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Os 10 melhores poemas de João Cabral de Melo Neto analisados e comentados - Cultura Genial

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03/05/2019 Os 10 melhores poemas de João Cabral de Melo Neto analisados e comentados - Cultura Genial
https://www.culturagenial.com/joao-cabral-de-melo-neto-melhores-poemas/ 1/20
Literatura Poesia/
Os 10 maiores poemas de João Cabral de Melo Neto
Rebeca Fuks
Doutora em Estudos da Cultura
João Cabral de Melo Neto (6 de janeiro de 1920 - 9 de outubro de 1999) foi um dos maiores
poetas da literatura brasileira.
Sua obra, pertencente a terceira fase do modernismo (a Geração de 45), deixou o público
leitor fascinado com a capacidade de experimentação e inovação com a linguagem. João
Cabral explorou na sua poesia uma série de temas desde a lírica amorosa até o poema
engajado e a escrita ensimesmada.
Confira a seguir os seus maiores poemas comentados e analisados.
1. Catar feijão, 1965
1.1.
Catar feijão se limita com escrever:Catar feijão se limita com escrever: 
Jogam-se os grãos na água do alguidarJogam-se os grãos na água do alguidar 
E as palavras na folha de papel;E as palavras na folha de papel; 
e depois, joga-se fora o que boiar.e depois, joga-se fora o que boiar. 
Certo, toda palavra boiará no papel,Certo, toda palavra boiará no papel, 
água congelada, por chumbo seu verbo;água congelada, por chumbo seu verbo; 
pois catar esse feijão, soprar nele,pois catar esse feijão, soprar nele, 
e jogar fora o leve e oco, palha e eco.e jogar fora o leve e oco, palha e eco.
2.2.
Ora, nesse catar feijão entra um risco,Ora, nesse catar feijão entra um risco, 
o de que, entre os grãos pesados, entreo de que, entre os grãos pesados, entre 
um grão imastigável, de quebrar dente.um grão imastigável, de quebrar dente. 
Certo não, quando ao catar palavras:Certo não, quando ao catar palavras: 
a pedra dá à frase seu grão mais vivo:a pedra dá à frase seu grão mais vivo: 
03/05/2019 Os 10 melhores poemas de João Cabral de Melo Neto analisados e comentados - Cultura Genial
https://www.culturagenial.com/joao-cabral-de-melo-neto-melhores-poemas/ 2/20
obstrui a leitura fluviante, flutual,obstrui a leitura fluviante, flutual, 
açula a atenção, isca-a com risco.açula a atenção, isca-a com risco.
O belíssimo Catar feijão pertence ao livro A educação pela pedra, que foi publicado em 1965.
O poema, dividido em duas partes, tem como tema central o ato criador, o processo de
composição por trás da escrita.
Ao longo dos versos, o poeta desvenda para o leitor como é a sua maneira pessoal de
construir um poema, desde a escolha das palavras até a combinação do texto para construir
os versos.
Pela delicadeza do poema percebemos que o ofício do poeta tem também qualquer coisa do
trabalho do artesão. Ambos exercitam o ofício com zelo e paciência, em busca da melhor
combinação para a criação de uma peça única e bela.
2. Morte e vida severina (trecho), 1954/1955
— O meu nome é Severino,— O meu nome é Severino, 
como não tenho outro de pia.como não tenho outro de pia. 
Como há muitos Severinos,Como há muitos Severinos, 
que é santo de romaria,que é santo de romaria, 
deram então de me chamarderam então de me chamar 
Severino de Maria;Severino de Maria; 
como há muitos Severinoscomo há muitos Severinos 
com mães chamadas Maria,com mães chamadas Maria, 
fiquei sendo o da Mariafiquei sendo o da Maria 
do finado Zacarias.do finado Zacarias. 
Mas isso ainda diz pouco:Mas isso ainda diz pouco: 
há muitos na freguesia,há muitos na freguesia, 
por causa de um coronelpor causa de um coronel 
que se chamou Zacariasque se chamou Zacarias 
e que foi o mais antigoe que foi o mais antigo 
senhor desta sesmaria.senhor desta sesmaria. 
Como então dizer quem falaComo então dizer quem fala 
ora a Vossas Senhorias?ora a Vossas Senhorias? 
Vejamos: é o SeverinoVejamos: é o Severino 
da Maria do Zacarias,da Maria do Zacarias, 
03/05/2019 Os 10 melhores poemas de João Cabral de Melo Neto analisados e comentados - Cultura Genial
https://www.culturagenial.com/joao-cabral-de-melo-neto-melhores-poemas/ 3/20
lá da serra da Costela,lá da serra da Costela, 
limites da Paraíba.limites da Paraíba.
Mas isso ainda diz pouco:Mas isso ainda diz pouco: 
se ao menos mais cinco haviase ao menos mais cinco havia 
com nome de Severinocom nome de Severino 
filhos de tantas Mariasfilhos de tantas Marias 
mulheres de outros tantos,mulheres de outros tantos, 
já finados, Zacarias,já finados, Zacarias, 
vivendo na mesma serravivendo na mesma serra 
magra e ossuda em que eu vivia.magra e ossuda em que eu vivia. 
Somos muitos SeverinosSomos muitos Severinos 
iguais em tudo na vida:iguais em tudo na vida: 
na mesma cabeça grandena mesma cabeça grande 
que a custo é que se equilibra,que a custo é que se equilibra, 
no mesmo ventre crescidono mesmo ventre crescido 
sobre as mesmas pernas finas,sobre as mesmas pernas finas, 
e iguais também porque o sanguee iguais também porque o sangue 
que usamos tem pouca tinta.que usamos tem pouca tinta. 
E se somos SeverinosE se somos Severinos 
iguais em tudo na vida,iguais em tudo na vida, 
morremos de morte igual,morremos de morte igual, 
mesma morte severina:mesma morte severina: 
que é a morte de que se morreque é a morte de que se morre 
de velhice antes dos trinta,de velhice antes dos trinta, 
de emboscada antes dos vinte,de emboscada antes dos vinte, 
de fome um pouco por diade fome um pouco por dia 
(de fraqueza e de doença(de fraqueza e de doença 
é que a morte Severinaé que a morte Severina 
ataca em qualquer idade,ataca em qualquer idade, 
e até gente não nascida).e até gente não nascida). 
Somos muitos SeverinosSomos muitos Severinos 
iguais em tudo e na sina:iguais em tudo e na sina: 
a de abrandar estas pedrasa de abrandar estas pedras 
suando-se muito em cima,suando-se muito em cima, 
a de tentar despertara de tentar despertar 
terra sempre mais extinta,terra sempre mais extinta, 
a de querer arrancara de querer arrancar 
algum roçado da cinza.algum roçado da cinza.
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Um marco do regionalismo na poesia brasileira, Morte e vida severina foi um livro modernista
escrito por João Cabral de Melo Neto entre 1954 e 1955.
Considerado pela crítica como a sua obra-prima, os versos enfocam a vida de Severino, um
retirante, com todos os sofrimentos e dificuldades enfrentados no cotidiano do sertão
nordestino. Trata-se de um poema trágico dividido em 18 partes com forte cunho social.
No trecho acima, inicial, somos apresentados ao protagonista Severino e ficamos
conhecendo um pouco mais da sua origem comum a tantos outros nordestinos do sertão.
Descubra mais a fundo o poema Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto.
O poema completo foi adaptado para o audiovisual (em forma de quadrinhos) pelo
cartunista Miguel Falcão. Confira o resultado da criação:
3. Tecendo a manhã, 1966
1.1.
Um galo sozinho não tece uma manhã: Um galo sozinho não tece uma manhã: 
ele precisará sempre de outros galos. ele precisará sempre de outros galos. 
De um que apanhe esse grito que ele De um que apanhe esse grito que ele 
e o lance a outro; de um outro galo e o lance a outro; de um outro galo 
que apanhe o grito de um galo antes que apanhe o grito de um galo antes 
e o lance a outro; e de outros galos e o lance a outro; e de outros galos 
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que com muitos outros galos se cruzem que com muitos outros galos se cruzem 
os fios de sol de seus gritos de galo, os fios de sol de seus gritos de galo, 
para que a manhã, desde uma teia tênue, para que a manhã, desde uma teia tênue, 
se vá tecendo, entre todos os galos.sevá tecendo, entre todos os galos.
 
2.2.
E se encorpando em tela, entre todos, E se encorpando em tela, entre todos, 
se erguendo tenda, onde entrem todos, se erguendo tenda, onde entrem todos, 
se entretendendo para todos, no toldo se entretendendo para todos, no toldo 
(a manhã) que plana livre de armação. (a manhã) que plana livre de armação. 
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo A manhã, toldo de um tecido tão aéreo 
que, tecido, se eleva por si: luz balão.que, tecido, se eleva por si: luz balão.
Assim como Catar feijão, Tecendo a manhã pode ser considerado como um meta-poema, isso
porque o tema central da lírica é a reflexão sobre a construção do próprio poema.
Trata-se de uma linguagem que se dobra sobre si mesma e que enfatiza o processo de
composição do trabalho. Lançado em 1966, a pegada dos versos é extremamente poética e
lírica e é capaz de transmitir ao leitor a beleza da criação a partir de exemplos cotidianos e
fortuitos.
Conheça a animação baseada no poema cabralino Tecendo a Manhã:
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4. Fábula de um arquiteto, 1966
A arquitetura como construir portas,A arquitetura como construir portas, 
de abrir; ou como construir o aberto;de abrir; ou como construir o aberto; 
construir, não como ilhar e prender,construir, não como ilhar e prender, 
nem construir como fechar secretos;nem construir como fechar secretos; 
construir portas abertas, em portas;construir portas abertas, em portas; 
casas exclusivamente portas e tecto.casas exclusivamente portas e tecto. 
O arquiteto: o que abre para o homemO arquiteto: o que abre para o homem 
(tudo se sanearia desde casas abertas)(tudo se sanearia desde casas abertas) 
portas por-onde, jamais portas-contra;portas por-onde, jamais portas-contra; 
por onde, livres: ar luz razão certa.por onde, livres: ar luz razão certa.
Até que, tantos livres o amedrontando,Até que, tantos livres o amedrontando, 
renegou dar a viver no claro e aberto.renegou dar a viver no claro e aberto. 
Onde vãos de abrir, ele foi amurandoOnde vãos de abrir, ele foi amurando 
opacos de fechar; onde vidro, concreto;opacos de fechar; onde vidro, concreto; 
até fechar o homem: na capela útero,até fechar o homem: na capela útero, 
com confortos de matriz, outra vez feto.com confortos de matriz, outra vez feto.
É curioso o título do poema uma vez que João Cabral de Melo Neto foi apelidado em vida
como o “arquiteto das palavras” e “o poeta-engenheiro” devido ao seu trabalho linguístico
feito com rigor e precisão.
Os versos acima tratam do ofício de um arquiteto e do espaço que o circunda no dia a dia. A
espacialidade aqui é fundamental para a construção do texto, vale sublinhar expressões
como "construir portas", “construir o aberto”, "construir tetos".
Também é frequente a aparição de materiais das obras (o vidro, o concreto). O verbo
construir é, por sinal, repetido a exaustão. Todo esse esforço linguístico transmite para o
leitor o imaginário de uma realidade de fato vivenciada pelo arquiteto.
5. O relógio (trecho), 1945
Ao redor da vida do homemAo redor da vida do homem 
há certas caixas de vidro,há certas caixas de vidro, 
dentro das quais, como em jaula,dentro das quais, como em jaula, 
se ouve palpitar um bicho.se ouve palpitar um bicho.
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Se são jaulas não é certo;Se são jaulas não é certo; 
mais perto estão das gaiolasmais perto estão das gaiolas 
ao menos, pelo tamanhoao menos, pelo tamanho 
e quadradiço de forma.e quadradiço de forma.
Umas vezes, tais gaiolasUmas vezes, tais gaiolas 
vão penduradas nos muros;vão penduradas nos muros; 
outras vezes, mais privadas,outras vezes, mais privadas, 
vão num bolso, num dos pulsos.vão num bolso, num dos pulsos.
Mas onde esteja: a gaiolaMas onde esteja: a gaiola 
será de pássaro ou pássara:será de pássaro ou pássara: 
é alada a palpitação,é alada a palpitação, 
a saltação que ela guarda;a saltação que ela guarda;
e de pássaro cantor,e de pássaro cantor, 
não pássaro de plumagem:não pássaro de plumagem: 
pois delas se emite um cantopois delas se emite um canto 
de uma tal continuidade.de uma tal continuidade.
O poema O Relógio é de uma beleza e de uma delicadeza que faz com que ele se destaque em
meio a vasta obra poética de João Cabral.
Vale sublinhar que o objeto que o poema homenageia aparece apenas no título, os versos
tratam do assunto sem jamais precisarem apelar ao nome da coisa em si.
Com uma visão extremamente poética, João Cabral tenta descrever o que é o relógio a partir
de belas comparações inusitadas. Embora chegue a anunciar até o material de que é feito (o
vidro), é a partir da alusão aos bichos e ao seu universo que ficamos a identificar o objeto.
6. A educação pela pedra, 1965
Uma educação pela pedra: por lições;Uma educação pela pedra: por lições; 
Para aprender da pedra, frequentá-la;Para aprender da pedra, frequentá-la; 
Captar sua voz inenfática, impessoalCaptar sua voz inenfática, impessoal 
(pela de dicção ela começa as aulas).(pela de dicção ela começa as aulas). 
A lição de moral, sua resistência friaA lição de moral, sua resistência fria 
Ao que flui e a fluir, a ser maleada;Ao que flui e a fluir, a ser maleada; 
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A de poética, sua carnadura concreta;A de poética, sua carnadura concreta; 
A de economia, seu adensar-se compacta:A de economia, seu adensar-se compacta: 
Lições da pedra (de fora para dentro,Lições da pedra (de fora para dentro, 
Cartilha muda), para quem soletrá-la.Cartilha muda), para quem soletrá-la.
Outra educação pela pedra: no SertãoOutra educação pela pedra: no Sertão 
(de dentro para fora, e pré-didática).(de dentro para fora, e pré-didática). 
No Sertão a pedra não sabe lecionar,No Sertão a pedra não sabe lecionar, 
E se lecionasse, não ensinaria nada;E se lecionasse, não ensinaria nada; 
Lá não se aprende a pedra: lá a pedra,Lá não se aprende a pedra: lá a pedra, 
Uma pedra de nascença, entranha a alma.Uma pedra de nascença, entranha a alma.
O poema acima dá nome ao livro lançado por João Cabral em 1965. É de se sublinhar a
atração do poeta pela concretude que lhe valeu o apelido “o poeta-engenheiro”. Segundo o
próprio João Cabral, ele seria um poeta "incapaz do vago".
Os versos acima sintetizam o tom da lírica do poeta nordestino. Trata-se de um exercício a
fim de se alcançar uma linguagem crua, concisa, objetiva, intimamente vinculada ao real. A
literatura cabralina enfatiza o trabalho com a linguagem e não a mera inspiração fruto de um
insight.
O meta-poema A educação pela pedra nos ensina que a relação com a linguagem demanda
paciência, estudo, conhecimento e muito exercício.
7. O cão sem plumas (trecho), 1950
A cidade é passada pelo rioA cidade é passada pelo rio 
como uma ruacomo uma rua 
é passada por um cachorro;é passada por um cachorro; 
uma frutauma fruta 
por uma espada.por uma espada.
O rio ora lembravaO rio ora lembrava 
a língua mansa de um cãoa língua mansa de um cão 
ora o ventre triste de um cão,ora o ventre triste de um cão, 
ora o outro rioora o outro rio 
de aquoso pano sujode aquoso pano sujo 
dos olhos de um cão.dos olhos de um cão.
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Aquele rioAquele rio 
era como um cão sem plumas.era como um cão semplumas. 
Nada sabia da chuva azul,Nada sabia da chuva azul, 
da fonte cor-de-rosa,da fonte cor-de-rosa, 
da água do copo de água,da água do copo de água, 
da água de cântaro,da água de cântaro, 
dos peixes de água,dos peixes de água, 
da brisa na água.da brisa na água.
Sabia dos caranguejosSabia dos caranguejos 
de lodo e ferrugem.de lodo e ferrugem.
Sabia da lamaSabia da lama 
como de uma mucosa.como de uma mucosa. 
Devia saber dos povos.Devia saber dos povos. 
Sabia seguramenteSabia seguramente 
da mulher febril que habita as ostras.da mulher febril que habita as ostras.
Aquele rioAquele rio 
jamais se abre aos peixes,jamais se abre aos peixes, 
ao brilho,ao brilho, 
à inquietação de facaà inquietação de faca 
que há nos peixes.que há nos peixes. 
Jamais se abre em peixes.Jamais se abre em peixes.
O cão sem plumas num primeiro momento desestabiliza o leitor, que vê as relações lógicas
aparecerem invertidas se comparadas ao habitual. Na lírica cabralina é a cidade que é
passada pelo rio, e não o rio que cruza a cidade, por exemplo.
Logo a estranheza passa a se dar pelo uso de aproximações inesperadas (o rio chega a ser
comparado com a língua mansa de um cão). A beleza da lírica é justamente extraída dessa
experimentação com a linguagem, desse inesperado que se apresenta subitamente e tira o
leitor da sua zona de conforto.
A leitura do poema O cão sem plumas encontra-se disponível na íntegra já abaixo:
03/05/2019 Os 10 melhores poemas de João Cabral de Melo Neto analisados e comentados - Cultura Genial
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8. Os três mal-amados, 1943
O amor comeu meu nome, minha identidade,O amor comeu meu nome, minha identidade, 
meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade,meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, 
minha genealogia, meu endereço. O amorminha genealogia, meu endereço. O amor 
comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todoscomeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos 
os papéis onde eu escrevera meu nome.os papéis onde eu escrevera meu nome.
O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhasO amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas 
camisas. O amor comeu metros e metros decamisas. O amor comeu metros e metros de 
gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, ogravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o 
número de meus sapatos, o tamanho de meusnúmero de meus sapatos, o tamanho de meus 
chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, achapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a 
cor de meus olhos e de meus cabelos.cor de meus olhos e de meus cabelos.
O amor comeu meus remédios, minhas receitasO amor comeu meus remédios, minhas receitas 
médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas,médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, 
minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meusminhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus 
testes mentais, meus exames de urina.testes mentais, meus exames de urina.
O amor comeu na estante todos os meus livros deO amor comeu na estante todos os meus livros de 
poesia. Comeu em meus livros de prosa as citaçõespoesia. Comeu em meus livros de prosa as citações 
03/05/2019 Os 10 melhores poemas de João Cabral de Melo Neto analisados e comentados - Cultura Genial
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em verso. Comeu no dicionário as palavras queem verso. Comeu no dicionário as palavras que 
poderiam se juntar em versos.poderiam se juntar em versos.
Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso:Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: 
pente, navalha, escovas, tesouras de unhas,pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, 
canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso decanivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de 
meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantadameus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada 
no banheiro, o aquecedor de água de fogo mortono banheiro, o aquecedor de água de fogo morto 
mas que parecia uma usina.mas que parecia uma usina.
O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. BebeuO amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu 
a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão dea água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de 
propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhospropósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos 
que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.
O amor voltou para comer os papéis ondeO amor voltou para comer os papéis onde 
irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.
O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta,O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, 
cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas.cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. 
O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos,O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, 
e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na ruae que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua 
chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bombachutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba 
de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiamde gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam 
sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcassobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas 
de automóvel.de automóvel.
O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou aO amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a 
água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu oságua morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os 
mangues crespos e de folhas duras, comeu o verdemangues crespos e de folhas duras, comeu o verde 
ácido das plantas de cana cobrindo os morrosácido das plantas de cana cobrindo os morros 
regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, peloregulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo 
trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro detrenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de 
cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essascana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas 
coisas de que eu desesperava por não saber falarcoisas de que eu desesperava por não saber falar 
delas em verso.delas em verso.
O amor comeu até os dias ainda não anunciados nasO amor comeu até os dias ainda não anunciados nas 
folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento defolhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de 
meu relógio, os anos que as linhas de minha mãomeu relógio, os anos que as linhas de minha mão 
asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuroasseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro 
03/05/2019 Os 10 melhores poemas de João Cabral de Melo Neto analisados e comentados - Cultura Genial
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grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta dagrande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da 
terra, as futuras estantes em volta da sala.terra, as futuras estantes em volta da sala.
O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia eO amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e 
minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meuminha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu 
silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.
Os três mal-amados é um exemplo da lírica de amor cabralina. Os longos versos descrevem
com precisão e objetividade as consequências que o amor operou na vida do apaixonado eu-
lírico.
Publicado em 1943, quando o autor tinha apenas 23 anos, o poema é das mais belas
manifestações de amor presente na literatura brasileira.
Apesar da dificuldade de se escrever sobre o amor devido a sua incomunicabilidade e da
particularidade de cada relação, João Cabral consegue concentrar em seus versos
sentimentos que parecem comuns a todos aqueles que já algum dia se apaixonaram.
Uma curiosidade: é sabidoque João Cabral escreveu Os três mal-amados depois de ler e se
encantar com o poema Quadrilha, de Carlos Drummond de Andrade.
Maria Bethânia recita o belíssimo poema de João Cabral na íntegra:
03/05/2019 Os 10 melhores poemas de João Cabral de Melo Neto analisados e comentados - Cultura Genial
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9. Graciliano Ramos, 1961
Falo somente com o que falo:Falo somente com o que falo: 
com as mesmas vinte palavrascom as mesmas vinte palavras 
girando ao redor do solgirando ao redor do sol 
que as limpa do que não é faca:que as limpa do que não é faca: 
de toda uma crosta viscosa,de toda uma crosta viscosa, 
resto de janta abaianada,resto de janta abaianada, 
que fica na lâmina e cegaque fica na lâmina e cega 
seu gosto da cicatriz clara.seu gosto da cicatriz clara. 
Falo somente do que falo:Falo somente do que falo: 
do seco e de suas paisagens,do seco e de suas paisagens, 
Nordestes, debaixo de um solNordestes, debaixo de um sol 
ali do mais quente vinagre:ali do mais quente vinagre: 
que reduz tudo ao espinhaço,que reduz tudo ao espinhaço, 
cresta o simplesmente folhagem,cresta o simplesmente folhagem, 
folha prolixa, folharada,folha prolixa, folharada, 
onde possa esconder-se na fraude.onde possa esconder-se na fraude. 
Falo somente por quem falo:Falo somente por quem falo: 
por quem existe nesses climaspor quem existe nesses climas 
condicionados pelo sol,condicionados pelo sol, 
pelo gavião e outras rapinas:pelo gavião e outras rapinas: 
e onde estão os solos inertese onde estão os solos inertes 
de tantas condições caatingade tantas condições caatinga 
em que só cabe cultivarem que só cabe cultivar 
o que é sinônimo da míngua.o que é sinônimo da míngua. 
Falo somente para quem falo:Falo somente para quem falo: 
quem padece sono de mortoquem padece sono de morto 
e precisa um despertadore precisa um despertador 
acre, como o sol sobre o olho:acre, como o sol sobre o olho: 
que é quando o sol é estridente,que é quando o sol é estridente, 
a contrapelo, imperioso,a contrapelo, imperioso, 
e bate nas pálpebras comoe bate nas pálpebras como 
se bate numa porta a socos.se bate numa porta a socos.
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Presente no livro Terça feira, publicado em 1961, (e mais tarde reunido em Serial e antes,
1997) o poema de João Cabral faz referência a outro grande escritor da literatura brasileira:
Graciliano Ramos.
Tanto João Cabral como Graciliano comungavam uma preocupação com a condição social
do país - especialmente no nordeste -, e faziam uso de uma linguagem seca, concisa, por
vezes violenta.
Graciliano Ramos foi autor de Vidas secas, um clássico que denuncia a dura realidade do
sertão e ambos os escritores partilham na literatura o desejo de transmitir ao outro o
cotidiano daqueles atingidos pela seca e pelo abandono.
No poema acima comparece a paisagem nordestina, o sol estridente, as aves do sertão, a
realidade da caatinga. A comparação final é especialmente pesada: quando os raios de sol
batem nos olhos do sertanejo é como se um indivíduo batesse a socos numa porta.
10. Psicologia da composição (trecho), 1946-1947
Saio de meu poemaSaio de meu poema 
como quem lava as mãos.como quem lava as mãos. 
Algumas conchas tornaram-se,Algumas conchas tornaram-se, 
que o sol da atençãoque o sol da atenção 
cristalizou; alguma palavracristalizou; alguma palavra 
que desabrochei, como a um pássaro.que desabrochei, como a um pássaro. 
Talvez alguma conchaTalvez alguma concha 
dessas (ou pássaro) lembre,dessas (ou pássaro) lembre, 
côncava, o corpo do gestocôncava, o corpo do gesto 
extinto que o ar já preencheu;extinto que o ar já preencheu; 
talvez, como a camisatalvez, como a camisa 
vazia, que despi.vazia, que despi. 
Esta folha brancaEsta folha branca 
me proscreve o sonho,me proscreve o sonho, 
me incita ao versome incita ao verso 
nítido e preciso.nítido e preciso. 
Eu me refugioEu me refugio 
nesta praia puranesta praia pura 
onde nada existeonde nada existe 
em que a noite pouse.em que a noite pouse.
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O poema acima faz parte de uma trilogia composta também pelos poemas Fábula de Anfion e
Antioide. Nos versos de Psicologia da composição fica nítida a preocupação do eu-lírico com o
próprio fazer literário.
Esse poema especificamente foi dedicado ao poeta Ledo Ivo, um dos mentores da Geração
de 45, grupo onde João Cabral de Melo Neto costuma ser enquadrado.
Os versos procuram descortinar o processo de construção do texto literário, chamando a
atenção para os pilares que sustentam a escrita lírica. O tom metalinguístico da escrita
demonstra a reflexão com o universo da palavra e com o compromisso com a poesia.
O vocabulário utilizado pretende se colar a realidade e vemos nos versos objetos cotidianos
que trazem o poema para mais perto da nossa realidade. João Cabral tece comparações, por
exemplo, com a camisa e a concha, se aproximando do público leitor e deixando claro que
não se identifica com o sentimentalismo estéril e com uma linguagem rebuscada.
Biogra�a de João Cabral de Melo Neto
Nascido no Recife, no dia 6 de janeiro de 1920, João Cabral de Melo Neto veio ao mundo filho
do casal Luís Antônio Cabral de Melo e Carmen Carneiro Leão Cabral de Melo.
A infância do menino foi vivida no interior de Pernambuco, nos engenhos da família, somente
aos dez anos João Cabral mudou com os pais para a capital, Recife.
Em 1942, João Cabral trocou de vez o nordeste pelo Rio de Janeiro. No mesmo ano lançou o
seu primeiro livro de poemas (Pedra do sono).
O poeta seguiu carreira diplomática tendo sido cônsul-geral do Porto (Portugal) de 1984 a
1987. Ao fim desse período no exterior regressou ao Rio de Janeiro.
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Retrato de João Cabral de Melo Neto.
Como escritor, João Cabral de Melo Neto foi profundamente premiado, tendo sido
contemplado com as seguintes distinções:
Prêmio José de Anchieta, de poesia, do IV Centenário de São Paulo;
Prêmio Olavo Bilac, da Academia Brasileira de Letras;
Prêmio de Poesia do Instituto Nacional do Livro;
Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro;
Prêmio Bienal Nestlé, pelo conjunto da Obra;
Prêmio da União Brasileira de Escritores, pelo livro "Crime na Calle Relator".
Consagrado pelo público e pela crítica, no dia 6 de maio de 1968, João Cabral de Melo Neto
tornou-se membro da Academia Brasileira de Letras, onde passou a ocupar a cadeira número
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37.
João Cabral com a farda no dia da posse da Academia Brasileira de Letras.
Obra completa de João Cabral de Melo Neto
Livros de poesia
Pedra do sono, 1942;
Os três mal-amados, 1943;
O engenheiro, 1945;
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Psicologia da composição com a Fábula de Anfion e Antiode, 1947;
O cão sem plumas, 1950;
Poemas reunidos, 1954;
O Rio ou Relação da viagem que faz o Capibaribe de sua nascente à Cidade do Recife, 1954;
Pregão turístico, 1955;
Duas águas, 1956;
Aniki Bobó, 1958;
Quaderna, 1960;
Dois parlamentos, 1961;Terceira feira, 1961;
Poemas escolhidos, 1963;
Antologia poética, 1965;
Morte e vida Severina, 1965;
Morte e vida Severina e outros poemas em voz alta, 1966;
A educação pela pedra, 1966;
Funeral de um lavrador, 1967;
Poesias completas 1940-1965, 1968;
Museu de tudo, 1975;
A escola das facas, 1980;
Poesia crítica (antologia), 1982;
Auto do frade, 1983;
Agrestes, 1985;
Poesia completa, 1986;
Crime na Calle Relator, 1987;
Museu de tudo e depois, 1988;
Sevilha andando, 1989;
Primeiros poemas, 1990;
J.C.M.N.; os melhores poemas, (org. Antonio Carlos Secchin),1994;
Entre o sertão e Sevilha, 1997;
Serial e antes, 1997;
A educação pela pedra e depois, 1997.
Livros de prosa
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Considerações sobre o poeta dormindo, 1941;
Juan Miro, 1952;
A Geração de 45 (depoimento), 1952;
Poesia e composição / A inspiração e o trabalho de arte, 1956;
Da função moderna da poesia, 1957;
Obra completa (org. por Marly de Oliveira), 1995;
Prosa, 1998.
Conheça também:
Os 15 maiores poemas de amor da literatura brasileira
Os 10 melhores poemas de Leminski
Os 14 melhores poemas de Vinicius de Moraes
Os 10 melhores poemas de Hilda Hilst
25 poemas de Carlos Drummond de Andrade
Rebeca Fuks
Formada em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2010), mestre em Literatura pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro (2013) e doutora em Estudos de Cultura pela Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro e pela Universidade Católica Portuguesa de Lisboa (2018).
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