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ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA – PARTE 1 Conforme já visto, a expressão administração pública possui dois sentidos:  Subjetivo: refere-se aos sujeitos...

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA – PARTE 1
Conforme já visto, a expressão administração pública possui dois sentidos:
 Subjetivo: refere-se aos sujeitos incumbidos de exercer a atividade administrativa;
 Objetivo: refere-se à própria atividade administrativa.
Ao estudarmos a organização administrativa estamos estudando a organização dos sujeitos (v.g. administração direta e indireta) e da atividade (v.g. concentração, centralização).
1. CONCENTRAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO
São expressões que se referem à reunião (concentração) ou à repartição (desconcentração) de competências entre órgãos de uma mesma pessoa. Não se altera a unidade administrativa porque o vínculo hierárquico e o poder hierárquico mantém a unidade da Administração.
Exemplo: juntar Ministérios (concentração) e criar novos ministérios (desconcentração).
Poderão ocorrer tanto dentro da administração direta, quanto dentro de uma pessoa jurídica da administração indireta.
2. CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO
(A) Centralização
Ocorre quando o próprio Estado exerce a atividade administrativa, através de órgãos internos.
(B) Descentralização
Ocorre quando o Estado transfere para outra pessoa o encargo de exercer a atividade administrativa (pressupõe pluralidade de pessoas).
3. FORMAS DE DESCENTRALIZAÇÃO
A decisão de como a atividade administrativa será prestada é do Estado. Seja através de seus próprios órgãos (forma centralizada), quanto transferindo o encargo a outra pessoa fora dele (forma descentralizada). Quando o Estado decide descentralizar, ele pode escolher como fará a descentralização. A doutrina apresenta três formas de descentralização administrativa: (i) geográfica ou territorial; (ii) técnica, por serviços ou funcional; e (iii) por colaboração ou delegação.
(A) Descentralização geográfica (ou territorial)
Ocorre quando o Estado cria pessoa jurídica de direito público com capacidade administrativa genérica e atribuições administrativas limitadas a um território definido em lei.
OBS. “capacidade administrativa genérica” significa capacidade igual ao do Estado.
Maria Sylvia di Pietro entende que os Territórios previstos na Constituição podem se encaixar nessa modalidade de descentralização. Por seu turno, José dos Santos Carvalho Filho entende que não, pois a CF/88 diz que o Território criado pela União com mais de 100k/hab terá uma Câmara Territorial e na descentralização administrativa descentraliza-se tão somente a atividade administrativa.
(B) Descentralização técnica (ou por serviços, ou funcional)
Ocorre quando o Estado cria pessoa jurídica de direito público ou de direito privado e a ela transfere a titularidade e a execução da atividade administrativa atribuindo capacidade administrativa específica.
O regime jurídico da pessoa a ser criada pelo Estado depende da atividade que se pretende descentralizar. Caso o exercício da atividade requeira prerrogativas públicas, cria-se uma pessoa jurídica de direito público. Ao revés, se o exercício da atividade visado não requerer prerrogativas públicas, cria-se uma pessoa jurídica de direito privado.
A criação das pessoas jurídicas da Administração Pública indireta se encaixa nessa forma de descentralização.
A expressão “capacidade administrativa específica” dá conta de que a pessoa criada só pode exercer a atividade administrativa dentro de suas atribuições institucionais (princípio da especialidade).
A doutrina tradicional (Hely Lopes Meirelles) denomina essa forma de descentralização de “outorga”. Entende essa doutrina que, enquanto a pessoa existir, ela é titular da atividade.
OBS. Para José dos Santos Carvalho Filho, quando o Estado descentraliza a atividade administrativa, ele nunca transfere a titularidade. Em outras palavras, transfere apenas a execução (delegação), não devendo se falar em outorga (transferência da titularidade e transferência da execução).
ATENÇÃO AOS CONCEITOS:
 Delegação : transferência da execução;
 Outorga : transferência da titularidade e da execução.
(C) Descentralização por colaboração (ou delegação)
Ocorre quando o Estado transfere para pessoa que já existe apenas a execução da atividade administrativa, através de um ato administrativo unilateral ou através de um contrato administrativo.
4. FORMAS DE DELEGAÇÃO
Se o Estado decide delegar (transferir para pessoa que já existe apenas a execução da atividade administrativa), ele o faz pelas seguintes formas:
(i) concessão de serviços públicos;
(ii) permissão de serviços públicos; ou
(iii) autorização de serviços públicos.
OBS1. Não confundir concessão de uso, permissão de uso ou autorização de uso com delegação, que são formas privativas de uso de bem público pelo particular.
OBS2. Cuidado com o ato de autorização, que pode ser para descentralizar a execução de um serviço público (delegação), para a utilização de bem (autorização de uso de bem), ou pode ser ato de polícia administrativa (v.g. autorização para porte de arma). Aqui estudamos apenas o ato de autorização como delegação, que visa descentralizar a execução de um serviço público.

Essa pergunta também está no material:

Aula 04 - Poderes da Administracao II - Organizacao Administrativa I
15 pág.

Direito Administrativo I Universidade Estácio de SáUniversidade Estácio de Sá

💡 1 Resposta

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Qual é a diferença entre concentração e desconcentração na organização administrativa?

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