Buscar

PROVAS DE FUNÇÃO RENAL Para avaliação da função renal, além da urinálise, existem algumas provas bioquímicas que podem ser utilizadas, tanto para d...

PROVAS DE FUNÇÃO RENAL Para avaliação da função renal, além da urinálise, existem algumas provas bioquímicas que podem ser utilizadas, tanto para diagnóstico quanto para monitoramento de tratamentos, por exemplo. Seja qual for o caso, esses testes devem sempre ser interpretados em conjunto com o histórico clínico do animal. As principais análises bioquímicas realizadas para avaliação da função renal são a dosagem da ureia e da creatinina. Além disso, podem ser dosados alguns eletrólitos, como sódio, potássio, cálcio e fósforo. A ureia é produzida no fígado, sendo o principal produto da degradação de proteínas. Ela é então encaminhada aos rins, passando pelos glomérulos e fazendo parte do filtrado glomerular. Cerca de 25 a 40% da ureia filtrada pelos glomérulos é reabsorvida nos túbulos renais, e cerca de 60% é eliminada na urina. Essa reabsorção depende da velocidade do fluxo do filtrado nos túbulos, então, uma velocidade maior irá promover uma menor reabsorção da ureia (e vice-versa). Quando há algum problema renal, com redução na velocidade da filtração glomerular, uma maior quantidade de ureia será reabsorvida pelos túbulos, fazendo com que os níveis de ureia aumentem no sangue. A ureia também pode estar aumentada no sangue por fatores não relacionados aos rins, por isso, sempre deve ser analisada em conjunto com outros testes bioquímicos. Como você pode ver no Quadro 5, a uremia pode ser extra-renal, pré-renal, renal ou pós-renal. A redução na concentração de ureia no sangue pode ocorrer devido à: redução na produção (por exemplo em casos de insuficiência hepática ou cirrose); ou redução na ingestão de proteínas (com hipoproteinemia). A creatinina é uma substância formada durante o metabolismo muscular, a partir da creatina e da fosfocreatina. Ela é totalmente filtrada pelos glomérulos, e não é reabsorvida pelos túbulos renais, portanto, é um excelente marcador para a função renal. Ela pode estar aumentada no sangue devido a causas: extra-renais (excesso de atividade muscular); pré-renais (redução no fluxo sanguíneo renal); renais (redução na filtração glomerular); ou pós-renais (ruptura e/ou obstrução do trato urinário). A interpretação dos resultados obtidos nos principais exames de função renal (ureia e creatinina) é muito importante. O aumento dos níveis desses compostos nitrogenados no sangue pode ser chamado de azotemia. Existem alguns sinais clínicos característicos dessa azotemia, que são: hálito urêmico; úlceras na cavidade bucal e língua; vômitos e diarreia. A dosagem de eletrólitos também pode fornecer informações importantes para a avaliação da função renal. O sódio é o primeiro deles, sendo filtrado e reabsorvido pelos rins saudáveis. A hiponatremia (redução nos níveis sanguíneos de sódio) pode ocorrer por uma lesão renal crônica, em que o sódio não será reabsorvido, e irá carregar água ao ser excretado. A concentração de sódio também pode variar com a dieta. O potássio é outro eletrólito excretado pelos rins. Na lesão renal com oliguria ou anuria ocorre a retenção de potássio, levando a um aumento nos níveis séricos desse elemento (hipercalemia). Como o sódio, os níveis de potássio também podem ser afetados pela dieta. O cálcio também pode ser utilizado na avaliação da função renal, apesar de não ser afetado por lesões renais agudas. Em lesões crônicas, ocorre uma perda na capacidade de reabsorção renal, o que provoca uma eliminação excessiva de cálcio, e consequentemente, uma hipocalcemia (redução nos níveis sanguíneos de cálcio). Com o tempo, essa hipocalcemia pode estimular a paratireoide a mobilizar o cálcio dos ossos para manter a homeostase. Esse processo é chamado de hiperparatireoidismo secundário renal. O fósforo é outro eletrólito que pode ser utilizado para avaliação da função renal, pois, em lesões renais crônicas, pela redução na velocidade da filtração glomerular, ocorre uma diminuição na excreção de fósforo, causando uma hiperfosfatemia (especialmente em cães e gatos). Esse aumento no fósforo sérico também contribui para o hiperparatireoidismo secundário renal.

Essa pergunta também está no material:

AVA Unidade 3 Coagulograma e Bioquímica Clínica
24 pág.

Patologia Veterinária Centro Universitário Faculdade Maurício de NassauCentro Universitário Faculdade Maurício de Nassau

💡 1 Resposta

User badge image

Ed Verified user icon

Você tem que criar uma nova pergunta.

0
Dislike0

✏️ Responder

SetasNegritoItálicoSublinhadoTachadoCitaçãoCódigoLista numeradaLista com marcadoresSubscritoSobrescritoDiminuir recuoAumentar recuoCor da fonteCor de fundoAlinhamentoLimparInserir linkImagemFórmula

Para escrever sua resposta aqui, entre ou crie uma conta

User badge image

Outros materiais