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Linhas centrais do espaço K apresentam alto sinal e baixa resolução. Linhas periféricas do espaço K apresentam baixo sinal e alta resolução. A form...

Linhas centrais do espaço K apresentam alto sinal e baixa resolução. Linhas periféricas do espaço K apresentam baixo sinal e alta resolução. A forma com que os pulsos de radiofrequência são aplicados e a maneira como são colhidos os sinais de RM pelas bobinas (antenas) influenciam diretamente no contraste final das imagens. Assim, a mesma ponderação pode ter pequenas variações no seu contraste, dependendo da sua sequência de pulso. Vamos, agora, apresentar as principais sequências de pulso utilizadas nas rotinas de exames. SEQUÊNCIA SPIN-ECO (SE) Representa a sequência mais simples e comum em ressonância magnética. É iniciada com um pulso de radiofrequência de 90 graus, seguido de um pulso de 180 graus (refaseamento). Posteriormente à retirada do pulso de RF, acontece uma recuperação espontânea da magnetização longitudinal e perda da magnetização transversa, liberando sinal na bobina. Esse sinal será convertido na imagem de RM no computador. A sequência spin-eco seria o padrão-ouro em RM, devido ao seu excelente sinal; por outro lado, ela preenche apenas uma linha do espaço K com um TR, fazendo com que tenha um longo tempo de aquisição, o que torna o exame mais longo e aumenta a possibilidade de o paciente se mover durante o procedimento. Autor: Flávio Leandro Gomes. Sendo assim, para se construir uma imagem com uma matriz de 512 x 512, vamos precisar que esse processo (90/180/sinal/90) se repita 512 vezes. SEQUÊNCIA FAST SPIN-ECO (FSE) A sequência fast spin-eco, também conhecida como turbo spin-eco (TSE), seria uma evolução da sequência spin-eco. Ela também se inicia com um pulso de 90 graus; porém, após esse pulso existe uma sequência (mais do que um) de pulso de 180 graus, fazendo com que ela preencha mais do que uma linha do espaço K com apenas um TR. Essa sequência de pulsos de 180 graus pode ser chamada de fator turbo ou eco trem. Uma sequência com fator turbo 5, por exemplo, possui cinco pulsos de 180 graus, fazendo com que ela se torne aproximadamente cinco vezes mais rápida do que uma sequência spin-eco. Isso é maravilhoso, pois encurtamos bastante o tempo do exame. Em contrapartida, essa sequência de pulsos de 180 graus faz com que o sinal fornecido tenha um decaimento progressivo, gerando, então, imagens com um pouco menos de sinal. As sequências TSE são as mais utilizadas no nosso dia a dia, nas rotinas de clínicas e hospitais. Autor: Flávio Leandro Gomes. SEQUÊNCIA SINGLE-SHOT FAST SPIN-ECO (SSFSE) As sequências de pulsos continuam evoluindo e, sendo assim, a single-shot fast spin-eco também aparece como uma evolução da fast spin-eco. Agora, na SSFSE, em vez de preenchermos algumas linhas do espaço K com apenas um TR, todo o espaço K é preenchido. Temos, assim, o surgimento de uma sequência que reduziu drasticamente o tempo de exame e é muito utilizada na ponderação T2, pois faz-se necessário um TR um pouco mais longo. Como problema dessa técnica de obtenção de imagem, temos um reduzido sinal induzido na bobina, devido ao grande número de pulsos de 180 graus. As sequências SSFSE nos fornecem imagens com uma alta resolução temporal (baixo tempo de aquisição), porém com baixa resolução espacial, devido ao pouco sinal de RM gerado nelas. Enfim, é uma sequência extremamente rápida, mas, por outro lado, da qual não se pode cobrar muita qualidade. Autor: Flávio Leandro Gomes. Essa é uma técnica muito utilizada nos exames de abdômen, colangiorressonância, urorressonância e sempre com o auxílio de solicitação de apneia para o paciente, por se tratar de uma sequência que terá um tempo de aquisição de aproximadamente 20 segundos. Autor: Flávio Leandro Gomes. SEQUÊNCIA GRADIENTE-ECO Esta é uma sequência que não tem a obrigação de começar com um pulso de 90 graus, como nas que vimos anteriormente. Então, o seu ângulo de inclinação (flip angle) é variável. Ângulos de inclinação de 5 a 30 graus geram sequências na ponderação T2, ângulos de 30 a 60 graus geram sequências na ponderação DP e ângulos de 60 a 90 graus geram imagens ponderadas em T1. Nessa sequência, não temos a presença dos pulsos de 180 graus (refaseamento). O refaseamento do próton de hidrogênio será obtido por meio de um campo gradiente gerado pelo aparelho. Como consequência de não ter a necessidade de ser iniciada com um ângulo de 90 graus e o refaseamento acontecer de forma mais rápida, temos a possibilidade de trabalhar com um TR e um TE mais curtos, fazendo com que a sequência se torne muito mais rápida. A Gradiente Eco é muito utilizada nas aquisições dinâmicas, angiorressonâncias com contraste e sequências T1 com apneia, como os exames de abdômen. A sequência gradiente-eco, quando realizada na ponderação T2, é muito conhecida pelo nome de T2 Estrela e se caracteriza por ser muito boa para diagnosticar sangramentos e calcificações. Autor: Flávio Leandro Gomes. A sequência gradiente-eco também se caracteriza por ser bastante sensível às imperfeições dos campos magnéticos e artefatos metálicos. Dessa forma, pode evidenciar o aparecimento de alguns desses elementos. SEQUÊNCIA INVERSION RECOVERY (IR – RECUPERAÇÃO DA INVERSÃO) Esta é uma sequência que se inicia com um pulso de 180 graus, com objetivo de suprimir o sinal de algum tecido, desde que se conheça o seu tempo de inversão (TI). Assim, quando for aplicado o pulso de 90 graus, esse tecido não participará da sequência e seu sinal será suprimido, ou seja, não aparecerá (hipossinal). Autor: Flávio Leandro Gomes. Principais sequências IR: FLAIR Tem um tempo de inversão para suprimir o sinal do líquor. Esta é uma sequência muito utilizada nos exames do sistema nervoso central, com o objetivo de visualizar as doenças desmielinizantes, como a esclerose múltipla. Atualmente, podemos dizer que a sequência FLAIR seria uma das mais importantes em qualquer rotina de um exame de cérebro, fazendo parte de praticamente todos os protocolos e podendo ser realizada com ou sem a técnica de supressão de gordura. Nos aparelhos de 1,5 Tesla (T), o tempo de inversão utilizado para realização de uma sequência FLAIR é de aproximadamente 2.300ms. Autor: Flávio Leandro Gomes. STIR Tem um tempo de inversão para suprimir o sinal da gordura. Esta sequência é muito utilizada nos exames de músculo esquelético, pois nos permite visualizar muito bem edemas e fraturas. Nos aparelhos de 1,5T, o tempo de inversão utilizado para realização de uma sequência STIR é de aproximadamente 160ms. A sequência STIR também é muito utilizada na substituição da sequência T2 com supressão de gordura. Adquirir uma sequência com uma excelente supressão de gordura ainda é um processo difícil para alguns aparelhos, dependendo das circunstâncias, e aí, sim, teremos o STIR como uma boa opção para solucionar esse problema. Muito provavelmente, o STIR se apresenta como uma sequência com um pouco menos de resolução espacial e contraste, mas em contrapartida não teremos nenhuma falha de supressão da gordura, já que ela é arremessada do plano longitudinal antes do pulso de 90 graus e, assim, não participará do processo. Autor: Flávio Leandro Gomes. T1-IR Tem um tempo de inversão para suprimir o líquido. Numa sequência ponderada em T1, o líquido já se encontraria com baixo sinal e, sendo assim, essa é uma sequência muito ponderada nas características T1, apresentando excelente contraste entre a substância branca e a cinzenta do sistema nervoso central. Esta é uma sequência muito utilizada nos exames do sistema nervoso central e, por se tratar de um T1, pode ser realizada antes e após administração do meio de contraste. Autor: Flávio Leandro Gomes.