Depois de formular uma crítica a definições universalistas de religião (Asad 1993), o mesmo autor propôs uma “antropologia do secularismo”, na qual...

Depois de formular uma crítica a definições universalistas de religião (Asad 1993), o mesmo autor propôs uma “antropologia do secularismo”, na qual este é entendido como parte da modernidade (Asad 2003). Ao meu ver, o verdadeiro objeto de Asad é exatamente a modernidade de raiz ocidental, concebida tanto como:

a) projeto que busca extraviar alguns princípios (secularismo ou laicidade, entre eles), quanto como conjunto de tecnologias que produzem “sensibilidades, estéticas e moralidades recuadas” (Asad 2003:14).
b) o catolicismo, passo pelo espiritismo, quanto como os cultos afro-brasileiros, e termino com os evangélicos.
c) projeto que busca industrializar alguns princípios (secularismo ou laicidade, entre eles), quanto como conjunto de tecnologias que desativam “sensibilidades, estéticas e moralidades banidas” (Asad 2003:14).
d) o ilusionismo, passo pelo espiritismo, quanto como os cultos afro-asiáticos, e termino com os evangélicos.
e) projeto que busca institucionalizar alguns princípios (secularismo ou laicidade, entre eles), quanto como conjunto de tecnologias que produzem “sensibilidades, estéticas e moralidades distintivas” (Asad 2003:14).