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Das variáveis de manejo, a taxa de lotação (número de animais por unidade de área) é a mais importante, pois ela interfere no crescimento da planta...

Das variáveis de manejo, a taxa de lotação (número de animais por unidade de área) é a mais importante, pois ela interfere no crescimento da planta, na composição botânica e morfológica da pastagem e, consequentemente, na qualidade e na quantidade de forragem disponível. Os diferentes métodos de manejo de pastagem estão agrupados, basicamente, em três sistemas: 1) contínuo, 2) rotacionado e 3) diferido. O pastejo rotacionado, em que os animais ficam em áreas diferentes por períodos pré-determinados, promove a rotação de desfoliação uniforme pelos animais (principalmente para as espécies cespitosas, como os capins Mombaça, Tobiatã, Tanzânia e Elefante) no piquete, sob maior pressão de pastejo, e menor disponibilidade e seletividade de alimento por animal. Está implícita neste tipo de manejo que a elevada taxa de lotação das pastagens está associada à redução na produção animal e à maior produção por unidade de área. Para que a produção total aumente, e o produtor consiga maior lucro, é necessário que haja aumentos na produção e na qualidade das pastagens, aumento no consumo animal, persistência das espécies forrageiras, e melhor controle sanitário animal. O pastejo rotacionado é adotado com os objetivos: a) Prolongar a vida útil das pastagens; b) Aumentar a capacidade de suporte; e c) Reduzir as perdas das forragens produzidas ao nível de 20% através do pastejo, mantendo as condições adequadas para a recuperação da forragem pós-pastejo. Os seguintes passos são recomendados para se fazer o pastejo rotacionado: * Definir a área de pastagem que se deseja manejar com o pastejo rotacionado; * Começar com uma área que não exceda 50% da área total de pastagem da propriedade; * Procurar conhecer o ciclo de crescimento da forrageira que forma a área de pastagem; * Definir a área em piquetes iguais, de acordo com o ciclo de crescimento da forrageira que a habita (30 a 45 dias, dependendo da forrageira e das condições climáticas); * Definir a lotação de pastagem em função da disponibilidade de forragem, e do consumo diário de cada categoria animal; * Antes de iniciar o pastejo definir o tempo de ocupação. Para tanto divide-se a forragem disponível no piquete pelo número de dias de pastejo e depois pelo consumo diário de cada animal. Quanto menor o período de pastejo melhor e mais intensivo será o sistema, podendo chegar ao Voisin no qual os animais pastam um dia em cada piquete. A intensificação exagerada do pastejo rotacionado apresenta a desvantagem de exigir quantidade cada vez maior de cercas e de mão-de-obra. O elevado incremento na produção de pastagem, durante o verão, que as adubações e o pastejo rotacionado proporcionam, gera enorme descompasso com a lotação do inverno. A intensificação das pastagens resulta na necessidade de conservar forragens (silagem, fenação) ou de produzir forrageiras de inverno (aveia, azevém, milheto, etc.), no período seco. Uma alternativa à suplementação é a venda de parte do rebanho no início do inverno e a vedação de alguns piquetes durante o verão. O sistema de pastejo rotacionado requer um grande piqueteamento, e por isso, deve utilizar-se de cercas econômicas e com alta flexibilidade de utilização. É o caso das cercas elétricas. A intensificação na produção de matéria seca (MS) através da adubação das pastagens, só produz retorno econômico se a forragem for usada no sentido de reduzir ao mínimo as perdas devido ao pastejo. A meta do pastejo rotacionado é a de reduzir para níveis próximos de 20 a 30% as perdas de forragem, e oferecer condições adequadas para a recuperação da planta forrageira após o pastejo. Comparação entre os Sistemas de Pastoreio Contínuo Rotacionado Vida útil s/ adubação (anos) 10 20 Capacidade de suporte (U.A./ha/ano) 0.8 1.7 Produção (KgP.V./ha/ano) 120 270 Custo de produção (US$/@) 18 14 Por outro lado, no pastejo contínuo (presença contínua de animais numa pastagem), para proporcionar rotação entre plantas, deve-se trabalhar com menores taxas de lotações, o que permite maiores seletividade e performance individual, e menor produção total por unidade de área. Neste sistema é necessário ajustar a taxa de lotação do pasto em função de sua potencialidade sazonal produtiva, de modo que o desempenho animal não seja afetado nos períodos críticos de produção de forragens. Nunca deve-se usar taxa de lotação anual fixa em sistema de pastejo contínuo. A produção animal é máxima quando se usa baixa lotação, e decresce linearmente com o aumento na lotação. Por outro lado, sob baixa lotação a produção por hectare é mínima e com o aumento do número de animais/área a produção por hectare eleva-se até certo nível, quando declina novamente. O produtor deve determinar a lotação que permita a maximização da produção/ha, e consequentemente, do seu lucro. A frequência de pastejo deve ser adequada às condições da planta (luz, umidade, temperatura, fertilidade do solo, etc.), feitos com o objetivo de não eliminar o meristema apical para não abreviar sua persistência na pastagem. Alguns sistemas de utilização de forragem podem permitir perdas relativamente altas. Este é o caso da exploração em solos muito pobres, onde a prática de adubação inexistente. Nesta situação, a matéria orgânica incorporada se constitui no único elemento capaz de elevar o potencial de produção da pastagem. A exploração da qualidade da planta forrageira está associada à performance do animal e ao seu potencial genético. Nos trópicos onde as condições favorecem produções tão elevadas quanto 80 ton. de M.S./ha/ano, resta a possibilidade de explorar também a quantidade de forragem produzida. Resultados como 15.000 Kg de leite/ha/ano ou 1.200 Kg de ganho de peso/ha/ano são possíveis de serem obtidos nas pastagens tropicais. O pastejo diferido é caracterizado pelo descanso de determinadas pastagens, antes do período da seca, de modo a permitir nelas o acúmulo e a conservação das forragens. Essa forma de conservação é conhecida por "feno em pé", uma vez que a forragem é conservada no campo e utilizada pelo animal após um período de descanso. Esse manejo, evidentemente, resulta em perdas de quantidade e da qualidade da planta reservada. Este fato pode ser aceitável, se existir nas propriedades categorias de animais que, durante a seca, podem ser mantidas a baixo custo. De um modo geral, o pecuarista precisa conhecer muito bem os fatores relacionados ao pastejo, de forma a estabelecer um piqueteamento adequado. É preciso considerar principalmente a uniformidade de pastejo afim de evitar tanto o superpastejo (pastos rapados) quanto o subpastejo (formação de macega). Isto ajuda a evitar a degradação das pastagens. 4) PASTAGENS PARA DIFERENTES CATEGORIAS ANIMAIS 4.1) Pastagens para Cria A cria visa a produção de bezerros, ou seja, envolve a reprodução, em que devem ser consideradas as vacas secas, vacas gestantes, vacas com bezerro ao pé, vacas de primeira cria, novilhas, touros, e bezerros lactantes. Dentre os animais envolvidos nesta fase as vacas secas são às de menor exigência nutricional, e nos rebanhos com natalidade de 50-60% este grupo de animais é significativo. Estes animais poderão ser mantidos em pastagem de pior qualidade, tais como a B.humidícola ou a B. decumbens sob pastejo contínuo, ou fazerem o repasse nos piquetes rotacionados após a saída dos animais mais exigentes. Vacas de cria ao pé devem ser criadas e manejadas distintamente em dois grupos: vacas após o segundo parto e vacas primiparas. Matrizes em reprodução (pré e pós-parto) devem ter suas necessidades alimentares plenamente atendidas, para que possa desmamar um bezerro ao ano e entrar em cio o mais cedo possível (menos de 90 dias) para a próxima concepção. Vacas primíparas devem merecer maior atenção quanto a alimentação,

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