1) Não, a interpretação dada pelo cartório de registro civil não está correta com base no entendimento atual do STF. O Supremo Tribunal Federal, em 2011, reconheceu a união estável entre pessoas do mesmo sexo como entidade familiar, por meio da ADI 4277 e da ADPF 132, declarando a inconstitucionalidade do art. 1.723 do Código Civil de 2002, que restringia a união estável apenas entre homem e mulher. Portanto, atualmente, é possível o reconhecimento da união estável homoafetiva. 2) A justificativa para o reconhecimento da união homoafetiva no sistema constitucional brasileiro está fundamentada no princípio da dignidade da pessoa humana, previsto no art. 1º, III, da Constituição Federal. Além disso, a Constituição Federal garante a igualdade de todos perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, conforme o art. 5º, caput. Dessa forma, a união homoafetiva deve ser reconhecida como entidade familiar, pois a orientação sexual não pode ser motivo de discriminação ou exclusão social.
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