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O Brasil de muitas caras: uma breve história sobre seus moradores no período colonial Quando os portugueses atracaram nas praias brasilis em 1500,...

O Brasil de muitas caras: uma breve história sobre seus moradores no período colonial Quando os portugueses atracaram nas praias brasilis em 1500, encontraram uma cultura muito diferente da europeia ou de qualquer outra região do mundo conhecido. Nesse primeiro encontro entre as culturas, foram estabelecidas as relações futuras que iriam transformar tanto o modo de vida dos nativos quanto dos exploradores visitantes. Assim, entre os anos de 1500 a 1530, o Brasil não foi um objeto de interesse da coroa portuguesa. Nessas terras, algumas práticas acanhadas de extração do pau-brasil e de alguns outros produtos da natureza foram praticadas nesse período sem muito, ou nenhum, efeito econômico para Portugal. Somente na década dos anos de 1520, com o fim das cruzadas e com a abertura das rotas comercias para o oriente próximo, é que Portugal se viu com graves problemas financeiros. Com a abertura das rotas para o oriente, este país deixou de ter total monopólio sobre o acesso aos produtos da Índia. Logo, ficou a dúvida: o que fazer? D. João III, rei de Portugal, decidiu que uma alternativa seria explorar sua mais nova colônia (Brasil) e a partir dela, buscar condições de restabelecer a economia lusitana. Logo, em 1534, divide as terras da colônia em 15 capitanias e as repassa aos nobres portugueses da sociedade privada (burgueses em ascensão ou nobres da coroa em dívida com o rei) com a missão de colonizar o Brasil, criando as vilas, meios de exploração das riquezas locais e, desenvolver suas capitanias de forma que estas fossem autossuficientes em termos econômicos. Quanto à política, os donatários deveriam prestar fidelidade "cega" ao rei de Portugal. Vale destacar que dentre as atribuições financeiras, os donatários deveriam, depois de fixados, coletar impostos e repassá-los à Portugal. Junto aos donatários, ou seja, os donos das capitanias, vieram os jesuítas, em 1549, com a tarefa missionária de catequizar, instruir e educar os índios brasileiros. Para tanto, criaram aldeias denominadas "Missões" onde estabeleceram os contatos necessários para a relação entre as culturas existentes. Dentre as várias atribuições dadas aos jesuítas, ficou a cargo deles a tarefa de criar no Brasil as primeiras escolas formais, uma vez que eles já exerciam essa tarefa em Portugal e Espanha. Logo, os índios ficaram sob a tutela dos jesuítas que os protegiam de qualquer tentativa de exploração da sua mão de obra, como plantar, extrair, etc. (vale destacar que esse protecionismo dos jesuítas sobre os índios será foco de conflitos futuros entre a coroa e os padres no Brasil). No século seguinte, Portugal, com a necessidade de consolidar a colonização, e de conseguir mão de obra para as tarefas braçais nas capitanias, desenvolveu uma política escravista, para a qual, em 1580, trouxe para trabalhar, de forma compulsória, os negros africanos na condição de escravos e os famosos degredados de Portugal (aqueles que foram exilados ou expulsos de sua terra natal por cometer algum tipo de crime contra a coroa), que auxiliariam no processo de dinamização da colônia. Com os "estímulos" dados por Portugal, e com a descoberta de riquezas naturais e minerais na colônia, o Brasil passou a receber cada vez mais europeus que buscavam a sorte nestas terras, na esperança de conseguir riquezas tão esperadas. Assim, o cenário que encontramos em meados do século XVII, no Brasil, é caótico, desorganizado, totalmente sem controle do rei sobre a colônia. Com o fracasso das capitanias hereditárias, muitos donatários devolveram suas terras à coroa portuguesa. Apenas duas capitanias permaneceram em ascensão no Nordeste brasileiro e passaram a cultivar cana-de-açúcar como principal fonte de renda. Fora essas duas capitanias, devido à falta de gestão da coroa lusitana na colônia, muitos sesmeiros (colonos que receberam lotes de terras dos donatários) que também já cultivavam a terra, se sentiram ameaçados pela coroa, pelo risco de ela se apossar novamente das terras devolutas. Outro problema encontrado na colônia tange à questão dos donatários entrarem em choque com os jesuítas por causa dos índios. Segundo os interesses dos donatários, os índios podiam "ajudar" no processo de colonização, ampliando forças para tal empreendimento. O que os padres discordavam totalmente. Quanto aos portugueses que chegaram ao Brasil com o espírito empreendedor, traziam consigo as influências do pensamento político-econômico europeu que, devido à efervescência dos centros urbanos advindos com a abertura das rotas comercias e fim das guerras com os mouros, passaram a adotar o pensamento liberal, laico, empirista e capitalista (mercantilista) europeu. Vale ressaltar que desde o século XV ao XVII, ocorreram diversas transformações na sociedade, tais como o renascimento cultural, a revolução científica de Francis Bacon (1620), as Grandes Navegações, a Reforma protestante, o enriquecimento dos burgueses, o pensamento político Absolutista e a filosofia Iluminista que foram decisivas para que houvesse, no Brasil, questionamentos quanto à situação de gestão exploratória da coroa portuguesa sobre os colonizadores no Brasil. A partir desse momento, colonos insatisfeitos passaram a se organizar e a se manifestar contra o Reino de Portugal. Para responder este desafio, você deverá pesquisar sobre os movimentos nativistas que ocorreram no Brasil, a partir do século XVII. Para tanto, você deverá; a) definir o que são movimentos ou rebeliões nativistas; b) comentar as causas que levaram às manifestações; c) citar os principais movimentos que ocorreram.

Respostas

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a) Movimentos ou rebeliões nativistas são movimentos que ocorreram no Brasil Colônia, no período de 1640 a 1789, que tinham como objetivo principal a luta contra a exploração portuguesa e a busca pela autonomia política e econômica da colônia. b) As causas que levaram às manifestações foram a exploração portuguesa, a cobrança de impostos abusivos, a proibição da produção de manufaturas na colônia, a falta de representatividade política dos colonos e a opressão da coroa portuguesa sobre a população local. c) Os principais movimentos que ocorreram foram a Revolta de Beckman (1684), a Guerra dos Emboabas (1708-1709), a Revolta de Filipe dos Santos (1720), a Revolta de Vila Rica (1720), a Conjuração Baiana (1798) e a Inconfidência Mineira (1789).

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