto e seguir com sua vida. Essa decisão é algo que não afeta os homens, mas sim as mulheres, que devido a sociedade irá para sempre pensar que o que fez foi errado. Até mesmo em relação aos comentários, que em sua maioria sempre apontam o dedo para as mulheres, que já que engravidou deve seguir e que se ela aborta ela está errada. E é normal que nesse cenário, a mulher será extremamente julgada, e o homem até pode receber críticas, mas mesmo assim, no epicentro a mulher será mais afetada por esse acontecimento. Essa opressão de uma sociedade machista e patriarcal afeta completamente a causa do aborto na nossa sociedade. Até mesmo em casos de estupro, há quem critique e aponte o dedo. Há um caso recente de uma garota de 9-11 anos que foi estuprada, foi atrás do seu direito de abortar, e mesmo com um alvora do juiz, mesmo assim um grupo de pessoas foram protestar na frente do hospital para que essa criança continuasse com essa tortura. (Há um estudo, que fala que continuar com uma gestação sem a vontade de uma mulher, pode ser configurado como uma tortura.) Isso só transparece ainda mais como nossa sociedade funciona e como para ela, a mulher não possui e nem deve ter autonomia sobre suas escolhas, até mesmo em relação a seu próprio corpo. É necessário que a sociedade entenda que nenhuma mulher decide abortar por esporte, só por querer, é preciso que esse pensamento seja erradicado, é desumano pensar dessa maneira. Assim como nenhuma mulher deseja um aborto, nenhum médico, nem ninguém de fato apoia o aborto. Entre tantos temas sociais, destaca-se também a desigualdade social. As mulheres da classe baixa, e negras (importante ressaltar esse fato) são as mais atingidas. Aquelas que possuem dinheiro tem diversas opções, elas podem ir para um país onde é legalizado e realizar o aborto, ou pagar para clínica especializada, e que mantenha o sigilo. Essa é a diferença, quem tem, e quem não tem. Milhares de mulheres abortam anualmente, mas o que causa essa taxa de mortalidade tão grande, é a falta de segurança que o Estado oferece a essas pessoas. Essas que não tem dinheiro, recorrem ao aborto clandestino, o que acarreta nessa porcentagem assustadora. Desde outrora, a comunidade negra busca levantar debates sobre a escolha do aborto e também sobre a maternidade. De acordo com Juliana Passos (2022), muitas mulheres negras, de periferia abortam por falta de dinheiro, mas também por questões mais profundas. Elas buscam formas de conscientizar que não é só dinheiro que será gasto para manter um bebê, mas sim pela necessidade de saber se caso ela passe pela maternidade, seus filhos terão garantia do acesso aos direitos básicos de todo cidadão. Não podemos falar sobre o aborto e fechar os olhos para outros problemas como a violência e preconceito que ocorrem diariamente com a população negra no nosso pais, no nosso mundo.