A obra “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto, repercutiu e ainda repercute de maneira significativa para a constituição da cultura, da literatura e das artes no Brasil. Exemplo disso é o cantor e compositor Chico Buarque, que musicou essa mais famosa obra de João Cabral de Melo Neto na canção intitulada “Funeral de Um Lavrador” (1968). Por meio da linguagem musical, emocionou o público, fazendo com que “Morte e Vida Severina” fosse melhor compreendida.
Observe que a questão dos latifúndios, da desigualdade social e da miséria do povo nordestino são recuperados pela canção de Chico Buarque de maneira musical, já que, em verdade, a música é o poema cantado, conforme se lê no “Auto de João Cabral de Melo Neto”. Considere o fragmento seguinte:
É uma cova grande pra tua carne pouca
Mas a terra dada não se abre a boca
É a conta menor que tiraste em vida
É a parte que te cabe deste latifúndio
(É a terra que querias ver dividida)
Estarás mais ancho que estavas no mundo
Mas a terra dada não abre a boca.
MELO NETO, J. C. Morte e vida Severina e outros poemas para vozes. 4. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000. p. 13-14.
Com base na canção, assinale a alternativa correta.
a.A reforma agrária é o tema central da canção porque, no fim da vida, as terras são divididas igualmente nos cemitérios.
b.A cova é do tamanho ideal para o nordestino, que é magro, ou seja, é pequena, mas como foi dada de graça, não se deve reclamar.
c.Os versos do “Funeral de Um Lavrador” se referem à terra que recebe o cadáver do trabalhador como a única que ele, enfim, pôde “conquistar”.
d.O tamanho da cova é suficiente para o lavrador ficar cômodo, por isso não deve reclamar em seu funeral.
e.Os versos da canção “Funeral de Um Lavrador” apresentam uma linguagem lírica e reflexiva diante da temática da morte.
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Literatura Brasileira IV - Pré-modernismo e Modernismo
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