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Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em processos distintos, a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da soma ou unificação das penas, observada, quando for o caso, a detração ou remição. O juiz da execução deve somar ou unificar as penas, o que poderá resultar num regime inicial diferente daquele imposto pelo juiz da condenação. Sobrevindo condenação no curso da execução, somar-se-á a pena ao restante da que está sendo cumprida, para determinação do regime. Além disso, pena cumprida é pena extinta. Imagine, por exemplo, que Pedro tenha sido condenado a 12 anos de reclusão. Após o cumprimento de 10 anos, já estando em regime aberto, sobrevém nova condenação a uma pena de 2 anos. Para fins de fixação de regime, os 2 anos da condenação serão somados aos 2 anos que faltavam ser cumpridos pela pena de 12 anos (12 anos da condenação – 10 anos já cumpridos), totalizando 4 anos. Portanto, o novo regime de cumprimento de pena será fixado com nos 4 anos. PROGRESSÃO DE REGIME A progressão de regime está prevista no art. 112 da LEP, trata-se de um INCIDENTE de execução penal que serve como importante mecanismo de ressocialização do condenado. Sua sistemática foi profundamente alterada pelo Pacote Anticrime. Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos UM SEXTO da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão. A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor. Idêntico procedimento será adotado na concessão de livramento condicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas normas vigentes. No caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência, os requisitos para progressão de regime são, cumulativamente: I - não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa; II - não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente; III - ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior; IV - ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento; V - não ter integrado organização criminosa. O cometimento de novo crime doloso ou falta grave implicará a revogação do benefício previsto no § 3º deste artigo. Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste artigo, o crime de tráfico de drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006. O cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade interrompe o prazo para a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o reinício da contagem do requisito objetivo terá como base a pena remanescente. A instauração do incidente de progressão de regime pode ser determinada de ofício pelo juiz e requerida pelo: Ministério Público; Reeducando (todo ano recebe o atestado de pena cumprida de pena a cumprir); Defensor do reeducando; Defensor Público. Importante salientar que a progressão de regime é direito subjetivo do condenado, assim preenchidos os requisitos legais (objetivos e subjetivos) o condenado irá passar de um regime mais gravoso para um regime mais brando. Requisitos Objetivos a) Condenação com trânsito em julgado Entretanto é possível a progressão em execução provisória, desde que a condenação do preso tenha transitado em julgado para o MP. Fundamentos da execução provisória (LEP, Súmula 716 STF). Obs.: Não se trata de fomentar a execução provisória da pena (vedada pelo STF), mas sim antecipar os benefícios da execução penal. b) Cumprimento de parcela da pena A progressão ocorrer após o cumprimento de determinada parcela da pena no regime fechado. Antes do Pacote Anticrime, o lapso era de 1/6 para os crimes comuns e de 2/5 (primário) a 3/5 (reincidente) para crimes hediondos e equiparados. Para melhor compreensão, colacionarmos dois quadros comparativos desenvolvido por Rafael Miranda, em seu Livro Manual de Execução Penal Teoria e Prática. Vejamos REQUISITOS OBJETIVOS PARA PROGRESSÃO DE REGIME (Antes do Pacote Anticrime) COMUM HEDIONDOS (antes de 29/03/07) HEDIONDO PRIMÁRIO HEDIONDO REINCIDENTE ESPECIAL

Essa pergunta também está no material:

CS - EXECUÇÃO PENAL - 2021 1
150 pág.

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O juiz da execução penal é responsável por determinar o regime de cumprimento da pena quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em processos distintos, somando ou unificando as penas, observando a detração ou remição. A progressão de regime é um incidente de execução penal previsto no art. 112 da LEP, que permite a transferência do preso para um regime menos rigoroso, desde que tenha cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostente bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão. A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor.

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