Buscar

O último fator de preocupação identificado por Shneiderman e Plaisant [2009] é o de facilitação de entrada de dados. Esses autores acreditam que a ...

O último fator de preocupação identificado por Shneiderman e Plaisant [2009] é o de facilitação de entrada de dados. Esses autores acreditam que a entrada de dados seja uma das atividades que mais demanda tempo dos usuários e que, caso seja realizada de forma incorreta, causa frustrações que podem fazer com que o usuário desista de usar o sistema. As guidelines elaboradas para amenizar os erros nesse contexto são:

• Consistência das transações que exigem entrada de dados. As condições de entrada de dados podem mudar ao longo das interfaces, mas as sequências de ações necessárias para que o usuário realize a tarefa devem ser semelhantes no que se referem a delimitadores, abreviações, espaçamentos, dentre outros fatores.
• Minimização do número de ações a serem realizadas pelo usuário. As interfaces devem ser criadas para que os usuários finalizem a entrada dos dados necessários com um número mínimo de interações, a fim de que ele não se canse. Substituir ações de digitação de frases por comandos de cliques em opções e sentenças pré-definidas são formas de atingir esse objetivo. Contudo, essa pode ser uma solução ruim caso o usuário precise mover a mão para outro dispositivo que esteja distante. Em casos de usuários com boa perícia da tecnologia sendo utilizada, a digitação de 6 a 8 caracteres é priorizada em relação às atividades de cliques de mouse ou joystick, por exemplo. Em casos que uma mesma informação deve ser fornecida pelo usuário em diferentes locais da interface, o sistema deve copiar a primeira resposta dada para a localização corrente do formulário.
As guidelines de minimização da carga de memória do usuário, compatibilidade entre a entrada de dados e o conteúdo exibido e flexibilidade do acesso e uso das informações devem ser repensados no fator de facilitação de entrada de dados, porque eles também estão fortemente relacionados a ele. A documentação por guidelines, embora sirva como uma boa base para designers criarem interfaces que previnam erros com base nas experiências de outrem, deve ser analisada minuciosamente de acordo com os usuários e com as funcionalidades a serem realizadas no sistema computacional, para que eventuais conflitos sejam desfeitos [Preece, 1994]. A regra de consistência, por exemplo, é importante do ponto de vista de facilidade de aprendizagem, mas pode ser considerada irrelevante para usuários avançados do sistema [Preece, 1994].
A identificação do perfil do usuário é uma tarefa a ser confrontada com as guidelines propostos porque os indivíduos possuem suas peculiaridades, que podem variar inclusive entre pessoas de uma mesma região ou cultura. Por exemplo, algumas pessoas preferem visualizar dados tabulados a enxergá-los sob uma perspectiva gráfica; outras preferem lidar com palavras a lidar com dados numéricos.
Além do conhecimento sobre as preferências dos usuários que devem ser suportadas pela interface para promover flexibilidade de uso, é importante que os designers conheçam o grau de perícia do usuário com a aplicação sendo desenvolvida. Existem usuários que não sabem usar menus com dados apresentados em hierarquias, por exemplo. Um usuário idoso que esteja enviando um email para o seu neto pela primeira vez terá um nível mínimo de perícia de utilização dos componentes de interface, de forma que ela deverá permitir que ele tenha fácil acesso a um conjunto de instruções que o auxiliem a utilizar o sistema. Para usuários novatos, o número de ações para completar atividades deve ser muito pequeno e os formulários devem ser preenchidos de forma gradual com instruções, para que ele se acostume com a forma pela qual deverá fornecer os dados requeridos, a qual deverá ser mantida ao longo de todas as interfaces da funcionalidade [McGrenere et al., 2002].
A definição das funcionalidades a serem suportadas pelo sistema é importante por conta de as funcionalidades definirem o conjunto de tarefas a serem realizadas pelo usuário. Portanto, as funcionalidades permitem que a consistência de navegação seja planejada pelos designers antes de eles criarem efetivamente a interface. Por meio de entrevistas elaboradas com os usuários, podem-se identificar as funcionalidades mais importantes e se criarem atalhos para resolvê-las. Somente as funcionalidades menos utilizadas poderão exigir uma sequência maior de interações pelo usuário e, com base no conhecimento de usuários e das funcionalidades, os designers poderão definir o modo pelo qual se interagirá com a interface (uso de menus, uso da linguagem natural, comandos de voz, preenchimento de formulários e por manipulação direta1).
Finalmente, é válido destacar que as regras citadas devem ser analisadas de acordo com as peculiaridades de hardware de cada dispositivo computacional. Além de as configurações computacionais variarem bastante, os dispositivos de entrada e saída de dados podem ser distintos entre dispositivos, de modo que uma guideline praticável para um conjunto de aparelhos se torne impraticável para outro conjunto.

Essa pergunta também está no material:

dissertacaoOlibario
136 pág.

Matemática Colégio EquipeColégio Equipe

Respostas

User badge image

Ed Verified user icon

O último fator de preocupação identificado por Shneiderman e Plaisant [2009] é o de facilitação de entrada de dados. Esses autores acreditam que a entrada de dados seja uma das atividades que mais demanda tempo dos usuários e que, caso seja realizada de forma incorreta, causa frustrações que podem fazer com que o usuário desista de usar o sistema. As guidelines elaboradas para amenizar os erros nesse contexto são:

• Consistência das transações que exigem entrada de dados. As condições de entrada de dados podem mudar ao longo das interfaces, mas as sequências de ações necessárias para que o usuário realize a tarefa devem ser semelhantes no que se referem a delimitadores, abreviações, espaçamentos, dentre outros fatores.
• Minimização do número de ações a serem realizadas pelo usuário. As interfaces devem ser criadas para que os usuários finalizem a entrada dos dados necessários com um número mínimo de interações, a fim de que ele não se canse. Substituir ações de digitação de frases por comandos de cliques em opções e sentenças pré-definidas são formas de atingir esse objetivo. Contudo, essa pode ser uma solução ruim caso o usuário precise mover a mão para outro dispositivo que esteja distante. Em casos de usuários com boa perícia da tecnologia sendo utilizada, a digitação de 6 a 8 caracteres é priorizada em relação às atividades de cliques de mouse ou joystick, por exemplo. Em casos que uma mesma informação deve ser fornecida pelo usuário em diferentes locais da interface, o sistema deve copiar a primeira resposta dada para a localização corrente do formulário.
As guidelines de minimização da carga de memória do usuário, compatibilidade entre a entrada de dados e o conteúdo exibido e flexibilidade do acesso e uso das informações devem ser repensados no fator de facilitação de entrada de dados, porque eles também estão fortemente relacionados a ele. A documentação por guidelines, embora sirva como uma boa base para designers criarem interfaces que previnam erros com base nas experiências de outrem, deve ser analisada minuciosamente de acordo com os usuários e com as funcionalidades a serem realizadas no sistema computacional, para que eventuais conflitos sejam desfeitos [Preece, 1994]. A regra de consistência, por exemplo, é importante do ponto de vista de facilidade de aprendizagem, mas pode ser considerada irrelevante para usuários avançados do sistema [Preece, 1994].
A identificação do perfil do usuário é uma tarefa a ser confrontada com as guidelines propostos porque os indivíduos possuem suas peculiaridades, que podem variar inclusive entre pessoas de uma mesma região ou cultura. Por exemplo, algumas pessoas preferem visualizar dados tabulados a enxergá-los sob uma perspectiva gráfica; outras preferem lidar com palavras a lidar com dados numéricos.
Além do conhecimento sobre as preferências dos usuários que devem ser suportadas pela interface para promover flexibilidade de uso, é importante que os designers conheçam o grau de perícia do usuário com a aplicação sendo desenvolvida. Existem usuários que não sabem usar menus com dados apresentados em hierarquias, por exemplo. Um usuário idoso que esteja enviando um email para o seu neto pela primeira vez terá um nível mínimo de perícia de utilização dos componentes de interface, de forma que ela deverá permitir que ele tenha fácil acesso a um conjunto de instruções que o auxiliem a utilizar o sistema. Para usuários novatos, o número de ações para completar atividades deve ser muito pequeno e os formulários devem ser preenchidos de forma gradual com instruções, para que ele se acostume com a forma pela qual deverá fornecer os dados requeridos, a qual deverá ser mantida ao longo de todas as interfaces da funcionalidade [McGrenere et al., 2002].
A definição das funcionalidades a serem suportadas pelo sistema é importante por conta de as funcionalidades definirem o conjunto de tarefas a serem realizadas pelo usuário. Portanto, as funcionalidades permitem que a consistência de navegação seja planejada pelos designers antes de eles criarem efetivamente a interface. Por meio de entrevistas elaboradas com os usuários, podem-se identificar as funcionalidades mais importantes e se criarem atalhos para resolvê-las. Somente as funcionalidades menos utilizadas poderão exigir uma sequência maior de interações pelo usuário e, com base no conhecimento de usuários e das funcionalidades, os designers poderão definir o modo pelo qual se interagirá com a interface (uso de menus, uso da linguagem natural, comandos de voz, preenchimento de formulários e por manipulação direta1).
Finalmente, é válido destacar que as regras citadas devem ser analisadas de acordo com as peculiaridades de hardware de cada dispositivo computacional. Além de as configurações computacionais variarem bastante, os dispositivos de entrada e saída de dados podem ser distintos entre dispositivos, de modo que uma guideline praticável para um conjunto de aparelhos se torne impraticável para outro conjunto.

0
Dislike0

Responda

SetasNegritoItálicoSublinhadoTachadoCitaçãoCódigoLista numeradaLista com marcadoresSubscritoSobrescritoDiminuir recuoAumentar recuoCor da fonteCor de fundoAlinhamentoLimparInserir linkImagemFórmula

Para escrever sua resposta aqui, entre ou crie uma conta

User badge image