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Diante das alterações introduzidas no Direito das Famílias pela Constituição Federal de 1988, o Código Civil de 2002 foi responsável por regular a ...

Diante das alterações introduzidas no Direito das Famílias pela Constituição Federal de 1988, o Código Civil de 2002 foi responsável por regular a nova concepção de entidade familiar, a qual se caracteriza por ser pluralizada, democrática, igualitária substancialmente, além de representar um instrumento para realização pessoal de seus integrantes. Nesse passo, destaca-se a presença de dispositivos específicos sobre a união estável (arts. 1.723 a 1727), reconhecendo-a como entidade familiar, caracterizada pela “convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família” (art. 1.723). Ressalte-se, ainda, que a consagração do princípio do pluralismo das entidades familiares pela Constituição Federal de 1988 possibilita reconhecer como entidade familiar toda e qualquer relação pontificada pelo afeto, independentemente da existência de sua previsão em texto legal, inclusive com a atribuição de tratamento isonômico pelo Direito das Famílias − não se restringindo, pois, à produção de reflexos do Direito das Obrigações. Assim, ao lado do casamento, da união estável e da família monoparental – previstas no texto constitucional –, também devem ser reconhecidas como família: a união homoafetiva – união afetiva entre pessoas do mesmo sexo –; a família anaparental – convivência duradoura e contínua entre pessoas que possuam ou não vínculo de parentesco –; a família pluriparental (ou mosaico) – união entre pessoas egressas de outras famílias desfeitas, sendo compostas por filhos unilaterais e comuns –; e a família paralela – concomitância de duas entidades familiares, em que um dos membros de cada união é uma única pessoa. Especificamente com relação à união homoafetiva, cumpre consignar que o Supremo Tribunal Federal, em 05/05/2011, ao julgar a ADI 4277 e a ADPF 132, reconheceu a configuração de união estável para casais do mesmo sexo. Por sua vez, o Superior Tribunal de Justiça, ao julgar o Resp 1183378, em 25/10/2011, proveu recurso de duas mulheres que pleiteavam a habilitação ao casamento civil. E, em vista desse cenário, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou, em 14/05/2013, a Resolução nº 175, que determina aos Cartórios de todo o país que celebrem casamento homoafetivo ou convertam a união estável homoafetiva em casamento civil. Referida Resolução restou redigida nos seguintes termos: “Art. 1º- É vedada às autoridades competentes a recusa de habilitação, celebração de casamento civil ou de conversão de união estável em casamento entre pessoas de mesmo sexo. Art. 2º- A recusa prevista no artigo 1º implicará a imediata comunicação ao respectivo juiz corregedor para as providências cabíveis”.

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O Código Civil de 2002 foi responsável por regular a nova concepção de entidade familiar, a qual se caracteriza por ser pluralizada, democrática, igualitária substancialmente, além de representar um instrumento para realização pessoal de seus integrantes. O Código Civil de 2002 também regulamentou a união estável, reconhecendo-a como entidade familiar, caracterizada pela “convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família” (art. 1.723). Além disso, a Constituição Federal de 1988 possibilita reconhecer como entidade familiar toda e qualquer relação pontificada pelo afeto, independentemente da existência de sua previsão em texto legal, inclusive com a atribuição de tratamento isonômico pelo Direito das Famílias.

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