Sobre a prática psicanalítica em casos que tais, declara Green (1988, p.17): "Narciso nega Eco, como os analisandos-que-não-entram-em-transferência...

O texto apresenta uma reflexão sobre a prática psicanalítica em casos em que o analisando não entra em transferência, ou seja, não estabelece uma relação de confiança e entrega com o analista. Green (1988) compara essa situação com o mito de Narciso, que nega Eco, e afirma que os analisandos que não entram em transferência ignoram magnificamente o analista. O analista busca encontrar eco na transferência, ou seja, busca identificar na relação com o analisando os padrões de comportamento e emoções que se repetem em outras relações significativas da vida do paciente. No entanto, em casos de narcisismo fechado, o analisando pode apresentar uma posição de enrijecimento, dificultando o acesso a esses padrões. Cabe ao analista cuidar dos aspectos mais contundentes do encapsulamento, ou seja, dos mecanismos de defesa que o paciente utiliza para se proteger de emoções e sentimentos dolorosos. Isso é especialmente importante no que tange aos efeitos e irradiações da "escolha" do "narcisismo do Um" em relação aos objetos significativos da vida do analisando.