De acordo com o texto, a emancipação política do Brasil no início do século XIX não provocou mudanças significativas em sua estrutura socioeconômica de base colonial. A presença marcante da escravidão permitia distinguir três grandes contingentes entre os habitantes do novo Império: os que eram escravos, os que eram livres (e não possuíam escravos) e os que eram livres e proprietários de escravos. Parcela considerável dos habitantes do Império do Brasil não era considerada cidadã, pois não eram livres. A nova organização política, de acordo com a Constituição de 1824, atribuía apenas aos que eram livres e proprietários (os cidadãos ativos) a responsabilidade pelos assuntos políticos, vedados aos que apenas eram livres (os cidadãos não ativos). Portanto, a passagem do período colonial ao período imperial não trouxe mudanças significativas na estrutura socioeconômica de base colonial, que ainda era marcada pela presença da escravidão e pela exclusão de grande parte da população do processo político. A nova organização política, estabelecida pela Constituição de 1824, manteve os pressupostos hierárquicos e excludentes que caracterizavam a sociedade gerada pela colonização.
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