Homem de 25 anos que vai à consulta psicológica encaminhado pelo médico de atenção primária, acompanhado pelo pai. Graduado em Direito, atualmente ...

Homem de 25 anos que vai à consulta psicológica encaminhado pelo médico de atenção primária, acompanhado pelo pai. Graduado em Direito, atualmente estuda um módulo laboratorial, vive com seus pais e seu irmão, que é três anos mais novo. Durante a primeira entrevista, apenas o pai falou, do quanto sempre foi difícil a sua criação em comparação com o seu irmão. Desde criança, relata o pai, ele sempre esteve sozinho e lia com frequência, teve uma vida social complicada com seus colegas. Nega que seu filho tenha tido até agora algum antecedente médico significativo. Eles vieram porque, há um ano, estão muito preocupados por sua aparência e peso. Come de forma muito irregular, alguns dias jejua durante todo o dia, em outros como em excesso o que, frequentemente, termina com vômitos. Apesar de seu índice de massa corporal normal ele se vê gordo e culpa a mãe por tudo isso. Ele deixou que sair de casa, de sair com os poucos amigos, de estudar e de ir à aula. Somente dorme, lê e vai à academia por duas horas ao dia. Não desfruta de nada do que faz, sente-se cansado o dia inteiro. O jovem descreve a sua mãe como autoritária e vitimista segundo suas próprias palavras, e o seu pai como ausente e passivo. As versões das histórias de seu pai e do jovem não coincidem em nada. O paciente interpreta cada situação como uma ofensa pessoal de intensidade alta e guarda um especial rancor contra a mãe.